Lurking in the shadows

Nate soltou o ar que nem sabia que estava segurando, olhou envolta e viu que teve sucesso ao usar seu talismã de Novus, que professor Oak havia lhe entregado. A viagem foi quase que instantânea e ocorreu tudo bem, mas o pesquisador esperava não precisar fazer isso tão cedo, a sensação de ter seu corpo teletransportado a outro lugar definitivamente não agradou nenhum pouco Nate.

Assim que pisaram em "terra firme", Kaleo e Kealii imediatamente se soltaram de seu Burst Heart e pokébola, respectivamente, o pokémon cão era definitivamente um espírito livre, enquanto o pokémon urso era apenas muito apegado a Nate, querendo sempre estar no colo do mesmo - Quero só ver o escarcéu que vai ser quando você evoluir e eu não conseguir mais te pegar no colo assim, Kealii - Pela expressão que tomou o rosto do pequeno Teddiursa, aquele acontecimento não tinha passado por sua cabeça - Não vá chorar, menino, você ainda tem um longo caminho até chegarmos nessa fase - Kealii apenas assentiu, com os olhos marejados, e o pesquisador se perguntou como havia criado um pokémon tão grudento como ele.

Após alguns minutos de caminhada, chegaram até a parte mais Oeste da cidade, conhecida por seus campos quase que intocados por mãos humanas. Nate tinha vindo até Novus para, principalmente, investigar um pouco daquela corrupção que assolava Pokégea, principalmente os pokémon selvagens. Para o pesquisador, a zona Oeste de Novus seria o perfeito primeiro passo, afinal ali a influência humana era baixa e poderia ver se os níveis de corrupção aumentavam ou diminuiam em decorrência da presença dos humanos.

- Malie, saia de sua pokébola, por favor! - o pesquisador disse arremessando a pokébola para o alto, um feixe de luz vermelha saiu da mesma e materializou-se revelando a Cutiefly de Nate - Como estamos rastreando os focos de corrupção, vou precisar usar sua sensibilidade a auras para entender melhor as coisas, okay Malie? - O pokémon assentiu e então começaram suas explorações.

De modo a tornar as buscas mais eficientes, Nate dividiu seus pokémon em diferentes funções. Como Kealii tinha um olfato aguçado para comidas, especialmente mel, iriam usá-lo para achar lugares de possíveis disputas por comida, já que aquilo poderia desenvolver estresse e agressividade nos pokémon tornando-os propícios a serem alvos da tal corrupção. Além disso, disputas por comida e território, geralmente, resultavam em pokémon feridos, que também seriam prioridade para aquela força maligna.

Então, Kealii tomou a frente guiando seu treinador por entre as diversas árvores e arbustos da zona Oeste, estranhamente o grupo não achava pokémons selvagens, mesmo sendo um local onde na teoria eles deveriam estar em abundância. À medida que andavam mais a fundo, Nate conseguiu perceber que o desconforto de Malie aumentava  gradativamente, provavelmente estavam perto de um pokémon corrompido ou uma área afetada por ele. E realmente, não demorou muito tempo até que o pokémon urso parasse de andar, indicando o local onde havia farejado boa quantidade de comida. Olhando a sua volta, Nate viu-se em uma clareira, ou o que sobrou dela, na verdade. O local estava em uma situação precária, era possível ver marcas fundas de arranhões nos troncos das árvores, diversos galhos quebrados espalhados pelo chão junto com partes que restaram de colméias, possivelmente de Combees, que foram destruídas. Era óbvio que uma disputa violenta havia acontecido ali.

A aura pesada do local dava a entender que não era apenas uma disputa normal por território ou algo do tipo. Malie emitiu um som agudo, agoniada com a aura do local que a incomodava profundamente, o que alimentava ainda mais as suspeitas de Nate. Afim de não causar desconforto e sofrimento a sua pokémon, o pesquisador recolheu o pokémon fada para sua pokébola onde estaria mais segura. Analisando melhor o local viu coisas extremamente incomuns, pelo chão haviam várias berries e algumas apricorns, todas encontravam-se podres, mas mais incomum que isso, as berries que ainda estavam presas nos galhos também haviam apodrecido, inclusive danificando parte das árvores onde estavam. O mel que escorria das colméias destruídas tinha um cheiro fétido e uma aparência turva, espantando até mesmo o maior amante de mel do mundo, Kealii.

Anotando tudo em seu caderno e tirando fotos com seu RotomPhone, Nate havia praticamente confirmado a teoria que tinha, aquela corrupção toda não era de origem humana. No começo, o pesquisador acreditava que a crescente de emoções negativas humanas estava sendo responsável por corromper os pokémon, mas com o tempo essa teoria foi enfraquecendo-se, afinal, ele próprio havia ajudado a melhorar o humor de Pallet e mesmo assim os pokémon corrompidos apenas aumentavam e em tempo record. A corrupção era então, na verdade, promovida por um acúmulo de energias negativas que tornavam o indivíduo mais propenso a ser corrompido por seja lá qual era a criatura sombria que espreitava nas sombras. Nate temia então que pessoas fossem também suscetíveis à corrupção, caso os requisitos para que o processo acontecesse fossem atingidos. A mente do pesquisador foi até Han e Leia, o casal de idosos que havia conhecido e feito amizade em Pallet, tinha medo que eles pudessem ser alvo dessa criatura sombria.

O jovem resolveu então voltar até Pallet, ficaria por lá mais algum tempo até garantir que a cidade estava segura, depois disso quem sabe partiria a outros locais tentar combater contra aqueles pokémon sombrios. Se ao menos ele tivesse os poderes daquela jovem mágica que havia conhecido...

Não querendo enrolar-se muito mais, assim como quando veio até Novus, Nate guardou seus pokémon em seus respectivos enclausos e segurou o talismã verde com força, teleportando-se embora dali.

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