ポケモン！きみにきめた！

Quando se funde parcialmente com Croagunk, a sua boca apresenta o mesmo sorriso matreiro do Pokémon e as suas bochechas tornam-se avermelhadas, inchando-as propositadamente em certas ocasiões. Mantêm uma postura curvada e os seus braços rígidos e pendurados em frente ao seu corpo, como duas lanças, e os seus olhos semicerrados, com a íris do seu olho ficando mais fina e animalesca, com profundas olheiras á sua volta. O uniforme que usa passa para uma cor azul com riscas brancas e negras semelhantes ao padrão do corpo do Pokémon. Quando a fusão é total, os dedos do meio do Ranger tomam uma cor vermelha, possuindo propriedades venenosas, tal como as suas bochechas que agora se podem inchar ainda mais, como sacos, e ficam cheias de veneno, emitindo sons de coaxar algumas vezes. O seu cabelo adquire a cor azul e fica penteado completamente para trás e para baixo e o uniforme deixa de existir, tornando-se a própria pele do treinador azulada e listrada. A sua agilidade aumenta consideravelmente.

Nasceu numa pequena e remota aldeia de Shamans. Durante a sua infância, cresceu num ambiente simples e feliz: a sua família de pai, mãe e irmã adoptiva relacionavam-se bem entre si e levavam uma vida pacata e normal na sua modesta moradia, como qualquer outra, pelo menos dentro da cultura tradicionalista do local em que moravam. Habituou-se a viver em grande contacto com a natureza, pois para além de habitações, campos agrícolas, templos e outros espaços próprios para Shamans, a sua aldeia estava rodeada de montes verdejantes, árvores, lagos e pântanos, como se isolada do resto do mundo. Com 6 anos iniciou o seu treino de Shaman, como era costume para os rapazes dali, para aprender a usar as energias dos Pokémons e a viver em maior sintonia com a vasta natureza que o rodeava. Os anos passavam e moldava-se como um elemento exemplar daquela comunidade: estudava e o seu treinava arduamente as mais básicas danças e invocações (ainda que por vezes preferisse faltar a algumas sessões para explorar e se divertir como uma criança) junto dos mestres anciãos para fortalecer a sua ligação com o meio ambiente e os Pokémon, que aprendera a respeitar profundamente como elementos sagrados, adotando a crença popular da importância de todos os elementos e dos seus protectores para o equilíbrio do planeta. Sonhava superar o seu pai, que, para além de possuir dotes excepcionais naquela profissão, tinha um poder cuja origem era um segredo, um mistério para todos, mas que era largamente admirado: conseguia se tornar um só com o seu Pokémon e, juntando as duas almas, aumentava o seu poder.

Apesar destas práticas fascinantes que mais parecem saídas de um conto de fadas, muitos estavam descontentes: cansados dos costumes rígidos e um pouco retrógrados daquele grupo, queriam entrar em contacto com o resto do mundo, em evolução constante e com novidades de técnica e ciência a cada dia que passava, deixando os misticismos para trás e procurando novas e modernas oportunidades. Uma destas pessoas era a mãe de Citlali, que aliando este facto á excessiva dedicação que ultimamente o seu marido dava á sua ocupação, negligenciando o resto da família, decidira cortar relações com ele e mudar-se para uma grande cidade. O pré-adolescente, ainda com 12 anos, não sabia para que lado se haveria de virar, mas mesmo tendo uma enorme dedicação ao seu treino, acabara por concordar com a sua mãe: queria ver o resto do mundo, entrar em contacto também com outros seres humanos e com a civilização, que certamente teriam espaço no grande puzzle de harmonia da natureza, queria também ter a vida emocionante e normal de um jovem da sua idade, tal como os lia nos livros ou via nas séries televisivas. Estava cansado daquele trabalho intensivo, mesmo que no fundo reconhecesse verdadeiramente a sua importância, e de seguir um pai que pouca atenção lhe dava agora. Precisava de abrir horizontes.

Após uma despedida triste e melancólica da sua aldeia natal e do seu pai, aventurava-se para o grande mundo e começou a viver em Goldenrod com a sua mãe e irmã. Passou dois anos a ir á escola e vivendo a tal "vida normal", com velhos amigos que também vieram da aldeia e fazendo outros novos, e aprendendo mais sobre aspectos da vida que eram populares mas até agora pouco presentes para ele: o complexo mundo das batalhas Pokémon e dos Contests, factos conhecidos sobre a história e mitologia, as más ações das equipas criminosas e a retaliação da polícia e dos Rangers, para além dos simples conhecimentos da vida quotidiana e social na cidade. Era chamado agora de "Casey" pelas novas pessoas que conhecia, algo que não o incomodava pois era  algo mais comum para substituir o seu estranho nome, e esteve assim satisfeito pelos dois anos, até que se apercebeu que também ali não estava completamente bem: via todos os dias com os seus próprios olhos a corrupção e desonestidade de algumas pessoas, algumas até muito próximas a si, ou o simples afastamento de algumas com o resto do mundo, para além de uma pouca preocupação com questões ambientais e até com os Pokémons, se o assunto não fosse batalhas, o que ia contra todas as suas convicções. A sua ambição era encontrar forma de conciliar os conhecimentos que obtivera em juventude com a vida moderna e avançada daqueles dias, conciliar o avanço da técnica com os respeito e solidariedade por todos, o que parecia tão escasso naquele momento.

Não teve que pesquisar muito para encontrar uma resposta. O trabalho dos Rangers era o ideal: protegendo as pessoas e o ambiente, podia sensibilizar os humanos para que vivessem em paz com a natureza (que incluía o meio ambiente, os Pokémons e, na visão do jovem, os próprios humanos), mas que ao mesmo tempo garantissem o desenvolvimento e prosperidade, já que acreditava profundamente nas suas capacidades. Com total apoio familiar, ingressou na Ranger's School onde aprendeu as bases daquela classe durante três anos, até atingir a maioridade e se graduar.

Terminado a sua formação, visitou a sua família para mostrar colocar a conversa em dia, mostrar o seu progresso e tomar conhecimento das novidades e depois partiu na sua jornada para se melhorar como Ranger e finalmente cumprir a sua função, prometendo manter-se em contacto. Antes de apanhar transporte para Pallet, ponto de encontro essencial de todos os novatos que iniciavam jornadas, fez um desvio pela sua terra natal para revisitar o seu pai após tanto tempo. Chegado ao seu destino e após saudações e conversas calorosas com os habitantes e passeios nostálgicos, descobriu pelo líder da povoação que o seu progenitor se encontrava em treino árduo e solitário numa colina relativamente perto dali. Subiu o rochoso monte, e teve um emocionante reencontro que dispensa de ser detalhado, havendo pedidos de desculpas por ambas as partes e desabafos sobre tudo que se passara nas suas vidas até então e os pensamentos que lhes ocupavam a mente. Compreendendo a posição do seu filho, o pai de Casey decidiu lhe dar um importante presente de inicio de aventura: o seu Burst Heart, fonte do seu poder Burst. Extremamente honrado com a oferta, praticou rigorosamente durante umas poucas semanas naquela colina a controlar o fenómeno Burst, que poderia colocar a sua própria vida em risco caso não fosse devidamente controlado. A origem daquele cristal continuou uma incógnita, o mestre recusava-se a revelá-la.

E que Pokémon elegera Casey para usar neste treino? Um Croagunk que era visão comum por ali desde a sua infância, fazendo travessuras pela povoação em raras ocasiões, com o qual muitas vezes se deparara enquanto aprendiz e até podia considerar um conhecido amigável. Era o seu Pokémon favorito desde esses tempos e era uma mascote algo popular nas cidades, possuindo até pequenas figuras que o representavam. Encontraram-no a viver nas traseiras da antiga casa do moço, da qual já fizera os seus aposentos aonde levava comida e pequenos objectos preciosos para si, levando o pai a achar conveniente prendê-lo no cristal para o afastar dali e servir como "combustível" para a nova habilidade do seu filho. Ao inicio mostrou-se difícil o relacionamento, mas não se passou muito tempo até humano e Pokémon se aperceberem que o seu estilo era semelhante, até demais, e acabaram por se tornar parceiros, por empatia e conveniência, pelo menos naquela fase inicial. Quando finalmente se conseguiu tornar num Burst Warrior, ainda que iniciante e com pouca experiência, Casey partia finalmente para Pallet, com o seu novo companheiro ao lado, despedindo-se do seu pai com um abraço e fazendo-lhe a mesma promessa que fizera á sua mãe.