✄ Cidade de Pallet - 15:00 (Dia)
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Ciente de que estava tudo pronto para partir, Albedo respira fundo e encara a longa rua principal de Pallet. Aquele pequeno trecho não era nada comparado à jornada em que estava prestes a começar, mas antes que pudesse dar algum passo inicial, ainda tinha uma coisa que queria fazer por ali. Já fazia um bom tempo desde a última vez que esteve na cidade, não iria fazer mal algum em dar uma volta nela. O garoto se afasta da fachada do laboratório e segue em direção ao parque que tinha no final da rua. No caminho ele verifica a Pokéball de Turtwig, conferindo se o monstrinho estava confortável ali dentro. Embora não gostasse muito da ideia de já ter recolhido seu inicial, não havia muito o que se fazer, o monstrinho era pesado demais para se carregar e era muito lento para acompanhar uma caminhada normal, só restava então o guardar, pelo menos até a próxima parada. Por outro lado, Pidove voava acima do rapaz, dando voltas sempre que percebia que estava muito à frente. No fundo, o pesquisador se sentia mal por ter que levar o voador consigo, mas não tinha coragem de abandonar o pequeno em algum lugar, ele tinha que dar um jeito de achar a Pokeball do Pokémon para então o oficializar no time.

Enquanto Albedo divagava entre ideias de criar itens para localizar Pokéball ou até mesmo na possibilidade de criar uma Pokéball que conseguisse pegar monstrinhos que já tivessem dono, o pombo desce do céu e pousa nos galhos de uma árvore. A ave cinza começa a bicar algumas frutinhas e mesmo que o garoto estivesse desligado da realidade, ele no automático colhe algumas berrys entregando algumas para o Pokémon. Um rápido vulto passa pelos dois levando algumas frutas com ele. Pidove acaba sendo jogado para trás caindo do galho, enquanto o garoto retorna para a realidade com a rajada de ar na cara. O pesquisador balança a cabeça e então se abaixa para ajudar a ave caída, fazendo uma rápida checagem para ver se ela não tinha se machucado. O voador sacode todo o seu corpo e então olha furioso para a direção que o vulto seguiu. Não era difícil deduzir para onde o ser foi, pelo caminho havia uma trilha de frutinhas caídas sinalizando o trajeto. Com um salto, o jovem se levanta e embora fosse deixar a situação para trás, afinal, havia muitas outras berrys na árvore, ele acaba seguindo Pidove.

Colheu duas Oran Berry (Herbalista)

Felizmente os rastros não foram muito longe e pararam em uma das laterais do parque de Pallet. Normalmente o local é protegido por normas rígidas, mas como as grades começavam um pouco depois então não seria um problema entrar naquela zona em específica, mesmo que as árvores fossem muito semelhantes às que estavam dentro do local. Adentrando na vegetação, Pidove começa a vasculhar o lugar passando por todos os lugares de forma rápida, cobrindo o máximo de espaço que podia em pouco tempo, enquanto isso, o pesquisador segue o que sobrou das frutinhas até uma moita aos pés de uma árvore. No meio das folhas, Albedo consegue reparar na silhueta de um pássaro e pelo formato das penas em sua cabeça, já conseguia dizer que se tratava de um Pidgey. O pássaro termina de devorar a última berry que tinha consigo e então salta para fora do mato. O pequenino leva um susto ao dar de cara com o rapaz e rapidamente retorna para a estrutura de folhas. Como o monstrinho não era uma ameaça, devido a sua natureza pacífica, o garoto nem se preocupa em chamar um de seus companheiros, ele apenas senta no chão e coloca uma frutinha na frente do arbusto. Alguma coisa naquele Pokémon havia lhe chamado a atenção, nos poucos segundos que o viu, pode perceber que tinha alguma coisa diferente no pequeno. Não demora muito para o voador voltar a surgir e o pesquisador enfim consegue enxergar do que se tratava. O monstrinho tinha uma coloração diferenciada, seu marrom era um pouco mais escuro e a parte amarelada estava em tons rosados. Era difícil dizer exatamente qual o motivo para tal mudança, mas só de ter achado o Pokémon já animava o pesquisador. Mantendo seus olhos colados na ave, ele pega seu caderno de anotações e começa a escrever a nova descoberta. Com exceção das cores, não havia mais nada de diferente no Pidgey, tanto o comportamento quanto a movimentação pareciam perfeitamente normais. Sem fazer movimentos bruscos, o garoto olha em volta tentando achar alguma pista, mas não parecia ter nada além de plantas por ali. De repente, ele sente seu caderno ficar mais pesado e no momento que retorna sua atenção para o pássaro, ele o encontra pousado nas folhas do livrinho olhando para as palavras. A cena faz o rapaz rir e imediatamente acaba alertando Pidove o fazendo retornar. O pombo ao ver o pequeno pássaro marrom já ameaça avançar, mas é interrompido por Albedo.
— Vamos, não seja agressivo, ele nem tocou em você e outra, tem comida o suficiente para vocês! — A voz firme e o fato do jovem ter levantado segurando o Pidgey, foi o suficiente para o pássaro cinza desistir da ideia.

Respirando fundo, o pesquisador coloca com cuidado o voador rosado em um galho de árvores e se afasta pensativo. Embora quisesse estudar aquele pequenino, era necessário ter alguns equipamentos e a maioria deles só poderiam ser achados em um laboratório. Retornar a Oak era uma opção, mas não seria a mesma coisa que ter seu próprio cantinho de novo. Abrindo as últimas folhas do caderno, Albedo anota algumas palavras e então arranca a folha.
— Aqui, missão importante! — Ele ergue a folha para o pombo e imediatamente o Pokémon retorna ao seu humor cotidiano. — Entregue isso a uma Oficial Jenny e a traga até mim, por favor! — O voador pega o bilhete com o bico e rapidamente sobe aos céus, sumindo por entre as folhas das árvores.
Com a saída do seu companheiro, o jovem caminha para fora da mata indo até a calçada, seria mais fácil eles o localizarem lá do que no meio das árvores. Antes de conseguir deixar toda a vegetação para trás, o pesquisador sente algo pousando em sua cabeça e ao colocar a mão ele sente algo se esfregando em seus dedos. Da forma mais delicada que conseguia, ele retira o Pidgey rosa da cabeça e o segura com as duas mãos. A ave o olha curiosa e se aninha na palma do garoto. Albedo deixa escapar um sorriso enquanto via o monstrinho ajeitar as penas. Mesmo que estivesse envolvido por algum mistério, a criaturinha ainda era simples e isso fascinava o pesquisador, Ele precisava de um laboratório com urgência e sabia exatamente quem poderia lhe ajudar, ele só precisava ir até a pessoa, mesmo que isso significasse viajar mais uma vez. Se a cada esquina que virasse ele fosse achar alguma coisa que o despertasse a curiosidade, então teria que achar um jeito de seguir a jornada e estudar ao mesmo tempo.