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Não esperava ver ninguém de Massai tão cedo. Quero dizer, havia pouco mais de 10 dias desde que comecei minha jornada em busca de me tornar Top Coordenador, conquistando respeito e contatos políticos, junto do título de Ídolo Pokémon. Esperava que essa experiência ajudasse a tornar-me um Rei melhor e que assim fosse possível reconhecer nossa terra como Estado-Nação de Pokégea. Todavia, lá estava ele. Nanaue, meu acompanhante, tutor e melhor amigo! Paradinho próximo ao camarim comum do prédio que sediaria minha estreia oficial no mundo da coordenação pokémon.

Nanaue tomava a liberdade de se aproximar, fazendo questão de mostrar um pacote que trazia consigo. —Sei que essa também é uma jornada por independência e por isso se livrou de mim — Ele começou. — Mas a Rainha mandou que lhe entregasse algumas joias da coroa junto de um traje de guerreiro. Curioso, como estava, abri o embrulho e haviam algumas peças em ouro, rubi e safira, bem como o uniforme rubro e prateado do exército Massai. Não sabia se deveria me sentir honrado ou um pouco deslocado, afinal, o Hall de Spikemuth era um "palco no abismo". — Aqui estão as joias. Quanto a roupa? Eu trouxe uma segunda opção mais... — Ele olhava para o nada, fingindo procurar uma palavra descritiva, quando eu sabia o que significava, sendo que ele era um dos poucos que conseguia entender minhas questões com a binaridade. Por fim ele se reservou a dizer apenas — Ali. E do nada ele mostrava um embrulho menor, mas que fazia com que meus olhos saltassem de emoção.

— É perfeita. — Respondi. — Obrigado.

— Não perderia sua estreia por nada nesse mundo. Estarei torcendo na primeira fila. — Nanaue mostrava o ingresso junto de uma pulseira VIP, explicando como conseguiu acessar o camarim. — Mostra pro mundo quem é Malik Ali.



Quem é Ali Malik?

Provavelmente era a pergunta que perpassava a mente e bocas dos que estavam hoje presentes no Hall de Spikemuth para prestigiar não só minha performance, mas também o desafio à fita da cidade! Assim como Santalune, Spikemuth Hall era o palco de muitos estreantes, então deveria ser comum um agenciamento do público em relação aos aspirantes que lá se apresentavam.

O palco era diferente de tudo o que já tinha visto ou vivido naqueles poucos dias de jornada. A começar pela construção vertical dando a perceção de precipício ou abismo, imagino que pela atração que dividiam com a Dark Cave. As arquibancadas começavam a encher e as luzes ficavam mais fracas. A banda contratada, que faria o instrumental, já se preparava conversando com os técnicos do audiovisual e arrumando os equipamentos no palco.

Em relação ao figurino do grupo, tinha pedido uniforme preto com detalhes em amarelo, seja gravata, bermuda, pulseira, o que for. Isso iria combinar com minha parceira e estrela da noite, e destacaria minha roupa de seda e cetim brancos cm detalhes em ouro e azul lazúli, sem contar as joias da coroa de Massai.

Quando era chegada a hora agendada, me posicionava no centro do palco e assim que todos estavam prontos as luzes piscaram, dando o vislumbre do início com a batida da bateria e das guitarras.


Sim, a batida era uma pegada agressiva e bem diferente da minha personalidade, mas tinha passado tempo o suficiente em Spikemuth para estudar a cultura local e descobrir a melhor forma de misturar o meu gênero com o punk-rock que tanto agradavam os locais e fãs de Marnie e Piers. Por isso me desprendia dos costumes e regras do "príncipe herdeiro" e me entregava ao som e ao movimento por aqueles poucos minutos que se seguiriam ao emprestar meu corpo e voz na apresentação:

— I'm in the business of misery
Let's take it from the top
She's got a body like an hourglass, it's ticking like a clock
It's a matter of time before we all run out
When I thought he was mine she caught him by the mouth

I waited eight long months
She finally set him free
I told him I couldn't lie he was the only one for me
Two weeks and we caught on fire
She's got it out for me
But I wear the biggest smile


Assim que a segunda estrofe da canção tinha sua pausa, era hora de chamar a grande estrela da noite! Ao abrir a capsula, uma fumaça daa o clima de mistério e logo Witch Lilligant surgia dançando em meio as estrelas dos selos colados na esfera de contenção.

E durante o primeiro refrão, Lilligant usava da sua magia para espelhar um ambiente completamente novo com muitas cores e vibrações diferentes, dando ao escuro palco de Spikemuth uma prévia do nosso poder [Magic Room].

— Woah, I never meant to brag
But I got him where I want him now
Woah, it was never my intention to brag
To steal it all away from you now
But God does it feel so good
Cause I got him where I want him now
And if you could then you know you would
'Cause God it just feels so...
It just feels so good

A iluminação do movimento multicolor combinados a energia do refrão contagiavam todos os presentes que experienciavam uma arte sensorial. Não era apenas para ouvir ou ver. Era para sentir como todos o corpo a experiência mágica que Lilligant presenteava ao Hall pelos minutos que seguiriam nosso show.

Não conseguia parar de sentir a empolgação e a energia do público com nossa apresentação. Estava suando, de nervoso e excitação! No entanto, nada era impeditivo, por isso eu continuava a entregar minha voz com toda energia que conseguia entregar:

— Second chances they don't ever matter, people never change
Once a whore you're nothing more, I'm sorry, that'll never change
And about forgiveness, we're both supposed to have exchanged
I'm sorry honey, but I passed it up, now look this way
Well there's a million other girls who do it just like you
Looking as innocent as possible to get to who
They want and what they like it's easy if you do it right
Well I refuse, I refuse, I refuse!

No meio da estrofe Lilligant explodiu em pó dourado dançando em espiral, fazendo com que todos fossem contemplados com a visão da substância brilhante subindo e descendo sobre suas cabeças, o que era lindo, mas bem perigo. Tão inocente quanto uma garoa de verão, mas que podia deixar todos que a respirarem paralisados. Por isso que na explosão daquela última estrofe para o próximo refrão [1:30] Lilligant explodia as chamas de sua flor e uma aura luminosa percorria todo o espaço, como se fosse uma terapia de luz e fragrâncias agridoces, deixando tudo perfumado e protegido dos perigosos esporos dourados [Stun Spore + Aromatherapy].

— Woah, I never meant brag
But I got him where I want him now.
Woah, it was never my intention to brag
To steal it all away from you now
But God does it feel so good
'Cause I got him where I want him right now
And if you could then you know you would
'Cause God it just feels so...
It just feels so good.

E realmente me sentia muito bem dividindo aquele palco com Lilligant. Foi para isso que tanto treinamos e nos dedicamos. Agora ela estava bem próxima a mim no microfone, brincando de ser backing vocal. O aroma que saiu do último movimento deixou tudo mais agradável e divertido. A estrofe seguinte era apenas para dar continuidade ao som e deixamos que a banda fizesse um solo para conquistar de vez todos os roqueiros presentes na plateia. Enquanto isso pulamos, rodamos, gritamos! Realmente nos divertimos em palco!

No último refrão eu esticava os braços e pedia palmas. Lilligant já sabia o que fazer!


— Woah, I never meant to brag
But I got him where I want him now

Nisso a participação do publico era imprescindível, por isso ganhar a atenção, confiança e energia deles foi tão importante até aqui. Lilligant usava dos seus poderes da natureza para absorver uma pequena parcela da energia vital de cada pessoa e pokémon presentes nas arquibancadas! Era como pegar 1% de cada um numa casa de show com centenas de vidas e com isso eles conseguiam ver a medida que batiam palmas uma pequena esfera de luz verde levitar e ir em direção ao centro do palco, começando a somar em uma enorme esfera de energia [Giga Drain].

— Woah, I never meant to brag
But I got him where I want him now
Woah, it was never my intention to brag
To steal it all away from you now
But God does it feel so good
'Cause I got him where I want him now
And if you could then you know you would
'Cause God it just feels so...

Então Lilligant liberava toda aquela energia acumulada em forma de neve colorida para admiração daqueles eufóricos com todo o show, podendo reaver um pouquinho da energia emprestada.

— It just feels so good!

E encerrávamos nossa apresentação, agradecendo o carinho daqueles que estavam nos assistindo tanto presencialmente quanto de maneira remota.

— Sou Prince Ali, de Massai, e essa é minha parceira de palco. — Aplaudia minha companheira pela bela performance. — Gostaria de agradecer a prontidão da banda da casa e desafiar a representante do Hall uma batalha.

Witch Lilligant - Contest Form: