Objetivos

*Treinar a Fennekin
*Concluir seu primeiro combate contra outro treinador (vencendo, de preferência)
*Realizar a sua primeira captura

O fato do meu irmão ter tentado sabotar o meu início de jornada tinha sido o suficiente para acender uma chama de motivação no meu peito. Simbolicamente, acabei escolhendo Fennekin, um Pokémon de Fogo, para ser meu parceiro no começo daquela que seria a aventura de toda uma vida. A pequena raposa flamejante parecia estar animada por estar finalmente fora do laboratório, então não reclamei quando ela pareceu optar por me acompanhar fora da sua pokébola. Não seria nada incômodo, além de que vê-la andando do meu lado servia para me lembrar que, sim, aquilo estava mesmo acontecendo.

Eu tinha alguns itens comigo, a maioria presentes do Professor Oak; de mapas a pokébolas, o homem se certificou de que eu teria um início minimamente confortável. Eu não sabia exatamente o que me aguardava, mas imaginava que o que quer que fosse certamente acabaria em uma batalha pokémon. Por isso, não tardei a virar minha pokédex em direção à Fennekin. A raposa parecia de certa forma vaidosa, no que até posou quando mirei a câmera na sua direção. Conforme ouvia as informações sobre seus hábitos, percebi que ela era realmente uma criaturinha muito interessante. Quando me dei conta, até tinha esquecido toda a situação de momentos antes e a decepção momentânea de não poder ter o pokémon que sempre sonhei. No fim acabei satisfeito com o que tinha em mãos (ou melhor, na cintura). Agachei-me para ficar mais próximo de sua altura e respirei fundo. Então, abri um sorriso caloroso.

— Eu não sei se você ouviu a conversa que tive com o professor momentos antes de te escolher, mas quero que você saiba que não me arrependo de nada. Vamos nos tornar mais fortes juntos, iremos conhecer novos parceiros de equipe e derrotar outros treinadores. No fim, deixaremos nosso nome marcado no mundo. Eu te prometo que nada irá nos impedir de seguir em frente, então confie em mim. Se tivermos que queimar tudo pelo nosso caminho para isso, que seja. Queimaremos tudo até que vire cinzas se for preciso.

De alguma forma, peguei Fennekin de surpresa com o meu discurso. A pequena raposinha arregalou os olhos assim que comecei a falar, mas então a animação foi tomando conta do seu semblante gradualmente. Ela parecia completamente motivada assim que falei sobre transformar tudo em cinzas se isso significasse que conseguiríamos cumprir o nosso objetivo. Eu sabia que falar sobre queimar tudo seria uma forma de metaforicamente falar a língua da minha parceira, mas aquela frase não era uma metáfora em sua essência; eu estava mesmo disposto a dar tudo de mim para estar sentado naquela cadeira de Campeão. Melhor ainda se for com Hayato ajoelhado aos meus pés. Cogitei falar sobre essa minha rivalidade antiga, mas naquele momento seria apenas uma distração. Olhando em frente, ansiei pelo meu primeiro combate. Eu me sentia pronto. Olhando para a Fennekin, eu sabia que ela se sentia da mesma forma.

Seguimos em frente por vários minutos acompanhando a trilha pelas redondezas da Cidade de Pallet. Ao longe, notei pokémons voadores planando. Por vezes, os arbustos que nos rodeavam se moviam e eu percebia pequenos corpos saltando por entre as folhas. Fennekin se manteve ao meu lado durante todo o trajeto, me olhando a qualquer movimentação suspeita ansiosa para colocar suas garras em um oponente.

Não levou mais muito tempo até sermos surpreendidos com um garoto se jogando de algum lugar tão rápido que nem entendi de onde ele saiu (mas suspeito que foi de uma árvore). O pequeno basicamente se chocou contra o chão enquanto gritava "ahá!", no que tropeçou e foi de encontro ao solo. Seu boné azul saltou da sua cabeça com o impacto, no que ele levantou a cabeça e começou a fingir um desmaio quando percebeu que eu vi tudo. Com uma expressão confusa, olhei para a Fennekin ao meu lado que parecia encarar a cena com um misto de esnobada e tédio. Ver aquela cena não falhou em me tirar um sorriso. Minha parceira era mesmo confiante.

Tomei a frente e fui até o boné caído no chão. Com um sopro e alguns tapinhas, tirei a poeira de cima. Ele estava mesmo dedicado à sua atuação de desmaio... mesmo que suas pálpebras mexendo fossem o suficiente para saber que ele estava plenamente consciente. Agachado, dei dois toques na testa do rapaz caído.

— Você se machucou? Posso te ajudar a chegar até o hospital. — perguntei em um tom amigável. O pequeno abriu os olhos devagar e então simplesmente puxou o boné das minhas mãos. Como um relâmpago, se colocou de pé e então fez uma pose que eu pude supor que ele ensaiou por bastante tempo. Uma mão apontava na minha direção, a outra estava com o polegar virado o peito e seu queixo estava levantado. Foi só então que avistei o seu cinto: tinha uma pokébola nele, então se tratava de um treinador. Respirei fundo finalmente entendendo o que aquela pose deveria estar antecedendo. Me coloquei de pé novamente logo em seguida, ao passo que Fennekin correu para o meu lado.

— Para defender a minha honra, eu, o Magnífico Jared, o desafio para uma batalha pokémon. Não pode recusar, senão vou falar pra todo mundo que você ficou com medo e fugiu chorando! — exclamou ele, quase gritando. Sua voz esganiçada era engraçada e eu tive que me segurar para não dar uma risadinha. Era só uma criança no fim das contas, então me perguntei se eu podia mesmo aceitar tal desafio. Foi quando percebi que provavelmente existiam treinadores da idade de Jared muito mais experientes que eu. Idade não significava nada, no fim das contas.

— Então eu acho que não posso recuar. — respondi — Não quero que todos fiquem sabendo que corri chorando. — brinquei.

— Pois então se prepare. Se eu vencer, você não vai poder contar pra ninguém que eu caí! — decidiu ele, arremessando sua pokébola no ar.

— Me parece justo. — conclui, observando a pequena esfera vermelha e branca rodopiar antes de liberar um raio de energia vermelha no ar. A silhueta rapidamente se formou flutuando, relevando o pokémon que Jared usaria naquela batalha. Sem demora, peguei minha pokédex do bolso e mirei no pequeno inseto à minha frente.

"Cutiefly, um Pokémon Abelha Voadora. Eles se alimentam do néctar e do polém das flores. Por conta de sua habilidade de sentir auras, eles podem identificar quais flores estão prestes a desabrochar."

— Isso é... interessante.

— Ei, não é justo, eu ainda não tenho uma pokédex! — retrucou Jared, me arrancando uma expressão de dúvida. Se ele não tinha uma pokédex, então significava que ainda não tinha iniciado sua jornada. Cogitei questionar de onde ele tinha tirado aquele Cutiefly, mas percebi que aquilo iria tornar as coisas tensas. Nesse caso, optei por simplesmente seguir em frente com o combate. Eu estava ansioso para começar logo aquilo, no fim das contas.

— Muito bem, eu escolho a Fennekin. Vamos então!

NPC:

Quest:

Pokémon Adversário:

Fennekin (100% | Excelente)

VS

Cutiefly (100% | Excelente)

Nos primeiros momentos, eu apenas analisei a forma que Cutiefly se movimentava. Fennekin não conhecia muitos movimentos, mas dentre eles existia um que eu sabia que seria super efetivo contra a abelhinha que enfrentávamos. Quando olhei na pokédex, ela revelou o tipo Inseto do pokémon de Jared. Por conta disso, eu sabia que ele estaria em desvantagem contra Fogo. Para a minha sorte, aquele era justamente o tipo da Fennekin. Foi por isso que eu não perdi tempo e dei os meus primeiros comandos sem hesitar muito mais. Cogitei pegar leve por ser apenas uma criança do outro lado, mas não seria justo com ele; até porque isso com certeza iria se virar contra mim, porque Jared viria para cima com tudo.

— Sem folga, Fennekin. Use Ember e então repita! — comandei, apontando na direção de Cutiefly.

— Cutiefly, use Fairy Wind e depois Stun Spore! — rapidamente, Jared respondeu ao meu ataque. Ele realmente não estava para brincadeiras, o que tornava tudo ainda mais divertido.

Bem diante dos nossos olhos, o embate dos pokémons teve finalmente o seu início. Mesmo sendo o primeiro a dar um comando, Cutiefly se mostrou superior e foi a primeira agir. Agitando suas asas, ela jogou um pó rosáceo na direção de Fennekin que rapidamente disparou um pequena bola de fogo em linha reta para frente. A bola de fogo se chocou contra pó, atravessando-o pelo meio. Meus olhos se arregalaram ao ver que os golpes simplesmente seguiram em frente, visto que por um momento achei que o choque iria fazer eles se anularem, mas então cobri parte do rosto com a mão como se eu mesmo estivesse tentando me proteger. Os pokémons foram atingidos em cheio pelos golpes dos seus adversários e então senti a ansiedade tomar conta.

De forma frenética, a dupla continuou a tentar se agredir. Dessa vez, Fennekin conseguiu tomar a dianteira e simplesmente moveu a cabeça para frente em um segundo disparo que avançou contra Cutiefly, a atingindo em pleno ar. O pokémon abelha grunhiu e um cheiro perceptível de queimado tomou de conta dos arredores; sua pelagem estava claramente danificada depois daquele ataque. Com uma expressão de raiva, no entanto, o inseto não recuou: com um bater de asas, um pó dessa vez amarelado choveu sobre Fennekin. Nenhum de nós dois sabíamos o que era aquilo, muito embora fosse óbvio que não era coisa boa. Assustada, a raposa ficou olhando ao redor e por um momento eu achei que nada iria acontecer. Foi então que um barulho de estática se formou a partir da posição da Fennekin, que protestou batendo uma pata contra o chão.

— Mas o que foi isso?

Fennekin (95% | Muito bem) [Paralisado]

VS

Cutiefly (70% | Bem)

Minha pergunta ligeiramente retórica foi rapidamente respondida assim que percebi o estado de Fennekin. Embora não apresentasse ferimentos visíveis, sua expressão de incômodo deixava claro que algo estava errado. Não apenas isso, mas seu corpo parecia de alguma forma mais lento, como se estivesse respondendo corretamente. Foi quando percebi o que o barulho de eletricidade momentos antes significava: Fennekin tinha sido paralisada. Eu estudei sobre os status antes de sair em minha jornada, então sabia que aquilo realmente era uma grande desvantagem. A partir daquele momento, estaríamos contando com um pouco de sorte e a força de vontade de Fennekin para sermos bem sucedidos naquele combate. Do outro lado, Jared parecia satisfeito.

— Cutiefly, vamos acabar com isso: use Fairy Wind e Absorb!

— Fennekin, prossiga com mais dois usos de Ember!

A batalha então continuou. Cutiefly parecia ligeiramente mais lenta por conta de seu ferimento, mas nem isso a impediu de ser a primeira a agir novamente. Também não tinha como ser diferente, afinal de contas seu movimento debilitante tinha acertado Fennekin em cheio. Tudo o que foram suas asas baterem rapidamente e lançarem aquele mesmo pó de antes na direção da raposa. Falando em raposa, Fennekin flexionou um pouco as perninhas se preparando para saltar para o lado, mas então grunhiu e eu percebi que seu corpo travou. Resultado? Foi atingida em cheio e arremessada para trás com a onda brilhante que se chocou contra seu corpo. No entanto, mesmo com o impacto aparentemente poderoso, Fennekin parecia estar sofrendo mais pela paralisia que pelo ataque que tinha acabado de receber. Algo nos movimentos da Cutiefly não parecia estar surtindo tanto efeito.

Com sua oponente caída, Cutiefly se aproximou ligeiramente e então pareceu sugar algo em pleno ar. Franzi as sobrancelhas quando notei uma bolinha verde sair do corpo de Fennekin e voar até Cutiefly. Um movimento parasita? Era o que parecia. Para minha surpresa, ele não pareceu fazer tanta diferença. Jared também parecia não entender muito bem o que estava acontecendo, mas aparentemente ele não era mesmo tão experiente e tinha calculado algo errado. De minha parte, só me restou incentivar a minha parceira.

— Vamos, Fennekin, sei que você consegue! — gritei, no que a raposa balançou a cabeça e se colocou de pé novamente. Mais uma vez, ela arremessou uma pequena chama por entre seus lábios em direção ao seu adversário, que foi novamente atingido em cheio. Algo parecia indicar que logo mais aquele combate estaria se encerrando.

Fennekin (80% | Bem) [Paralisado]

VS

Cutiefly (10% | Muito Ferido)

— Você está trapaceando! Minha Cutiefly não está lhe causando dano! — acusou Jared, mostrando que também percebeu que seus movimentos não estavam sendo super efetivos. Mesmo visivelmente frustrado, ele não hesitou — Fairy Wind duas vezes, Cutiefly! Vamos nessa!

— Não vamos mexer em uma estratégia que está funcionando, Fennekin. Ember, duas vezes! Vamos abrir nosso caminho com fogo! — me empolguei, soltando então uma frase de efeito junto do meu comando. De certa forma, buscava motivar Fennekin com aquilo.

Sem surpreender, Cutiefly foi a primeira a agir novamente. Fazendo uso daquele que parecia ter sido seu melhor ataque até então, ela repetiu o lançamento de pó de fada na direção de Fennekin. A raposa parecia motivada, mas o seu corpo debilitado foi o suficiente para que ela fosse atingida em cheia. Empurrada para trás pelo impacto, Fennekin manteve-se certeira e acertou seu terceiro disparo flamejante naquela batalha. Atordoada pelos ferimentos recebidos, Cutiefly até ensaiou lançar seu segundo Fairy Wind, mas então simplesmente começou a despencar em direção ao chão. Antes que ela atingisse o solo, no entanto, Jared a puxou de volta para a pokébola. Estava encerrado.

Fennekin (70% | Bem) [Paralisado]

VS

Cutiefly (0% | Inconsciente)

— Eu... venci? — perguntei o óbvio, um tanto quanto ainda contemplando o fim da minha primeira batalha de todas. De braços cruzados, Jared sequer se prestou o trabalho de responder. Parecia realmente contrariado de ter sido derrotado. Caminhei até o lado de Fennekin, acariciando sua cabeça. Mesmo naquele leve contato era perceptível a energia elétrica percorrendo o seu corpo; ela precisava de cuidados.

A criança finalmente se aproximou de mim e estendeu a mão com um punhado de dinheiro. Eu não sabia se deveria aceitar, mas então lembrei que aquele era o prêmio comum de todo embate entre treinadores. Com um aceno de cabeça em respeito a Jared, apanhei o dinheiro e então o acompanhei se afastar para longe sem dizer uma única palavra. Animado, sentei-me no chão com Fennekin sobre minhas pernas. Ela parecia feliz de ter vencido sua primeira batalha, assim como eu também estava, mas seu estado paralisado ainda persistia. Olhando para trás, me questionei se valia a pena retornar para um Centro Pokémon e cuidar disso. Eu ainda não tinha outro pokémon, e embora não tivesse muitos ferimentos, talvez o mais seguro fosse cuidar daquilo antes de prosseguir e... bem, eu não queria que Fennekin estivesse infeliz durante nosso início de jornada.

Sorteios

*Evento
*Paralisia (segunda rodada)
*Paralisia (terceira rodada)

Atualizações:

Objetivos

*Treinar a Fennekin
*Concluir seu primeiro combate contra outro treinador (vencendo, de preferência)
*Realizar a sua primeira captura

Não desejando arriscar com um pokémon debilitado, retornei para o centro da Cidade de Pallet rapidamente. Com Fennekin em sua pokébola, fui correndo em direção ao Centro Pokémon e não tardei para pedir auxílio à Enfermeira de Joy. A garota de cabelos rosa rapidamente me atendeu, levando minha pokébola para os fundos depois de pedir para que eu a esperasse.

— Dia difícil? — perguntou uma voz feminina vindo de trás de mim. Me virei devagar acreditando ser uma conhecida e... bem, eu não estava de todo errado. Daisy Oak era a neta do Professor Oak e como tal era conhecida por qualquer residente da cidade, assim como seu irmão. Todos contam sobre como ela é amigável e ajuda novos treinadores, então me encontrar com ela justo no início da minha jornada parecia ser o universo tentando me ajudar.

— Não muito. — respondi com sinceridade — Uma Cutiefly deixou minha Fennekin paralisada, então achei melhor curá-la antes de seguir em frente. Não tenho outros pokémons, então me pareceu o mais adequado.

— Ah, um treinador realmente novo. Que surpresa. Nesse caso, pode parecer abrupto, mas não aceitaria uma batalha? Sem compromisso. Meu avô diz que treinadores devem se ajudar e... bem, eu não sou exatamente uma treinadora, mas sei uma coisa ou outra. Meu irmão costuma dizer que são nas batalhas que nos aproximamos com nossos pokémons, então acho que é uma boa oportunidade de conhecer mais sobre seu primeiro parceiro de jornada.

Eu não sabia exatamente o que achar daquele desafio repentino, mas a forma que Daisy falou sobre se aproximar de meus parceiros pareceu tocar algo dentro de mim. Com um acenar de cabeça positivo, indiquei que aceitava aquela proposta. Esperamos a Enfermeira Joy retornar com minha Fennekin enquanto conversávamos trivialidades. Quando contei para a raposa sobre o que iríamos fazer, ela se levantou rapidamente da bancada: mesmo recém curada, estava pronta para lutar ainda mais. Seguimos então para a arena nos fundos do Centro Pokémon, ficando Daisy de um lado e eu de outro.

Admito que não estava nos meus planos ter que batalhar logo após ter cuidado de Fennekin no Centro Pokémon. Na verdade, eu por muito pouco não recusei aquele desafio e o que me fez aceitá-lo foi a expressão de animação da pequena raposa ao perceber a possibilidade de lutar um pouco mais. Talvez pelo susto de vê-la machucada em sua primeira batalha, eu cogitei tentar um início de jornada mais calmo. Felizmente percebi rapidamente que aquilo não levaria a nada, porque minha trajetória de Treinador seria repleto de momentos como aquele: alguns dias eu venceria, outros eu chegaria perto de ser derrotado e, infelizmente, em outros eu seria superado pelo meu oponente. Aprender a lidar com isso desde cedo seria a chave para não me desesperar em batalhas mais profissionais como aquelas que eu enfrentaria nos ginásios. Tudo aquilo era um grande passo a passo de preparação não apenas para meus pokémons, como também para meu próprio psicológico.

— Batalhemos então.

NPC:

Quest:

Pokémon Adversário:

Fennekin (100% | Excelente)

VS

Zigzagoon (100% | Excelente)

O nome de Daisy era conhecido na cidade. Sendo assim, eu sabia que ela não seria uma oponente fácil em um batalha. Por ter se oferecido para aquela batalha amistosa, eu imaginei que ela não iria com tudo contra um treinador em seu primeiro dia de jornada, mas mesmo assim me mantive atento a tudo que ela pudesse estar tramando. Com isso em mente, tentei tomar a vantagem pelo menos da iniciativa assim que possível. Fennekin estava com os olhos fixados no Zigzagoon inimigo, então apenas apontei para frente de forma teatral e dei os comandos.

— Fennekin, use Ember duas vezes seguidas! Não dê folga! — falei confiante, mantendo a mesma estratégia da batalha contra Jared. Ainda não tínhamos muita variedade de movimentos, então não tinha muito que eu pudesse fazer quanto a isso. Do outro lado, Daisy sorriu amigavelmente ao passo que deu seus próprios comandos.

— Zigzagoon, acerte Fennekin com Tackle e então repita!

Como se tivessem combinado, os dois pokémons grunhiram antes de dar o primeiro passo em frente. Confiante como antes, a raposinha correu em direção ao seu oponente com o os lábios entreabertos. Foi quando então foi mesmo a primeira a agir e disparou uma bola de fogo contra o Zigzagoon que também avançava em sua direção. O texugo foi atingido em cheio, mas como algum tipo de berserker apenas protestou contra a dor e avançou em linha reta jogando seu corpo contra Fennekin, empurrando-a levemente para trás.

Visivelmente irritada, a raposa reagiu com seu segundo Ember; ainda sendo empurrada, jogou sua pequena chama contra o rosto do Zigzagoon, como um tipo de vingança pelo ferimento de antes. Acertando-o em cheio, o texugo revidou tomando uma pequena distância e então se jogando novamente contra sua oponente.

— Ei, parceira, cuidado! — pedi em uma exclamação tentando motivar meu pokémon assim como fiz antes. Aquela batalha certamente tinha começado de forma ardente. Do outro lado, Daisy parecia calma. Ao notar isso eu abri um sorriso; eu estava mesmo lidando com uma oponente muito mais experiente que eu, então teria que surpreendê-la para vencer.

Fennekin (75% | Bem)

VS

Zigzagoon (65% | Bem)

— Desculpe soar repetitivo, garota, mas é a estratégia que temos por agora: use Ember e então repita!

— Pronta para nossa estratégia especial, parceira? — perguntou Daisy de repente, relevando que estávamos lidando com uma Zigzagoon fêmea — Make a Fuss!

Eu não fazia ideia de que movimento era aquele, então ouvir o seu nome não falhou em me deixar apreensivo. Mesmo assim, eu não recuei do meus comandos e nem mesmo Fennekin hesitou. Acumulando fogo em sua boca, ela rapidamente tratou de aproveitar a proximidade da sua oponente para acerta-lhe com um disparo na lateral do corpo. Foi quando em resposta tivemos um vislumbre do que Daisy tinha planejado; a Zigzagoon virou-se de costas, balançando o seu rabo e então virou o rosto ligeiramente para o lado enquanto rosnava. Aquilo até parecia bobo de primeira, mas eu percebi que surtiu algum efeito em Fennekin, que recuou alguns passos como se tivesse assustada.

— Ei, está tudo bem, ela não pode te vencer! Pra cima! — gritei tentando fazer a pequena raposa recobrar a sua confiança. Pareceu funcionar parcialmente, pois ela jogou uma nova chama contra sua adversária. Ocupada com seu balançar de cauda, Zigzagoon foi atingida mais uma vez. Aquela batalha estava finalmente se encaminhando para a minha vitória, pensei, mas então as coisas pareceram sair ligeiramente do controle.

Fennekin (75% | Bem) [-1 ATK]  [-1 DEF]

VS

Zigzagoon (30% > 80% | Ferido > Bem) [Oran Berry utilizada]

A fuligem pelo pelo da Zigzagoon se tornou visível durante o último ataque, mas eu me peguei surpreso pela calma que Daisy manteve em sua expressão. Ainda sorridente, ela parecia esperar por algo enquanto encarava sua pokémon. Acho que me peguei em transe pela naturalidade da Oak em uma batalha e esperei para ver também. De repente, Zigzagoon apareceu com uma fruta em suas patas, esta que foi rapidamente abocanhada e consumida. Eu sabia das existências das berries, mas aquela era a primeira vez que eu estava lidando com um oponente que fazia o seu uso. De uma hora para a outra, a Zigzagoon passou de quase derrotada para praticamente ilesa. Até mesmo sua respiração ofegante sumiu e ela parecia como se tivesse acabado de entrar naquele combate. Aquilo foi intimidador, eu assumo, mas eu realmente não estava pronto para desistir. Mesmo sem muita confiança, estendi uma mão apontando para frente. Minha boca abriu e fechou algumas vezes em hesitação, mas então eu percebi que até mesmo Fennekin parecia estar se sentindo oprimida pela minha demora. Com um balançar de cabeça para afastar aqueles pensamentos, finalmente dei meu comando.

— Você sabe o que fazer, garota! Ember e então Ember mais uma vez! — exclamei.

— Estão expostos! Tackle seguido de Tackle! — respondeu Daisy com a mesma animação.

Impulsionados pelas nossas vozes, nossos pokémons voltaram a se movimentar e se prepararem para trocar golpes. Apesar de ser repetitivo, Fennekin não parecia entediada. Pelo contrário, ela sorria toda vez antes de concentrar as chamas em sua boca e então as lançar contra o Zigzagoon. Como um tipo de dejavu, Fennekin lançou seu ataque contra sua oponente que apenas correu em linha reta para atingi-la. A Zigzagoon fez uma expressão de dor ao ser atingida, mas verdadeira surpresa foi o grunhido que a Fennekin soltou quando o corpo do texugo se chocou contra o seu. Isso não tinha acontecido antes.

— Fennekin! — chamei apreensivo. Daisy, por outro lado, continuava calma. Era como se já esperasse que aquele golpe fosse mais efetivo que os anteriores (o que de fato foi).

— Sua defesa está menor. — explicou a Oak, como um tipo de lição para iniciantes — Seu ataque também, mas você está se esquivando desse problema ao decidir usar somente o Ember. É uma boa estratégia, mas isso não muda o fato de que agora sua Fennekin será mais facilmente ferida pelos golpes da minha Zigzagoon. Pense bem em seu próximo movimento, Yusuke, talvez ele seja o último nesta batalha.

Incrédulo, optei por não responder a dica dada por Daisy. Atento à arena, vi Fennekin se levantar com uma expressão determinada no rosto. Estava claramente machucada, mas ainda tínhamos muita energia para aquele combate. Sincronizados, respirei fundo para me acalmar ao passo que Fennekin puxou o ar tomando fôlego para seu próximo sopro flamejante. Eu não estava pronto para perder.

— Agora, Fennekin!

Respondendo rapidamente ao meu comando, a raposa disparou contra sua adversária, atingindo-o no rosto mais uma vez. O pelo escurecido da texugo deixava claro que ela também estava se aproximando do seu limite. Mesmo assim, estava lutando bravamente. Nenhuma das duas estava disposta a perder, então o pokémon de Daisy não teve escolha a não ser se jogar contra Fennekin e feri-la ainda mais.

Fennekin (25% | Ferido) [-1 ATK]  [-1 DEF]

VS

Zigzagoon (30% | Ferido)

Àquela altura a batalha parecia estar empatada. Ambas ofegantes, Fennekin e Zigzagoon ficaram se encarando por breves segundos enquanto eu encarava Daisy. Amigável como sempre, ela parecia esperar que eu tomasse a dianteira. Do outro lado da arena, comecei a ajustar minhas luvas em meus dedos em resposta à ansiedade. As chances de eu perder aquela batalha eram reais, mas eu não queria que aquilo acontecesse; imagine fracassar logo depois do primeiro sucesso? Teria minha vitória contra Jared sido apenas sorte de principiante? Eu me recusei a aceitar isso.

— Vamos acabar com isso, Fennekin. Ember seguido de Ember, abra nosso caminho com fogo! — exclamei, sabendo que aquele seria provavelmente meu último comando naquela batalha.

— Tackle seguido de Tackle. Nossa confiança em nossos pokémons vão decidir quem sairá vitorioso!

Daisy parecia de certa forma incentivada pela minha frase um tanto teatral de antes e retribuiu fazendo o mesmo. Embora meu semblante estivesse focado, eu estava realmente ansioso. Eu não podia deixar isso transparecer para Fennekin, no entanto, então estendi a mão na direção da Zigzagoon como se eu mesmo estivesse prestes a lançar as chamas contra ela.

A raposinha olhou para trás por alguns instantes, como se estivesse hesitando. Foi quando ela viu o meu movimento com as mãos e pareceu tirar mais confiança daquilo. Com uma expressão determinada, ela se lançou contra a sua adversária sem medo preparada para um Ember à queima roupa. A Zigzagoon, por sua vez, queria mesmo aquilo e se jogou para frente. Os golpes conectaram ao mesmo tempo, com o fogo pegando na cabeça da texugo ao mesmo tempo que ela se chocou contra o rosto de Fennekin.

Por breves segundos, senti meu coração parar. Arremessadas para trás, as duas pokémons se encararam por breves segundos. Nenhuma delas emitiu um único som sequer e por um momento eu quase pude ouvir meu próprio coração batendo dentro do meu corpo. Foi quando a pokémon de Daisy foi de encontro ao chão, inconsciente. Logo em seguida, Fennekin também caiu, mas ainda consciente. De olhos abertos, ela sorria vendo que tinha saído vitoriosa daquele duelo.

Eu tinha mesmo uma parceira extremamente corajosa em mãos.

Fennekin (1% | Muito Ferido) [-1 ATK]  [-1 DEF]

VS

Zigzagoon (0% | Inconsciente)

— Essa foi uma batalha e tanto, Yusuke. — disse Daisy mirando sua pokébola na direção da sua pokémon, aceitando sua derrota e recolhendo sua parceira. Eu retribui fazendo o mesmo, mas não sem antes ir de encontro ao chão. Embora eu apenas tenha assistido a tudo, meu coração batia tão forte como se eu tivesse corrido uma maratona. Então aquilo que significava ser um treinador?

A Oak se aproximou estendendo uma mão e me ajudou a ficar de pé. Caminhando lado a lado, seguimos para o lado de dentro do Centro Pokémon, onde uma Enfermeira Joy nos olhou surpresa. "Vocês não acabaram de sair daqui?", ela perguntou, no que apenas troquei olhares com Daisy antes de cairmos na gargalhada.

A minha jornada estava se intensificando.

Sorteios

*Evento

Atualizações:

Objetivos

*Treinar a Fennekin
*Concluir seu primeiro combate contra outro treinador (vencendo, de preferência)
*Realizar a sua primeira captura

Depois de cuidar de Fennekin no Centro Pokémon, eu percebi e aceitei que existiriam momentos tão atormentados em batalhas quanto aquela última. Foi estranho passar por aquele processo com Daisy Oak, alguém experiente e já famosa na região. Ela ficou calma durante a espera pelo retorno da Enfermeira Joy mesmo que seu pokémon estivesse em pior estado que o meu. Eu, por outro lado, fiquei inquieto e só parei de andar de um lado para o outro quando estava com a pokébola da Fennekin em minhas mãos novamente e com a certeza de que ela estava bem.

— Esse nervosismo é normal visto que você começou a sua jornada há literalmente algumas horas. Muitos dos treinadores iniciantes levam isso como uma brincadeira, então esbanjam confiança. Não percebem o que eles têm a perder nessas batalhas... e não estou falando de reputação ou dinheiro.

— A confiança dos nossos pokémons. — completei — Fennekin deu tudo de si lutando contra seu Zigzagoon. Eu não me permitiria dar menos de mim do que ela. Acho que como um time é nosso dever responder à energia um do outro com a mesma intensidade. — como se estivesse em transe, soltei todas aquelas frases de efeito enquanto encarava a pokébola em minhas mãos sem nem mesmo piscar. Daisy ficou me encarando com certa estranheza, mas então respirei fundo e apoiei minha testa nos joelhos — Desculpe, eu lembrei de uma coisa. Obrigado pela batalha, aliás.

— Sem problema. Sabe, eu conheço bem a região, então costumo recompensar quem me derrota em batalha com uma ajudinha para encontrar um pokémon selvagem que o agrade. Está interessado?

Minha cabeça se levantou no mesmo instante, mas hesitei alguns segundos antes de responder a pergunta de Daisy. É claro que eu gostaria de encontrar um pokémon selvagem que pudesse entrar para o meu time, mas eu não sabia se Fennekin estava em perfeitas condições para aquilo. Fisicamente, claro, ela estava, mas eu temia que sua mente ainda estivesse cansada do último embate. Pokémons não são máquinas de briga, no fim das contas.

— Tem alguma zona com pokémons mais fraquinhos? Não me importo de passar mais tempo o treinando depois, eu só... acho que deveria ir devagar por enquanto. Sabe, por precaução. — confessei.

— Claro. — respondeu Daisy — Eu entendo perfeitamente.

Com tudo combinado, segui logo atrás de Daisy que com muita confiança parecia querer me mostrar um lugar. Ela nos levou para uma trilha delimitada por vários arbustos. A vegetação era formada por essas plantas mais baixas e árvores ao fundo, algo bem característico da cidade. Um barulho de algo se mexendo chamou a nossa atenção de repente. Daisy indicou para fazer silêncio ao colocar um dedo à frente da boca, então seguimos na pontinha dos pés. Escondido atrás de um arbusto, flagramos um pokémon.

Pokémon Selvagem:

Fennekin (100% | Excelente)

VS

Grubbin (100% | Excelente)

O pequeno Grubbin pareceu ser pego de surpresa. Com uma folha na boca, a última coisa que ele esperava naquele momento era ser surpreendido por outro pokémon (quem dirá um treinador!), então ele apenas reagiu com o que tinha a seu dispor. Fennekin saltou por cima do arbusto em sua direção, seguida por mim e Daisy logo atrás. O inseto então pareceu se concentrar e um brilho prateado perceptível passou pelo seu corpo ativando o Harden. Apesar de não entender o que era aquilo, eu decidi que não deixaria a dúvida me impedir de seguir em frente. Primeiro, puxei minha Pokédex e a mirei na direção do pequeno.

"Grubbin, um Pokémon Larva. Eles usam suas grandes mandíbulas para cavar no solo de florestas, além de amarem comer seiva adocicada das árvores.

— Tipo Inseto, é? Vamos explorar essa fraqueza. Fennekin, use Ember duas vezes seguidas! — anunciei, arrancando uma risadinha de Daisy. Sim, é a mesma estratégia que venho usando desde as minhas duas últimas batalhas, mas o que posso fazer? Fennekin não sabe outros movimentos. Sorri de volta para a Oak em cumplicidade e foi quando a raposa disparou seu ataque.

A bolinha de fogo cortou o ar em direção ao Grubbin, que foi atingido em cheio. Surpreso, ele se virou na direção da Fennekin e então com um String Shot astuto tentou prender o corpo da raposinha. Tendo nunca tendo visto aquilo antes, minha aliada simplesmente se deixou enroscar. Ao contrário do que imaginei, a sua movimentação não foi completamente impedida; por outro lado, estava claramente mais lenta. Talvez o fato de ser um pokémon de fogo tenha enfraquecido aquelas cordinhas que mais pareciam seda, mas aquilo foi apenas uma especulação minha. Ao ver sua oponente "presa", Grubbin virou-se como se fosse tentar fugir. Para seu azar, seu movimento era lento demais, e estando de costas ele se tornou um alvo fácil para o segundo Ember de Fennekin.

— Fez uma boa escolha de movimentos. — comentou Daisy — Grubbin não resiste bem o fogo da Fennekin. Está com suas pokébolas preparadas, treinador? — questionou ela olhando na minha direção. Ela não precisou perguntar duas vezes, porque logo uma pokébola das que me foram entregues pelo Professor Oak já estava em minhas mãos.

Fennekin (100% | Excelente) [-2 SPE]

VS

Grubbin (15% | Muito Ferido) [+1 DEF]

O fato de estar vencendo contra um pokémon selvagem parecia motivador, mas o que me deixou mesmo animado com tudo aquilo foi a possibilidade de expandir o meu time. Depois de duas batalhas, eu sabia que Fennekin dava conta do recado. Mesmo assim, meu time precisava de seis integrantes; Fennekin sozinha não daria conta dos ginásios que logo estaríamos desafiando.

— Fennekin, já sabe o que fazer: repita os usos de Ember! — declarei finalmente.

Mesmo debilitada, Fennekin ainda estava com a iniciativa. Tudo o que ela precisou para derrubar Grubbin inconsciente de uma vez por todas foi acertá-lo mais um Ember. O fogo se chocou contra a lateral do corpo do inseto, jogando-o levemente para o lado. Os seus olhos fechados indicavam que ele não iria exercer mais nenhuma resistência àquele combate. Sem hesitar, mirei a pokébola que tinha em mãos e a joguei em direção ao pequeno inseto desacordado.

Fennekin (100% | Excelente) [-2 SPE]

VS

Grubbin (0% | Inconsciente)

Um balançar, dois, três e... capturado. Os bips a cada segundo eram torturantes, muito embora eu soubesse que as chances daquela captura não funcionar serem baixas; Grubbin estava desacordado no fim das contas. Quando a pokébola repousou estática no chão, eu a encarei por breves segundos antes de me aproximar e tomá-la por entre meus dedos. Contemplativo, me mantive apenas observando aquela pequena esfera agora repousada na palma da minha mão. O meu segundo parceiro de jornada finalmente estava ao meu lado.

Olhando para o lado, notei Fennekin se aproximando das minhas pernas e se esfregando por entre os meus tornozelos. Sua pelagem um pouco mais quente foi incômoda no começo, mas a proteção do tecido da calça era o suficiente para não me permitir recusar aquela demonstração de carinho. Calmamente, retirei aquelas fios grudentos lançados anteriores pelo Grubbin do seu corpo, permitindo que a raposa voltasse a se mover normalmente. Do outro lado, Daisy batia palmas.

— Depois da nossa batalha, eu sabia que um simples pokémon selvagem não seria problema. — disse ela — Parabéns pelo seu novo Grubbin.

— É estranho considerá-lo meu novo parceiro depois de ter precisado bater nele até deixá-lo desacordado. — confessei um pouco desconcertado enquanto coçava atrás da cabeça com a mão direita. Com um movimento da mão esquerda, apertei o botão da pokébola fazendo-a diminuir de tamanho e então a encaixei no suporte em minha cintura logo ao lado da pokébola de Fennekin — Mas obrigado. Agora sim eu sinto que minha jornada está avançando. Acho que podemos voltar pro Centro Pokémon então... sabe, pra curar o Grubbin. Ele tá precisando

— Tenho assuntos a resolver para esse lado, na verdade. Fiquei para ajudá-lo como prêmio por ter me vencido. — explicou Daisy então, fazendo eu me tocar que, realmente, não éramos parceiros de jornada e ela estava apenas me ajudando com algo rotineiro. Não que eu esperasse que fôssemos virar melhores amigos depois de derrotá-la em uma batalha, mas esqueci disso por alguns momentos. Após uma reverência respeitosa de despedida para Daisy, me coloquei a andar pela segunda vez em direção ao Centro Pokémon.

O caminho foi silencioso. Fennekin parecia animada depois de vencer um combate e sair ilesa. De minha parte, eu estava realmente satisfeito com o nosso desempenho até ali, afinal se fôssemos analisar nós tínhamos saído vitoriosos de três batalhas seguidas. É um bom saldo, imaginei, ainda mais para um início de carreira.

De repente, interrompendo o meu devaneio, senti a luz do sol diminuir acima de mim; uma sombra planava sobre a minha cabeça e estava se aproximando. Minha primeira reação foi olhar na direção daquela massa escura, mas o seu corpo contra o sol não me permitiu ver mais do que uma sombra em um primeiro momento. O grunhido de Fennekin seguido de sua posição de batalha, no entanto, não falhou em servir de aviso de que estávamos sendo atacados.

Reagi saltando para trás, até que finalmente pude ver o corpo que se aproximava. De coloração azul e coberto pelo que parecia ser algodão, mais um pokémon selvagem apareceu pronto para um combate. Será que era algum amigo do recém-capturado Grubbin? Eu não sabia dizer. De qualquer maneira, minha reação seguinte diante de um pokémon desconhecido foi simplesmente erguer a minha Pokédex em sua direção.

"Swablu, um Pokémon Pássaro de Algodão. Suas asas de algodão estão cheias de ar, fazendo o seu corpo ser leve e aconchegante ao toque. Swablu toma um cuidado atencioso com suas asas."

A descrição me deixou curioso. Um pokémon vaidoso? Com um sorriso no rosto, me vi atraído por aquela Swablu que também parecia curiosa com a minha presença. Encarando um ao outro, fomos interrompidos pelo protesto de Fennekin como quem dizia "vamos lutar ou não?".

Sombra Voadora:

Fennekin (100% | Excelente)

VS

Swablu (100% | Excelente)

— Não queria te queimar. — falei olhando para a Swablu — Aqui diz que você cuida cuida com afinco de suas asas. Sendo assim... — determinado, peguei uma pokébola dentro da minha bolsa e então respirei fundo. Eu sabia que era arriscado tentar capturar um pokémon antes de uma batalha, mas se existia alguma chance de ter a Swablu comigo sem precisar machucá-la, então eu precisava tentar. De forma simbólica, dei um beijo na pokébola em minhas mãos e então a joguei. Swablu não desviou, sendo atingida na testa. Convertida em energia vermelha, a pokémon foi absorvida pela esfera avermelhada e então vieram os três balançar.

Fennekin ficou me encarando durante todo o processo, como se protestasse ao fato de ter ficado sem sua batalha. Me agachei perto dela e acariciei sua cabeça. Mesmo tentando parecer durona, a raposa cedeu ao carinho e ali ficamos encarando a pokébola à nossa frente balançar. Um, dois, três e... sucesso.

— Funcionou? — perguntei retoricamente, surpreso pelo meu próprio sucesso. Quem diria então que meu desejo se concretizaria daquela maneira? Olhando para Fennekin, expliquei o que faríamos em seguida — Ainda temos que voltar no Centro Pokémon para cuidar do Grubbin. Vou tentar procurar alguma coisa para que a gente possa comer por lá, que tal?

Falar em comida foi o suficiente para deixar Fennekin animada. Recolhida em sua pokébola, a raposa descansou pela primeira ao lado (mesmo que em pokébolas diferentes) de seus mais novos parceiros de batalha. Fiz o trajeto em direção ao Centro Pokémon com um enorme sorriso no rosto. Eu estava mesmo muito satisfeito com aqueles últimos acontecimentos.

Sorteios

*Pokémon Selvagem
*Gênero e Shiny do Grubbin
*Nível do Grubbin
*Egg Move do Grubbin
*Chance de Burn dos dois Ember que Fennekin acertou antes de desmaiar o Grubbin
*Flying Shadow
*Gênero, Nível e Shiny da Swablu
*Critical Capture da Swablu

Atualizações:

Objetivos

*Treinar a Fennekin
*Concluir seu primeiro combate contra outro treinador (vencendo, de preferência)
*Realizar a sua primeira captura

Enquanto eu esperava Fennekin e Grubbin se recuperarem no Centro Pokémon, eu fui até o PC ali disponível para checar informações sobre clima, dar uma olhada no jornal e checar se algum conhecido tinha enviado uma mensagem. Para minha surpresa, eu recebi um email de ninguém menos que meu pai. Com medo do conteúdo daquela mensagem, eu hesitei por alguns bons minutos até um outro treinador me apressar para também usar o aparelho. Foi quando eu apertei no botão abrir de olhos fechados e quando os abri tive uma agradável surpresa: ele tinha me enviado um presente e eu já podia pegá-lo. Com o apertar de dois botões, um ovo mediano se materializou na lateral do PC. Segundo a mensagem, se eu o entregasse para algum pokémon ele ficaria forte mais rápido.

Com aquilo em mãos, pedi a ajuda da Enfermeira Joy quando ela retornou com minhas pokébolas. Familiar com aquele tipo de item, ela explicou que o pokémon apenas precisava carregar o ovo consigo e logo estaria ainda mais forte. Foi quando decidi entregar aquilo para Fennekin que pareceu desdenhosa no começo, mas logo aceitou quando eu falei sobre o aumento de poder. Depois de ouvir isso, a raposinha praticamente reivindicou a posse do Lucky Egg para si, o que era mesmo a minha vontade.

Para aquela tarde, eu tinha decidido dar uma volta pela zona de rios da cidade. Vários pescadores ficavam pelo local, então talvez eu pudesse aprender um pouco sobre pescaria com algum deles. O primeiro que encontrei foi Taylor, um pescador aparentemente veterano que também era um treinador e estava ansioso para uma batalha.

NPC:

Ele me abordou depois de ver as pokébolas presas ao cinto que eu estava utilizando. Ao questionar se eu aceitaria batalhar contra ele, eu pensei por alguns segundos e então aceitei. Eu queria saber do que Grubbin e Swablu eram capazes, então aquela parecia ser a oportunidade perfeita.

— Swablu, hora de mostrar o que sabe!

"Poliwag, um Pokémon Girino. Sua pele é tão fina que seus órgãos internos são visíveis. Poliwag tem dificuldade para andar com seus pés recém-crescidos."

Pokémon Adversário:

Swablu (100% | Excelente)

VS

Poliwag (100% | Excelente)

Saindo da pokébola em um raio avermelhado direto para os ares, Swablu abriu suas asas de algodão e então soltou um grunhido doce e calmo enquanto me encarava. Eu pensei que talvez ela protestasse pela captura de antes, mas então eu percebi que ela estava apenas me analisando. De repente, ela se virou na direção do Poliwag adversário e então estava pronta para a batalha. Eu entendi que era a sua forma de falar que éramos um time agora, e eu concordei em silêncio.

— Poliwag, inicie com Bubble e então use Pound! — comandou Taylor enquanto apontava com a ponta da sua vara de pescar em direção à Swablu. Imitei o seu gesto da mesma maneira, apontando um dedo com convicção na direção do pequeno girino azul.

— Swablu, use Disarming Voice e então encaixe um Peck! — comandei, torcendo para que o meu pokémon fosse o primeiro a agir. Eu vi o meu desejo escorrer pelos meus dedos quando foi Poliwag que se movimentou mais rapidamente. Com seus lábios ligeiramente abertos, uma saraivada de bolhas cortou a arena em direção à ave de algodão; Swablu foi atingida em cheia pelo ataque, sendo jogada levemente para trás. Em resposta, ela concentrou-se por um breve instante e então liberou uma onda sonora visível para machucar Poliwag. O pokémon de Taylor era astuto e não esperou para ver o que era aquilo se aproximando, tentando salvar para o lado. Sorri ao ver a tentativa falha de se esquivar, porque eu sabia bem que aquilo não era possível: Disarming Voice é um golpe teleguiado e que portanto não se pode esquivar.

Surpreso pela curva que a onda fez em pleno ar, Taylor deu uma assoviada característica de empolgação. Do outro lado, eu apenas me mantive concentrado no que estava para acontecer. O segundo movimento dos pokémons foram quase que sincronizados: Poliwag correu para frente apenas um segundo antes de Swablu mergulhar em sua direção. O girino rodopiou o corpo e fez sua pequena cauda brilhar, ao passo que a ave respondeu fazendo o mesmo com seu bico. Os dois se chocaram ao mesmo tempo, levantando poeira e sendo jogados para trás.

Swablu (67% | Bem)

VS

Poliwag (60% | Razoavelmente bem)

— Rápido, Poliwag, aproveite a proximidade para um novo Pound e então conecte os ataques com Bubble!

— Essa estratégia pode ser usada por dois! Swablu, aproveite que está próxima para usar Peck novamente. Depois se afaste e use Disarming Voice!

Como um tipo de flashback invertido, Poliwag se lançou na direção de Swablu tomando a dianteira. Cogitei pedir para que ela simplesmente elevasse a altura de seu voo e saísse da frente, mas o fato do girino azul estar se expondo era algo bom demais para simplesmente ignorar. Com um brilho em seu bico, Swablu desceu em um rasante buscando atingir Poliwag. O pokémon de água respondeu girando o corpo, fazendo sua cauda brilhar e então se chocar contra a ave de algodão.

Eu tinha pedido para que Swablu tomasse distância depois do seu ataque, mas esse se tornou um comando redundante a partir do momento que ela foi lançada para trás uma boa distância pelo impacto. Do outro lado da arena, Poliwag teve o mesmo destino. Felizmente para os dois, eles tinham em seus arsenais ataques que não precisavam de contato corporal. Poliwag foi o primeiro a mover-se mirando para cima e disparando uma saraivada de bolhas que avançaram em alta velocidade atingindo a lateral do corpo de Swablu. Em um grunhido de protesto, a ave então decidiu se vingar com o seu ataque que não permite erros e disparou uma onda sonora trêmula e visível em frente. Sabendo que não tinha como esquivar, Poliwag apenas cruzou a cauda à frente do corpo esperando que aquilo o protegesse dos danos. Obviamente, não serviu de muita coisa.

Swablu (34% | Ligeiramente Ferido)

VS

Poliwag (20% | Ferido)

— Poliwag, Bubble duas vezes seguidas! Mantenha distância!

— Vamos acabar com isso, Swablu! Mostre do que sua voz é capaz e encerre essa batalha com uma sequência de Disarming Voice!

Os dois pokémons estavam ofegantes de forma notável. Swablu estava tendo sua primeira batalha ao meu lado, mas era perceptível o quanto ela estava se esforçando e dando o seu melhor. A conversa que tive com Daisy ecoou na minha cabeça e então respirei fundo; para ser um bom treinador, eu tinha que estar disposto a colocar todo o meu coração na arena junto do pokémon. Mesmo assim, eu não me sentia pronto para ver outro parceiro meu em uma situação tão crítica quando precisei ver Fennekin antes.

Quase tomando minha decisão definitiva para aquele combate, levei uma mão até a cintura e peguei a pokébola de Swablu. Àquela altura, eu estava pronto para lhe dar um descanso e colocar Grubbin naquela batalha. Para minha surpresa, antes mesmo que eu pudesse estender a mão com a pokébola, a ave de algodão percebeu a minha intenção e protestou com um grunhido similar àquele do Disarming Voice. Com as sobrancelhas franzidas sem entender de primeira, encarei Swablu que apenas retribuiu olhando na minha direção e em seguida voltou-se de volta para Poliwag. Naquele momento eu entendi que ela queria ir até o final e decidi que não seria eu a ir contra o seu desejo. Com a pokébola guardada novamente, estendi a mão direita na direção de Poliwag, apontando para ele como uma forma de manter o incentivo para Swablu.

— Vaaaai! — exclamei, recebendo uma resposta de Swablu na forma de um canto de batalha ecoando no campo de batalha. Vendo aquilo, Poliwag tentou impedir sua adversária a atingindo primeiro, tomando a iniciativa para si novamente e a atingindo com uma onda de bolhas. Ao ser atingida, a voz de Swablu pareceu falhar e eu arregalei os olhos achando que algo tinha dado errado. No entanto, mostrando sua garra, a ave de algodão simplesmente soltou um grito firme. As ondas sonoras rosadas cortaram o ar e atingiram Poliwag em cheio, jogando-o contra o chão. Aquilo foi o suficiente para que o girino caísse inconsciente e definisse o fim daquela batalha. O desafio, no entanto, ainda não tinha acabado.

Swablu (15% | Muito Ferido)

VS

Poliwag (0% | Inconsciente)

— Apesar de não ter conseguido vencer, parceiro, você chegou perto. Já está de bom tamanho. — disse Taylor antes de recolher Poliwag em sua pokébola. Logo em seguida, o pescador revelou sua segunda pokébola e então a lançou no ar liberando Krabby no campo de batalha. Como antes, mirei minha pokédex para que pudesse ter alguma noção do que eu estaria enfrentando.

Pokémon Adversário:

"Krabby, um Pokémon Caranguejo do Rio. Quando se sente em perigo, Krabby se cobre com as bolhas que faz com a boca para assim parecer maior do que realmente é."

Pela descrição sozinha, Krabby não parecia muito assustador. No entanto, vendo o estado em que Swablu estava, eu sabia que era uma péssima ideia deixá-la lutar contra mais um oponente. Eu hesitei por um segundo porque talvez ela ainda quisesse estar ali como antes, mas o fato de ter vencido a sua batalha parecia ter sido o suficiente para ela, porque quando mirei a pokébola em sua direção não recebi mais nenhum protesto. Aquela foi a confirmação de que a pequena ave estava mesmo no seu limite, então eu apenas segurei sua pokébola mais firmemente e a recolhi. Na sequência, peguei a pokébola de Grubbin em minhas mãos e o joguei para frente escolhendo-o para ser o novo lutador. Aquela pequena troca levou algum tempo, então eu sabia que certamente não estaria na vantagem daquela vez. De qualquer maneira, eu sabia que aquela era a melhor decisão.

Grubbin (100% | Excelente)

VS

Krabby (100% | Excelente)

— Vamos lá, garotão, temos a vantagem da iniciativa! Inicie com Water Gun e então mostre nosso poder defensivo usando Harden! — com uma notável empolgação em sua voz, parecia claro que entre Poliwag e Krabby o segundo era de alguma forma mais habilidoso. Por conta disso, eu senti um calafrio descer pela minha espinha. Ainda assim, decidi não me segurar. Eu não podia me segurar, de qualquer maneira.

— Responda com Vise Grip, Grubbin! — ordenei enquanto analisava a situação. O pequeno jato de água saiu da boca de Krabby e atravessou a arena atingindo Grubbin no rosto. O impacto foi o suficiente para lançar o inseto para trás alguns centímetros, mas o fato do caranguejo ter parado de atacar para melhorar sua defesa — uma estratégia que eu conhecia, afinal o próprio Grubbin fez aquela mesma coisa quando eu o capturei — foi o suficiente para que o pequenino se aproximasse e então segurasse seu oponente com suas presas.

De forma sincronizada, o corpo de Krabby se tornou mais rígido ao passo que Grubbin o apertou como se tentasse o partir ao meio. O caranguejo fez uma expressão de protesto, demonstrando que de certa forma tinha sentido aquilo, mas o estrago definitivamente foi muito menor do que aquele que imaginei. Eu não sou idiota, então sabia que o motivo por trás disso tinha sido o Harden. Sendo assim, precisei mudar minha estratégia.

Grubbin (81% | Bem)

VS

Krabby (87% | Bem) [DEF +1]

— Acho que agora já está bom. Levantamos uma boa defesa, então é hora de partir para ofensiva: dispare Water Gun duas vezes, rapaz! — ordenou Taylor que não falhou em colocar ainda mais pressão naquela batalha. Eu já estava suspeitando que Grubbin talvez não estivesse à altura daquele embate, mas é claro que eu ainda não o tiraria da frente; ele precisava da chance de provar seu valor tanto quanto Swablu.

— Krabby melhorou sua defesa, mas isso não significa nada contra um pouco de ataque especial. — declarei, arrancando uma risadinha do pescador — Nossa ofensiva dessa vez será com dois usos de Mud Slap, vamos lá!

E seguindo com a batalha, Krabby foi dominante mais uma vez ao disparar primeiro o seu jato de água. Grubbin não conseguiu fazer muito a respeito daquilo; estava muito perto, então apenas foi arrastado pela água levemente. Com uma expressão de determinação tomando de conta dos seus pequenos olhos, o inseto respondeu batendo suas presas no chão e disparando um pequeno amontoado de lama direto na cara de Krabby. O caranguejo até retirou a parte mais grossa da terra, mas o fato de seu corpo estar coberto naquilo definitivamente deveria prejudicar alguns de seus ataques futuros.

Bem, aparentemente o futuro deixaria para nos ajudar depois, porque o segundo Water Gun disparado contra Grubbin o acertou em cheio mesmo assim. Vendo aquilo, pensei que talvez fosse precisar de um pouco mais de lama para aquele ser realmente um problema. Felizmente, eu tinha decidido me manter atacando com Mud Slap para contornar o Harden de antes, então eu deveria estar em bons lençóis por enquanto. Como um tipo de flashback, Grubbin simplesmente respondeu ao ataque que o atingiu enterrando suas presas no chão e jogando mais lama em Krabby, que não pode fazer muito a respeito.

Grubbin (47% | Ligeiramente Ferido)

VS

Krabby (66% | Bem) [DEF +1] [-2 ACC]

— Mud Slap atrás de Mud Slap, não para!

— Nesse caso, Water Gun atrás de Water Gun!

Krabby estava coberto por um monte de lama àquela altura, mas apenas isso não parecia ser o suficiente para impedi-lo de continuar atacando. Disparando mais um jato de água por sua boca, ele atingiu Grubbin mais uma vez, este que já começou a parecer estar bem próximo do seu limite e eu senti a preocupação aumentar. Olhei levemente para minha cintura e tentei analisar o que eu poderia fazer, mas a minha única resposta era óbvia: aquela batalha provavelmente precisaria de Fennekin para ser concluída com a minha vitória. Sabendo da desvantagem de tipos, eu sabia então que Grubbin precisava abrir o caminho para a raposinha e machucar Krabby o máximo que conseguisse. Confiante de que o insetinho conseguiria, eu apenas o mantive em campo. É, é claro que ele vai conseguir.

De presas enterradas novamente, mais lama foi arremessada contra Krabby. Àquela altura, o caranguejo parecia estar em seu habitat, completamente coberto por uma cama amarronzada. A posição de sua boca foi revelada segundos depois quando um novo jato de água voou contra Grubbin. Confesso que fiquei chocado dele ter acertado mesmo que seus olhos parecessem tão cobertos de lama. De punhos cerrados e respirando pesadamente, eu não imaginava que um pescador de aparência tão tranquila pudesse ter em suas mãos um pokémon tão forte. Teria eu dado um passo maior que a perna quando aceitei aquele desafio?

Encerrando aquela rodada, Grubbin jogou lama pela quarta vez contra seu oponente. Era perceptível o quanto o pequeno inseto tinha sido castigado naquela batalha. Ofegante e quase não conseguindo se manter de pé, eu sabia que aquele era o fim da batalha para Grubbin. Estendendo sua pokébola em sua direção, eu o recolhi em segurança.

Grubbin (9% | Muito Ferido)

VS

Krabby (48% | Ligeiramente Ferido) [DEF +1] [-4 ACC]

Felizmente, eu ainda possuía um terceiro parceiro que certamente estava ansioso para entrar naquela batalha e mostrar do que é capaz. Ou melhor dizendo: uma parceira. A terceira e última pokébola do meu cinto finalmente veio parar em minhas mãos e eu quase conseguia senti-la balançar. Fennekin teve que ouvir os seus amigos sem poder fazer até aquele ponto, muito porque eu preferia não ter que precisar colocá-la para lutar em desvantagem de tipo. Grubbin e Swablu lutaram bravamente, mas ainda precisavam de mais treinamento. Eu os deixaria tão forte quando eles poderiam, mas enquanto isso não acontece...

— Vamos, Fennekin, é a sua vez! — chamei confiante, liberando a raposinha em uma raio vermelho. Ao surgir, Fennekin já soltou um grunhido na direção de Krabby em algum tipo de provocação.

— Um tipo fogo? Você tem garra, garoto. — brincou Taylor, surpreso com o que estava vendo.

— Pois é, ela também tem. — respondi em um trocadilho com as garras da Fennekin que astutamente flexionou as patas para deixar suas unhas mais visíveis. Apesar das brincadeiras, não estávamos ali para conversar; isso já tinha ficado bem claro depois de ver a forma que aquele Krabby lutava.

Fennekin (100% | Excelente)

VS

Krabby (48% | Ligeiramente Ferido) [DEF +1] [-4 ACC]

— Começaremos mais devagar nessa rodada, parceira, mas logo sairemos vitoriosos. Use Ember!

— Te achei corajoso de colocar um pokémon de fogo na frente de um pokémon de água, mas usar um golpe de fogo também? Krabby, apague as chamas desse Fennekin com dois disparos de Water Gun! — perguntou Taylor de forma retorica enquanto gargalhava de empolgação. Aparentemente, o meu nível de stress com aquela batalha era igual ao nível de empolgação do homem com aquilo tudo. Para alguém confiante, eu estava me descobrindo bastante ansioso durante aqueles embates. Talvez me faltasse experiência para conseguir ser eu mesmo durante aqueles eventos... quem sabe?

A batalha se mostrou diferente a partir do momento que Fennekin foi a primeira a agir. Incapaz de acompanhar Krabby, Grubbin tinha apenas reagido até então. Agora, felizmente, éramos nós que tínhamos a vantagem da velocidade. Correndo pela lateral do caranguejo, Fennekin disparou uma bola de fogo em sua garra ao ponto de fazer um som baixinho de água evaporando. Aquele som tão ínfimo era o que eu precisava para me sentir mais confiante. Eu sabia que não podia usar Scratch depois daquele Harden, mas não tinha nenhuma ideia do quão inefetivo o Ember seria. Aparentemente, aquele era mesmo o golpe ideal mesmo que tivesse com parte de seu poder se perdendo.

Em resposta à ofensiva da raposa, Krabby disparou Water Gun novamente. Tanto meus olhos quanto os de Taylor se arregalaram quando o ataque do caranguejo passou reto bem longe de Fennekin; a lama acumulada corajosamente por Grubbin finalmente estava mostrando seus efeitos. O erro deixou Krabby furioso, no que ele disparou novamente conforme seu treinador ordenou e pelo menos na segunda vez conseguiu atingir seu alvo. Ainda visivelmente estável, eu me mantive confiante para o restante daquele embate.

Fennekin (82% | Bem)

VS

Krabby (27% | Ligeiramente Ferido) [DEF +1] [-4 ACC]

Sentindo que o final daquele desafio estava se aproximando, eu não hesitei quando estendi o dedo indicador esquerdo na direção de Krabby e respirei fundo antes de dar meu comando.

— Agora temos iniciativa, Fennekin, então ataque com Ember repetidamente!

— Isso acaba aqui: Krabby, mais dois Water Gun!

Ao ouvir sua ordem, a raposa continuou correndo ao redor do caranguejo como antes na esperança de fazê-lo errar novamente. Quando já estava nas costas do seu adversário, Fennekin disparou sua chama e o atingiu por trás de forma certeira. Infelizmente, aquilo acabou por revelar sua posição e Krabby se virou rapidamente com o disparo de água engatilhado. Certeiro como antes, ele interrompeu a corrida de Fennekin ao empurrá-lo para trás. Eu pude perceber o quanto aquilo machucava a raposinha, mas também vi com clareza o quanto de si ela estava dando para não cair.

Mesmo com as pernas tremendo pela dor, Fennekin não hesitou ao disparar mais um Ember. Atingindo a cabeça de Krabby, a raposa decidiu aquela batalha quando o caranguejo caiu inconsciente no chão. Minha reação com aquela cena foi de simplesmente me jogar de joelhos no chão e respirar aliviado. Fennekin veio correndo na minha direção e a apanhei em pleno ar depois de um pequeno pulo. Abraçando-a, levei uma mão para acariciar as pokébolas de Grubbin e Swablu que também deram tudo de si para que pudéssemos chegar àquele resultado.

Tínhamos saído vitoriosos mais uma vez.

Fennekin (40% | Ligeiramente Ferido)

VS

Krabby (0% | Inconsciente)

Batendo palmas, Taylor se aproximou enquanto eu terminava de ajeitar as pokébolas em meu cinto. Fennekin já tinha se recolhido e eu estava pronto para ir até o Centro Pokémon quando o pescador me fez uma proposta.

— Vendo iscas de locais distantes para aqueles que me vencem. Sabe, como ajuda para o início de jornada, já que sempre são novos treinadores saindo de Pallet que passam por aqui. Se quiser alguma, eu ainda tenho um de cada tipo.

Quest:

Eu não entendia muito de pescaria, mas algo naquela Slowpoke Tail chamou a minha atenção. Sem pensar muito, entreguei o dinheiro para Taylor que me entregou a isca com um sorriso no rosto. Depois de uma reverência e um novo agradecimento, eu virei as costas e parti de volta para o Centro Pokémon de Pallet Town. Àquela altura o sol já estava se pondo e eu sequer tinha saído da primeira cidade, mas existiam tantas coisas para fazer naquele lugar que eu estava satisfeito. Eu me senti bem pensando que estava tendo minhas primeiras experiências antes de mesmo de me aventurar em minha primeira rota, porque de certa forma significava que eu enfrentaria aqueles desafios com menos surpresas.

Ou ao menos assim eu esperava, né.

Sorteios

*Evento (NPC)
*Precisão do Water Gun do Krabby na segunda rodada contra Grubbin (acertou)
*Precisão dos dois Water Gun do Krabby na terceira rodada contra Grubbin (ambos acertaram)
*Precisão dos dois Water Gun do Krabby na primeira rodada contra Fennekin (um deles errou)
*Chance de Burn do Ember de Fennekin na primeira rodada contra Krabby (nada aconteceu)
*Precisão dos dois Water Gun do Krabby na segunda rodada contra Fennekin (ambos acertaram)
*Chance de Burn dos Ember de Fennekin na segunda rodada contra Krabby (nada aconteceu em ambos)

Time

Fennekin ♀ [40% | Nível 9 | Blaze]
Grubbin ♂ [9% | Nível 5 | Swarm]
Swablu ♀ [15% | Nível 5 | Natural Cure]

Atualizações

Equipar o item Lucky Egg na Fennekin.
Swablu recebe 106 XP por ter derrotado o Poliwag do Pescador Taylor (NPC).
Swablu sobe para o nível 7 (5/105 XP).
Fennekin recebe 81 XP por ter vencido o Krabby do Pescador Taylor (NPC).
Fennekin sobe para o nível 10 (50/182 EXP).
Swablu recebe 54 XP (59/78 EXP) por ter participado da batalha contra o Krabby do Pescador Taylor (NPC).
Grubbin recebe 54 XP por ter participado da batalha contra o Krabby do Pescador Taylor (NPC).
Grubbin sobe para o nível 6 (10/57 EXP).
Yusuke recebe 360§ por ter vencido Pescador Taylor (NPC).
Descontar 600§ de Yusuke pela compra da Isca Slowpoke Tail com Pescador Taylor (NPC).
Adicionar Isco Slowpoke Tail na ficha de Yusuke.
Adicionar 2 Ice Tokens (Evento Natal 2021) na ficha de Yusuke.
Registrar Poliwag na Pokédex.
Registrar Krabby na Pokédex.
Atualizar o Registro de Atividade de Yusuke.
Atualizar o Diário de Bordo de Pescador Taylor (NPC).