Prosseguindo em sua busca pela chave da cidade, Amorina notava que um dos maiores pontos da cidade só foi visitado brevemente pela adolescente, sendo notadamente o Parque de Santalune. Seja na primeira vez ou agora que ela retornou, o local como um todo era um mistério para a adolescente, que decidiu pedir uma dica para sua amiga Kricketina sobre o que tinha de legal para fazer no ambiente. Segundo a colecionadora de insetos, o local possuía uma beleza singular no período noturno, já que os postes eram feitos em luz branca para atrair ainda mais insetos, enquanto contrastavam com o verde do ambiente como um todo.

Contudo, a adolescente descobria que as visitas noturnas tinham um prazo limitado, por isso teve que recorrer aos próprios privilégios para alcançar o objetivo. Sem mais, ela se reuniu até os guardas do local e apresentou seu aplicativo da Polícia, reconhecendo-a como uma Policial Regional. Contentes de terem um dia de folga já que a escala era praticamente alternada, o segurança do local disse que ela poderia vir na noite seguinte para cobrir a patrulha, mas que devia ficar muito atenta sobre a presença de invasores.

Dolan foi um criminoso que Amorina teve o desprazer de encontrar e lutar. Ele deu um grande trabalho para ela, mas agora que Brionne se tornara uma Primarina, ela sabia que estava mais forte do que nunca contra o coelhão suspeito do homem. Sem mais, ela aceitou a oportunidade de patrulhar, desde que tivesse liberdade ampla para caminhar pelo parque e capturar alguns Pokémon caso tivesse a chance. Ninguém protestou.

Quando a noite caiu, a magnata foi convocada por uma mensagem do guarda do parque para receber os trajes ideias para o local, sendo um macacão longo e verde-musgo que permitia à eles se camuflarem na floresta para perseguir movimentos suspeitos e não incomodar os selvagens. Amorina não gostou muito daquele traje, mas achou que era melhor apenas seguir as regras. Com alguns alfinetes, ela prendeu alguns pontos do macacão para que ficasse minimamente decente em seu corpo - sem ficar folgado demais.

Sozinha, ela caminhou pela grama cortada que formava caminhos seguros entre os jardins diversos, ficando maravilhada conforme via os selvagens pendurados em árvores, caminhando no chão e voando entre algumas partes mais distantes. O objetivo dela era ficar longe de problemas, mas também poderia fazer uma pequena visita à sua Larvesta, que estava num treinamento. Ao localizar uma lagartinha que parecia com a sua, ela se aproximou da pedra e saudou.

- Ei! Você está radiante - cumprimentou, recebendo um barulho animado do Pokémon. - Está se adaptando bem? Estão sendo legais com você?

Larvesta acenava com a cabeça, parecendo compreender melhor as palavras comparada à vez em que foi capturada. Ela ainda não estava pronta para ser levada embora, mas não a chateava pensar que sua treinadora estava tão perto. Amorina também sabia que a lagartinha fazia grande sucesso entre outros insetos, só não esperava que veria uma criatura tão pequena ficar irritada com sua aproximação. Por mais que conhecesse as Cutiefly, ela registrou o Pokémon que começou a zumbir aborrecido ao redor dela.

Cutiefly, o Pokémon abelha-mosca. Néctar e pólen são seus pratos favoritos. Em campos floridos, ele entra em conflito com Butterfree por causa de comida. Cutiefly pode captar as auras dos seres vivos. Ele lê habilmente essas auras para prever os movimentos de seus inimigos e enganá-los.

- Francamente, Larvesta. Suas amantes estão cada vez mais irritantes - explicou, tentando afastar a insetinha com a mão. - Em respeito à você... Carbink, vamos resolver isso! - comandou, libertando a fada de pedra e expondo-o ao Lucky Egg.

vs

- Terá que provar seu valor se quer competir com minha Snom pelo coração de Larvesta. Carbink use Smack Down!

Contente por ter conseguido comprar a briga, Cutiefly fez um brilho esverdeado nascer em seu nariz, disparando um feixe que sugava um pouco da vida da fada. Cortando o vínculo com um rodopio, a pedra preciosa se imbuiu numa aura marrom-escuro e se lançou contra os ares, caindo bem em cima da insetinho para pressioná-la contra o chão. Assim, as asas de Cutiefly ficavam doloridas, mantendo-a em contato constante com o chão.

- Continue com Smack Down até que ela desmaie! - comandou, contente em ver que sua fadinha inexperiente estava conseguindo brigar em igualdade com a selvagem.

Cutiefly voltava a estender o conector de seu nariz para sugar vida de Carbink, porém agora graças aos machucados, ela efetivamente era recuperada em parcela da energia que foi retirada. O Pokémon da coordenadora aproveitava que o selvagem estava indefeso no chão, um pouco menos ágil que de costume, para se lançar mais uma vez e pressionar a adversária, deixando-a com graves ferimentos.

- Finalize com Smack Down!

Os golpes das duas fadas combatentes era limitado e pouco efetivo na mudança, por isso a troca dos mesmos golpes era necessária. Com o feixe verde que sugava a energia adversária, Cutiefly estava longe de conseguir sair de uma situação desagradável, embora já começasse a deixar algumas lascas no corpo de Carbink, indicando que também estava causando danos consideráveis. Mas o final era definitivo, com um magistral salto de Carbink e uma última pressionada de seus cristais contra a adversária, causando o desmaio dela.

Batalha:

- Ok. Ela era durona, isso não posso tirar dela - comentou para Larvesta, que tinha um olhar preocupado para uma de suas amantes, mas sorria para a treinadora. - Porém Carbink foi incrível! - emendou ao animar a fadinha de pedra.

Amorina não sabia como poderia equilibrar a situação de amantes diversas de Larvesta, porém Cutiefly era uma das espécies nativas de Alola. Como um dos objetivos da adolescente era reconquistar todos os Pokémon de sua antiga região, ela decidiu que a lagarta de fogo teria que resolver seus interesses românticos quando fosse possível, assim ela sacou uma Pokébola e jogou estilosamente em direção à fada, capturando-a sem problemas.

- Não se preocupe pequena, vocês vão se encontrar eventualmente. Mas por agora, ela precisa descansar - explicou para Larvesta, guardando a pokébola de Cutiefly na bolsa. - Além disso... fique atenta. Há boatos de que invasores estão em busca de Pokémons raros. Não quero te perder.

A preocupação genuína da magnata fazia a Lagarta lançar uma cusparada de brasas contra o mato, deixando uma marca em formato de coração queimado. Amorina achava o ato uma linda declaração de confiança e amor de sua Pokémon, mas pedia para que ela não repetisse.

- Última coisa que preciso é de um incêndio durante minha patrulha.

A primeira noite de patrulha de Amorina tinha sido um sucesso, pois desde que ela lutou contra a Cutiefly apaixonada por Larvesta, ela não teve nenhum problema além de apreciar a beleza dos insetos noturnos que passeavam esporadicamente pelo ambiente. Quando foi liberada, no começo da manhã com o sol nascendo, ela se direcionou direto até o Centro Pokémon para garantir que nenhum de seus Pokémon ficasse numa situação difícil.

Nos dias seguintes à primeira patrulha, ela foi dispensada pois os trabalhadores não a enviaram mensagem para cobrir seu turno. Com isso, ela conseguiu acompanhar o crescimento das temperaturas dentro do Verão, conforme notava que estava vestindo cada vez menos roupas e optando por panos até mais finos que o comum. Aproveitando-se da cidade da moda, ela também renovou o guarda-roupa com algumas peças, doando as antigas enquanto vestia cores mais vibrantes. De todas, sua favorita era sem dúvidas um macacão curto verde-claro, com um pano tão fino que nas raras vezes em que os ventos passavam pela cidade, ela sentia até mesmo um pouco de frio.

Assim, quando finalmente foi chamada para cobrir mais uma patrulha, ela surgiu prontamente e perguntou se poderia utilizar trajes mais comuns para realizar a patrulha. O calor ainda era absurdo mesmo no período noturno, por isso ela não queria arriscar se sentir incomodada por soar dentro do macacão tradicional enquanto atravessava o mato alto do parque, acumulando sujeira e irritação.

Em um rápido relatório dos acontecimentos, o antigo patrulheiro do parque comentou sobre a existência de um infame criminoso chamado Dolan, que buscava furtar as pequenas Scatterbug em lotes para que revendesse-as. Segundo ele, o Verão era a estação favorita do ladrão, já que as asas mais extravagantes surgiam justamente pela influência das temperaturas elevadas. Ciente disso, a adolescente assegurou que tomaria cuidado redobrado com movimentações suspeitas.

Conforme a noite avançava, Amorina ficava mais e mais nervosa com a possibilidade do aparecimento do criminoso, mas tinha sorte suficiente de não encontrá-lo imediatamente. Mesmo assim, um padrão irregular de luzes piscando em meio as folhas atraiu a atenção da adolescente, que perseguiu o sinal. Por sorte, apenas se tratava de dois insetos aparentemente em busca de um romance, já que o maior exibia sua bundinha brilhante para uma aracnídeo amarelada. Sacando o RotomPhone, ela reconhecia as criaturas.

Joltik, o Pokémon anexador. Os Joltik que vivem nas cidades aprenderam uma técnica para sugar eletricidade das tomadas das casas.

Volbeat, o Pokémon vagalume. Vivem próximos de lagoas limpas. À noite, suas luzes traseiras acendem. Ele conversa com outras pessoas piscando sua luz.

- Joltik... o Pokémon que Viola me presenteou - ponderou sobre o ovo que recebeu após vencer o Hall da cidade.

Enquanto tentava se esgueirar entre as moitas para sair sem atrapalhar o casal, a coordenadora inocentemente tocou numa teia de aranha entre as árvores e soltou um grito. Isso pois sentiu um choque leve, mas repentino que realmente a assustou, alertando o casal. Volbeat tinha um olhar irritado para a garota, buscando defender sua amada, embora o aracnídeo mais parecia interessado em tê-la como um grande jantar.

- Oh não... Litten! Carbink! - comandou, liberando a dupla que se materializou. - Eu tô presa! - argumentou, mostrando que a teia eletrificada impedia sua mão de abrir e escapar.

Litten aproveitava a distância dos adversários para flutuar até a bolsa da garota, jogando um Ball of Mud para seu aliado enquanto ele mesmo recolhia o Lucky Egg. Amorina ficava orgulhosa de como seu pequeno felino se tornou um magnata por proximidade com ela.

vs

- Não vamos brincar em serviço... ataquem com tudo! Litten use Fire Fang e Carbink use Smack Down... em Volbeat... o maior!

Ainda de longe, Volbeat virou de costas repentinamente, que atraiu a atenção da dupla da coordenadora. Em surpresa, o inseto acendeu seu rabo, disparando um rápido mas cegante feixe que fez a dupla se contorcer por alguns segundos. Ainda comprometidos pela habilidade, eles poderiam ter problema em acertar seus golpes. Embora aquilo não fosse motivo para recuar, uma vez que Litten também despertou as chamas de seu cinturão, projetando-as como uma mandíbula gigante ao redor de seu corpo para realizar uma mordida mágica que explodia e causava gravíssimos danos.

Em retaliação, o vagalume também criou uma aura oliva na frente do rosto, devolvendo a mordiscada no felino para causar danos. Joltik, que tinha subido na cabeça de seu amado para se locomover mais rapidamente, também aproveitou a chance para ganhar um brilho oliva nas patas dianteiras, dando dois cortes no mesmo alvo. Carbink finalizava aquela primeira troca de golpes ao se disparar imbuído numa energia marrom-escuro, desmaiando Volbeat enquanto o aracnídeo amarelado saltou para o chão, quase sumindo na grama de tão pequeno.

- Litten use Fire Fang! - comandou, esperando que o desmaio da aranha faria sua teia dissipar.

Seguindo os comandos, o felino começou a rodopiar ao criar a mandíbula de chamas, se aproximando numa dança perigosa que retratava quase um tigre em sua feição, explodindo na posição do inseto e desmaiando-o. Quando o fogo tentou se espalhar pela grama, Carbink começou a rolar de um lado para o outro, usando seu corpo resistente ao calor para apagar os focos e evitar um incêndio.

Batalha:

- Ora, quem diria que seriam uma dupla tão boa! - elogiou, fazendo Litten ficar metido enquanto Carbink saltitava alegre. - Mas isso deve ter atraído atenção... vamos resolver isso logo e seguiremos com a patrulha! - disse preocupada com ações criminosas na área.

Amorina não queria repetir a captura de Joltik, já que tinha um presente pessoalmente entregue por uma representante respeitada de Santalune. Contudo, ela também não queria abdicar da chance de ter um Volbeat, ainda mais um tão galanteador e performista, dado seus padrões de luzes exibidos para apaixonar a aranha. Livre da teia, a coordenadora correu até a mochila e sacou uma Pokébola, lançando na direção da criatura.

No exato momento que a pokébola ficou estática com a captura, Amorina sentiu dois mini infartos com seu RotomPhone atualizando a Pokédex, seguido de seu Itemfinder reativando ao detectar um item. Pela primeira vez, o aparelho detector mostrava uma árvore escondida dentro do parque, a qual possuía duas Pink Apricorn saudáveis penduradas num mesmo galho. Recolhendo os "frutos", ela esperava não ser presa por nenhum crime, ainda mais sendo a responsável pela segurança noturna.

Continuando sua caminhada, ela recebia os itens de combate de volta de seus companheiros, contente pois a batalha tornou a lama molenga numa peça polida de arte que poderia ser futuramente revendida.

O combate contra o Volbeat apaixonado deixou Amorina paranoica sobre a possibilidade de ter atraído atenção de algum invasor e de que agora ela podia estar sendo seguida. Assim, ela liberava sorrateiramente Haunter quando chegou num canto escuro do parque, esperando que as sombras escondessem a fantasmagórica de gelo para pegar de surpresa qualquer um que tentasse alguma maldade contra sua treinadora. Para além daquela medida emergencial, Primarina estava à postos, bem acordada para se soltar sozinha e ser um dos reforços mais fortes que a coordenadora carregava.

Conforme os minutos corriam, com olhares por cima do ombro e pequenos sustos quando alguma moita remexia, Amorina começava a relaxar gradativamente com as confirmações de seus aliados de que estava tudo bem. Ainda havia uma longa noite até o amanhecer, por isso a adolescente precisava ficar bem alerta. Retornando ao posto, ela confirmava três vezes se tudo estava no lugar, para só então pegar uma das garrafas térmicas e se servir com um café quentinho.

- Espero que isso seja suficiente - comentou preocupada para Litten.

Amorina nunca tinha visitado o parque antes, por isso quando recebeu o convite para sua primeira noite, ela tinha tanta coisa para ver que mal sentiu o tempo passar. Na altura de ver todas as atrações, o sol já estava começando a nascer no horizonte, onde somente com o primeiro raio tocando sua pele é que ela bocejou pela primeira vez. Porém agora nada era novo, além de parecer que as estradas entre as árvores eram bem maiores do que a primeira vez. Provavelmente era o tédio, mas a coordenadora não podia ser vencida pelo sono, já que fez uma promessa de garantir a segurança dos selvagens e dos Pokémon em treinamento.

Enquanto terminava de beber o café, a adolescente se alarmou quando ouviu um grito feminino em meio a floresta. Deixando tudo pra trás, ela recebeu Litten nos ombros e correu na direção que achava a correta, porém conseguiu ver um fractal de gelo explodir no alto, indicando a posição de Haunter. Ao chegar lá, a magnata se surpreendeu ao ver estacas de gelo segurando uma jovem parada, sendo uma pessoa conhecida.

- Amorina! - gritou Kricketina. - Peça para que ela me libere. O frio dessa estaca está acabando com minha pele!
- Haunter, por favor - solicitou, vendo a feição desgostosa do fantasma quando o gelo se estilhaçou em brilho, mas não deixando nada que pudesse ferir Kricketina. - Se importa de explicar o que está fazendo aqui?
- Ai... eu só queria ver alguns insetos novos por aí. Não acreditaria se eu dissesse que me contaram que tem um Larvesta por aqui. Dá pra imaginar? Um insetinho tão fofinho largado num lugar desses... o treinador deve ser uma pessoa horrível!

Kricketina encarava Amorina, que mudava a feição de preocupada para triste.

- Oh não... é seu Larvesta? - questionou nervosa. - Ora, então tudo bem. Você não é uma má treinadora... só é muito ocupada. Além disso, não há lugar melhor para deixá-la do que aqui. Sim, sim. Eu cometi um engano... me perdoe.
- Não precisa me bajular... só... explique por que está aqui - disse ao retornar ao foco, cruzando os braços.
- Eu sou entusiasta de Bug type, você sabe. Mas há inúmeros outros amantes por aí. Eu até mesmo estou ensinando minha novíssima receita pra eles. Nada é raro demais que a Kricketina Treat's não consiga atrair. Além disso... você já está a bastante tempo me encontrando, talvez seja tão entusiasta quanto eu!
- Ok. Está na hora de ir. Podemos ser amigas, mas você não pode estar acima das leis do parque!
- Oh não... por favor, Amorina! Não faça isso comigo. Não me mande embora antes de eu ver a Larvesta. Além disso, se ela é sua será ainda mais fácil. Tudo menos tirar essa chance de mim!

A magnata torcia os olhos para a súplica da amiga, mas sabia que não havia nem mesmo um pingo de maldade nas intenções dela. Com um sinal breve de cabeça, ela começou a direcionar até o toco de árvore que Larvesta tinha escolhido para si. Como uma captura de coordenadora e Pokémon territorialista, a lagarta flamejante demarcava seu domínio com uma marca em formato de Sol no tronco da árvore em que se escondia. Para além daquilo, o buraco em que ela se escondia reluzia como se uma vela estivesse lá dentro, sendo apenas a manifestação de Larvesta preparando seu glorioso casulo de fogo, saudável à vida na floresta por ser controlada.

- Uau! Ela já está preparando o casulo! Sabe o que isso significa?
- Que ela quer evoluir?
- Sim! Mas que ela também está pronta pra isso. Muito provavelmente as estações serão duras com ela, mas começar o casulo no Verão favorece que ela terá calor suficiente para criar uma casca robusta. É provável que quando você venha buscar ela, já esteja completamente fechada.
- Acha mesmo... que eu sou uma treinadora ruim por deixá-lo aqui?
- Ora! Claro que não. Confesso que falei sem pensar, mas as áreas de treino são as mais propícias para o desenvolvimento dos Pokémon. Eles estão em contato com humanos, mas principalmente com os selvagens. Eles cresceram conscientes, mas terão em sua natureza a capacidade de se virarem sozinhos. Antes de saber que era você, achei que se tratava de uma pessoa insolente que deixou o Pokémon e foi embora. Mas você a deixou e ainda está rondando sempre ela. Isso demonstra que você é diferente.

Amorina dava um sorriso aliviado pela análise de Kricketina, pois confiava que a amiga era a mais inteligente quando o assunto eram os insetos. Enquanto assistiam a dança das escamas de fogo cobrirem lentamente o corpo de Larvesta, elas começaram a comparar as próprias Pokédex para descobrir quem tinha mais insetos registrados. Como era esperado, a coordenadora perdeu.

- Quando conseguir pelo menos quinze registros, volte aqui. Você é uma boa amiga, mas não posso permitir exceções. Além disso, como uma excelente treinadora, tenho certeza que você conseguirá isso antes de sair de Santalune!
- Obrigada... mas acho que está na hora de ir.

Guiando Kricketina até uma das saídas do parque, a adolescente assistiu quando sua amiga saiu saltitante pelas ruas silenciosas. Os Pokémon tinham uma capacidade misteriosa de melhorar o dia dos treinadores, mas as vezes, estar com outros treinadores também não era nada ruim.

Retornando para a guarita para organizar as coisas e registrar que "não houve nenhum incômodo", Amorina notou que tinha uma balinha azulada em sua mesa, com um papel grudado nela e o rosto de um Kricketune. A adolescente não precisava pensar demais para saber quem tinha deixado aquilo lá, porém logo foi dispersada pelo surgimento do inquieto e opulento Carbink, que produzia as gemas com mais agilidade e robusteza agora que começava a ganhar experiência.

- Ora, que cavalheiro - brincou, notando que ele se curvava para entregar as joias. - Você melhora elas a cada dia. Com certeza está lapidado o suficiente para ser um joalheiro! - elogiou.

Retirando o porta-joias da bolsa, que apenas servia para organizar as geminhas em suas devidas "irmãs", a adolescente reuniu tudo e logo sacou o Berry Pot, notando que sua plantação também estava madura, pronta para ser colhida e reiniciada para mais alguns dias. Com tudo fluindo com naturalidade, ela apenas aguardou os minutos finais de sua patrulha noturna, conforme o céu começava a se pintar de azul celeste com o nascer do Sol no horizonte.