Abri os olhos devagar sentindo o vento balançar o Talismã que eu segurava entre os dedos. Eu ainda não tinha me acostumado com aquela ideia de conseguir viajar para outra cidade apenas usando um pedaço de papel e mentalizando, mas também não fiquei muito tempo refletindo nisso. Depois de sair Dewford, percebi que não era bom acelerar tanto as coisas. Em um primeiro momento cogitei retornar para Pallet, mas talvez já não tivesse nada lá pra mim. Sabendo da existência do Dojo de Solaceon, aquela acabou sendo a minha opção.

Decidido a frentar o desafio que me oficializaria como um novo membro do Team Imperium, visitei Novus uma vez mais em busca de itens ou outros truques que pudessem me ajudar a passar por aqueles combates mais facilmente. Saindo da Zona Central, segui para a Zona Oeste de Novus e caminhei por algum tempo apreciando os arredores até perceber um movimento estranho numa das várias árvores que cercavam aquela parte. Enterrado ao lado de uma árvore, um pequeno corpinho parecia estar tentando se soltar das raízes. Sim, um pokémon. Não tardei a levantar a pokédex em sua direção visto que eu ainda não tinha encontrado aquela espécie. Da mesma forma, estava claro que eu tentaria lutar e potencialmente capturar aquele pequenino.

"Oddish, um Pokémon Semente. Durante o dia, ele fica no subsolo gelado para escapar do sol. Oddish cresce ao se banhar na luz do luar."

Ao lado das informações sobre Oddish, eu vi que os seus tipos eram Grama e Veneno. Com uma mão no queixo, conclui de imediato que a minha melhor opção seria Braixen por ter vantagem absoluta contra o tipo Grama do pequeno pokémon à nossa frente. No entanto, há pouco tempo eu tinha alimentado Braixen com um Exp Candy e isso a colocava a frente dos demais pokémons do time. O Sableye também já tinha se mostrado suficientemente forte, então o mais sensato seria pelo menos manter todos com experiências de combate niveladas. Movendo uma mão até a cintura, decidi então a opção definitiva para aquela captura.

— Swablu, saia. — chamei, liberando a ave de algodão na forma de um raio vermelho. Em um bolso lateral da minha mochila, segurei o Lucky Egg e então o entreguei para a minha lutadora da vez. Ela faria bom uso daquele item, com certeza.

Pokémon Selvagem:

— Avance com uma sequência de Peck. — ordenei de imediato colocando meu plano em ação. Não é porque eu não escolhi Braixen que eu não lutaria em vantagem. O tipo Voador de Swablu se saía muito bem contra o tipo Grama de Oddish e era neutro contra o tipo Veneno, então se lutássemos direito conseguiríamos dar conta daquilo facilmente. Peck é um ataque voador, então deve ser duplamente ofensivo contra o nosso oponente.

Ao ouvir meu comando, Swablu abriu as asas e então desceu em um rasante. Empolgada por estar batalhando novamente, a ave de algodão fez seu bico brilhar antes de se chocar contra o pequenino Oddish que foi lançado para trás. Ainda no ar, Oddish reagiu soltando uma massa arroxeada que atingiu Swablu em cheio. Escorrendo pela minha aliada, um barulho de algo queimando podia ser ouvido bem baixinho no ambiente. A ave fez uma careta, mas não protestou. Ao invés disso, bateu suas asas com força jogando aquela coisa no chão. Mais uma vez voando alto, ela desceu com tudo contra Oddish que foi pego em um golpe certeiro e jogado contra o chão.

A luta parecia estar se encaminhando para o fim, mas a pequena semente não se deu por vencida. Ainda caída, ela concentrou pequeninhas esferas esverdeadas ao seu redor. De repente, as mesmas esferas surgiram ao redor de Swablu que fez um protesto de dor antes delas voarem em direção a Oddish e serem absorvidas por ele. O Absorb, no entanto, não foi forte o suficiente para virar o curso daquele embate e o pequeno continuou caído e ferido.



Eu não sou nenhum sádico como muitos devem imaginar por ser parte do Time Imperium. Não me anima dominar uma batalha dessa maneira, mas não tinha muito o que pudesse ser feito a respeito. Respirando fundo, dei então meu próximo comando. O tédio estava óbvio na minha expressão.

— Peck. Acabe logo com isso.

Incapaz de reagir rápido o suficiente, o bico de Swablu encontrou o corpo de Oddish novamente. O impacto foi forte para derrubar o pokémon semente de uma vez por todas, desacordando-o. Ponderei por alguns segundos se o queria no meu time, mas em uma análise rápida percebi que eu ainda não tinha pokémons daquele tipo comigo. Buscando variedade, peguei uma das minhas pokébolas vazias e a lancei na direção de Oddish. Recolhido como energia vermelha, a pokébola parou de balançar no chão de apitar três vezes, confirmando assim que a captura tinha sido bem sucedida.



Me aproximando a passos lentos, recolhi a pokébola no chão e recolhi Swablu segundos depois. Estar com um pokémon ferido e outro desacordado não era seguro, então decidi interromper meu passeio pela cidade brevemente; precisava curá-los em algum lugar.

Caminhando até o balcão, eu recolhi minhas duas pokébolas das mãos da Enfermeira Joy e então agradeci. O último combate tinha sido fácil e Swablu tinha mostrado ser capaz de ser certeira em batalha. Ligeiramente ferida, ela merecia um bom descanso depois de vencer Oddish, a pequena semente que agora repousava na pokébola ao lado. Oddish parecia ser uma pequena assustada, então tomei todo o cuidado de não deixá-la ferida tempo demais para que sua aparentemente apreensão de batalhas aumentasse. Depois de me despedir da enfermeira de cabelo rosado, eu saí pela porta de frente ainda ansioso por conhecer mais da Zona Oeste de Novus.

Foi com esse objetivo então que cheguei em um tipo de jardim local, com vegetação baixa, muitas flores e apenas meia dúzia de árvores altas. Foi enquanto eu atravessava o campo florido que um pequeno serzinho decidiu que me faria uma surpresa. Montada em uma flor alaranjada, uma pokémon de feição amigável flutuou à minha frente e parecia me desafiar para um combate. Antes de aceitar o desafio, estendi minha Pokédex em sua direção visto que aquela era uma espécie que ainda não tinha visto.

"Flabébé, um Pokémon Desabrochar Único. Ela usa uma coroa de feita de pólem coletado de flores. A coroa de Flabébé possui propriedades curativas secretas."

— Oddish, venha. — chamei, liberando a pequena semente com pernas na forma de um raio vermelho. Em um bolso lateral da minha mochila, segurei o Lucky Egg e então o entreguei para a minha lutadora da vez. Recém chegada no time, aquele item serviria para acelerar o processo dela ficar mais próxima do nível dos demais.

Pokémon Selvagem:

Ao ver na pokédex que Flabébé era um tipo fada, a escolha de Oddish se tornou óbvia pra mim. Fraca contra o tipo Veneno, o golpe Acid de Oddish seria capaz de lhe causar muitos danos rapidamente ao passo que sua tipagem natural tambem serviria para se sustentar contra os ataques disparados pela pequena fada.

— Acid duas vezes, vamos lá. — comandei rapidamente. Oddish parecia assustada, não estando à vontade em ter sido escolhida para combater.

Ao passo que Swablu ama lutar e Grubbin apenas tem preguiça, a pequena semente parecia mesmo não gostar daquelas situações de embate e isso me deixou apreensivo em um primeiro momento. Sua hesitação foi brecha o suficiente para que Flabébé conseguisse tomar a dianteira e atacar com um pó rosa brilhante que de forma certeira atingiu Oddish, lançando-a contra o chão. O impacto pareceu ser o incentivo que faltava para tirá-la do seu transe por medo, porque logo em seguida Oddish disparou ácido contra Flabébé, que recuou assustada com a retaliação.

— Se você demorar para reagir, ela vai lhe atacar de novo. — incentivei Oddish — Quanto mais rápido você acabar com a luta, mas cedo você descansa. Vamos, complete o plano.

E assim ela o fez. Com um segundo disparo de ácido atingindo Flabébé, a estratégia de explorar fraquezas se mostrou eficiente quando gradativamente a fada foi perdendo a consciência até cair no chão repousando sobre a sua flor. A passos curtos, me aproximei com uma pokébola em mãos e a arremessei na direção de Flabébé. Depois de três balançadas, a captura foi confirmada e eu presenciei a esfera se desfazer em energia momentos depois. Como meu time já estava no limite, eu já sabia que novas capturas seriam enviadas diretamente para a minha Box.



Concluído o ritual pós-batalha, me aproximei de Oddish e a segurei no colo. Ao contato, estava perceptível que ela tremia e ainda estava meio assustada. Quem diria que poderia existir um Pokémon que tem medo de lutar? Eu pretendia conversar sobre o que tinha acabado de acontecer, mas optei por fazer isso em uma situação menos estressante e por isso apenas a recolhi novamente em sua pokébola.

Passeando ainda pela Zona Oeste, lembrei da existência do meu ItemFinder e decidi utilizá-lo pela segunda vez desde o início da minha jornada. Eu ainda precisava me acostumar a usar todos os recursos que eu tinha em mãos, então era estranho pensar que mesmo carregando aquilo pra todo lado na bolsa ainda assim eu conseguia esquecer. Seguindo os apitos e as direções em que mais soava, ele acabou me levando até embaixo de uma árvore onde um saco de couro estava repousado. Rasgado, ele parecia ter sido extraviado e descartado por alguém. Olhando do lado de lado, no entanto, encontrei 3 pokébolas ainda em perfeito estado.

Qualquer outra pessoa ficaria desconfiada, mas sendo parte da facção que faço... bem, não me importei em simplesmente pegar aquilo tudo pra mim. Eu estava guardando os itens recém adquiridos na bolsa quando uma sombra se formou acima de mim. Já tendo acontecido aquilo antes quando fui atacado pela Swablu que hoje está no meu time, eu mirei o olhar para o alto já me preparando para aparecer algum outro pokémon... e fui certeiro. Mirando a pokédex no alto, ela focou sua lente em um pássaro de penas escuras que lembrava um corvo vagamente.

"Rookidee, um Pokémon Pequeno Pássaro. Ele desafia bravamente qualquer oponente sem se importar com diferença de força. Rookidee se beneficia de toda batalha, ficando mais forte mesmo após ser derrotado."

Digamos que eu estava... com um pouco de pressa. Considerando o possível roubo recente, eu não queria ficar exatamente no mesmo lugar por muito mais que alguns minutos. Se aparecesse alguém, eu seria o primeiro suspeito por estar sozinho. Foi por isso que decidi não pegar leve e lancei a pokébola de Braixen no ar.

Flying Shadow:

— Psybeam, vamos lá. — comandei de forma sucinta. Esticando suas patinhas na direção de Rookidee, uma onda psíquica cortou o ar e atingiu o pequeno pássaro que sequer teve como revidar. Atingido por um golpe mais poderoso do que ele aguentava, Rookidee simplesmente despencou em direção ao solo já desacordado. Rapidamente, peguei umas das pokébolas recém-adquiridas e lancei em sua direção, capturando-o sem muitos empecilhos e igualmente enviando-o para a Box.



Feito isso, sem tempo para mais enrolações, eu simplesmente peguei todas as minhas coisas e fui correndo até o Centro Pokémon. Em partes porque Oddish ficaria mais confortável completamente curada, mas também porque com essas duas novas opções talvez eu devesse mudar a formação do meu time. É, seria uma boa oportunidade de repensar minhas estratégias.

Vindo de: HUB Zona Central de Novus

Depois de conseguir vender as Pearls que eu tinha guardado e visitar o Centro Pokémon, eu me senti pronto para continuar minha jornada. Passei alguns bons minutos no Centro esperando que Joy retornasse com meu Sandshrew devidamente recuperado depois de ter se mostrado um guerreiro incansável durante o Concurso de Captura. Enquanto aguardava, decidi checar meus equipamentos na minha bolsa e ao notar estar quase sem pokébolas eu fui até a loja conseguir algumas extras. Não era o ideal comprar aquele tipo de coisa em Novus já que normalmente em outras cidades eu ganharia algum prêmio a mais por aquela quantidade, mas naquele momento eu só quis me resguardar de potenciais necessidades vindouras.

Feito tudo isso, me coloquei na direção da Zona Oeste de Novus, o local em que há poucos dias eu tinha conhecido minha Floette, na época apenas uma Flabébé. Foi uma das primeiras batalhas de Oddish e ela se saiu muito bem apesar de ter medo de lutar. Me perguntei na época o que tinha acontecido para Oddish ser tão acanhada, mas talvez eu só tenha estranhado porque por algum motivo meu time era formado basicamente de pokémons agressivos e/ou orgulhosos. Pensando nisso, percebi que talvez eu tivesse um tipo: os malucos por batalha. "E o engraçado é que não sou tão barulhento assim", conclui por fim, embora soubesse bem que mesmo quieto por fora a minha mente era agitada em batalhas e provavelmente por isso eu me dava tão bem com meus parceiros.

Foi perdido em tal devaneio que eu acabei me metendo naquela situação. Talvez se eu estivesse atento, eu teria parado logo quando a primeira semente saltitante me notou e começou a me seguir. No máximo eu teria me impedido no segundo, mas pensar que agora eu estava cercado por três daqueles pokémons? Eu admito que foi uma surpresa. Pego desprevenido, eu não tive outra alternativa a não ser jogar a pokébola de Braixen para cima e convidá-la para o meu lado.

— Quanto tempo, Braixen. Pode me emprestar um pouco de fogo? — perguntei fingindo ter um cigarro entre os dedos. De forma brincalhona, Braixen tirou o graveto de sua cauda e o estendeu na minha direção antes de acendê-lo de uma distância segura. Com um sorriso pequeno, eu acenei positivamente e estendi minha Pokédex para frente.

pokémon selvagem 1:

pokémon selvagem 2:

pokémon selvagem 3:

"Sunkern, um Pokémon Semente. Sunkern pode cair do céu pela manhã e no ano após um verão frio sua população se expande exponencialmente."

— Não sei se tenho interesse nessa espécie especificamente. — comentei com Braixen enquanto coçava atrás da minha cabeça meio desconcertado; eu realmente não tinha gostado daquele pokémon, mas decidi tomar a decisão que um treinador tomaria — Mas irei registrá-lo em minha Pokédex. Vamos lá!



— Braixen, use Ember nesse que está mais a direita. Duas vezes. — comandei tentando me aproveitar do fato do nosso oponente ser uma semente e isso provavelmente significar que seu tipo é grama; o que o faz ser vulnerável a fogo. Bom, eu estava certo nisso, pelo visto. Braixen respondeu ao meu comando estendendo seu graveto com a ponta em chamas para frente e disparou uma pequena bola de fogo em direção ao terceiro Sunkern. Atingido em cheio, ele pareceu travar por alguns segundos, mas seus parceiros não: uma chuva de folhas estranhamente afiadas se formou de seus corpos e foram com tudo na direção de Braixen. Razor Leaf. Eu percebi o perigo daquele combate rapidamente: estávamos em uma grande desvantagem. Se fosse pelo menos Floette lutando, eu sabia que ela conseguiria derrotar todos de uma só vez com seu Dazzling Gleam. Braixen, por outro lado, ainda não tinha aprendido truques que lhe permitissem atacar mais de um oponente ao mesmo tempo. Não era culpa sua, claro, mas não consegui deixar de pensar que algo do tipo seria ótimo naquele momento. "Para ser sincero, Floette é a única com um ataque capaz disso. Não acho que devia ser parâmetro para o resto do time", conclui logo em seguida.

Como esperado, Braixen foi fortemente ferida; até mesmo o Sunkern queimado antes se juntou à chuva de folhas e isso a cansou ainda mais. Braixen estava sendo castigada, é verdade, mas mostrou o motivo de ser a capitã do meu time ao se manter firme e disparar um segundo tiro de fogo contra o Sunkern de antes. O golpe certeiro o fez cair desacordado no chão, mas seus parceiros não se deixaram abalar e repetiram o ataque de antes. Quando me dei conta foram pelos vários cortes pelo corpo de Braixen. "Isso não é bom", pensei um pouco aflito com a cena.



— Você ainda consegue? — perguntei para a raposa que mesmo de costas para mim não hesitou em acenar positivamente com a cabeça. Com meu indicador apoiado no meu lábio inferior, eu pensei um pouco e decidi manter a estratégia porque parecia a opção mais segura — Certo, então ataque o Sunkern de pé na direita com dois Ember. — soltei. Sem demora, Braixen obedeceu e uma bolinha de fogo cortou o ar em direção a um dos Pokémon semente. Atingido em cheio, ele revidou com mais folhas cortantes e logo foi acompanhado pelo seu companheiro que também utilizou o mesmo ataque. Eu sequer podia reclamar deles estarem sendo repetitivos, afinal Braixen poucos segundos depois disparou o quarto Ember daquela batalha. Certeira, o segundo Sunkern caiu desacordado.



— Ember. — ordenei soltando meio entediado, que de fato eu estava. Braixen deu uma risadinha, entendendo que meu tédio costumeiro não tinha nada a ver com ela, e sim com aquela situação toda. É, porque logo percebi que me preocupei por nada e aqueles Sunkern sequer eram uma ameaça. Mais animada, Braixen girou seu graveto antes de lançar mais uma bolinha de fogo certeira e receber de retaliação novas folhas cortantes sobre si. Foi então que a surpreendi deixando de dar um segundo comando para, ao invés disso, arremessar uma pokébola direto no Sunkern ainda consciente; a primeira vez que fiz algo do tipo.



Eu até então tinha agido pelo seguro e desmaiado todos os pokémons que capturei, mas na intenção de testar coisas novas e me arriscar, eu decidi fazê-lo daquela vez um pouco mais cedo. O Sunkern foi absorvido pela pokébola e eu observei calmamente os três bipes cessarem até confirmarem de vez o sucesso da captura. Assim que a luz apagou, Braixen caiu de joelhos e eu não perdi tempo antes de colocá-la de volta em sua pokébola para que pudesse descansar. "Bom trabalho, parceira", sussurrei antes de guardar sua pokébola no meu cinto. A passos lentos, me aproximei então da pokébola de Sunkern e também a coloquei em meu cinto.

Eu estava me preparando para voltar para a cidade e curar meus parceiros quando senti algo se mexendo na minha bolsa. Achando que algum bicho tinha entrado enquanto eu estava distraído pela batalha, eu me agachei apenas para abri-la e perceber que na verdade aquele balançar todo era do ovo que eu estava carregando comigo; ou melhor, dos dois ovos!

Eu admito que não soube exatamente como reagir na hora, mas tomei o cuidado de colocar os dois ovos confortavelmente no chão. Minha mão se moveu por impulso até a pokébola de Litleo que foi chamado para a ocasião. Por algum motivo, fazia sentido na minha cabeça ser Litleo a estar comigo naquele momento; talvez por relacioná-la a uma leoa, ainda que não fosse adulta, e sua rivalidade com aquelas de seu gênero que mais me parece seu instinto materno adormecido. Normalmente seria Braixen a escolhida, mas ela estava ferida demais e eu não queria importuná-la.

Os rachados aumentaram gradativamente e eu que estava agachado logo me sentei de vez no chão enquanto observava. O primeiro a chocar foi o ovo rosa, de onde saiu Igglybuff. Pequena, redonda e rosada, ela pareceu procurar por algo nos arredores e veio saltitando na minha direção assim que nosso olhar se cruzou. Eu não sabia o que devia fazer em seguida, mas seguindo meu instinto de treinador eu imaginei que deveria lhe dar um lar. Foi por isso que peguei uma Pokébola da minha mochila e encostei na sua testa devagar. O bipe soou apenas alguma vez naquele momento, indicando talvez que Igglybuff realmente tinha aceitado estar comigo.

Spoiler:

A cena se repetiu minutos depois quando o ovo azul se partiu para revelar Azurill. Com uma expressão tristonha, a pequena tentou se esconder atrás do resto de seu ovo quando me viu. Litleo se aproximou primeiro, lambendo-a no rosto. Ela ainda parecia assustada, mas eu decidi encostar minha última pokébola em sua cabeça e dessa vez os três bipes soaram antes da captura ser confirmada.

Spoiler:

— Okay, isso foi... algo. Vamos. — falei olhando para Litleo antes de chamá-la para andar ao meu lado. Talvez Joy tivesse dicas de como lidar com bebês, então mais do que nunca apressei o passo em direção ao Centro Pokémon.

O encontro com Jazz na Praça de Novus foi o incentivo que me faltava para concluir o treinamento de Braixen. Partindo direto para o Centro Pokémon para que a raposa pudesse ser curada, eu aproveitei para reaver todo o meu time agora que o treino estava no fim e os ovos já tinham chocado. Sendo assim, enquanto Joy cuidava de Braixen, eu fui até o PC e peguei de volta as pokébolas de Krampus Sableye e Floette. Dentre os dois, foi Floette que eu liberei da pokébola para que pudéssemos conversar. Com o disco que ganhei recentemente pelo avanço de minha jornada, eu preparei rapidamente o equipamento necessário para ensinar as Technical Machines para um Pokémon e então entreguei o Protect para Floette. Pelos meus estudos, daquela seria uma ótima ferramenta que permitiria estratégias de se defender e se curar com a ajuda de Wish. Satisfeito com aquilo, eu lhe fiz um carinho antes de guardá-la de volta; foi quando Joy retornou com Braixen curada e aquela foi a vez da raposa conversar comigo.

— Toma. É menos gostoso que o último, mas já é de algo. — falei para ela antes de lhe entregar o Exp Candy XS que deveria ser bem menos legal que o Candy M de antes. Para minha não surpresa, nada aconteceu depois de Braixen comer o doce, indicando que ainda precisava mesmo treinar mais um pouco se eu quisesse alcançar novos patamares. E em que outro lugar eu faria aquilo se não na Zona Oeste de Novus? Antes de sair, percebendo que estava sem pokébolas vazias, fui até o balcão e comprei mais três para casos de emergência. Na Zona Oeste, tudo que eu precisei foi de um pouco de mel e voilá, um pokémon curioso e provavelmente faminto surgiu.

pokémon selvagem:

"Steenee, um Pokémon Fruta. Steene está sempre saltando pelos arredores energeticamente. Outros Pokémons são atraídos pela sua aparência e aroma."



— Outro Pokémon de Grama. Bom, sem peso na consciência, ela parece ser incrível. Braixen, não a subestime: use Ember duas vezes. — comandei sem pestanejar. Segundo a Pokédex, Steenee possuía uma pré-evolução — esta que eu não conhecia, já que não tinha encontrado ainda e portanto não podia encontrar na Pokédex —, então o fato de ser a primeira vez que um pokémon já evoluído cruzou meu caminho enquanto selvagem me pareceu um sinal de que eu deveria tê-la. Como de costume, Braixen tomou em suas mãos o graveto preso em sua cauda e o acendeu com uma chama mágica que rapidamente foi jogada na direção de Steenee. Com uma expressão de foco, Steene até tentou sair da frente, mas foi atingida em cheio. Revelando ter algum interesse por dança, Steene se jogou para frente como forma de retaliação e então eu vi seu corpo girar o suficiente para tornar audível o vento se movendo. Rapid Spin. Braixen foi atingida por uma chuva de chutes como se fosse uma hélice de helicóptero e quando aquilo acabou elas estavam frente a frente.

Eu vi Braixen encostar seu graveto na barriga de Steenee antes de liberar uma nova bolinha de chamas. À queima-roupa, Steene não teve chance e caiu inconsciente logo em seguida. É lógico que eu acompanhei tal movimentação jogando uma Pokébola em sua direção.



Eu vi a Pokébola balançar uma única vez antes de ficar imóvel e o característico som de bipe cessar. Percebendo o sucesso naquilo tudo, eu me aproximei da Pokébola e a coloquei na cintura. Recém-saído do Centro Pokémon, eu me coloquei a caminhar de volta para lá na intenção de curar Steenee e Braixen. A raposa não parecia nada ferida, mas mesmo assim tinha lutado e eu pretendia recompensá-la com os cuidados de Joy.