Amorina foi pega de surpresa na trilha que levava até o Viveiro: a neve voltava a cair em Pallet, porém não era uma tempestade. Na estrada, ela só estava acompanhada de Snom em seu ombro e Passimian agarrado no braço. Na frente do corpo, ela carregava o ovo que recebeu do Professor Oak após vencer um combate contra ele. Por alguns segundos, ela achou estar louca ao sentir o ovo sobreaquecer contra sua barriga, porém após aquecer excessivamente as mãos, ela colocou a mão por dentro da blusa para colocá-lo no chão. Aos poucos, aquele ovo se rachou até revelar uma equina de corpo fino. A crina dela creptava pela primeira vez, antes dela se esforçar para ficar de pé.

- Bem-vinda à luz pequenina. Você está bem? - questionou a menina enquanto o RotomPhone registrava o Pokémon. - Tome o tempo que precisar para se adaptar - finalizou, utilizando uma pokébola para oficializar a captura.

Embora a equina não fosse o Pokémon que ela esperava ganhar de Oak, ela estava feliz de ver mais um Pokémon nascer em tão pouco tempo. Sem mais um peso nos braços, o restante do caminho foi realizado com mais agilidade pela magnata. Quando a estufa já estava no horizonte, a menina foi atraída pelo primata lutador que saltou de seus braços, montou nas árvores e balançou em frente. Ele então pousou numa frutífera, lotada de Chesto Berries.

- Esse com certeza é um achado. Bom trabalho pequeno - parabenizou.

Como a árvore era alta, a magnata guiou seu macaco até encontrar a maior fruta do pé. No processo de pular entre os galhos, Passimian trombou com algo que também estava balançando. Amorina num rápido movimento se jogou no chão para amortecer a queda das criaturas. Com o peso de um bebê, o nativo de Alola mal era percebido. Mas o toque gélido da segunda criatura arrepiava todo o corpo da menina, que levantava agoniada.

- Por que eu decidi sair de casa justo no Inverno? - disse enquanto se encolhia para voltar a esquentar. - RotomPhone faça sua mágica

Burmy, o Pokémon Minhoca. Se seu casulo for quebrado em combate, ele rapidamente o refaz com materiais próximos.

A magnata travava os olhos no inseto, envolto por um casulo de neve e alguns pedaços de gelo a encarando com raiva. Porém o corajoso primata de Alola logo tomou a frente, batendo de forma fofa no peito enquanto se preparava para o combate. Considerando os tipos, seria possível dar aquele gostinho para Passimian.

vs

- Passimian utilize Focus Energy e depois Rock Smash! - comandou.

A neve do ambiente parecia integrar aquela batalha de forma mais incisiva, porém não abalava o espírito lutador do primata. Passimian bateu duas vezes no peito, depois flexionou os braços, ganhando uma aura avermelhada enfervecente em torno do corpo. No retorno, Burmy balançou  o corpo enquanto criava uma ventania com fragmentos de gelo, potencializados pelo clima, que além de tirar energia do macaco, reduzia sua agilidade. Contudo, quando a velocidade foi afetada, Passimian recebeu um aumento considerável na massa corporal. Por fim, a nevasca assoprava, causando danos ao lutador.

Assustado, o inseto rapidamente inflou o casulo do corpo, criando um círculo protetor ao redor do corpo. Assim, quando o primata golpeou o círculo, Burmy ficou totalmente seguro de qualquer golpe. A nevasca então soprou, causando danos à Passimian.

- Tudo bem pequeno, agora voltaremos em grande estilo! Use Vital Throw seguido de Rock Smash!

Passimian se concentrava para dar um golpe certeiro, perdendo prioridade para seu oponente, que tratou de desferir um empurrão com toda a força do corpo. Contudo, tão perto do lutador, o inseto levou um soco preciso em seu corpo, num ponto crítico, que lhe fazia tomar um grande empurrão para trás até se chocar com a árvore de frutas. Assim, Burmy desmaiou de exaustão.

Batalha:

Até mesmo Amorina ficou imóvel por alguns segundos antes de se aproximar do Pokémon. O punho de Passimian ainda tinha uma energia amarelo alaranjado que se dissipou lentamente antes dele encarar a dona com um sorriso inocente. A magnata então o recebeu num forte abraço.

- Você não é a coisa mais fofa e perigosa que uma coordenadora poderia ter? - disse, esfregando as bochechas. - Além disso, esse é um movimento com excelentes partículas. Portanto, gostaria de um dia subir nos palcos comigo para mostrar toda sua força? - o bebê começou a remexer animado, porém não parecia ter entendido a real proposta.

De qualquer forma, a menina viu pela primeira vez um Burmy sem o casulo, que não durou muito. O inseto se recuperou e rapidamente moldou mais um com a neve que caia dos ceús. Na sequência, ele agarrou uma das antenas no galho de uma árvore e se disparou para longe dali. Sem mais obstáculos, a menina resolvia mandar Passimian para pegar um exemplar comum das Chesto Berry e correu para o Viveiro. Talvez, numa área controla, ela teria que enfrentar menos visitas indesejadas.

Nas margens da estufa, aquela paisagem lembrava a menina de seu Berry Pot. Ao conferi-lo, ela viu as frutas brotarem, rapidamente colhendo-as e deixando a árvore produzir mais frutos para a próxima oportunidade.

Após o encontro desagradável com o inseto de gelo, Amorina decidiu correr até o Viveiro, porém estava muito tarde para que ela fosse atendida. Assim, não desejando fazer mais uma longa viagem até Pallet, ela improvisou um acampamento, unindo diversas peças de roupa para não tocar diretamente na grama fria. Além disso, a recém-nascida Ponyta possuía um calor corporal agradável, ficando ligeiramente próxima de todos para que suportassem a noite ao relento. Enquanto estava agarrado ao corpo da dona, Passimian ficava empurrando a fruta que carregava para Snom, que a devolvia logo em seguida. Eles ficaram assim por longos minutos, até a dona simplesmente apagar.
Na manhã seguinte, a magnata se esforçou para não acordar ninguém, porém não teve sucesso. Um pequeno tropeço na bolsa fez com que o Itemfinder ativasse, começando a apitar que um item estava próximo. Snom e Passimian acordavam ainda sonolentos, indo na direção da dona para ficar um em cada ombro. Já a pequena Ponyta foi recolhida. Sem mais opções e com um item gratuito em vista, a jovem retirou o item da bolsa e começou a caminhar para rastreá-lo. O Repel estava "perdido" na beira de uma pedra lisa, que parecia até ter sido moldada para ser um banco natural. Aproveitando, ela descansou mais um pouco, sentando-se nele. "Passimian está a cada dia mais pesado. Imagino se ele já está deixando de ser um bebê e tornando-se uma criança", refletiu em pensamento.

Embora a manhã ainda estivesse gelada, não era possível ignorar a visível alteração de todo ambiente ao seu redor: a neve já se tornava apenas um detalhe secundário e as gramas começavam a crescer com mais fôlego. As árvores também recuperavam lentamente suas vidas. Após uma rápida checagem, Amorina notou que já fazia um mês e uma estação que estava em jornada.
- Um mês. Como o tempo voou - disse enquanto mexia na galeria de fotos e lacrimejava com uma antiga foto de família. - Espero que estejam bem - após isso, Snom aproximou e esfregou o casulo gélido na dona, sendo imitada pelo Passimian. - Tudo bem. Foi apenas o efeito da nostalgia. De qualquer forma, fico feliz de estar com vocês - completou, acariciando cuidadosamente a dupla.

Enquanto conversavam, o trio travou o olhar numa criatura que flutuava, depois beirava o chão, fazendo constatentemente esse movimento enquanto seguia um caminho reto. Amorina não conhecia aquela espécie de vista, então tratou de pegar a Pokédex e registrá-la.

Flabébé, o Pokémon flor-fada. Elas não ficam a salvo sem o poder de uma flor, porém irão continuar viajando até encontrar a flor com a cor e a forma que desejam. No Viveiro Xanadu, com o crescimento especial de uma flor-fada invernal, é possível encontrar o padrão de Flabébé que porta uma flor de algodão.

Findo a descrição pelo aparelho, Amorina sentiu seus olhos brilharem com aquela espécie magnífica. Dada sua delicadeza, a menina tentou se aproximar amigavelmente, porém recebeu um disparo de algodão para ficar longe. Quando a jovem a encarou mais de perto, viu que a pequena fada já estava levemente ferida, porém o motivo era incerto, jáque não aparentava ter nada e nem ninguém por perto.

- Eu sei que está ferida e com medo, mas eu posso ajudá-la. Por favor, confie em mim - disse, fazendo um movimento leve com as mãos.

vs

Apesar das boas intenções, Flabébé estava muito temerosa, então preparou mais um sopro de algodão, para tentar atrapalhar a movimentação da menina. Contudo, antes que ela finalizasse, Ponyta se soltou por conta da pokébola e gritou aos céus, fazendo um raio amarelado sair de sua crina flamejante e agravar a temperatura do ambiente com Sunny Day. A Cotton Spore da fadinha então se agarrou aos pés da equina, que perdeu velocidade.

- Obrigada! - agradeceu à Pokémon. Depois encarou a adversária. - Isso vai ser difícil pra nós duas, mas também necessário. Ponyta use duplo Ember!

Com as patas de Ponyta lotadas de algodão fofo, que a impediam de se movimentar corretamente, Flabébé se tornou a mais ágil, desferindo um empurrão contra a adversária (Tackle). Em resposta, Ponyta absorveu o clima quente para fazer um sopro deslumbrante de fogo, com pigmentos vermelho, laranja e amarelo que dançavam no ar até abraçar o alvo. Amorina abria um sorriso com a aparência do golpe.

Na sequência, Flabébé se aproximou do solo, fazendo com que vinhas nascessem a sua frente e se esticassem para chicotear a equina, que recuava ao sofrer danos (Vine Whip). Contudo, após cessar o movimento, a égua elevou as patas dianteiras, parecendo absorver mais do calor do ambiente e disparava mais uma rajada flamejante, que eram tão bonita e perigosa quanto a anterior, deixando a fada num estado crítico.

- Finalize-a com mais um Ember!

Na última rodada, a portadora da flor-fada avançou num encontrão, contudo, parecia ter sofrido mais dor do que causado danos (Tackle). Os ferimentos eram visíveis, porém Amorina não podia simplesmente recuar agora. Dessa vez, Ponyta concentrou todo o bafo quente numa brasa circular, que explodiu em seu alvo e esgotou todas as energias restante. Com o fim do combate, a temperatura voltava ao normal.

Batalha:

- Obrigada Ponyta. Você foi uma grande surpresa hoje. Espero que possamos viver grandes coisas juntas - elogiou, recebendo um relincho animado da Pokémon. - Quanto a você... espero que possa apreciar minha companhia de alguma forma - comentou, lançando uma pokébola na direção de Flabébé.

Sem relutar, a esfera concluiu a captura com um brilho. Amorina rapidamente recolheu o item, tendo um olhar preocupado para ele. Ela não sabia se sua relação com a fada seria mais complexa por tê-la atacado mesmo ferida, porém ela não queria deixar a oportunidade passar. Por fim, ela também recolheu Ponyta para descansar, tendo uma breve reflexão sobre o quão protetora ela havia sido. A equina saltou por livre e espontânea vontade da Pokébola para proteger a dona, sendo um ato de grande coragem, especialmente por se tratar de uma recém-nascida.

Com a calmaria que se instalou em seguida, a adolescente se surpreendeu com mais um lote de Oran Berries frescos e prontos em seu Berry Pot, recolhendo-os. Mas, dessa vez, ela retirava até mesmo a árvore do item, colocando em seu lugar uma semente de Persim Berry. Para não simplesmente jogar fora uma árvore saudável, Amorina cavou um buraco com a ajuda de Passimian, deixando o antigo pé de Oran Berrie para crescer de forma selvagem pelos arredores.

O tempo pareceu correr quando Amorina dedicou os últimos dias para acampar numa zona mais afastada da cidade. Embora a calmaria fosse um grande benefício, ter que depender de algumas comidas enlatadas e apenas água não era o sonho mais glamuroso da magnata. Popplio, por sua vez, parecia adorar a oportunidade, já que podia praticar por horas a cantoria. A coordenadora ouviu dizer que quanto mais capazes de controle vocal, mais poderosa será uma Brionne ao evoluir, por isso ela apenas participou com incentivo, além de ofertar cuidados básicos para a foca não desgastar demais suas cordas vocais.
Porém, aquele dia tinha começado de forma singular pois um cheiro extremamente desagradável surgiu subitamente no ar. Passimian e Snom enfiavam a cara contra a blusa da menina, porém nem mesmo aquele ato era capaz de contê-lo. A magnata então fez um rápido movimento para fora daquela zona, retornando para a estrada, porém desmaiou assim que a alcançou.

Já não bastasse aquela experiência, a menina ainda foi acordada por mais um forte cheiro, porém dessa vez apenas a fazia despertar e imediatamente espirrar. Cessado os espirros, Amorina olhou o local em que estava: era dentro da estufa do Viveiro, sentada em um banco feito de um tronco de árvore. Ao seu lado, estava uma jovem mulher de cabelo roxo e olhar preocupado, que não tardou em esclarecer as coisas para ela:

- Você está bem? Eu realmente sinto muito pelo ocorrido. É raro que tenham pessoas por perto tão cedo, então Gloom costuma passear e acaba não filtrando o aroma que exala
- Isso foi apenas um aroma de Gloom? Céus - responde ainda levemente atordoada. - Eu estou bem, só preciso ficar sentada mais um tempo
- Leve o tempo que precisar. Esse é o local de descanso dos funcionários daqui, porém pode dizer a todos que Florinda permitiu que ficasse até se recuperar completamente

Amorina viu a figura sair daquele ambiente e sumir entre a vegetação do local, não sendo capaz de raciocinar absolutamente nada nesse processo. Porém, quando caiu sua ficha, ela notou que havia acabado de conhecer Florinda Showers, um ícone de Pallet, responsável pelos cuidados e manutenção do Viveiro Xanadu. Totalmente recuperada, ela conferiu Passimian e Snom que dormiam em seu colo, acordando-os com delicadeza. Naquela hora, a magnata não sabia se iria cumprimentar propriamente a mulher que a ajudou ou se deveria sumir de vista já que foi encontrada na beira da estrada.

- Nada vai apagar a vergonha que passei, não é? - questionou aos Pokémon. - Nesse caso, não vamos perder a oportunidade de uma apresentação apropriada

Desbravando a estufa, ela parecia ter entrado num labirinto verde, com folhas grossas cobrindo algumas passagens, além de estarem reluzentes graças à primavera. Amorina nunca achou que poderiam existir tantas espécies de árvores, plantas e flores coexistindo num só local. Tampouco imaginava a extensão da propriedade que Florinda era responsável. Sem dúvidas, havia muito amor depositado naquele trabalho, que era recompensado com paisagens únicas. Obviamente, já que estava perdida e nenhuma alma podia impedí-la, a coordenadora aproveitou para tirar boas fotos em alguns ambientes mais coloridos.
Mas a felicidade de uma magnata não pode durar muito, pois o cheiro desagradável voltava a contaminar o ambiente, deixando Amorina alerta. Dessa vez, ela correu na direção que estava mais forte, parecendo até resistir mais ao seus efeitos. Chegando ao encontro de Gloom, Amorina acabava por também achar sua dona, que estava receosa enquanto via uma série de insetos destruírem toda uma zona de plantio.

- Por favor, não destruam as árvores. São bem-vindos, mas precisam ser cuidadosos com o que consomem - tentou discursar ela, que parecia ser completamente imune ao odor.
- Florinda! - exclamou de forma abafada por cobrir o rosto. - Expulse-os com uma batalha
- Amorina? - questionou a mulher, dando um toque em Gloom, que parou de soltar o odor. - Temo não ser capaz de entrar em combate como a maioria das pessoas. Além disso, essa não parece a melhor resposta

Como se tivessem combinado aquilo a muito tempo, os insetos se recuperavam do odor e desferiam uma linha pegajosa, que se uniu numa rede, prendendo Florinda e Gloom. A coordenadora então se viu obrigada a intervir pela representante, porém não poderia causar mais danos que os insetos já haviam causado. Assim sendo, ela sacou a pokébola para liberar Popplio, que caía com graça, porém logo notava para que havia sido convocada.

vs

- Tomaremos cuidado para não causarmos mais estragos. Popplio use Disarming Growl para atrair sua atenção!

Após ser convocada para o combate, a foca azul rapidamente se tornava um alvo comum dos cinco insetos. Weedle parecia ser o mais ágil, cuspindo o fio de seda que dificultava em parte a movimentação de Popplio (String Shot). Depois dele, Grubbin e Caterpie, respectivamente, desferiram o mesmo movimento, praticamente grudando a inicial no chão. Sewaddle então avançou, chocando o próprio corpo contra a adversária (Tackle). Wurmple finalizava, disparando finas agulhas envenenadas de suas presas, causando algum dano (Poison Sting). Utilizando todo o incômodo que sentia por estar quase que completamente imóvel, Popplio emitiu um canto sofrido e desesperado, que se espalhou numa distorção rosada que causou dano em todos os inimigos e reduziu a capacidade ofensiva daqueles que não eram imunes a ela.

- Eles não estão pra brincadeira, assim como nós. Popplio continue com Disarming Voice!

Manter Popplio naquela posição parecia ser apenas o início de um plano daquelas criaturas, pois a ofensiva estava prestes a aparecer e, embora fosse baixa, em conjunto se tornava bem perigosa. Weedle disparava as mesmas agulhas envenenadas, que penetrou a pele da foca e a envenenou (Poison Sting). Grubbin agia logo em seguida, apertando com firmeza o nariz de seu alvo (Vise Grip). Caterpie e Sewaddle atacavam um seguido do outro, ambos se lançando contra o corpo da aquática (Tackle). Wurmple finalizava com mais uma chuva de agulhas envenenadas, que só causavam mais dor ao alvo. Popplio então reuniu todos aqueles efeitos para soltar mais uma canção desesperada, liberando notas musicais rosadas que explodiam em cada um dos insetos, deixando a maioria numa situação péssima. Assim, o envenenamento tirava parcela da vida da inicial de Alola.

- Eu sei que é doloroso, mas preciso que aguente firme, certo pequena? - questionou, recebendo uma resposta afirmativa, embora trêmula de Popplio. - Mantenha seu Disarming Voice

Até aquele momento, Amorina não tinha causado nenhum dano ao ambiente, porém isso parecia estar custando a saúde de sua inicial. Weedle já não estava tão preocupado com isso: mais uma vez ele desferiu as agulhas envenenadas, causando algum dano (Poison Sting). Grubbin dava o beliscão com as presas (Vise Grip). Caterpie e Sewaddle iam quase numa fila se jogarem contra a foca (Tackle). Wurmple finalizava com mais uma chuva de agulhas roxas. Bem debilitada, a canção de Popplio parecia ter sido fortalecida por sua vontade de ficar em pé, sendo capaz de desmaiar Caterpie e Wurmple, além de deixar os demais numa situação crítica. O veneno então a corroia.

- Só mais um e tudo estará resolvido. Com toda sua força Popplio, Disarming Voice!

Weedle era o mais irritado, além de ser o mais resistente aos golpes fada, disparando o movimento venenoso como repúdio à repetição adversária (Poison Sting). Grubbin, por sua vez, era limitado ao seu beliscão (Vise Grip). Sewaddle então avançava uma última vez, porém já parecia sentir os ferimentos do encontrão (Tackle). Popplio se erguia com uma determinação singular, com sua aura aquática cobrindo todo seu corpo, porém não era momento de trocar a estratégia, mas apenas aprimorá-la. Com a garganta totalmente hidratada, aquele era o momento de soltar um grito, mantendo uma única nota, que se espalhou com facilidade por todo o território, desmaindo todos os adversários restantes. Popplio ainda fazia uma reverência, antes de cair exausta e ofegante no chão.

Batalha:

Amorina acolheu a pequena foca em seu abraço com extremo pesar no coração. Apesar das dificuldades, Popplio tinha um pequeno sorriso de conquista, que comoveu sua dona. Recolhendo-a para que o envenenamento não propagasse além daquilo, a magnata encarou com certa raiva os insetos inconscientes a sua frente. Antes que ela pudesse retaliá-los mais ainda, Florinda viu sua prisão de teia dissipar, depois correu para parar a coordenadora.

- Deixe-os. Por enquanto - comentou, encontrando o olhar triste da menina. - É injusto que vocês tenham tido uma batalha tão assimétrica. Porém, no fim, são apenas selvagens em busca de sobrevivência. Na primavera, é comum encontrar alguns descontrolados, porém é suficiente você apenas deixá-los inconscientes
- E se retornarem? O que faria se eu não estivesse aqui? - questionou raivosa.
- Minha cara Amorina, ouvi falar sobre sua apresentação e até vi alguns videos dela. Sua alma é pura, seu coração é bom. Não deixe a raiva te cegar do que é certo - respondeu, acalmando a outra. - Não vou mentir que eu estaria numa bela enrascada se você não tivesse aparecido, mas eles apenas queriam paz para comer frutas e folhas. Vou me certificar que eles serão obedientes até estarem prontos para seguirem em frente

Embora relutasse bastante, no fundo, Amorina concordava com ela. Após isso, ela ajudou a herbalista a levar todos os insetos para fora da estufa, porém deixando-os num pequeno monte de folhas e berries. Quando toda sua raiva se dissipou, a magnata pediu desculpas por sua reação, pois além de ter criado uma má impressão, comprometeu a própria reputação que lutou para conquistar em Pallet. Contudo, Florinda parecia ser bem mais compreensiva, dizendo que manteria segredo sobre o ocorrido.

- Agradeço sua ajuda com os insetos bagunceiros. Se não se importa, preciso agora encontrar algumas berries para repor a área que foi destruída
- Berries? - questionou, puxando o Berry Pot da bolsa e colocando-o no chão. A pequena árvore possuía três frutas rosadas e maduras, mais que prontas para a colheita. - Será que isso ajuda? - finalizou, entregando um exemplar de Persim Berry e outro de Oran Berry.
- Isso é de grande ajuda. Aqui, tome um pouco de dinheiro pelas sementes
- Não é necessário. De verdade. Se um dias essas frutas puderem ajudar alguém, isso já será o pagamento - finalizou.
- Certo. Se não quer receber pelas sementes, permita-me ao menos recompensá-la pelo apoio. Pegue! - disse a mulher, entregando um envelope.

Após abri-lo, Amorina encontrou um antigo ingresso do Viveiro, que no entanto já estava com a data expirada, além de uma quantia em dinheiro e duas gemas cor oliva. Agradecendo por todo o acolhimento e por manter sua explosão em segredo, a coordenadora se despediu da herbalista e mais uma vez pôs o pé na estrada para recuperar todos os seus parceiros no Centro de Pallet. No caminho, ela tinha bons pensamentos de como aquelas frutas que doou poderiam um dia ser uma linda árvore, sendo também sua marca na história daquele glorioso Viveiro.