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018.1 — Observatório Cosmos - Publicado Qui Set 05, 2024 12:45 am

Observatório Cosmos
Era diferente a sensação de estar no topo daquele monte. Poder ter a oportunidade de vislumbrar o céu de Pokégea, acima dos seus vários centros urbanos iluminados, certamente enchia meu coração de esperança. Ter a oportunidade de ver a magnitude do território da região, também, era um acontecimento raro.

A temperatura naquela noite era congelante, mas não a ponto de nevar — apenas uma serração molhava o chão. Meti a mão pela mochila, em busca de um casaco para vestir. Sorte a minha de ter colocado o agasalho nela antes de sair.

Enquanto o meu corpo esquentava um pouco na caminhada rumo ao Observatório Cosmos, eu contemplava a brilhante abóbada celeste, pintada com inúmeras estrelas multicoloridas. De uma certa forma, era parecido com o teto das cavernas do Monte Lua, exceto pelo seu característico fundo azul-rei.

O imponente observatório se mantinha no centro do campo de visão de quem sobrevivia pelas cavernas do Monte Lua em direção ao Planalto Lunar. Ornado com seus equipamentos majestosos, era o sonho de qualquer pesquisador ter a chance de por a mão naquela tecnologia de primeira.

Encostei as minhas mãos numa das maçanetas da porta de vidro, apenas para descobrir que ela era automática. Ao mesmo tempo, uma moça preocupada saía de uma sala com uma papelada em mãos em direção à recepção. Dois felinos a acompanhavam, um de pelagem azul e outro branca, enquanto ela flutuava. Um rapaz de meia idade e cabelos loiros cochichava com ela a respeito de algo, tranquilizando-a e mudando o tom ao direcionar sua fala a mim.

— Aposto que veio aqui porque os astros te fascinam. Já passa de meia-noite, então sugiro ficar por aqui para não participar de eventos estranhos do lado de fora. — Brincou. — Me chamo Molayne, esta é Olympia. Cuidamos do Observatório Cosmos. Seja bem-vinda! — Disse o rapaz, com um dos braços coçando o couro cabeludo.

— Eu me chamo Riley Morrison, sou pesquisadora sob tutela do Professor Oak. É verdade, Molayne. Subi o Monte Lua para ter a chance de poder visitar o observatório e conhecer alguns Pokémon diferentes. Vocês poderiam me dar um autógrafo? É uma honra poder colaborar com vocês. Aqui.

— Seja bem-vinda! — Disse a bela mulher, em seu collant negro e capa que imitava o céu estrelado, assinando seu nome no livreto após Molayne. Sua aparência era deslubrantemente diferente da de Molayne. Seus cabelos arroxeados contrastavam com os seus olhos violetas, enquanto seu corpo era todo adornado com estrelas e aros em prata. Por um breve momento, Olympia encarava a minha alma e parecia ficar fora de órbita até um de seus gatos puxar sua calça. Num sorriso caloroso, ela partiu com seus Pokémon. — Chegou numa boa hora! Preciso da sua ajuda. Venha, siga-nos.

Apontei minha Pokédex para os seus companheiros enquanto eu andava. A dupla de Meowstics ia na frente ativando todos os sensores e abrindo todas as portas no caminho para o telescópio. A moça ia me explicando brevemente o seu dia-a-dia e sobre uma outra pesquisadora que havia descoberto a constelação de Tauros, assim como ela podia afetar Pokémon expostos à sua luz.

Quando chegamos ao salão, pude brevemente lançar os meus olhos sobre a decoração antes de trabalhar. O teto era totalmente de vidro, possibilitando uma vista sem obstáculos do espaço. Além disso, uma grande escultura do sistema solar em aros dourados suspendia do centro, com uma luminária onde deveria ser o Sol. Cumprimentei seus colegas de trabalho com um sorriso.

Olympia me pediu para que eu observasse o telescópio e explanou à mim a sua dificuldade em achar novas constelações pela falta de tempo. Me sugeriu que eu testasse a sorte, aproveitando o céu limpo, para trazer algum progresso para a pesquisa.

Sentei na poltrona do telescópio e peguei lápis e uma folha de papel para reproduzir os pontos de luz que poderiam vir a fazer parte de uma nova constelação. Então, viajei pela constelação conhecida e segui para o noroeste, desenhando no papel, em seguida, uma nova constelação no formato de uma mulher.

Ao ver meus desenhos, Olympia reconheceu, com um brilho nos olhos. — É Andrômeda. Uma das constelações mais conhecidas. Bom, é uma descoberta sua, nada mais do que justo que você a divulgue para a comunidade científica.

Agora era hora de coroar tudo com um artigo. Havia muito tempo que eu não redigia um. Com todos os itens em mãos, era hora de colocar a mão na massa. Me dirigi aos arquivos da sala e comecei a redigir a tese com as fontes que pude achar tanto nos livros, quanto na Internet.

- - - Constelação de Andrômeda - - -

Andrômeda é um complexo estelar ao norte do equador celeste. Sua descoberta remonta a tempos imemoriais, sendo mencionada por diversas civilizações que contribuíram muito para a astronomia como a humanidade conhece hoje. Ao longo dos séculos, Andrômeda foi citada em várias obras literárias.

São nas noites de outono de céu limpo e escuro que a constelação é vista de melhor forma e, no mês de novembro, é possível observar a chuva de meteoros Andromedídeos tendo o seu ponto radiante (onde parecem originar) dentro dos seus limites. Há programações conhecidas no Observatório Cosmos com o objetivo de fomentar a visitação ao Monte Lua e arrecadar doações para as pesquisas científicas do instituto, neste e em outros eventos astronômicos.

Essa é uma das maiores e mais conhecidas constelações do mapa estelar, abrigando várias estrelas numa área que equivale a 1400 Luas Cheias. Além de sua estrela mais brilhante, Alpheratz, ela carrega mais treze notáveis corpos celestes brilhantes. É possível ver vários outros objetos astronômicos, distribuídos dentre os seus limites (visualmente), apesar de estarem anos-luz de distância um do outro. O objeto mais conhecível e perceptível na observação, seja por telescópio ou à olho nu em cenários propícios, é a galáxia de mesmo nome, Andrômeda, que é a maior galáxia vizinha à Via Láctea, sendo identificada como uma mancha nebulosa ao norte do conglomerado de estrelas.
018.1 — Observatório Cosmos LEzjxIV

A história por trás do mito de Andrômeda, associado ao corpo celeste, se baseia numa antiga lenda envolvendo a capacidade de Gardevoir serem Pokémon leais, a ponto de poderem abrir buracos negros como o seu último recurso para salvar os seus entes queridos; uma característica formidável e que criou a tradição de vários reinos trazerem consigo Gardevoirs e Gallades para comporem guardas reais. A história conta de uma sociedade, num momento remoto da linha do tempo que conhecemos, que designava um ovo de parceiro Pokémon desde o nascimento para proteger a pessoa até os seus últimos dias, num ritual que conectava as suas almas similar à tradição dos Burst Mode existente em Pokégea. A única princesa de uma dinastia recebeu como a sua protetora uma Ralts, que refletia sua personalidade generosa e bondosa com todos a sua volta. Elas se tornaram muito amigas e felizes, a ponto de terem uma conexão telepática.

Conforme a dupla se conectava, numa relação de compartilharem os mesmos interesses, deveres e até mesmo conhecimentos, Ralts acumulou experiência para evoluir em Kirlia, durante sua adolescência e então em Gardevoir nos primeiros anos de sua vida adulta. Ao se casar, a moça levou o seu Pokémon espiritual consigo e se elevou ao cargo de rainha de um reino aliado.

O casal regente, pela aliança em matrimônio arranjado, manteve a paz e a prosperidade com o seu enorme senso de humanidade e comunidade enquanto puderam, porém, a cidade-Estado foi atacada por uma invasão e então, ameaçada. Para defender a sua parceira de vida, Gardevoir utilizou as suas últimas forças para abrir um pequeno buraco negro para acabar com a guerra. Porém, ele se desestabilizou e ficou fora de controle, não só derrotando os seus inimigos, mas também engolindo grande parte do vilarejo, o rei, a rainha e o seu próprio exército dentro dos limites do campo de batalha.

Os sábios do seu povo, membros do conselho do reino, decidiram puni-la pela irresponsabilidade ao usar os seus poderes e pelo medo desse evento se repetir, trancafiando Gardevoir à uma dolorosa sentença: viver algemada em correntes de chumbo embebido em magia negra, suprimindo assim os seus poderes. A alma do Pokémon guardião pereceu dentro de alguns dias, de tanta tristeza. Porém, no momento de sua passagem, os seus desejos foram reconhecidos por uma entidade poderosa, que entendeu o seu senso de dever, seu coração puro e a sua força de vontade. Fragmentou a sua alma na constelação de Andrômeda e a sua mente na constelação de Andrômeda. A estrela principal e a mais brilhante, Alpheratz, é a que representa o seu coração dividido entre o remorso, a dor e a vontade implacável de proteger o que lhe era querido.

Contada numa das maiores civilizações da antiguidade, rapidamente a lenda percorreu o mundo conhecido e astrônomos do futuro começaram a detectar e representar no mapa celeste o objeto astronômico, que trazia em si um aglomerado de estrelas que se assemelhava à uma figura humanoide acorrentada. Assim, na época de outono, os sábios vieram a perceber a sua influência sob pessoas e Pokémon e registraram sob os seus manuscritos, daí surgindo as primeiras pesquisas sobre o tema.

Astrólogos apontam que os efeitos da constelação de Andrômeda nos Pokémon, ao transpassar pelos céus, é o peso de estarem acorrentados a um destino doloroso. Eles sentirão mais lentos, letárgicos e pesados, além de cautelosos para não cometerem erros que possam custá-los quem está ao seu redor. É uma época de melancolia e remorso, na qual até as pessoas podem sentir um aperto no peito ao olhar para o céu estrelado sem sequer entender o motivo.

Outros profissionais da área também definem que pessoas nascidas sob a sua influência tendem a serem emotivas e a se preocuparem excessivamente com os seus pais, filhos e amigos, por exemplo, que estão à sua volta, com medo de perdê-las, protegendo-as nem que se prejudiquem, à qualquer custo. É possível que se tornem pais e mães superprotetores e que não gostam de surpresas, calculando todos os passos de sua jornada. Por um outro lado, são amorosas, cautelosas, zelosas e tem um ótimo controle financeiro.

Os estudos dispostos nesse artigo foram baseados em observações realizadas no telescópio cedido pelo Observatório Cosmos, sob supervisão de Olympia, além de material bibliográfico disponível no acervo do laboratório.

- - -

— Prontinho. — Avisei quando terminei. — Agora é esperar a revisão por algum supervisor e estará online até amanhã pela noite.

— Isso é perfeito, Riley. Não se esqueça de tirar uma foto caso você precise. Fique à vontade. — Orientou Olympia. Ela estava com o peito estufado como uma mãe orgulhosa de sua cria, principalmente pelo trabalho que economizaria um bom tempo à ela e à sua equipe.

Quando terminei, agradeci e comecei a me preparar para descer a montanha. Eu também estava orgulhosa por mais um report terminado, depois de séculos, mas era bom que eu agitasse um pouco a comunidade científica com mais um dos meus trabalhos.

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Re: 018.1 — Observatório Cosmos - Publicado Sex Set 06, 2024 3:29 am

Aprovado

Parabéns pelo excelente relatório que você criou. A narrativa que você desenvolveu em todo o seu texto está realmente muito interessante. Que Arceus esteja com você.

018.1 — Observatório Cosmos Arceus-giratina


Última edição por Hermao em Sex Set 06, 2024 3:51 am, editado 1 vez(es) (Motivo da edição : Hermao)