✄ Cidade de Pallet - 14:00 (Dia)
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Uma leve brisa passa pela janela e rapidamente um pequeno Pidove pousa na moldura de madeira. O pássaro se sacode algumas vezes, mas logo para revelando um pedaço de papel em sua garra. Albedo pega o bilhete e faz carinho no voador antes de retornar sua atenção para o que estava escrito. Assim como já esperava, era apenas uma confirmação do Professor Oak. Enfim tinha chegado o dia que o veria pessoalmente em seu laboratório. Um misto de sentimentos o acerta, não sabia dizer se estava empolgado ou com certo medo. Só sabia que a partir daquele dia, sua vida mudaria por completo. Colocando o papel em cima da mesa, o jovem retorna a guardar seus itens e suas roupas, precisava se apressar, afinal seria muito ruim se atrasar. Quando todo o resto do quarto estava arrumado, o pesquisador vira sua atenção para a mesa e recolhe tudo o que restava ali. Antes de fechar a mochila, ele pega qualquer objeto que estivesse na borda e o usa para prender seu próprio cabelo em um coque, já que não conseguia achar um elástico.

Às pressas, o garoto desce as escadas e coloca a chave do quarto no balcão. Antes de sair por completo, ele fez questão de agradecer o atendimento do hotel e cada um dos funcionários que passava por ele. Assim que sai da construção, Albedo olha para o céu e observa Pidove habilmente sair da janela do quarto e mergulhar em sua direção. O pombo pousou no ombro do garoto e ambos foram juntos até uma área de estacionamento, onde um carro os esperava. Como já estava tudo acertado, o pesquisador apenas precisou cumprimentar o motorista e entrar no veículo. A partir dali seria uma longa viagem até Pallet, a cidade inicial. Não seria a primeira vez que iria para a cidade, mas certamente era a primeira vez que estava nervoso para isso. Anteriormente, só havia ido com seu pai para a abertura do parque local e eles mal tiveram tempo para passear, focaram apenas em ajudar nas pesquisas que estavam tendo lá dentro. Ao seu lado, Pidove se acomodava no banco pronto para adormecer durante o trajeto todo, afinal, ele não teria muito o que fazer preso ali. Embora o Pokémon não fosse seu de fato, o jovem considerava o voador como parte da família, ele não fazia ideia de onde estaria a Pokéball com companheiro, mas não iria o deixar sozinho. Mesmo que para isso significasse o levar junto em sua jornada.


O carro faz uma pequena manobra para entrar no estacionamento aberto e freia por completo em uma das vagas. Albedo mal abre a porta e rapidamente o pokémon voador decola para fora. Já estavam a horas viajando e os dois já não estavam mais aguentando ficar dentro de um espaço apertado. Ajeitando sua mochila nas costas, o garoto inspira profundamente o ar da nova cidade e mais uma vez ele se pega dentro de um furacão de emoções. Calmamente, ele segue em direção ao Laboratório Pokémon, passando por uma pequena calçada que levava a entrada. Por cima do pesquisador, Pidove rodopiava no ar aproveitando um pouco da liberdade, mas a ave logo desce quando percebe que o rapaz já estava se aproximando da porta.

O ar gelado do ambiente causa um leve calafrio em Albedo trazendo um misto de nostalgia e tranquilidade para ele. Já fazia um bom tempo desde a última vez que tinha entrado em um laboratório. Desde o incidente ele foi obrigado a permanecer no hospital e o máximo que conseguiu foi ser alocado para um quarto de hotel onde ele teve pouco espaço para fazer qualquer estudo relevante. Naturalmente o garoto já sabia andar em prédios como aquele, depois de passar pelo saguão e de subir para o segundo andar, ele rapidamente encontra a sala principal de pesquisas que Oak usava. Embora fosse a primeira vez que estava ali, era nítido que aquela sala era a principal, mesmo com o ambiente claro e máquinas de ponta, sempre haveria livros e papéis espalhados por todo lugar. A bagunça seria sempre essencial para qualquer pesquisador. Afinal, quanto mais arrumado o laboratório mais bagunçada estava a cabeça do responsável, então era sempre melhor ser o contrário.

— Albedo! Chegou rápido. Como foi a viagem? — Exclama uma voz rouca vindo de trás de uma das máquinas. Oak rapidamente se revela afastando-se dos aparelhos enquanto segurava uma prancheta com inúmeras folhas presas, algumas até caindo no chão.
— Foi tranquila. Um pouco entediante e apertada. — O garoto faz uma breve pausa olhando para seu Pidove no ombro e volta a completar. — Mas foi tranquila.
O mais velho se aproxima e logo depois de cumprimentar o jovem pesquisador, dá uma pequena introdução sobre si. Por alguns segundos Albedo se questiona se havia alguém naquela região que não conhecesse Oak, mas não se atreve a interromper o professor e o deixa falar tudo o que precisasse.
— Mas vamos deixar os detalhes de lado! — O idoso interrompe a si próprio depois de quase 3 minutos falando e caminha até uma caixa que estava na mesa principal. — Sei que pretende partir em uma busca e não irei lhe impedir, mas peço que pelo menos aceite isso como um presente. — Abrindo o objeto ele faz um indicativo para que o garoto se aproximasse antes de continuar. — Não sobraram muitas opções, estamos em temporada de receber novos treinadores, mas acredito que pelo menos um desses deve lhe agradar.
O professor liberta três Pokémon no espaço que dividiam os dois. Turtwig, Cyndaquil e Oshawott. Os monstrinhos rapidamente se alinham de frente para o jovem pesquisador e assim como Oak, esperam pacientemente pela resposta.

Albedo passa um bom tempo analisando os três iniciais, de fato qualquer um deles já seria uma excelente ajuda. O Pidove em seu ombro não era um pokémon de combate e como ele nem sequer sabia se o pequeno tinha uma Pokéball, seria muito difícil o considerar como seu Pokémon. Por outro lado, um inicial próprio ajudaria e muito em sua jornada. Até aquele momento não tinha ideia de que inicial escolher e muito menos imaginaria que suas opções seriam apenas aquelas. O garoto reflete bastante sobre cada um deles e então se agacha próximo a eles. Com um sorriso no rosto ele faz carinho em cada um dos Pokémon, incluindo no seu pombo e então pega a tartaruga, a erguendo.
— Vai ser um longo caminho… e eu com certeza vou me desviar várias vezes para fazer pesquisas… Então peço um pouco de paciência. — Embora estivesse falando para fora, a mensagem valia principalmente para si próprio, mas pelo menos rendeu um Turtwig animado.
Os demais iniciais são rapidamente recolhidos e o professor começa com seu texto pronto que sempre dita para os novos treinadores enquanto entrega todos os itens iniciais. Ao concluir todo o “ritual” Oak se aproxima e dá uma rápida olhada no garoto. Seus olhos mostravam orgulho, mas sua expressão muda rapidamente para uma careta divertida.
— Se precisar de ajuda para cortar o cabelo, eu posso indicar alguém. — Sua voz transmitia diversão e isso acabou confundindo o jovem pesquisador pela rápida mudança. O idoso aponta para o cabelo do rapaz e de forma automática, Albedo leva uma mão até onde ele apontava. Seu rosto fica vermelho quando percebe do que se tratava e ele rapidamente tem a vaga lembrança de ter preso o cabelo com qualquer item que estava na mochila, agora ele sabia que o objeto se tratava de uma de suas tesouras pratas.