Após concluir alguns bons feitos em Solaceon, Amorina resolveu dar mais uma olhada numa zona mais inicial da rota que deveria seguir para chegar em Santalune, onde aconteceria sua primeira apresentação oficial de Contest. Tal qual a rota 01, a rota 02 era basicamente uma floresta com caminho que cortava, porém ao invés de levar diretamente à uma cidade, ela se conectava com outra floresta, mais densa.

Sem querer chegar muito longe, a magnata começou a utilizar o Itemfinder ali na entrada mesmo, já captando um sinal. Enquanto caminhava lentamente para caçar o item, ela foi se enfiando por entre algumas árvores, ficando atenta ao seu redor. Quando finalmente localizou o item, que era uma pokébola simples, ela acelerou e pegou o item, enfiando imediatamente na bolsa. Enquanto estava naquela clareira, ela ouviu um som de galhos mexendo.

Passimian e Budew começavam a caçar, olhando para o alto, enquanto Snom ficou bem focada num ponto específico. O som de asas batendo surgia então onde a inseto estava encarando, surgindo uma revoada de Pidgey irritados. Amorina então notava, pelos diversos ninhos desfeitos no chão, que provavelmente entrou numa zona proibida. Para piorar, cinco Pidgey pareciam estar dispostos a combater a adolescente.

vs

- Snom, conto com você! - disse a menina, colocando a inseto no chão e lhe entregando uma Oran Berry. - Powder Snow!

Infelizmente, a inseto era a mais lenta de toda aquela revoada. Os dois primeiros Pidgey começaram batendo asas, criando um pulso de ar que empurrava a adversária e causava bons danos, embora a habilidade da inseto auxilie na redução. Os últimos trios também batiam asas, porém faziam chover estrelas douradas. Snom estava bem ferida, então consumiu a própria fruta para se recuperar em partes, voltando irritada para soltar um vento gélido, que criava uma fina camada e explodia no rosto de cada pássaro, deixando-os bem feridos.

- Aguenta firme pequenina, estamos quase lá. Mais um Powder Snow, por favor!

O golpe quase fatal da gélida fazia com que os pássaros se reagrupassem. Os dois primeiros se mantiveram liberando o pulso de vento, que lançavam a adversária para trás. O terceiro então criou a chuva de estrelas cadentes, como antes, mas o quarto lançava um pulso de vento para levantar poeira, que limitava a visão de Snom. O quinto e último também criou a chuva de estrelas cadentes. Snom, suspirando, batia as presas com raiva antes de liberar a ventania gélida que esgotava o restante das energias dos pássaros.

Batalha:

- Isso foi inesperado. Me desculpe pequena - comentou Amorina, recebendo a inseto no colo e fazendo carinho com cuidado. - Acho que nossa estadia na Rota 02 já está comprometida. Vamos, acho que Solaceon ainda é um bom local
- Decisão sábia. Talvez os cosmos possam exigir sua presença em algum lugar - comentou Litten, olhando fixo para os céus. - Acho que a luta final está se aproximando. Estarmos juntos é a solução para ficarmos seguros.

Amorina ouviu as palavras com sensações mistas, porém apenas apertou o passo para retornar a Solaceon o mais rápido possível. No caminho, ela se questionava do que seu familiar estava se referindo.

Após receber alguns presentes no Centro Pokémon, em comemoração pelo fim do Halloween, Amorina sentia o efeito do começo do Verão: a temperatura crescia exponencialmente e as ruas voltavam a lotar de vida. Aquele parecia ser um momento próspero para voltar a caminhar pelas Rotas. Assim, ela realizou algumas trocas no time e seguiu em frente.

Uma das trocas foi a entrada de Mudbray no time, um burrinho de Alola e muito útil. Amorina conseguiu amarrar algumas bolsas equilibradas nas costas dele, o que eram relativamente leves considerando que aquela espécie era capaz de carregar cinquenta vezes o próprio peso. Além disso, Budew ficava montada nas costas dele também, parecendo ter criado uma conexão de seu lado gramíneo com o terrestre da criatura.

Chegando na rota, ela também liberava Pumpkaboo e Popplio. A foca então usou Aqua Jet por cima dos aliados, criando uma chuvinha rápida para aliviar o calor. Pumpkaboo, por outro lado, não parecia nada feliz com aquela estação, ficando sempre pulando de sombra em sombra da floresta para evitar o sol. Amorina não sabe dizer ao certo quando foi que a abóbora fantasma simplesmente desapareceu de vista, mas não ficava preocupada, já que fantasmas podiam atravessar determinados sólidos.

Após caminhar por horas e ver o sol se pôr, a magnata mudou de opinião por Pumpkaboo simplesmente não dar sinal nenhum, então ela começou a caçar de árvore em árvore algum rastro da fantasma. Numa dessas, ela pisava numa coisa rígida, que a empurrou de volta, fazendo-a desequilibrar levemente. Quando se recompôs, viu que havia um inseto irritado, bem embaixo da árvore. A Pokédex o denunciou:

Nincada, o Pokémon aprendiz. Nincada vive no subsolo. Ele usa suas garras afiadas para esculpir as raízes das árvores e absorver a umidade e nutrientes. Este Pokémon não pode suportar luz solar por isso prefere evita-la.

- Tenho a impressão que um pedido de desculpas não será suficiente pra ele - disse a menina, vendo a criatura bater raivosa no chão com as pinças. - Snom, conto com você!

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- Vamos abrir o show com um bom sopro gélido. Powder Snow!

Nincada parecia mais infeliz por ter que enfrentar outro inseto, mas não durava muito, pois saltou e desferiu alguns arranhões no corpo de Snom com as garras dianteiras. Em resposta, a larva assoprou um vento frio, que criou uma camada em seu alvo, depois explodiu, causando um super efetivo quase fatal. Ofegante, Nincada ainda persistiu.

- Finalize com mais um Powder Snow, por favor!

Desesperado, Nincada avançou, mas sem a mesma disposição de antes, batendo com dificuldade as garras no casco de gelo de Snom, que revidou impiedosamente com mais uma ventania gélida, que empurrou o inseto para trás e o deixou desmaiado, de cabeça pra baixo.

Batalha:

- Ele é uma espécime bem interessante não acha? - questionou para todos os Pokémon que só assistiram o combate. - Acho que valerá a pena conhecê-lo um pouco melhor. Pokébola, conto com você!

Surpreendentemente, Nincada resistia à captura, porém na segunda tentativa era bem sucedida. Finalmente, com todo o caos acabado, uma luz laranja surgia na escuridão da floresta, onde Pumpkaboo soltava um sorriso orgulhoso enquanto carregava um Super Potion que entregou para a dona, fruto de sua habilidade Pickup. Amorina agradeceu o presente, depois reuniu todos para montar a Camping Gear e se prepararem para dormir pro próximo dia.

Amorina acordou bem disposta no dia seguinte, porém mal podia se mover pois todos os Pokémon estavam reunidos ao lado dela, exceto Mudbray que dormia na frente da entrada da barraca. Pumpkaboo, que era super size, ocupou boa parte sozinho. Decidida a acordar um por um, calmamente, ela começou a fazer pequenas cócegas. Ela começou por Snom, que balançou um pouco e depois começou a andar para fora. Popplio acordou em seguida, tentando bater palma, mas foi impedida pela dona. Budew ria baixinho, depois correu para subir mais uma vez em Mubdray, acordando-o também. Por fim, ela fez cócegas em Pumpkaboo e Passimian, ao mesmo tempo, vendo a abóbora soltar uma risada assustadora que fez o primata correr pra fora chorando.

Depois de acalmar todos e desarmar a barraca, ela mais uma vez equilibrou os itens nas costas de Mudbray e seguiu em frente, recolhendo Pumpkbaoo pelo sol e Popplio devido ao calor. Enquanto passeava no sol radiante da manhã, ela via várias sombras no chão, demonstrando o movimento migratório de algumas aves graças ao verão. Porém, ela também sabia que aquelas rotas eram perigosas, já que por vezes os voadores davam rasantes.

Infelizmente, a adolescente não tinha muita sorte de sair do caminho, pois ouviu o som de algo caindo e quando se virou, viu um pássaro no chão. Ele era bem pequeno, parecia ter trombado em Mudbray, que mal se abalou. Depois de se recuperar, ele ficou piando irritado, mas depois se encolheu quando viu que estava sendo encarado por várias criaturas. Ele abriu asas e se preparou para fugir, mas voltou no meio do caminho, pousando no chão e parecendo exausto.

- Pobrezinho, deve ter passado horas voando. Deixe-me ajudar você - disse Amorina, revirando a bolsa para colocar um pote no chão, lotando de água de uma garrafa e colocando ração Pokémon no chão.

O Pokémon ficou desconfiado, porém num só pulo, se enfiou no pote de água, batendo asa para se refrescar depois de bebê-la. Ele também bicou algumas rações, engolindo num só movimento. Depois ele começou a pular de um lado pro outro, com os olhos vermelhos travados na menina.

- Alguém se importa em traduzir? - questionou a adolescente, que viu Passimian simular socos no ar. - Brigar? Mas eu não quero brigar - Passimian então apontou para os céus, onde Amorina notou que a revoada já havia desaparecido. - Hmm... então ele perdeu o bando. Mas a culpa é sua de ser guloso

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A magnata cruzou o braço e torceu o rosto, o que a fez ficar incapaz de ver que o passarinho avançou com o bico crescido na direção dela. Snom, que estava no ombro da dona então se atirou para frente, levando o golpe e sendo jogada contra a dona. Quando caiu, Snom assoprou o vento gélido de seu Powder Snow, que congelou a parte da frente do adversário, depois explodiu causando um superefetivo. A criatura já ficava bem ferida após o primeiro golpe.

- Isso não foi uma coisa legal de se fazer! Snom pegue-o com mais um Powder Snow! - repreendeu a adolescente.

A ave não parecia se importar com a opinião da menina, pois voltou a voar e mais uma vez cresceu o bico, desferindo golpes no casco de Snom, que resistia, mas ficava bem ferida. No fim, a ventania gélida da inseto tomava o campo, refrescando seu adversário antes de fazê-lo desmaiar.

Batalha:

- Que pequeno estressadinho - disse a magnata, utilizando a Pokédex para descobrir de quem se tratava.

Rookidee, o Pokémon passarinho. Desafia qualquer oponente, não se importante da força do adversário. Este Pokémon torna-se mais forte a cada batalha, mesmo que saia derrotado.

- Então a natureza dele é ser imprudente. Mas ele até que é fofo. Vamos ver até onde podemos chegar com ele nos palcos

Amorina então retirou uma pokébola e lançou contra a criatura, sugando-o. Na primeira tentativa, ele resistiu. Surpreendentemente, na segunda também. Mas, a terceira selava a "sorte" da adolescente. Agora sem nenhum item para capturas, ela tomava rumo mais uma vez para Solaceon, pois era certo que andar sem pokébolas era um perigo de perder espécies raras de Pokémon.

Amorina retornou para o Centro de Solaceon e enfim recuperou todos os Pokémon. Por sorte, a enfermeira Joy havia notado o sumiço da menina e manteve todos eles ocupados. Porém, Snom e Popplio, mais atentas, notaram que havia uma nova criatura perseguindo sua dona: um sol que brilhava radiante, com uma feição surpresa no rosto. Além disso, aquele Pokémon exótico começou a atrair olhos dos treinadores, então a magnata correu para sumir entre as árvores, voltando para a Rota 02.

A coordenadora ainda não sabia quanto tempo teria que ficar indo e voltando para a cidade, pois se sentia muito insegura de avançar com um time enfraquecido, mas no fim, aquilo estava se pagando. Ela conheceu espécies verdadeiramente fascinantes durante aquele tempo, então valeria super a pena continuar esse trajeto. Após mergulhar alguns metros na rota, ela começava a achar que devia fazer algo para que Solrock visse que ela era digna de confiança, visto que o Litten ex-magical havia invocado ele para testar a menina.

- Muito bem pessoal, vamos ficar aqui por um tempo. Quero que vocês fiquem bem a vontade para fazerem o que quiser enquanto auxilio Popplio a dominar sua canção - comentou, vendo a foca bater palma de felicidade.

Antes de começar, Amorina retirou todo o peso de algumas bagagens das costas de Mubdray e remontou o Camping Gear, onde Passimian adentrou com Snom e lá ficaram brincando de empurrar fruta um pro outro. O cavalinho preferiu pastar a grama alta em volta. Pumpkaboo mergulhou na sombra de uma árvore e mais uma vez desapareceu. Litten, tal qual a criatura solar, apenas perseguiam a coordenadora pra cima e pra baixo.

O olhar julgador das duas criaturas era um tanto incômodo, mas Popplio parecia disposta a ajudar sua dona em se focar. Começando a cantar, a foca demonstrava que havia melhorado e muito em suas performances, pois sua voz era bem afinada e estável. De início, a inicial refazia seu combo, Disarming Growl, fazendo uma distorção rosada com notas musicais voarem ao seu redor. Mudando levemente o tom e diminuindo a voz, Popplio começou a cantarolar uma música de ninar, fazendo nascer agora notas musicais multicoloridas.

Tudo dançava ao redor do Pokémon, ecoando em partes por toda a floresta, porém se desfazia com certa facilidade, sem deixar nenhum efeito extra. Aquela era uma finalização que preocupava a coordenadora, pois a foca não conseguia manter os movimentos combinados até o ato final. Mas, daquela vez, não era somente uma dificuldade de Popplio, mas algo realmente tinha atraído sua atenção: seguindo o olhar dela, Amorina viu que havia uma marca estranha numa árvore. Era como se alguém tivesse marcado o tronco com ferro em brasa, criando o formato de uma teia de aranha.

- Isso devia ser uma marca de perigo? - se questionou, olhando ao redor com preocupação.

Litten e a criatura começaram a andar numa direção, guiando a adolescente pelo meio do mato. Pouco a pouco, ela viu que diversas árvores estavam com a exata mesma marca. Todo o caminho a levou de volta para onde o acampamento tinha sido feito. Amorina se surpreendeu quando viu uma lagarta atirar fios de seda em chamas numa árvore, fazendo com que o fogo ficasse contido e deixasse a dita marca que ela viu por tanto tempo. Mudbray, que estava a alguns metros de distância, não tinha notado a presença.

A magnata teve uma parada cardíaca quando o inseto então se preparou para cuspir o fio flamejante na direção da barraca, gritando "não!" com o único fôlego que tinha. Mudbray então reagiu rápido, batendo as patas traseiras no chão e lançando uma quantidade de barro que aparou o movimento e apagou. Larvesta então se revelou para o burrinho, soltando chamas pelas pontas do corpo.

vs

- Obrigada Mudbray - disse ao se aproximar do quadrúpede, que relinchou de alegria. - Acha que consegue enfrentar essa? Então vamos lá! Use Bulldoze!

Mais de perto, Amorina não deixou de reparar que aquela criatura tinha uma pelagem corporal bonita, mesmo sendo selvagem. Além disso, como ela tinha vantagem de ser mais rápida, começou cobrindo o corpo de chamas reluzentes e avançou numa investida contra seu alvo. Ela parecia também ter ficado mais ágil depois daquele movimento. Porém, o Pokémon da coordenadora também não quis ficar atrás, ganhando uma aura amarelada, ele golpeou o chão com a pata dianteira e criou uma onda sísmica que acertou seu alvo em cheio.

- Acho que esse Pokémon também tem um quê para as competições. Vamos trazê-la para nosso lado! Mais um Bulldoze, força total! - animou a menina.

Sem dúvidas, aquela criatura quis deixar sua marca naquela área, mas acima de tudo tinha muito estilo em seus movimentos. Aquela era uma Pokémon artística e, possivelmente, faria um bom par com Snom. Voltando a realidade, a inseto adversária disparava um raio verde reluzente, que conectava ela ao quadrúpede, depois sugou parte de sua energia enquanto se recuperava. Mudbray saltou para quebrar o vínculo, golpeando o chão mais uma vez, criando a onda de energia amarelada que deixava a adversária ofegante.

- Bom trabalho, pequeno! Salte alto, vamos finalizar isso com um abalo único! - comandou.

Larvesta mais uma vez cuspiu um fio esverdeado, sugando energia de Mudbray para se recuperar, mas bem pouco, pois ela ainda continuava ferida. Por fim, o burrinho atendia o pedido de sua dona, ganhando a aura amarelada por todo o corpo e realmente saltando no ar, batendo com toda a força no chão com as patas dianteiras. O abalo sísmico subia de uma vez só, fazendo uma poeira amarela e pigmentada se levantar. Quando ela cessou, o inseto estava desmaiado.

Batalha:

- Mudbray! Isso foi incrível, meus parabéns - comentou, abraçando e massageando a pelagem.

Amorina então olhou ao seu redor, vendo que o "tapa" do cavalo no chão criou um círculo perfeito ao seu redor. Além disso, a poeira pigmentada lhe dava algumas ideais de como implementar o cavalo em suas apresentações. Porém, voltando seu foco para a inseto desmaiada, ela enfim fazia o registro do Pokémon com sua Pokédex.

Larvesta, o Pokémon tocha. Dizem que eles nasceram do Sol. Eles disparam chamas de seus chifres e se guardam em casulos de fogo quando estão preparados para evoluir.

Snom então se aproximava diante de toda aquela comoção, encarando com curiosidade Larvesta. A magnata então lançou a pokébola, capturando com sucesso aquela espécie. A maioria dos Pokémon comemoravam, o que contagiou a dona para dar alguns pulinhos também. Ela parou quando a criatura solar se aproximou, olhando para ela com a mesma expressão de surpresa de antes. Ambos se encaravam por longos segundos, até o Pokémon começar a girar em torno do próprio eixo, fazendo chamas saírem de suas pontas e dançarem à sua volta. Litten então carregou a Premier Ball até a mão da dona, entregando o item enquanto olhava orgulhoso para ela.

- Hoje é um dia que estou sendo abençoada pelo Sol e pelos Pokémon de fogo eu presumo. Obrigada por me escolher. Não vai se arrepender - finalizou, depois tocou o item na cabeça da criatura e a viu ser sugada. Quando a captura amigável se confirmou, a Pokédex denunciou:

Pure Solrock, o Pokémon meteorito. Energia solar é a fonte de seu poder, por isso são mais fortes na luz do dia. Quando eles giram, seus corpos brilham. Em sua forma Pure, eles são abastecidos puramente de energia psíquica.

Com pequenas grandes conquistas, a adolescente retornou para o acampamento e começou a preparar o almoço, deixando que o destino a reservasse o que viria a seguir.

Após um merecido prato de almoço enlatado e ração para os Pokémon, Amorina decidiu que voltaria mais uma vez para o Centro Pokémon. Aparentemente, Snom estava bem interessada em passar um tempo com Larvesta, pois ficou a todo o momento revirando a bolsa da menina para tentar alcançar a Pokébola dela. Talvez houvesse algum amor, competição ou qualquer outro sentimento entre elas, mas isso ficaria para outro momento.

Atendendo a quase exigência de sua inseto, ela desmontou a barraca e reuniu algumas bagagens em Mudbray. Tomando mais uma vez o rumo de Solaceon, ela acabou por ver um outro cavalinho passeando por aquela área. Checando os registros da área, ela descobria que Mudbray de fato não era um nativo daquela área. Além disso, ela sabia que Solaceon possuía um cercado onde aquela espécie era tratada, mesmo que a maioria fosse selvagem.

- Ei! Pequeno! Você está perdido? Eu te levo de volta - disse a menina, indicando o caminho para o cavalo.

O Mudbray selvagem relinchou irritado para a menina, depois virou de costa e começou a ameaçar dar coices nela. Chocada, ela ficou assistindo os movimentos enquanto afastava lentamente seus Pokémon. Snom, por outro lado, já não queria ter que fazer o caminho mais longo para chegar na cidade com o Centro Pokémon, por isso saltou do ombro da dona e avançou para o combate.

vs

Quando a inseto tocou o chão, Mudbray levantou as patas dianteiras e bateu com firmeza no chão, criando uma onda sísmica que explodiu no corpo da adversária, causando algum dano. Em resposta, Snom liberou o vento gélido reluzente, que explodiu num superefetivo no burrinho.

- Snom?! - questionou baixinho, incerta do porquê a Pokémon estava tão agitada.

Mudbray ficava mais irritado conforme o combate se prolongava, mas ele preferia manter a estratégia, golpeando o chão para produzir um tremor que causou danos na inseto. Snom então preparou mais uma ventania, mas pareceu segurar o movimento por um tempo, depois disparou num fino vento de gelo cortante, que golpeou seu alvo e tirou mais energia que o anterior.

Batalha:

- Snom... o que houve com você? - questionou.

A mímica de Snom era bem mais limitada e nem mesmo Passimian parecia ter entendido porque a Pokémon agiu daquela forma, sem precisar dos comandos da dona. Eles ficaram naquela área por mais um tempo, até que um dos funcionários do cercado de Mudbray veio recolher e levá-lo de volta para a cidade. Quando tudo aquilo terminou, Pumpkaboo surgiu de seu desaparecimento, carregando mais uma Super Potion na boca e entregando com satisfação para a dona.

- Você é muito útil - elogiou. - Só espero que sejam itens perdidos e não roubados - Pumpkaboo soltou uma risadinha maliciosa, mas não pareceu ter entendido o que ela falou.

Após entregar as pokébolas extras no Computador de Solaceon e curar seus Pokémon, Amorina voltou mais uma vez para a estrada da Rota 02. No caminho, ela refletia sobre a interessante relação entre Snom e a Larvesta que ela possuía, onde apesar de terem tipagens contrárias, elas pareciam ter se dado bem de imediato. A adolescente até dava risada de quando Passimian começou a cutucar toda hora a inseto, pois sentia que estava sendo deixado de lado por sua "mãe".

Assim, a adolescente acabou passando mais uma vez pelo caminho marcado por Larvesta, que tinha cuspido teias em chamas nas árvores. As marcas de teias eram uma obra de arte e aquilo só dava mais ansiedade para a adolescente levar tanto ela quanto Snom para uma apresentação, juntas. Enquanto sonhava acordada, Mudbray parou no caminho e relinchou para a dona. Quando Amorina foi entender, se surpreendeu.

- Mais uma?! - questionou surpresa, ao ver que havia mais uma Larvesta, olhando a marca na árvore.

Consultando a RotomPhone, a magnata tinha conhecimento de que aquela espécie estava surgindo em rotas incomuns, pois era uma espécie em migração. Além disso, um de seus contatos deixou um alerta geral, dizendo estar interessado no mesmo. Assim, a coordenadora decidiu que ajudaria aquele Pokémon estrangeiro a encontrar um novo lar mais confortável. Fazendo um sinal breve, Mudbray aceitou o desafio.

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- É como ter um deja vu. Vamos tentar nos divertir ao máximo Mudbray. Bulldoze duplo!

Os cascos do burrinho batendo no chão já eram suficientes para atrair a lagarta de fogo, que olhou ao redor, mas sabia que não fugiria para muito longe. Portanto, ele aceitou o combate, se imbuindo de chamas para dar uma investida no alvo, recebendo velocidade. O golpe ativava a habilidade de Mudbray, que o tornava mais resistente fisicamente. Depois, uma aura amarelada nasceu no casco do Pokémon, que golpeou o chão com uma onda sísmica.
Em sequência, Larvesta atirou um fio avermelhado que se conectou com o burrinho, sugando parte da energia adversária enquanto curava o usuário. Mudbray repetiu o golpe anterior.

- Muito bem! Manteremos o Bulldoze até ele desmaiar!

Amorina assustou quando o corpo da lagarta começou a reluzir, pois não seria possível que ela fosse evoluir justamente agora. Por sorte, era apenas um movimento de cura, onde as partículas do Sol radiante choveram e recuperaram boa parte de suas energias. Porém, o golpe sísmico de Mudbray já devolvia ela praticamente no mesmo estado que antes.
Irritado, Larvesta mais uma vez se cobriu de chamas e deu uma investida no cavalo, que resistia melhor agora, além de receber mais proteções físicas ainda. Por fim, a patada no chão de Mudbray criava o tremor que retirava as últimas energias da lagarta.

Batalha:

- Esse foi um pouco mais difícil, mas você lutou bem. Bom trabalho pequeno - comentou Amorina.

A menina acariciou o cavalo antes de se aproximar de Larvesta e lançar uma pokébola nela. Com a captura finalizada com sucesso, ela repôs todas as bagagens na costa de Mudbray e assim seguiu em frente, vendo seus Pokémon pularem de alegria ao redor dela. Diferente da anterior, Snom não parecia ter interesse nenhum naquela nova Larvesta. Passimian pareceu bem feliz com isso.

Sem dúvida parecia que Amorina viveu um deja vú, pois ela retornou mais uma vez ao Centro, apenas para recuperar as forças de Mudbray e depositar o novo Larvesta na Box. Talvez a enfermeira do Centro Pokémon já estivesse cansando de atender a adolescente, mas ela pelo menos não esboçava isso na feição. Mais uma vez na paisagem arbórea da Rota 02, a magnata sentia cada vez mais sua vida se tornar monótona, o que era um sinal de que talvez, na próxima vez, ela precisaria ir mais fundo e resistir à tentação de voltar para Solaceon.

Sem querer fazer muitas pausas, Amorina manteve agora apenas Snom, Passimian e Mudbray fora da pokébola. Ela podia controlar os dois primeiros, pois a inseto ficava em seu ombro enquanto o primata ficava agarrado em sua bolsa. O burrinho, fiel, apenas carregava as bagagens extras e acompanhava lentamente o passo da dona, sem desviar. A adolescente viu, ao longe, um grupo de adolescente fazendo um combate bem no meio da estrada e, considerando que não desejava batalhar, teve a ideia de dar a volta pela floresta.

Afundando naquela imensidão verde, ela então continuou seu rumo, sendo guiada pura e simplesmente por seu senso de seguir em frente. Enquanto caminhava lentamente, ela notou que aquela zona estava praticamente sem nenhum selvagem, seja remexendo uma grama alta ou surgindo sombras nas copas de árvore. A magnata teve um susto quando ouviu alguém gritar "Parada aí", onde ela preferiu correr, mas sentiu seu corpo ser puxado violentamente para cima. Quando se deu conta, ela estava presa numa rede.

- Ei! Eu disse pra você ficar parada. Você ativou minha armadilha que demorei horas pra montar e impedir que os selvagens caiam, francamente - disse uma voz masculina, sendo de um homem ruivo que estava coberto por alguns galhos de arbusto preso na roupa.
- Eu sou a culpada agora? Você quem fica criando armadilhas em rumo de passagem - retrucou.
- Ninguém passa por aqui não, jovenzinha - respondeu ele.

Amorina sentiu uma leve caída da corda, depois foi lentamente descendo até tocar o chão. Sozinha, ela se desenrolou da armadilha e ficou de pé. Mudbray surgiu logo em seguida, relinchando bravo para o homem. Passimian era controlado por Snom, que surpreendentemente segurava ele apenas com as presas.

- Seus Pokémon são bem irritadinhos né? - comentou, tentando ficar longe.
- São protetores - disse, espiando o homem mexer nas cordas. - Essa armadilha é pra Pokémon? Você sabe que há formas melhores de pegá-los, não sabe?
- Sei. Mas não se você está caçando um lendário - ele riu quando a magnata se surpreendeu com a resposta. - Interessada? Bom, eu posso te mostrar quando eu pegar um se você me ajudar a arrumar essa armadilha mais uma vez

Amorina não tinha muita certeza das intenções do homem, porém considerando que ele teve algumas chances de fazer algo, ela achou que estava tudo bem aceitar a oferta. A adolescente então ajudou o homem a desemaranhar as cordas e esticá-las mais uma vez no chão, colocando com cuidado alguns galhos e folhas para cobri-la. Enquanto isso, o ruivo preparou o final da armadilha, dando um sorriso orgulhoso quando tudo estava terminado.

- É. Brilhante. Com ajuda realmente fica mais fácil - retrucou, depois começou a beber água.
- Por que caça sozinho então?
- Tradição familiar. Meus irmãos fazem sozinhos, então eu acho que devo fazer o mesmo por honra. Além disso, quando eu pegar um lendário, quero ter a glória só pra mim - concluiu, abrindo mais um sorriso, porém pretencioso.
- Entendo. Bom, já que estará ocupado, vou seguir em frente. Boa sorte com sua caçada e espero que você me receba quando conseguir pegar esse lendário que busca
- Ei! Espera ai! - retrucou, pulando na frente da menina. - Você não achou que ia se safar tão rápido, né? - Amorina ficou na defensiva, preparando-se para lançar Passimian para dar um soco certeiro e apagá-lo de uma só vez. - Sua presença é a coisa mais interessante que aconteceu em muito tempo por aqui. Por que não batalhamos um pouco, apenas para aliviar energia acumulada?
- Batalhar? - questionou, vendo que ele não parecia ter intenções ruins. - Ahm... digamos que eu vim por esse caminho pra evitar batalhas
- Qual é! Por favor. Você me deve por cair na minha armadilha
- Eu literalmente acabei de te ajudar a reconstruir ela
- Justo. Mas, por favor. Além disso, veja só: você tem vantagem. Eu sou um especialista Elétrico, você tem Mudbray. Se for inteligente, vai ganhar facilmente
- Se? - questionou em tom de brincadeira. - Muito bem então grandalhão. Espero que esteja pronto para perder
- Seis contra seis? - questionou, recebendo resposta positiva. - Certo. Você pode me chamar de Dale, aliás - se apresentou.
- Amorina. Já que você disse que está na monotonia, que tal conhecer uma espécie especial? Litten! - comandou para o Pokémon, liberando-o.
- Esse Litten tem cara de mau. Obrigado pela vantagem. Pichu, é com você! - comandou o homem.

vs

- Pichu use ThunderShock!
- Volte Litten! - disse a menina sorrindo. - Mudbray, vai lá!

vs

O ruivo se surpreendia quando o familiar foi sugado novamente para a pokébola e o burrinho de terra tomou seu lugar. O choque então golpeou seu alvo, contudo ele era imune aos movimentos elétricos.

- Isso é permitido?
- Eu presumo que sim - brincou. - Mudbray use Bulldoze!
- Pichu use Tail Whip!

Os Pokémon em combate tinham empate na velocidade, porém o bebê elétrico parecia mais animado, pois se mexeu balançando o rabo em provocação de seu alvo, que reduzia sua defesa. Mudbray respondeu ganhando um brilho amarelado nas patas dianteiras, depois golpeou com firmeza o chão, criando um abalo sísmico que derrotou Pichu num só golpe. O ruivo sussurrou algo para a pokébola antes de trocar o rato por um imã flutuante, Magnemite.

vs

- Magnet Bomb, vai lá Magnemite!
- Bulldoze! Vamos retribuir esse golpe

O cavalinho agora era o mais ágil, fazendo os cascos reluzirem em amarelo e golpeando o chão logo em seguida, fazendo um tremor de terra abalar o imã e causar um bom dano. Porém, ele resistia, bem ferido. Na volta, Magnemite invoca pequenas esferas com brilho prateado ao redor do rosto, disparando-as no rosto do adversário. Com o efeito, a habilidade de Mudbray ativava e o tornava mais resistente.

- Ei! O que foi isso?
- Não conhece a habilidade Stamina? Pois veja ela ser o seu fim - brincou. - Finalize-o com Bulldoze!

Mudbray então mais uma vez golpeou o chão, levantando mais poeira que o normal quando o imã de ferro caiu com força no chão. Dale parecia irritado, mas recolheu o Pokémon e lançou outro: um peixinho com antenas saindo da cabeça.

vs

- Essa é uma espécie desconhecida, mas acho que Bulldoze pode resolver
- Chinchou. Talvez não seja tão surpreendente, mas vamos ver como lida com isso: Bubble!

Da boca da criatura azulada saia pequenas bolhas que pareciam inofensivas, mas ao explodirem no corpo do cavalo, causavam um dano considerável. A habilidade de Mudbray ativava mais uma vez, porém era quase inútil já que o golpe aquático era especial. Mais uma vez golpeando o chão com os cascos, o tremor sísmico deixava o adversário bem exausto.

- Chinchou mais um Bubble!
- Retribua com Bulldoze!

A rodada seguinte foi como a anterior, onde o peixe cuspia bolhas e ativava a habilidade do cavalo. Com músculos mais aparentes, Mubdray revelava que já estava acumulando excessivamente sua defesa. Assim, seu pisão no chão era mais forte, retirando o resto de energia adversário. Porém, em contrapartida, o cavalinho também estava ofegante e ferido.

- Volte Chinchou. Tome seu lugar Joltik e use Spider Web!
- Spider Web? Nesse caso... - disse revirando a bolsa.

vs

Amorina acabava tirando uma Potion da bolsa, borrifando o conteúdo em seu cavalinho, que relinchava de alívio quando a dor cessou. O pequeno inseto adversário aproveitava a distração para traçar uma teia enorme ao redor do campo, conectando as árvores ao seu redor. Agora, aquela teia de aranha barrava o contato entre a treinadora e o burrinho.

- Sem escapadas dessa vez. Vamos até o fim
- Se você insiste. Demonstre para essa inseto também um pouco de Bulldoze!
- Absorb!

O aracnídeo era bem mais ágil que o burro, portanto começou disparando um feixe que conectou a boca do inseto ao corpo adversário e sugou parte de suas energias. Mudbray, acostumado com aquele tipo de movimento, se livrou da conexão e golpeou o chão com seu abalo sísmico, porém ele não parecia ser tão efetivo quanto nos anteriores.

- Mais um Absorb. Vamos fazer isso até que não sobre nada! - ordenou o homem.
- Mostre nosso talento nesse próximo Bulldoze, por favor

Joltik mais uma vez disparou o raio conector, porém dessa vez se curava com a sugada de vida adversária. Contudo, ela estava bem ferida para resistir ao movimento terrestre de seu adversário, que fez uma poeira pigmentada subir e uma marca circular se formar ao redor do campo.

- Foi um movimento bonito. Coordenadora eu presumo - bajulou ele, recebendo uma resposta afirmativa. - Muito bem, então você vai adorar esse aqui. Volte Joltik, tome a frente Dedenne! Tackle!
- Faremos uma recepção adequada. Bulldoze!

vs

Quando o rato fada surgiu em campo, ele já começou a correr na direção de seu alvo para um encontrão épico, porém encontrou uma rocha quase imóvel. O corpo de Mudbray só crescia a cada ataque, tornando-o defensivamente mais eficiente. Respondendo, ele batia várias vezes no chão, fazendo Dedenne dançar de um lado pro outro enquanto sofria danos.

- São todos muito resistentes não acha? Acho que precisaremos finalizar esse com Bulldoze também
- Tackle!... É o que tenho

Dedenne avançava sem muita vontade, batendo seu corpo contra o cavalo, aumentando uma última vez sua defesa. O burrinho então teve piedade, dando apenas um golpe definitivo no solo, que tremeu e fez o rato desmaiar como seus aliados. Sem muita vida, Dale retirou sua terceira e última pokébola, liberando uma rocha com braços.

- Isso é um Alolan Geodude! Você tem mesmo um! Surpreendente
- Conhece a espécie? São bem legais. Mas, foco. Geodude use Tackle!
- Perdão, nostalgia de Alola - respondeu, com um leve tom de tristeza na voz, mas se recompôs. - Bulldoze!

vs

Voltando a ser o mais ágil, Mudbray golpeou o chão com o casco reluzindo em amarelo, fazendo a onda sísmica lavar o corpo do adversário. Geodude fazia uma careta horrível, mas depois, ofegante, lançou o próprio corpo contra o adversário.

- Sturdy né? Uma pena. Mudbray vamos com... - disse, pensativa. - Rock Smash!

Finalmente, o golpe final quebrava a monotonia dos golpes anteriores, onde as patas traseiras do burro ficavam num tom avermelhado e ele desferia um poderoso coice que jogava a pedra eletrificada direto para o dono. A arena de teias de aranha então se dissolvia, onde finalmente Amorina recebeu seu Mudbray num abraço.

Batalha:

- A batalha estava divertida até você só utilizar Bulldoze - reclamou o homem.
- Se você soubesse quais são meus outros Pokémon, ficaria surpreso em quão fácil seria me derrotar. Mas eu também sabia que Mudbray seria uma grande barreira. Estou muito orgulhosa dele
- Acho que agora preciso ir até o Centro. Não posso ficar sem Pokémon para quando o lendário surgir
- Podemos voltar juntos - sugeriu.

Assim, Amorina e Dale retornaram mais uma vez para Solaceon, mas agora distraídos com a presença um do outro. A magnata ficava surpresa com a história sobre a família do homem, que dizia que o avô encontrou uma criatura lendária daquela mesma forma. Além disso, Dale compartilhou ser muito experiente em encontrar espécies raras e que poderia fazer uso dos serviços para ajudar Amorina a aprender novos movimentos para usar em combate. Embora ela tenha se sentido ofendida, ela também riu da situação e concordou com a proposta quando retornassem.

No Centro de Solaceon, Dale entregou um pedaço de uma foto para a menina, dizendo que havia um segredo por trás dela, porém que só seria revelado quando ela encontrasse todos os gêmeos dele. Intrigada para conhecer diversas pessoas iguais, ela concordou com a proposta e guardou a imagem na mochila. Enquanto esperavam a recuperação dos Pokémon ferido, eles ficaram brincando com Snom e Passimian, embora o primata estava bem desconfiado do ruivo.

Saindo do Centro Pokémon com Dale, Amorina voltou com o homem até a Rota 02, onde ele disse que poderia rastrear um Pokémon bem raro do local. O sol ainda estava no alto, por isso ele disse que provavelmente a criatura que ele buscava seria de grande valia para a coordenadora. A menina foi guiada até uma área com algumas árvores de frutas, onde haviam diversas esmagadas numa pedra e um rastro que seguia em linha reta.

- Esse aqui não é tão difícil, mas você precisa saber como caçar. Eles são artistas, como os coordenadores. Esmagam as berries para fazer tintas diferentes

Amorina tinha conhecimento limitado sobre arte moderna, porém aquelas pinturas abstratas aleatórias em alguns cantos mais pareciam que a criatura tinha tropeçado e derrubado um pincel do que verdadeiramente sentado para criar aquele trabalho. No fim, ela viu uma criatura bípede e marrom, sentada na frente de um toco de árvore em que ele manipulava diversas cores de berries amassadas. Quando a adolescente tentou se aproximar pacificamente, foi puxada de volta pelo homem.

- Ei! - gritou abafado. - Você não pode simplesmente ir lá e fingir que é amiga dele
- Por que não?
- Eles são bem raros por um motivo: são ótimos em fugir. Ou você batalha ou você desiste - disse ele, se esgueirando mais pra baixo da moita depois que o Pokémon quase olhou em sua direção.

- Acho que não temos escolha. Vai lá Mudbray! - comandou, liberando o cavalinho que surgiu e automaticamente puxou a atenção do artista.

vs

- É melhor não tentar fugir. Enfrentei um combate bem difícil para te encontrar - disse para o Pokémon, que não entendeu. - Mudbray use Bulldoze!

Quando o combate começou, algo interessante ocorreu: o bípede balançou a ponta da cauda, que parecia um pincel, fazendo a aura de um lápis rondar o burrinho, contudo, nada acontecia. Tão confuso quanto a dona, Mudbray demorou para se mover, mas depois golpeou rapidamente o solo, criando um abalo sísmico que tirava uma boa parte da força inimiga e ainda o deixava com as pernas bambas, perdendo velocidade.

- Mais um Bulldoze, você está ótimo!

Após a redução de velocidade, Mudbray se tornou mais rápido que o adversário. Assim, ele golpeava mais uma vez o chão com seus cascos dianteiros, fazendo o chão tremer e abatendo seu alvo.

Batalha:

- Você realmente viciou em Bulldoze - brincou Dale.
- O que eu posso fazer? O casco de Mudbray é realmente muito potente - brincou, alisando o cavalo antes de utilizar a Pokédex para descobrir seu novo Pokémon.

Smeargle, o Pokémon pintor. Eles marcam seus territórios usando suas caudas como pincel. Dizem que há mais de 5 mil variações de marcas desse Pokémon.

Após concluir a captura do Pokémon, Amorina preparou para se despedir e deixar Dale em paz, porém a dupla foi pega de surpresa quando ouviram um grito feminino chamar "Lillipup!". Como estavam mergulhados na floresta, o som parecia vir de todas as direções, então eles começaram a rondar a área para tentar encontrar a fonte. A magnata então alertou o homem quando viu uma figura passeando pela floresta, com um cão à sua frente, parecendo um verdadeiro fantasma. Amorina e Dale tiveram medo de se aproximar, porém o cão da menina pareceu farejá-los, já que ele veio diretamente na direção deles.

- Ahm... olá? - cumprimentou receosa.
- Por Arceus! Me digam que não são bandidos - disse a menina, dando um pulo como se não tivesse reparado a presença dos dois.
- Eu não sou - respondeu imediatamente. - Mas garanto que Dale também não é
- Dale, o caçador? Sem dúvidas a sorte está a meu favor - retrucou a menina. - Você poderia me ajudar a localizar meu Lillipup? Ele desapareceu faz um bom tempo e estou começando a ficar preocupada que o pior pode ter ocorrido
- Espera... Herdier... Lillipup. Você deve ser a Hannah. Seu trabalho é uma inspiração genuína para todos nós - a menina ficou envergonhada. - Aliás, Amorina está aqui comigo. É uma coordenadora viajante
- Muito prazer - disse abrindo um sorriso.
- Hannah tem uma ação social de treinar Pokémon caninos para pessoas com deficiência visual - explicou ele. - Imagino que o Lillipup é mais um pra ser treinado. Porém, devo te alertar que você afundou bastante na floresta. Por que não levamos você de volta para a estrada e depois eu faço a caçada
- Não! Por favor. As pessoas já duvidam demais de mim. Eu quero ficar
- Que tal fazermos assim então: Dale, você fica aqui com a Hannah e garante que ela fique segura. Se Lillipup voltar sozinho, você me manda uma mensagem - explicou. - Enquanto isso, eu mesma vou caçá-lo por ai. Alguma dica para uma iniciante?

Dale não pareceu muito feliz com a oferta, mas não queria discutir com as duas meninas. Assim, ele deu algumas dicas de rastreamento, dizendo que por se tratar de um filhote de cão, são enérgicos e facilmente impressionáveis, portanto qualquer sinal de movimento selvagem é um bom indicativo. Sem mais, ela partiu na procura do cãozinho da garota, porém igualmente preocupada, já que Pumpkaboo também desapareceu. Com sorte, ela encontraria os dois ao mesmo tempo.

Após se auto incumbir a tarefa de encontrar o Lillipup perdido de Hanna, Amorina começou a caminhar pelo meio das árvores da Rota 02 em busca da criatura. Seguindo a dica de Dale, a magnata começou primeiro a caçar o fluxo migratório das criaturas daquela rota, vendo que a maioria dos selvagens realmente ia rumo à Santalune Forest. Mais em frente, ela tomou o máximo de cuidado para não acordar uma colônia de insetos, que estavam seguros em casulos e presos nos galhos.

Quando a noite começou a cair, tudo piorava pois a visão da menina dentro da floresta ficava mais comprometida. Contudo, o fluxo de viajantes também cessava, tornando o local mais silencioso. Assim, por vezes apenas o som de asas batendo surgia, porém o que predominava era o silêncio e alguns sons de grilo. Cansada, ela respirou um pouco enquanto bebia água, imaginando se Dale e Hannah já não tivessem encontrado e esquecido de avisar.

Um vento frio então passou por todo o local, fazendo a menina se encolher e abraçar Passimian. Porém, naquele mesmo momento, um choro contido surgiu no ar. Amorina tinha certeza que selvagens também sofriam com as alterações climáticas, mas estava supondo que naquela altura, um selvagem já teria acostumado para não alertar o ambiente que estava sofrendo. Buscando a direção, ela começou mais uma vez a caçada.

Sem sorte pois o choro simplesmente nunca mais se repetiu, ela tinha uma nova ideia: se os filhotes de cães forem tão previsíveis quanto ela esperava, uma borboleta poderia ser um meio de atrair sua atenção em meio a escuridão.

- Snom... quero que use seu Struggle Bug. Faça-os como nos treinamos - solicitou.

A inseto de gelo então começou a mexer as presas da boca com cuidado, criando o fio oliva de seu movimento e desenhando-o à sua vontade. Quando ela liberou, diversas borboletas feitas de linha sobrevoaram o local, reluzentes quase como se fossem feitas de neon. Segundos depois, ela ouviu passos leves na grama, seguido de um latido. Andando alguns metros na direção do barulho, ela viu Lillipup pulando alegre enquanto tentava alcançar as borboletas, que desapareciam lentamente na escuridão do céu.

- Ai está você! Isso é fantástico - comentou a menina se revelando.

O cão dava um pulo, depois se agachava enquanto rosnava com cara de extrema raiva para a menina. Ele latia algumas vezes, porém apenas servia para que ele soltasse baba e revelasse seus dentes afiados.

- Calma pequeno. Estamos com Hannah... sua dona. Se lembra dela?

vs

- Não! - gritou quando viu o cãozinho correndo em sua direção. - Passimian! Vital Throw!

O primata desgrudava da bolsa da dona e interceptava seu adversário no meio do ar, levando o encontrão, porém se agarrando com força. Quando ambos tocaram o chão, Passimian imbuiu o punho numa aura vermelho-escuro e desferiu um único golpe certeiro na costela do cãozinho. Um choro curto, depois ele cambaleou e desmaiou.

Batalha:

- Eu sinto muito, mas você precisava se acalmar - disse a menina ao se aproximar do cãozinho. - Você foi ótimo Passimian. Obrigada pelo resgate - emendou, massageando a cabeça do primata.

Com o encontro bem sucedido, embora o cãozinho estivesse inconsciente, Amorina pegou-o no colo e carregou até o encontro de Dale. Ela utilizou o RotomPhone para identificar a posição certeira dele e de Hannah. Quando chegou no objetivo, explicou o motivo do cãozinho estar desmaiado. Apesar da menina compreender, ela não pareceu muito satisfeita. Mesmo assim, ela entregou alguns itens como recompensa pela busca.

- E agora? Volta conosco para Solaceon? - questionou Dale, que guiaria Hannah de volta até o Centro.
- Ahm... acho que não - respondeu, olhando a escuridão da rota ao longe. - Quanto mais adio, mais longe meu sonho de ser uma grande coordenadora fica. Vou seguir em frente. Amanhã é claro - emendou em seguida, apontando para o Camping Gear.
- Compreendo. Boa sorte então. Te vejo na TV - brincou o homem.

Assim, a magnata assistiu o sumiço da dupla, rumo à Solaceon, enquanto ela tomou a direção oposta. Beirando a floresta de Santalune, ela remontou seu Camping Gear e caiu no sono, fazendo um pedido antes de dormir: "Que minha passagem seja tranquila e segura". Já adormecida, uma luz laranja reluziu do lado de fora de sua barraca, onde aoPumpkaboo desaparecido passou e depositou uma Apricorn verde na bolsa da menina. Depois, o fantasma se aconchegou na porta da barraca, ficando de guarda noturno.