ar da arena era pesado, mas enérgico. O misto de adrenalina e tensão era evidente, além do óbvio sentimento de rivalidade entre os participantes. Poucos foram os que me notaram, uma garota sem graça e apática não é das mais desafiadoras e era bem provável que a minha inexperiência em batalhas ou torneios desse tipo, estivesse estampada na minha testa. Mordi o lábio inferior na tentativa de manter a calma e segui para o local de disputas.

A primeira fase seria uma demonstração de poder, os mais fracos não passariam daquela dali e talvez em meu âmago eu já estivesse certa da derrota. Talvez pelo time que eu havia selecionado, talvez pela minha inaptidão no campo de batalha ou pela ausência do meu único parceiro... Tantos "talvez" que se eu desse voz à esses pensamentos, jamais teria me inscrito nessa aventura. Os outros participantes pareciam presos em seus pensamentos, buscando estratégias e a melhor forma de vencer esse torneio. Como eu competiria com eles? Pousei a mão sobre as pokébolas escolhidas. Cada um deles tinha algo que me chamara a atenção, algum fator que os tornaram únicos para mim, então escolhi um time inteiro com base naquilo que eu acreditava: ser uma equipe.

Toda equipe possui um líder e isso é óbvio, visto que existem pessoas que nasceram com tal dom. Eu não era líder, mas precisaria me tornar uma para conquistar meus objetivos e eu aprenderia isso de acordo com meus avanços durante a jornada que eu estava a enfrentar. Os pokémon em minha posse, nesse torneio, não eram meus, mas eu estive com cada um momentos antes para poder escolhê-los e eu sabia que tinha feito as escolhas certas. Uma equipe e sua líder estava ali, para cooperar comigo. Eu aprenderia muita coisa com essa pokémon. Ao anunciarem meu nome, fiquei estática, paralizada pelo medo de não conseguir lidar com toda aquela pressão. O que eu tinha na cabeça? Como eu podia cogitar participar daquilo tudo? Meu nome foi anunciado pela segunda vez e meu corpo não respondia, até que uma participante ao longe encarou-me e sorriu, mas não como uma forma intimidadora mesmo ela sendo SINISTRA, no bom sentido ela deu aquele empurrãozinho que eu precisava. Eu continuava com medo? Sim. Mas eu jamais poderia sair como uma covarde, o que meu tepig pensaria de mim? Meu pequeno e corajoso parceiro? Eu tinha que tentar, pelo menos isso, tentar. Com meu time preso à minha cintura, segui para a arena do Torneio a fim de concluir essa primeira etapa.

A platéia estava silenciosa e poucos aplaudiram minha entrada, certamente pelo meu atraso as pessoas já me olhavam com desdém ou focavam em seus celulares, batendo foto da fracassada que eu seria. Minhas mãos estavam geladas e meu coração batia frenéticamente. Fechei os olhos por alguns segundos para poder sentir meu coração e meu desejo. Eu tinha que tentar. Eu quero tentar. EU VOU TENTAR! Fitei a máquina que determinaria meu sucesso e segurei firme a pokébola daquela que seria a única apropriada para aquele momento.

— Coopere comigo, Vespiquen!


E aqueles que não estavam prestando atenção, pararam para fitar a monstruosidade que saía de dentro da pokébola. Ela era dominante, suserana apenas com seu olhar dominador e sua pele quitinosa brilhava pela ótima saúde da rainha. Sim, uma rainha. Ela não me via como treinadora ou mentora, ela sabia que estava ali para ser o show principal e faria daquela arena seu palco. Era impossível não sentir a pressure vindo da presença daquela vespiquen na arena. A pedra vermelha em sua testa brilhava no mesmo tom escarlate de seus olhos e em sua pequena cintura, um cinto com uma pedra de cristal fazia uma singela presença. Essa era a singularidade daquela vesíquen.

— Mostre-se rainha, seduza-os com seu esplendor!

A pokémon girou no ar com sutileza e uma singela corrente de ar tomou forma ao redor de sua fina cintura. Ainda girando, a vespiquen foi elevando-se ao passo que a corrente de ar aumentava e já envolvia toda a parte de baixo de seu corpo, como uma imensa saia e, pelo controle que ela tinha sobre aquela brisa, toda a plateia estava sentindo o aroma adocicado do mel, promovido pelo gust da pokémon. Era hora do verdadeiro show.

— Hora da transformação, Vespíquen!

A pokémon colmeia chegou mais próximo ao chão e o cristal em sua cintura começou a reluzir, indicando a transformação que estava para acontecer. A plateia parecia estar concentrada naquele momento dramático e ovacionou quando, após todo o brilho dissipar, a vespiquen estava tomada pelo tom dourado de seu corpo e suas asas cristalizaram, brilhando sem parar como um diamante. A pokémon olhou ao redor e fitou a máquina do Torneio.


— Vespiquen, attack order!

Os olhos e a pedra escarlate brilharam e diversos young combees saíram de dentro de sua rainha, a pokémon colmeia. Movendo seus braços, a vespiquen mostrou seu controle sobre seus pequenos, fazendo-os rodopiarem ao seu redor, como em uma dança hipnótica e, como uma bala sendo projetada, eles dispararam de encontro à máquina de poder do Torneio assim que a vespiquen fez o gesto para tal. A máquina contabilizou a pontuação e, após a finalização do ataque, os vassalos retornaram para sua rainha que desfez a transformação. O melhor de tudo foi ouvir os gritos da plateia assim que me retirei do palco, realizada.

Considerações escreveu:
Movimentos utilizados:

1. Gust para a abertura dramática;
2. Attack Order para atacar a máquina;
3. HB da vespiquen, Pressure, para causar o impacto inicial;
4. HB da crystal vespiquen para atacar.

É isto. Perdão a demora e obrigado <3