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Mesmo se esforçando muito para não ficar enjoado, o mal estar foi mais forte e Atlas precisou se apoiar em uma parede aleatória antes de dar qualquer passo. Ser alvo de poderes pokémon psíquicos era uma experiência inédita e… única. Ele nunca havia interagido com ataques pokémon antes, portanto as sensações com certeza estavam amplificadas.

”Mas que… merda é essa” foi a primeira coisa que o homem pensou, quando, após se recuperar da viagem “mágica” de Pallet a Novus, percebeu que estava em uma metrópole.

Daisy não o havia avisado de como era aquele lugar. Na verdade, ele mesmo não tinha parado para pensar como seria. Sua mente muito provavelmente já tinha entendido que seria algum vilarejo maluco, cheio de pokémon psíquico e com pessoas que andavam descalças. Daí seu choque ao ver os arranha-céus decorando a paisagem e a grande movimentação de indivíduos.

Não foi preciso uma análise aprofundada ou um estudo de causa para entender que Novus City era uma cidade turística. Galanis bufou, conforme fez uma massagem no estômago para encerrar de vez o mal estar. Daisy o havia sugerido ir ali para aprender algo com uma atividade, logo, como estava seguindo sua lista, tentou se manter positivo e colocar a má vontade de lado para de fato explorar o local.

Seu lado infantil que havia sido reprimido por muitos anos se juntou à sua nova personalidade de treinador e ele tirou Duraludon da pokébola para andar com ele no colo. O pokémon bebê queria se soltar para andar sozinho, mas Atlas sabia que isso era perigoso com o tanto de gente andando para cima e para baixo.

— Não, cara, é pra olhar os prédios grandes. Tá vendo? Um dia você vai ser assim — comentou com o predinho que, depois de tanto lutar, se cansou da tentativa de escapar dos braços de seu dono.

Perdido que só, Galanis vagou por Novus até chegar em uma área onde a densidade de pessoas e prédios era ainda maior. Se a cidade já passava uma vibe turística antes, quando ele viu as lojas que pareciam se amontoar uma em cima da outra, teve a certeza de que estava se metendo em uma furada. Ora, ele havia sido criado em Slateport e sabia como a ganância podia ser a ruína do homem.

Não disposto a entrar em nenhum prédio comercial (nem tinha dinheiro para isso), se bastou a comprar espaço na avenida para passar entre a multidão eufórica. Como era início de tarde, havia muitas famílias transitando pelo local, com os mais variados tipos de pokémon andando para cima e para baixo também. Atlas pensou em pegar sua pokédex para aproveitar a ocasião e registar as criaturas desconhecidas, mas não teve tempo para tal, porque, em um momento de distração, Duraludon saltou de seu colo e começou a perseguir um rattata que tinha acabado de roubar um pacote de biscoito de uma criança.

— Ei! Não! — vociferou, conforme se pôs a correr atrás do fujão.

Apesar de ser pequeno, Duraludon era consideravelmente rápido. Em fato, seu tamanho bebê o permitia se esgueirar por entre as pernas das pessoas, ao passo que Atlas precisava pedir licença e esbarrar em um monte delas. Sabendo que precisaria de ajuda, o treinador lançou Mudkip à cena, pedindo-o para ajudar a seguir Duraludon e o rato.

A perseguição os levou até um beco aleatório, mas, antes que Mudkip pudesse alcançar os dois, ele foi atingido por uma investida aleatória e jogado contra a parede.

— Azu! — o agressor, que até então estava escondido atrás de uma lata de lixo, gritou.

Mudkip pareceu não sofrer muito com o empurrão e a pancada, no que Atlas aproveitou que os outros dois pokémon em fuga tinham parado de correr para guardar Duraludon de novo na pokébola. Quando viu que seu perseguidor tinha sumido, o ratinho apenas deu no pé e desapareceu pelas lixeiras do beco. Restou, então, a bolinha azul mal encarada que tinha uma outra bolinha azul ligada por um rabo e que usava esta para saltar.

Com a pokédex, Gal registrou a criaturinha até então desconhecida. Azurill era um pokémon do tipo água, o que não lhe interessava tanto visto já ter Mudkip. Contudo, era também um pokémon fada e esse tipo sim lhe seria uma adição interessante. Pensando nisso (e também nas instruções de Daisy de aproveitar Novus para algo), o treinador tomou posição no beco, indicando suas intenções: derrotar e capturar aquela bolinha azul.

Pokémon encontrado (link dos sorteios com as informações): https://bulbarpg.forumeiros.com/t16327p25-sorteios-atlas-galanis#370174

Azurill

Spoiler:

Pokémon usado para a batalha:

- Mudkip

Spoiler:

— Ensina pra ela que ninguém mexe com a gente, a menos que seja da nossa equipe — falou a Mudkip, confiante de que aquilo seria fácil. — Inicie com uma investida seguida de rock smash! — ditou as ordens, finalmente, mas… Mudkip não se moveu de imediato.

Seu pokémon, apesar de querer agir, parecia estar sendo contido por algo. Seus membros estavam mais lentos; quase travados. Foi aí que Atlas percebeu que a batida contra a parede de antes provavelmente o havia feito ficar daquele jeito. Aquela era uma condição bastante comum em batalhas pokémon, ainda que fosse sua primeira vez lidando com uma: a paralisia.

Por conta dela, Azurill teve a iniciativa da batalha, primeiro cuspindo uma bolha d’água contra Mudkip que, como esperado, pouco surtiu efeito sobre ele. A azulzinha fez uma cara de zangada, nada contente com a fraqueza de seu ataque e aí, movida pela ira, se encantou um turbilhão de água que a circulou feito uma aura, antes de partir para cima de seu adversário.

— Mudkip, cuidado! — gritou, inutilmente, visto que seu pokémon estava paralisado.

Afetada, a salamandra azul foi atingida em cheio por Azurill… recuando apenas alguns passos após o impacto pouco impactante.

Aqueles ataques realmente não eram muito efetivos, contudo pareciam ser os únicos que o pokémon selvagem conhecia.

Finalmente, Mudkip avançou poucos metros para cima de Azurill e a atingiu em cheio com sua investida. Só que, antes que esta se chocasse contra uma lata de lixo, a atingiu também com um golpe de caratê usando a patinha dianteira esquerda, concluindo suas duas primeiras ofensivas.

resumo da rodada:

Apesar de gravemente ferida, Azurill não se deu por vencida. Em fato, como estava acuada, tentou repetir o mesmo combo de antes. E, como da primeira vez, este se conectou fracamente:

Mudkip, apesar de tentar, sempre travava na hora de pular para longe da bolha e esta estourava em cima dele, machucando seu rosto. Já contra o aqua jet, o axolote até tentou usar as patinhas dianteiras para bloquear o ataque, mas foi jogado alguns metros para trás, quase se chocando contra a parede de novo. Sem um golpe de oportunidade como Azurill tivera antes mesmo da batalha começar, era difícil para o pokémon fada.

Galanis sabia, também, que os ataques do tipo água de seu pokémon não seriam nada úteis contra o oponente e, por isso, repetiu a estratégia. Queria encerrar logo aquilo.

— Mudkip, repita a sequência de golpes e derruba ela! — ditou, outra vez.

Apesar de lento, Mudkip não cedeu à paralisia e avançou com outra investida contra Azurill, jogando-a contra a lixeira que já estava atrás dela. Aí, finalmente, a acertou com outro rock smash e a nocauteou. Simples e efetivo.

resumo da rodada:

Com Azurill nocauteada no chão, Atlas jogou uma de suas pokébolas comuns contra ela e a engoliu. A bola vermelho-branco balançou a primeira vez… depois uma segunda…e, após quase três segundos inteiros, uma terceira fez, parando e oficializando a captura.

Atlas pegou a pokébola com seu mais novo pokémon e depois acariciou a cabeça de Mudkip, agradecendo-o pelo bom trabalho. Bom, tinha riscado o último item da lista de Daisy e precisava voltar até ela. Só havia um problema: Como ele voltava para Pallet? Precisava usar o item de novo? Mas e se Novus tivesse algo mais a lhe oferecer?

Cheio de pensamentos e dúvidas, voltou à avenida para então decidir qual seria seu próximo destino.

atualizações:

quest sendo realizada:

contagem de itens e dados por evento:

A constatação de que sua estratégia havia sido um sucesso deu mais segurança a Atlas, que parecia estar entendendo melhor como as batalhas pokémon funcionavam. Ainda assim, Scyther era um oponente forte e muito rápido, estando óbvio que Pidgey não daria conta de aguentar outra rodada de ataques. E como o homem não queria dar o gostinho de uma vitória que fosse a L.E, ele resolveu trocar de pokémon.

— Bom trabalho, amigão. Hora de relaxar — disse, conforme usou a pokébola para guardar o pássaro. Como a batalha ainda estava acontecendo e, seguindo as regras, ele não podia esperar e, por isso, levou Mudkip à disputa.

O pokémon do tipo água já entrou sendo atacado por Scyther, mas, como não era a primeira vez que aquilo acontecia, ele não demorou muito para se recuperar e situar. Assim, Galanis pôde coordená-lo em campo.

— Mudkip, use uma sequência de water gun nele!

- Mudkip

Spoiler:

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quest sendo realizada:

contagem de itens e dados por evento:

Quando Mudkip não pareceu ter nenhum tipo de resistência ao ataque de pedra, Atlas ficou realmente surpreso. Talvez ele precisasse estudar mais a tal roda de tipos com Daisy, ou então poderia comprometer uma disputa com sua inexperiência.

Ao passo que Mudkip se feriu com o ataque do qual nem teve tempo para se defender, Rockruff foi bastante afetado pelo golpe do tipo água. Quando este último choramingou, inclusive, Galanis congelou por alguns segundos. Ele não queria causar mais sofrimento ao cãozinho e o encarou, hesitante. Mudkip, por sua vez, olhou seu dono por cima do ombro, conforme emitiu um som que mais pareceu uma cobrança; queria finalizar aquilo logo.

E então, sabendo que enrolar só significaria prolongar a batalha e causar mais sofrimento ao oponente, Atlas agiu:

— Mudkip, encerre isso com outro water gun!

- Mudkip

Spoiler:

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quest sendo realizada:

contagem de itens e dados por evento:

Com a vitória de Pidgey e a constatação de que o novo pokémon em ação teria muitas chances de o derrotar, Atlas resolveu recolher a ave. Só que, como Dal-Sama já estava executando ordens, ele mal teve tempo de elogiar o bom desempenho do pássaro, antes de o recolher com sua pokébola, salvando-o do arremesso de pedra. Contudo, fazendo isso, acabou condenando Mudkip a tomar o golpe no lugar.

Como a batalha não dava espaço para que recolher um pokémon o isentasse de um ataque, Mudkip surgiu recebendo a pedrada. Porém, por ser de um tipo superior ao do ataque, não pareceu sentir muita dor.

— Mudkip, use water gun nele! — ordenou de maneira apressada.

- Mudkip

Spoiler:

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quest sendo realizada:

contagem de itens e dados por evento:

Atlas corou ao perceber que tinha cometido uma gafe. Mas era tanta coisa acontecendo em tão pouco tempo que se atropelar nas ideias não era tão estranho assim. De qualquer forma, Weekly, com sua falta do que fazer e hiperatividade já o estava desafiando e, como ele queria mesmo testar a funcionalidade do novo golpe de Mudkip, não recusou.

— Mudkip, é com você de novo! — falou, antes de chamar seu pokémon inicial para o campo de batalha.

Por um instante, Galanis se perguntou se não seria bom testar Pidgey também. Todavia, sabia que aquela ainda não era uma batalha para ele. Portanto, focou no que tinha de fazer: vencer.

Powder snow era um golpe de área maior, inédito até então tanto para o treinador quanto para o pokémon. Ainda assim, Mudkip não tinha outra maneira de lidar com isso, senão tentando desviar.

— Mudkip, tenta correr pra longe do gelo! Depois aproveita a corrida pra ganhar ímpeto e ir contra ele, usando uma sequência de dois rock smashs!

- Mudkip

Spoiler:

status dos pókemon:

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contagem de itens e dados por evento:

Foi Mudkip quem pegou a pokébola com o novo pokémon e levou até Atlas. Este, por sua vez, aplicou uma de suas poções em Mudkip, antes de o recolher. Taylor havia feito uma proposta interessante, no entanto. Era realmente surpreendente como estar naquela vida de treinador facilitava a criação de contatos.

— Pode deixar, marcamos sim — falou, conforme trocou contato com o pescador. — Você já esteve em alguma cidade da antiga Sinnoh, desde, você sabe, o Cataclisma? — perguntou despretensiosamente.

Não custava tentar, certo?

Tendo riscado mais um item de sua lista, Atlas resolveu sair dali. Só que não inteiramente: ele se dirigiu até o velho Weekly, agora curioso para saber qual pokémon ele tinha e que era tão raro assim para valer dinheiro só para se registar na pokédex.

- Mudkip

Spoiler:

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contagem de itens e dados por evento:

A descoberta de um novo ataque de Mudkip por parte de Atlas o alegrou consideravelmente. Até porque, não se tratava de um move qualquer e sim de rock smash, um que lhe seria muito útil em seu trabalho.

— Isso! Acaba com ela assim! — ordenou outra vez, mais eufórico do que antes.

Sua conexão com seu pokémon ficava cada vez mais forte, como se ele mesmo pudesse entrar na batalha a qualquer instante. O que, quando pensava a respeito, parecia muito esquisito e injusto. De qualquer forma, logo após enfraquecer goldeen, Atlas tentou capturá-la usando uma pokébola.

- Mudkip

Spoiler:

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contagem de itens e dados por evento:

Aquela não era a primeira vez que Atlas via aquela condição de confusão em uma batalha pokémon, mas era a primeira vez que um pokémon seu a enfrentava. Ainda assim, Mudkip se provava ter sido o melhor inicial possível para ele ao superá-la e atacar duas vezes o peixe.

Galanis acenou positivamente com a cabeça para seu pokémon, cerrando o punho esquerdo pela adrenalina enquanto ainda segurava a vara de pescar.

— Mudkip, esse é seu ambiente! Ataca ela como achar melhor — disse, tentando incentivar o pokémon a realizar um move novo, já que estavam limitados à investida contra outro pokémon do tipo água.

Goldeen

Spoiler:

- Mudkip

Spoiler:

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contagem de itens e dados por evento:

Sem muito tempo para pensar, Atlas apenas pegou a pokébola de Mudkip que tinha consigo e o convocou para o mais novo campo de batalha. Por um momento pensou em chamar Pidgey, seu mais novo pokémon, mas imaginou que, com um cenário daquele, Mudkip se sairia melhor. Portanto, assim que este último caiu na água, deu as primeiras ordens:

— Mudkip, ataque com uma investida direta e outra logo em seguida! — gritou.

Enquanto isso, tentou não se atrapalhar muito enquanto pegava a pokédex para poder registrar o pokémon desconhecido. A vida de treinador pokémon não era tão simples quanto achava,

Link do sorteio dos detalhes do pokémon que apareceu: https://bulbarpg.forumeiros.com/t16327-sorteios-atlas-galanis#368243

Goldeen

Spoiler:

- Mudkip

Spoiler:

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Aquela havia sido sua primeira captura e Atlas não poderia se sentir mais satisfeito. O sentimento feliz, no entanto, não durou muito quando se lembrou do que seus pais costumavam falar sobre pokémon. Ele estava cada vez mais imerso naquela nova realidade e não conseguia se livrar inteiramente desse fantasma do passado. Até porque, estava perseguindo ele; tentando descobrir onde sua mãe estava, ou o que tinha acontecido a ela.

Pelo momento, então, tentou se concentrar apenas no sucesso e no fato de que agora tinha dois pokémon exaustos que precisavam de cuidados.

— Valeu, de coração. Eu tava perdidão com as paradas e… é, valeu. — Deu um sorriso sincero, antes de trocar contato com Daisy e confirmar que a manteria atualizada.

Com a pulga atrás da orelha, o homem resolveu olhar as anotações de Oak e entendeu o que ela queria dizer sobre o lago. “Pescar…” A ideia era muito diferente e só isso bastava para despertar seu interesse. Todavia, antes de tudo precisava recuperar Mudkip, Pidgey e chegar se o ovo pokémon que tinha consigo ainda estava “normal”. Portanto, seguiu para o Centro Pokémon antes de ir para o lago.

- Mudkip

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Era incrível como aquele pidgey simplesmente não deitava! Atlas sentia um misto de aflição pelo estado do bichinho e admiração por sua garra. O pássaro estava se provando um oponente feroz e, quando pensou muito sobre, se tocou de algo que ainda não tinha adicionado à sua equação mental: ele seria dele.

Atlas ainda não havia planejado exatamente como gostaria que sua equipe pokémon fosse. E, como não tinha pretensão de capturar vários pokémon, precisava ser um pouco mais seleto. Todavia, tinha certeza de que um pidgey não atenderia seus requisitos… até ver aquele ali.

Quando Daisy ordenou que jogasse a pokébola, Galanis rapidamente a pegou e expandiu, antes de a arremessar contra o pokémon. Até então, essa tinha sido uma de suas únicas atitudes na qual não havia pensado muito e apenas ido com o ritmo.

- Mudkip

Spoiler:

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Uma coisa Atlas não podia negar: aquele pidgey tinha garra e isso era algo que ele apreciava. Mudkip, por outro lado, não estava gostando nada daquilo. Talvez o pokémon de água fosse mais competitivo que o próprio dono, o que ainda era uma incógnita para este último que apenas se divertiu com o pensamento.

— Mudkip, mantenha a pressão com mais dois water guns! — ordenou.

A estratégia repetitiva era de fato cansativa, mas eficaz. Aquele era o ataque mais forte de Mudkip, portanto recorrer a ele tantas vezes era uma forma de melhorá-lo também (já que a prática leva à perfeição). Além disso, não tinha porque mexer no que estava dando certo… E como pidgey ainda estava resistindo e precisava dele de fato incapacitado para facilitar a captura, manteve a pressão.

Só esperava que o pokémon selvagem não resistisse muito para não o ferir mais.

- Mudkip

Spoiler:

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Era impossível uma pessoa existir naquele mundo sem nunca ter andado por uma rota antes. Entretanto, havia uma diferença entre estar apenas de passagem, com um destino em mente, e aproveitar a passagem. Aquela era, portanto, a primeira vez que ele andava por uma rota prestando atenção no que havia nela.

Os pokémon eram criaturas comuns em todos os ambientes, fossem eles selvagens ou não, o que não os tornava exatamente especiais no trajeto. Contudo, havia algo no qual, talvez em outro momento, Galanis não teria reparado: a flora.

Daisy Oak explicou a ele, durante o caminho, que havia muito mais o quê treinadores pokémon poderiam aproveitar de uma rota além dos pokémon em si. Berries eram uma dessas coisas. Embora muitas pessoas tivessem plantações em seus jardins e estufas, as frutinhas podiam ser encontradas em florestas e outros locais naturais. Instruído por ela, então, ele colheu algumas cheri berries.

Enquanto buscavam pelas frutinhas, a sobrinha do Professor também aproveitou para ensinar Atlas a usar o itemfinder. Também instruído por ela, ele ativou a máquina e tentou captar algum sinal na área em que estavam. Era muito parecido com as máquinas de detectar metal na praia, comuns em Slateport, só que com um raio de ação menor e mais preciso. Mudkip parecia impaciente, como se quisesse fazer qualquer outra coisa que não aquilo. Até que, finalmente, encontraram uma poção jogada atrás de um tronco aleatório. Muito provavelmente pertencia a alguém e apenas caiu sem ser notada.

A aula estava sendo interessante e já tinha lhe rendido berries e uma poção. Não obstante, a captura em si... foi diferente. Atlas não era exatamente a pessoa mais gentil do mundo, mas também não era fã daquele método de captura. Por que precisavam bater nos pokémon antes de os capturar, ao invés de apenas tentar conquistá-los de outra forma? Ele registrou pidgey em sua pokédex, antes de dar um passo à frente, pronto para assumir a ação.

Mudkip, que os tinha acompanhado andando desde o laboratório, parecia ansioso para começar outra batalha. Já o pidgey selvagem, por outro lado, mais parecia a fim apenas de encerrar aquilo. Só que não entrando na pokébola e sim surrando Mudkip e indo embora. E como Daisy e Zigzagoon também aguardavam por sua iniciativa, Atlas não teve escolha senão dançar conforme a música.

— Mudkip, use water gun nele para encharcar suas asas e atrapalhar seu voo!

- Mudkip

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Pela primeira vez em sua vida, Atlas havia sentido o gostinho da vitória. E este era indescritível. Sua mente tentava se sabotar, ponderando sobre o fato de que aquele era apenas um tipo de treinamento. Todavia, a animação não podia ser contida e era notada através de sua respiração pesada.

— Bom trabalho. Mandou muito — disse ao pokémon, antes de, como instruído por Daisy, o pegar no colo.

Mudkip, apesar de exausto e dolorido, não parecia incomodado com Galanis. Pelo contrário: a expressão de felicidade e satisfação em seu pequeno rosto assim que sua vitória havia sido decretada revelou sua simpatia para com seu treinador. Então no fim das contas, toda a insegurança de Atlas era... apenas isso: insegurança.

— Valeu. Foi uma batalha boa, eu acho. Se bem que foi um treinamento, né — comentou, tentando não soar muito orgulhoso.

A surpresa, no entanto, veio através do dinheiro que estava recebendo. Quando criança, assistia outras crianças batalharem e nenhuma delas tinha dinheiro para ficar pagando como prêmio para os vencedores. Contudo, se era mesmo tradição, não recusaria (e nem podia, pois estava ficando sem recursos e se ia começar sua jornada, precisaria de muita coisa).

— Por mim pode ser. Se não for tomar muito do seu tempo, ou sei lá...

Só esperava que capturar pokémon fosse mais fácil do que derrotá-los...

- Mudkip

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Zigzagoon simplesmente resistia a todos os ataques de Mudkip. Não só isso! A pokémon era mais rápida, o que sempre lhe garantia a iniciativa das rodadas, agindo com um ímpeto sem tamanho. Atlas engoliu em seco, ao ver que sua derrota seria inevitável se continuasse assim. Contudo, algo inesperado aconteceu: em meio à tensão da batalha, Mudkip olhou em sua direção, por cima do ombro, e se mostrou determinado a continuar. Eles mal se conheciam e, mesmo assim, o pokémon parecia não disposto a perder. Pelo contrário, era como se esperasse por outro posicionamento de seu treinador, confiante em sua decisão.

Esse boost na moral de Atlas fez com que ele se recompusesse, não deixando as adversidades atrapalharem seu raciocínio. Não sabia ao certo que fruta tinha sido aquela que Zigzagoon havia ingerido, mas percebeu que, entre suas duas ações ofensivas, water gun era a que mais surtia efeito na criatura. Assim, decidiu repetir os mesmos movimentos na esperança de fazê-lo sucumbir antes de outra rodada se iniciar, pois talvez Mudkip não a aguentasse.

— Mudkip, falta muito pouco, tenho certeza! Tenta se defender da investida e aproveita a proximidade pra não deixar ela respirar, usando mais dois water gun!

- Mudkip

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As coisas não pareciam tão boas assim para Mudkip, Atlas logo constatou. Zigzagoon não parecia ter lhe infligido muito dano, mas estava claramente mexendo com seu humor. Mesmo nunca antes tendo batalhado, o homem já tinha visto outros pokémon usando desse artifício para ganhar duelos antes. O que precisava fazer, nesse caso? O óbvio: compartilhar de sua ciência com seu pokémon.

— Não cai na provocação, elas só querem te atrapalhar! — exclamou, fechando o punho esquerdo.

Galanis nem percebia, mas a cada segundo que passava, mais e mais imergia naquela ação. Não por menos tinha arregalado os olhos quando Mudkip havia sido atingido, quase não conseguindo se conter no mesmo lugar em que estava.

Apesar de apreensivo, Atlas não tinha muito tempo para pensar. Como de praxe em uma batalha pokémon, suas decisões precisavam ser urgentes e coerentes, ou seria atropelado por sua oponente. Assim sendo, logo gritou:

— Mudkip, espera ela se aproximar e salta pra direita, depois bombardeia ela com dois water guns!  

- Mudkip

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Não houve comentário algum por parte de Atlas durante a caminhada. Na verdade, tudo no que ele conseguia pensar era em como faria para vencer aquela batalha. Tinha assistido tantos duelos quando mais novo, porém já não sabia ao certo se lembrava qual era a melhor maneira de se portar. Não queria passar vergonha, ainda que fosse um treinamento. E aí, conforme enfim chegou ao local do confronto, entendeu que não seria tão “treinamento” assim.

— Nunca entrei em um ginásio — admitiu, ao passo que se posicionou em seu devido lugar.

Na verdade, nunca nem tinha visto a construção de um ginásio pessoalmente. Slateport, sua cidade natal, era conhecida pelo comércio, porto e contests. E fora dela, todas as cidades que havia visitado não possuíam ginásios. Uma tentativa desesperada de seus pais de não instigar ainda mais sua vontade de se tornar um treinador pokémon. Portanto, tudo aquilo era novo para ele. Exceto pelo Zigzagoon.

Por ser originário de Hoenn, Galanis estava bem familiarizado com a criaturinha. Em fato, até achou uma grande coincidência que sua primeira batalha fosse contra ela. Ainda assim, fez conforme instruído por Daisy e utilizou a pokédex para registrar Zigzagoon nela, confirmando sua tipagem e outras curiosidades.

Era sua vez, então, de chamar seu pokémon.

Tudo o que Atlas precisava era de uma desculpa para o fazer. Assim, não poderia ser julgado, visto ser uma necessidade. Dessa forma, sem enrolação, apertou o botão da pokébola, antes minúscula em sua mão, para aumentar seu tamanho antes de a lançar contra a arena, revelando seu ace: Mudkip.

— Mudkip-mu! — o pokémon grunhiu, esticando as patinhas enquanto olhava os arredores.

Ficou claro que Mudkip identificou onde estava, afinal, vivia naquela propriedade antes de ser ofertado a Atlas. No entanto, pareceu surpreso quando percebeu o que estava acontecendo.

Um silêncio constrangedor tomou conta do momento, no que o homem não soube ao certo o que fazer. Deveria falar algo? Ordenar o ataque de cara? Foi aí que encarou Daisy e, ao perceber a expressão em seu rosto, entendeu.

— Isso é um treinamento, mas é pra gente vencer, valeu? — disse ao companheiro, tentando soar mais confiante do que de fato estava.

O pokémonzinho acenou positivamente com a cabeça, antes de pular sem sair do lugar e se virar na direção de sua oponente.

— Mudkip, use water gun nela e depois corra em zigue-zague contra ela pra acertar tackle — ordenou, levantando a voz mais que o planejado.

- Mudkip

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Andar parecia diferente. Seus passos não fluiam de maneira natural… de maneira normal. Atlas já tinha ouvido falar da sensação de pisar em novas terras, de visitar outros continentes, mas nunca imaginou que seria tão literal assim. Vai ver porque não era. Tudo havia mudado desde o Cataclisma. Talvez a gravidade tivesse sido alterada também. Não, muito provavelmente ele só estava sofrendo ainda da febre e mal estar.

Desde que havia chegado a Pallet Town, Galanis mal conseguia se levantar da cama sem a tontura o pegasse para valer. Ele não conseguia lembrar como havia chegado ali, mas sabia o que estava fazendo antes: tentando descobrir o paradeiro de sua mãe. No entanto, incapacitado que só, não podia fazer nada a não ser esperar o que quer que o tinha afligido passar. E foi isso o que fez, até que, ao melhorar um pouco, resolveu sair do hospital e perguntar pela cidade por informações. Foi em uma dessas que o sugeriram falar com o Professor Oak, no que finalmente se dirigiu ao laboratório deste.

Atlas sabia o que lhe aguardava, mas ainda estava relutante. No mundo em que vivia, jamais conseguiria chegar a lugar algum sem a ajuda dos pokémon. Contudo, se não aceitasse o inevitável destino de treinador, não poderia acessar locais aos quais meros civis não alcançavam. E havia também o senso de justiça para consigo mesmo, que tentava resgatar seu sonho de infância de se tornar um mestre pokémon. De que mal faria ter ajuda para alcançar seu objetivo, afinal?

— E você seria? — Oak perguntou, na entrada da propriedade, enquanto carregava compras de mercado.

— Atlas. Atlas Galanis, senhor — respondeu, ofegante por conta da caminhada.

— Aspirante a treinador, hm? Me acompanhe, por favor — disse, no que se pôs a caminhar.

O trajeto até o prédio principal só não foi mais torturante, porque havia inúmeros pokémon por todos os lados. Desde voadores a terrestres. Atlas nunca antes tinha visto tanto daquelas criaturas reunidas em um único lugar. Era como um santuário na terra para alguém que, durante toda a sua vida, fora proibido de interagir com aquele “lado” do mundo. Assim, quando enfim alcançou o laboratório, ainda estava em êxtase.

— Tem dúvidas do que precisa fazer, ou é mais um desses sabichões que nem me deixam explicar como uma pokédex funciona? — o professor indagou, em um tom indecifrável.

O jovem adulto permaneceu em silêncio, o que fez com que Oak se voltasse para ele, confuso?

— Na verdade… eu vim aqui por um outro motivo, também. — Sem rodeios, Atlas pegou a foto que tinha em seu bolso e a mostrou para o homem.

A fotografia havia sido tirada por seu pai e, nela, sua mãe posava com um guarda-chuva em uma rota com o Monte Coronet ao fundo. Aquela era a única pista da origem dela, que, depois de muito investigar antes do Cataclisma, estava claro que não era de Hoenn. Talvez um estudioso como Oak poderia saber mais sobre Sinnoh, ou o que quer que tenha acontecido à região.

— Receio não entender o que gostaria de saber, meu jovem — o velho respondeu, coçando o queixo.

— É a minha mãe. A gente morava em Hoenn, antes de tudo, mas ela não era de lá. Eu acho que ela nasceu em Sinnoh e… sei lá. Esquece, não faz sentido isso.

Oak ficou em silêncio ao ver a decepção no rosto do rapaz e, então, se pronunciou.

— Ainda é impossível determinar o que aconteceu com o mundo. Não posso mentir pra você ou te dar uma falsa esperança de que encontrará as respostas que tanto procura com facilidade. Acho que, mais do que nunca, você tem um desafio em suas mãos, Atlas Galanis.

O professor pegou uma maleta que estava em cima de uma das mesas do laboratório.

— Mas acho que posso te ajudar de outra forma. Com ou sem mudanças territoriais, esse ainda é um mundo pokémon e, como tal, só existe uma maneira de explorá-lo. É meu dever instruir e iniciar treinadores pokémon, mas não cabe a mim decidir seu destino.

Galanis engoliu em seco enquanto encarava a maleta. Ele sabia bem do que Oak falava, ainda que não quisesse admitir. Aquela era uma chance única: qualquer que fosse a resposta para seu caminho ter parado naquela cidade, o destino agora lhe apresentava uma possibilidade de facilitar seu caminho e, quem sabe, lhe fornecer a possibilidade de formar novos laços. E se quisesse descobrir alguma coisa naquele mundo, precisaria de contatos.

— Nunca tive um pokémon antes — afirmou, sem desviar o olhar, como uma criança tentando resistir a um doce.

— Ter a amizade e companheirismo de um pokémon vai muito além de tomar conta de uma criaturinha: é sobre responsabilidade e dedicação. Acha que é capaz disso, Atlas?

O indivíduo, mais determinado do que segundos antes, levantou o olhar e acenou positivamente para o professor.

— Então escolha seu pokémon inicial e permita que este lhe ajuda em seu objetivo.

Sem pensar muito, Atlas pegou a pokébola do meio e sentiu o peso do item pela primeira vez em sua mão direita. Não era tão pesado quanto imaginou que seria, nem tão gelado. Parecia certo, de alguma forma. E aí, instigado por Oak, Galanis liberou o pokémon armazenado na pokébola, apenas para descobrir que se tratava de um mudkip.

— Peguei essa maleta por saber de sua história. Acho que vocês vão se dar bem — o velho comentou, com um sorriso presunçoso estampado no rosto.

Mudkip, meio acanhado, encarou o homem à sua frente, antes de se aproximar dele. Este último, por sua vez, ainda mais acanhado que a pequena criatura, relutou antes de enfim encostar a palma da mão esquerda em sua cabeça. Um carinho esquisito e breve foi feito, antes de Atlas sorrir e mudkip, já entendiado, resolver pular em seu colo.

— Muito bem! É isso aí! Agora, sua pokédex, toma. — Entregou o item ao rapaz, antes de explicar como ele funcionava.

Sua jornada estava finalmente começando.

Sorteio do pokémon inicial

Nome: Mudkip #258

Lvl: 5
Sexo: masculino
Habilidade: torrent