✦ Cidade de Solaceon - (Dia)
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Já havia passado muito tempo desde a última vez que Albedo tinha visto um cenário completamente coberto de neve. Pallet não ficava realmente completa de neve e nos poucos invernos que passou na cidade, ainda dava para reconhecer toda a estrutura da cidade. A única vez que o pesquisador se lembrava de ver um ambiente tomado pelo frio foi em um sonho bem antigo. Assim como daquela vez, o garoto se via em uma estrada demarcada apenas por algumas cercas quebradas e pinheiros. A sua esquerda uma enorme parede de pedra que se estendia ao que parecia ser uma montanha, era como se estivesse subindo ela. Na esquerda tinha apenas pinheiros altos. Não havia sinal de vida em lugar nenhum e a estrada, ou melhor as cercas guiavam até uma ponte quebra. Do outro lado parecia ainda ter caminho, mas não tinha formas de atravessar. Ou só não teve tempo de pensar em uma solução…

Abrindo os olhos devagar, o pesquisador já reconhece o padrão de cores do Centro Pokémon logo no teto e paredes. Embora nunca tivesse visitado a área médica, não era difícil deduzir que estava nela. Com um pouco de dificuldade, Albedo se senta na cama, seu corpo ainda doía, mas sua cabeça pelo menos já não latejava mais.
— Não se esforce tanto… — A voz familiar de Ethan ao seu lado acabou o assustando.
O homem guardou o seu celular e se endireitou no sofá.
— E antes que pergunte, o médico disse que é exaustão e estresse. — Já respondia sabendo qual seria a primeira pergunta do pesquisador. — Se eu soubesse que você ficaria assim só por sair de Pallet eu teria deixado você lá e vindo sozinho… — Ethan solta um longo suspiro e olha preocupado para seu amigo.
— Eu estou bem… e não foi exatamente isso, talvez em partes… — Admite não só pro policial como também para si mesmo.
Antes de receber qualquer sermão sobre respeitar seus limites, Albedo começa a contar sobre as cenas que havia visto através da Visão. Ele também relata sobre a perseguição e a voz que, de certa forma, o tinha salvado.

— Talvez aquela “coisa” tenha tentado te possuir também… sua raiva pode não ter sido forte o suficiente, então acabou indo para outro sentimento, seu medo…
— Talvez… — Sem nenhuma energia para pensar sobre o assunto, o garoto só concorda e se encosta no travesseiro.
— Eles estão vivos…
— Quem sabe... — Ele demora alguns segundos para responder e quando o faz, fecha os olhos sem muita vontade em pensar sobre isso naquele momento.
O pesquisador escuta sua mochila abrindo e depois de alguns barulhos de Ethan procurando alguma coisa, ele escuta o mais velho se levantar.
— Aqui! Joy não deve demorar muito para trazer seus Pokémon junto de Pidove. Enquanto isso, descanse e como eu sei que você não vai ficar parado por muito tempo… — O garoto sente algo pesado tocando seu cabeça e ao abrir os olhos encara seu próprio caderno. — Só peço que fique aqui até receber alta, assim que estiver liberado de uma volta na cidade, ou só me chame.
— E você vai?....
— Com a sua descrição, vou encontrar essa garota! É bom ver se está bem.
Albedo concorda em silêncio e se despede do amigo quando ele abre a porta para sair.


“Foram 13 vezes já…” Frustrado, ele fecha o caderno depois de folhear pela décima terceira vez. Ele não fazia ideia do que estava procurando e muito menos se a voz estava se referindo a aquele em específico. O pesquisador já tinha usado inúmeros cadernos ao longo de suas pesquisas e embora aquela fosse a resposta mais óbvia por ser o que ele começou naquela jornada, não dava para afirmar ainda. Pidove se move em sua cabeça quase caindo enquanto dormia e o garoto o acorda antes que um dos dois se machucasse.

Levantando-se do sofá, Albedo guarda o caderno na mochila e a pendura nas costas. Já tinha recebido alta há algum tempo, mas estava tão focado em descobrir do que a voz se referia que ele nem se incomodou por ficar mais um tempo no quarto. Ele então liberta Absol e abraça o baby finalmente se lembrando de o agradecer.
— Obrigado… você foi muito corajosa, muito mais que eu. — O canino aceita o afeto e em um momento raro, um sorriso se forma em seu rostinho enquanto seu rabo balançava mais do que nunca.
Pidove se junta a eles pousando no ombro do garoto e esfregando seu rosto na bochecha do treinador.
— Você também Pidove, Obrigado por sempre estar do meu lado. — Ele faz um carinho no pombo e imediatamente a ave estufa seu peito orgulhosa de si mesma.


Deixando o quarto, o pesquisador sai do Centro Pokémon sem muito rumo. Ele manda uma mensagem para Ethan avisando que saiu, sem saber se ele iria direto encontrá-lo ou se levaria um tempo. Levando em conta o que conhecia do seu amigo, em ambos os casos iria demorar, já que o policial vivia atrasado.
— Bom, vamos dar uma volta… deve ter algo interessante por aqui…