Amorina estava animada para o dia que estava prestes a ter, pois recebeu uma mensagem local em seu RotomPhone alertando que a Escola de Solaceon abriria as portas para o ensinamento com alguns profissionais de áreas específicas durante aquela semana. Assim, ela ajeitou tudo o que coube na bolsa, recolhendo as frutas de Oran Berry e trocando por um exemplar da Persim Berry para replantio.

No caminho da escola, ela encontrou algumas crianças uniformizadas, com mochilas pequenas, indo animadas e de mãos dadas com os responsáveis na mesma direção. Aquela era uma sensação única pois a magnata nunca teve a oportunidade de visitar um prédio escolar, pois sua identidade precisava ser mantida em sigilo enquanto ela crescia. As aulas em casa eram verdadeiramente mais ricas, pois o foco central do professor era na garota, mas ela sempre se questionou qual seria a sensação de dividir sala com alguém.

Quando chegou lá, mostrou o convite para um dos funcionários e foi guiada para uma fila que seguia até uma porta dupla escrito "anfiteatro". Lá dentro, havia um terreno desnivelado, com poltronas e um pequeno palco na frente. Havia um púlpito no canto direito, bem como um telão atrás do palco. Na primeira fileira, colada no palco, as crianças dominavam. A partir da segunda para trás, havia em torno de dez jovens de idades diferenciadas. Amorina sentou na terceira fileira.

- Saudações, meus caros alunos! - comentou uma voz feminina e animada, se revelando logo em seguida sendo de Lisia, que adentrava o anfiteatro e já tomava posse no púlpito. - É um prazer ver tantas carinhas fofas por aqui, bem como as novas - comentou, olhando primeiro para a 1ª fila, depois para as demais. - Hoje iremos aprofundar nossos conhecimentos no Contest Pokémon, começando pelo tema mais importante: a obtenção de pontos e a apresentação!

Amorina ficava atordoada por um tempo: estava realmente tendo aula com Lisia, uma Top Coordenadora. A menina era tão carismática que não havia como ela desviar os olhos para ver a reação dos outros, porém, provavelmente, estavam tão fixados nela como a magnata. Enquanto explicava a matéria, o telão mostrava algumas figuras de slides preparados por Lisia, sendo consideravelmente infantis, mas essencialmente educativos.

- A Coordenação Pokémon tende a ser desvalorizada por alguns treinadores, porém ela possui sua complexidade tão grande quanto qualquer batalha de Ginásio. O primeiro conhecimento que precisam ter são sobre os estilos de coordenação, que são cinco: Beauty, Cute, Clever, Cool e Tough. Cada estilo possui uma peculiaridade, uma parte artística que se busca trabalhar. Nesta primeira aula, vou cuidar de apresentar cada um deles com detalhes para vocês - começou a menina, virando o slide onde estava escrito "Beauty", com três tipagens: Fogo, Água e Gelo. - Começando por Beauty, do inglês beleza, é o ramo que irá explorar essencialmente a estética tanto do Pokémon quanto das combinações. Após a união de Pokégea, a Comissão de Coordenação decidiu atribuir tipagens típicas para cada estilo, sendo o Fogo, Água e Gelo típicos movimentos que trazem maior beleza. Isso não quer dizer que vocês precisam ficar presos nela, afinal, nada impede que os Lutadores demonstrem beleza em seus golpes. Agora, permita-me mostrar alguns feitos nessa área.

O telão então começou a reproduzir vídeos, onde o primeiro era uma gloriosa Alolan Ninetales invocando um majestoso e colorido Aurora Veil em meio a uma nevasca. Ainda que fosse apenas por tela, aquela combinação deixava claro que um profissional estava por trás. Na sequência, um Blaziken surgiu, fazendo uma dança com os pés em chamas, deixando que o fogo fosse pigmentado e deixasse um rastro único. Por fim, um vídeo em que uma Milotic criava anéis d'água flutuantes, passando de forma gloriosa por eles, que realçavam suas escamas.

- Sim, querida? - questionou Lisia, com uma das crianças de mão levantada.
- As Milotic podem evoluir por beleza não é, professora?
- Muito bem! De fato, um Feebas pode evoluir para Milotic quando atingir o pico de sua beleza - comentou, passando o slide que demonstrava exatamente isso. - Há outros Pokémon gloriosos que possuem essas capacidades, mas guardarei esse segredo, para que descubram por sua própria conta as formas maravilhosas que os estilos podem trazer. Antes de darmos continuidade, permita-me fazer mais uma colocação: quem possuir um Pokémon com qualquer estilo no máximo, isto é, com trinta pontos, poderá levá-lo até o Virtuoso Hall, em Novus, para aprender um TM do estilo. É um incentivo extra para que os coordenadores continuem seu bom trabalho - passando o slide, uma coloração rosa pastel surgia com o título "Cute". - Aqui temos a segunda categoria, Cute, do inglês fofo, que com certeza o pessoal da primeira fileira já dominou no máximo - brincou. - Esse estilo tem como foco mostrar o lado infantil e inocente das apresentações, com movimentos que nos fazem derreter de amor ou vontade de apertar de tanta fofura. Na nova tradição, são tipagens desse estilo: os Normais, as Fadas e os de Grama. Novamente, vamos aos exemplos.

Novamente vídeos passavam, revelando um movimento de cada. Na primeira, uma Jigglypuff se inflava, se tornando uma bolinha rosada que girava de forma adorável por todo o palco. No segundo, uma Gardevoir fazia um movimento teatral e fazia nascer um campo feito de nuvens rosadas, com brilhos e explosões místicas esporádicas. Por fim, uma Roserade criava uma ventania de pétalas mistas em azul e vermelho, que no centro eram tão rápidas que ficavam num tom violeta.

- Avançando agora para o estilo "Clever", do inglês inteligente, tem como foco apresentações mais ousadas, utilizando muitas vezes conhecimento científico para criar combinações ousadas. Além disso, também pode fazer uso do místico, manifestando-se principalmente nos psíquicos e fantasmas, porém também se manifestam nos noturnos e nos insetos.

O primeiro vídeo começava, mostrando um Pancham de um lado e um Pumpkaboo do outro. O panda lançou um pulso sombrio, enquanto a abóbora revidava com uma bolota roxa. Em contato, a combinação explodia criando pequenos buracos negros que giravam no alto do palco. Na sequência, dividiam palco uma Vespiquen e uma Gothitelle, onde a psíquica criou paredes coloridas na frente da abelha rainha, que atravessou e ganhou um brilho reluzente pelo corpo. Na sequência, a inseto fabricou uma geleia multicolorida, parecendo se curar com aquela produção.

- Temos também o estilo "Cool", do inglês legal, mas eu prefiro o termo descolado. Em suma, você vai explorar a atenção e reação do público, fazendo combinações diferentes e contagiantes. Para esse feito, temos normalmente os elétricos, voadores, dragões e lutadores

O primeiro vídeo exibia um Dragonair e um Staravia, voando lado a lado enquanto seus corpos estavam envoltos por uma aura brilhante e prateada, criando fitas nos céus, que caíam e se dissipavam lentamente no ar. No segundo vídeo, havia um Electvire com os punhos liberando eletricidade e um Machamp com o punho de veias pulsantes, onde no encontro deles, uma grande explosão acontecia, deixando um brilho vermelho escuro do lado do elétrico e um brilho amarelado do lado do lutador.

- Por fim, mas não menos importante, temos os Tough, do inglês durão. Em suma, você poderá demonstrar todas as capacidades que criaturas mais brutas possuem e que também podem agregar no contexto artístico

O primeiro vídeo era de um Steelix, que dançou no palco gigantesco para sua proporção, mas criou uma ventania de poeira. Depois, ele recebeu um brilho prateado e quase cegante, mas suficiente para se destacar no meio das areais, sendo quase uma miragem de um prédio em meio ao deserto. O último vídeo retratava uma Nidoqueen, que batia os pés com firmeza no chão, abrindo uma fissura na terra, mas também com um líquido roxo que se espalhava por ela, mergulhando o adversário numa piscina tóxica.

- E isso é tudo por hoje - disse, fazendo uma reverência e recebendo reclamações das crianças. - Brincadeirinha, se acalmem. O objetivo de vocês conhecerem os estilos é puramente descobrirem que não há uma forma única e, principalmente, que não há forma errada de se apresentar. A primeira fase do Contest é um momento de liberdade, então ouse mixar os estilos se for preciso, mas fique feliz com sua apresentação e traga sorriso para sua plateia - Lisia então travou os olhos em Amorina. - Mas vejam só que coincidência: uma aspirante em coordenação, porém queridinha em Pallet está presente. Amorina, por favor, venha!

O coração da magnata parou, mas voltou no mesmo segundo. Quando ela se levantou, caminhou duramente até o palco, pois estava sendo julgada por pares de olhos infantis, que cochichavam e riam. Quando chegou no palco, ela não conseguia olhar diretamente pra ninguém, sempre fixando os olhos numa cadeira vazia do anfiteatro.

- Não há nada mais divertido numa aula de apresentação do que ver uma apresentação. Portanto, se você puder Amorina, demonstre o que um Coordenador pode fazer para nosso público. Tenho certeza que estão curiosos, não é?

O chamado de Lisia fazia as crianças gritarem "Amorina" em coro, batendo palmas e abrindo sorrisos para a adolescente. Não era um pedido que ela podia recusar. Assim, ela concordou com a cabeça, depois foi deixada sozinha no palco. Liberando Popplio, ela viu que a foca já entendeu o objetivo, pois a inicial caiu de forma teatral, fazendo uma reverência. Secretamente, Litten aplicou Nasty Plot na aliada, concedendo um extra para ela.

- Popplio vamos começar com Baby-doll Eyes, depois use Aqua Jet para prendê-los juntos

A foca começava fazendo uma carinha fofa com os olhos reluzindo de fofura, depois liberou alguns corações feitos de fumaça rosada no ar, que subiam no ar. Na sequência, Popplio se imbuiu de água e disparou aos ares, passando pelos corações e deixando-os todos acumulados dentro do anel de água que o rastro criou. Era como se houvesse uma auréola de água com corações acima da primeira fileira.

- Disarming Growl!

Lisia parecia ter ficado interessada no comando, pois se tratava de um combo. Popplio subiu na ponta da cauda e cantarolou para os céus, fazendo com que notas musicais e uma distorção rosada magnífica se espalhasse pelo ambiente. Algumas das notas também acabavam por ficar presas, fazendo a auréola ficar pesada e descer lentamente.

- Finalizaremos com Icy Wind! Vai, vai!

A inicial de Alola então coçou o focinho, ficando num tom mais opaco e assim um sopro gélido se espalhou com facilidade por cima dos espectadores, criando uma chuva pigmentada de neve. Além disso, o frio congelava a auréola, tornando-a pesada demais pra flutuar, que a fez cair com rapidez no chão. Explodindo no chão, uma fumaça azul e rosa cobriu as crianças, que davam gargalhadas e tentavam pegá-la. Por sorte, os fragmentos de gelo se dissipavam com rapidez, não machucando ninguém. O Swablu de Lisia então bateu as asas, criando uma corrente gentil de vento, que dissipou a fumaça de vez por uma janela. Assim, todos levantavam para aplaudir Amorina.

- Fabuloso! Fabuloso! Agora poderemos dar continuidade com outros voluntários na plateia - brincou, vendo a maioria deles virarem a cara. - Nesse caso, vamos dar um intervalo de 5 minutos para água e banheiro. Na sequência, me encontrem no refeitório - completou, dando uma piscada para todos.

Antes de também aproveitar a pausa para ir ao banheiro, Amorina recebeu um agradecimento de Lisia, que entregou duas balas de experiência antes de dar um spoiler sobre a próxima aula: fabricação de Pokéblock.

Depois do rápido intervalo, todos os alunos de Lisia se reuniram no refeitório, onde havia algumas versões maiores do Pokéblock Kit, uma máquina que se assemelhava bastante com um liquidificador. Na mesa central, havia uma cesta recheada de frutas de diversas cores, porém todas eram básicas. A Top Coordenadora e professora se posicionou ao lado da mesa de frutas, olhando bem animada todos curiosos.

- Certo, agora vamos dar continuidade a nossa aula sobre a complexidade do Contest. Antes, alguém sabe me dizer que eletrodoméstico é esse na mesa de vocês? - questionou, olhando em volta. - Pode falar - comentou, para uma das adolescentes que levantou a mão.
- É um Berry Blender. Minha mãe tem em casa
- Exatamente. E boa escolha da sua mãe. Bom, agora alguém sabe a importância desse item para os coordenadores?
- Ah... - abriu a boca, mas receou, porém foi incentivada com um aceno de cabeça de Lisia. - É um item fundamental para a criação dos Pokéblock, pois transforma frutas num suco para ser misturado na massa que forma o doce
- Muito bem! Estrelinha dourada pra você, Amorina - comentou animada, retirando um pano que estava jogado por cima de um prato, revelando que estava cheio de Pokéblock. - Os Pokéblock tem a função de aprimorar um estilo específico nos Pokémon, o que torna seus movimentos bem mais agradáveis a depender da categoria escolhida. O sabor da fruta influencia, portanto peguem as frutas se não as possuírem. Quem já tiver frutas na bolsa, pode usá-las

Nos minutos seguintes, foi uma bagunça em torno da mesa com as frutas, pois todos queriam pegar as rosadas, sobrando majoritariamente as verdes e amarelas. Amorina, por outro lado, nem se mexeu, pois retirou as próprias Persim Berry da bolsa para usar.

- Muito bem, meus caros alunos. Agora alguns ensinamentos específicos sobre as frutas: vi que vocês preferiram as frutas rosas, uma boa escolha de fato, pois elas tendem a ser bem docinhas. As frutas doces são as favoritas de quem quer aumentar a fofura de um Pokémon - explicou, cortando uma Pecha Berry. - Quem possuir frutas dessa cor podem batê-las agora, bastando abrir a tampa, colocar a fruta, fechar e ativar o aparelho - ensinou a menina, fazendo lentamente e ficando bem atenta para que nenhum aluno ligasse o aparelho sem tampá-lo.
- Podemos ficar com a Pokéblock, professora Lisia? - questionou uma menina, que olhava maravilhada para o cubo rosado.
- Mas é claro querida. Porém, continuem focados, pois iremos aprender as propriedades das demais frutas - comentou, apontando para as frutas enquanto explicava. - As frutas azul costumam ser secas, o que é requintado para os Pokémon que desejam investir na beleza. As frutas vermelhas costumam ser mais apimentadas, sendo a escolha favorita dos "descolados". As frutas verdes tem um sabor amargo, mantendo a mente bem ativa e fortalecendo o esforço mental dos Pokémon que querem desenvolver inteligência. Por fim, não menos importante, os Pokémon durões fazem uso das frutas amarelas, que são azedas, mas também são mais cítricas, favorecendo o desenvolvimento muscular. Com isso em mente, agora vocês possuem conhecimento para distribuírem os Pokéblock por estilo, então, como um desafio, quero que vocês escrevam num papel o estilo da Pokéblock que você produziu

Lisia pacientemente passou, aluno por aluno, analisando as frutas usadas, a cor do Pokéblock e o papel. Alguns alunos não captaram a ideia, mas foram corrigidos com gentileza e de forma discreta. Quando ela chegou em Amorina, ao devolver o papelzinho escrito "Cute", ela também entregou mais um docinho de experiência. Após aquela fase, Lisia liberou alguns Pokémon que ela mesma treinou e deixou que as crianças os conhecessem, descrevendo os Pokéblocks favoritas e estilos de cada um. Uma hora depois de tirar dúvidas sobre reconhecer as frutas, ela chamou todos mais uma vez.

- Certo, pessoal, tudo foi muito bom, mas temo que meu tempo com vocês está chegando ao fim. Vocês com certeza ainda terão aulas extraordinárias nessa semana especial, por isso dediquem-se independente da área. Mas, para finalizar, eu gostaria de demonstrar uma batalha de contest para vocês, mas poderei apenas enfrentar um - comentou, correndo os olhos pelos pré-adolescentes, já que as crianças não possuíam nenhum Pokémon. - Se não houver voluntários, irei indicar alguém pessoalmente
- Eu vou - disse Amorina, de repente, não sabendo de onde tirou coragem.
- Excelente! Com o auxílio de uma outra Coordenadora, tenho certeza que será muito mais produtivo. Pausa para banheiro e água, depois todos na arena lá fora. Estarei ansiosa por isso - fez o comentário final para a magnata, com uma piscadela.

Após aceitar o combate, Amorina foi levada por uma assessora de Lisia até um dos camarins do anfiteatro, entregando para ela um traje comum e amarelo de coordenação Pokémon. Tal qual era o de Lisia, tratava-se de um top e um short curto. Enquanto arrumava o cabelo, a Coordenadora se questionou se realmente foi uma boa ideia se voluntariar para desafiar uma Top Coordenadora, mas, de qualquer forma, agora já era tarde para desistir.

Quando saiu até a arena na frente da escola, havia muito mais alunos que apenas os de Lisia, todos esperando animados enquanto olhavam o telão holográfico. A Top Coordenadora estava acompanhada de uma avezinha azul, com asas que pareciam feitas de algodão. Quando Amorina se aproximou, a professora logo explicou:

- Muito bem meus alunos e outros curiosos. Quero que conheçam Amorina, minha honrosa parceira nessa última aula - comentou, apontando na direção da menina. - Iremos simular uma batalha de Contest, porém quero que fiquem em atentos, pois algumas coisas são diferentes. Primeiramente, é de suma importância notar que os Pokémon nas batalhas de Contest recebem uma proteção contra qualquer dano, portanto o desmaio não é mais uma solução viável para as competições artísticas. Assim, usaremos nossos pontos como nossa vida. Quem zerar primeiro, perde - anunciou, mostrando um círculo em volta da foto das competidoras. - Como força de justiça, começaremos com a mesma pontuação: 15 pontos - Lisia então encarou a magnata. - Preparada?
- Sim! - respondeu determinada a vencer.

- Para abrilhantar os céus e encantar corações, Swablu! - disse a Top Coordenadora, lançando a Pokébola.
- Pelo controle da maré, Popplio! - disse em seguida a magnata, liberando a foca.

Ambos os Pokémon caíam com graça no chão, onde Swablu batia as asas de algodão com leveza e Popplio caía na ponta da cauda, fazendo uma reverência.

vs

- Assegure nossa área, Safeguard! Depois avance o brilho com seu Peck!
- Assumiremos a dianteira com seu Icy Wind, depois iremos limitá-las com Water Gun! - comandou.

A ave de algodão era mais ágil, portanto já soltou um piado e produziu uma bolha esverdeada e reluzente ao redor do corpo, que a protegeria de alguns efeitos voláteis ou não. Em resposta, a foca de Alola assoprava um vento gélido, com fragmentos de gelo nele, que grudavam nos pés da ave e dificultava levemente sua movimentação.
A redução era suficiente para fazer Popplio se tornar a mais rápida agora e ela aproveitou para disparar um tiro focalizado de água, que explodia no rosto da ave e molhava parte de sua asas, deixando os algodões mais murchos. Em resposta, Swablu avançou com o bico crescido e golpeou a foca.

- Popplio avance com Baby-doll Eyes! Complete com mais um Water Gun!
- Muito bem. Viram o que ela fez? Usou um movimento diferente antes de repetir o anterior. Isso é bom pois impedirá que você perca pontos por cansar a plateia - explicou Lisia. - Swablu use Fury Attack, depois Growl!

A inicial de Alola era mais rápida, porém naquele movimento tinha prioridade, por isso fez com que seus olhos ficassem marejados, ficando com uma feição tão inocente que apenas reduziu a ofensiva adversária. Swablu então avançou, desferindo quatro arranhões em Popplio, porém não retirava nenhum ponto pois suas capacidades haviam sido diminuídas.
Na sequência, a foca disparou mais um belo tiro focalizado de água, bem cristalina, que explodiu em gotas que reluziam com a luz do dia. A ave de algodão respondeu liberando um piado agoniado, que também reduzia a ofensiva de sua adversária.

- Se sua ofensiva for diminuída para determinado nível, é possível que seus golpes tenham tão pouco apelo que sequer sejam pontuados. Amorina fez bom uso disso. Mas agora, vamos enfrentá-la sem mais adendos até o fim do combate - completou Lisia. - Swablu use Sing seguido de Disarming Voice. Que sua voz seja ouvida!
- Torne o espaço frio para dificultar a canção com Icy Wind, depois revide também usando Sing!

Popplio começava o turno, liberando um vento gélido e pigmentado como anteriormente em sua adversária. Swablu tinha certa dificuldade em soltar as cordas vocais enquanto tremia, porém conseguiu soltar uma nota musical que flutuou, mas foi tão lenta, que Popplio desviou sem problemas e sem ser afetado, o que fez a ave perder os pontos.
Na volta, a foca é quem liberava sua bela voz, cantando num tom suave e melódico que fazia as notas musicais dançarem ao seu redor, envolvendo o pássaro e colocando-a num sono profundo. Dormindo, a ave não se moveu.

- Nossa cartada final, Popplio use Disarming Growl!

A combinação ainda não estava totalmente treinada, mas Amorina queria entregar um verdadeiro show para a Top Coordenadora. Assim, Popplio ficou na ponta da cauda e cantou para os ares, criando uma distorção rosada ao seu redor, com corações e notas musicais na mesma coloração. Quando os efeitos explodiram no rosto de Swablu, a pontuação zerou, concedendo a vitória para a aspirante em coordenação.

Batalha:

- Fabuloso! Por favor, aplaudam a vencedora! - disse Lisia animada, chamando uma ovação para a adolescente. - Suas técnicas são simples, mas também entendo que esteja limitada pela sua experiência. Mas, com toda a certeza você será uma competidora de peso daqui alguns meses e mal posso esperar pra ver esse crescimento - finalizou, dando um abraço e fazendo uma pose para que o RotomPhone tirasse foto delas juntas.
- Foi uma honra conhecê-la e ter aulas com você. Nos vemos na classe mestra
- Esse é o espírito! - completou, depois recolheu Swablu que ainda dormia no chão. - Aqui, fique com isso - disse em seguida, entregando dois Pokéblock rosa. - Por hoje é tudo pessoal. Fiquem firmes, saudáveis e criativos. Até a próxima - finalizou, mandando beijos para a plateia antes de sumir ao entrar novamente na escola.

Depois de ter um dia completo de aulas com Lisia sobre Contest, Amorina foi dispensada como os outros para voltarem no dia seguinte. A noite, ela sonhou que competia com a Top Coordenadora, com cada um de seus Pokémon na versão final: Primarina vs Altaria. Em geral, era um sonho agradável até ela tropeçar na escadaria para pegar a taça, que a fez acordar repentinamente na manhã seguinte. Aproveitando daquele susto, ela se levantou e se preparou para sair do Centro Pokémon. Sua próxima aula era com uma renomada pesquisadora chamada Molly Hale, embora a magnata não tivesse grandes conhecimentos sobre ela.

Mais uma vez, no caminho, ela reencontrou as crianças, porém era bem menos se comparados aos montes de adolescentes e jovens adultos, portando bolsas grandes na direção da escola. Considerando que a palestrante é uma pesquisadora, não surpreenderia que seu público-alvo fosse pessoas mais velhas, porém ainda assim era fascinante ver tantas pessoas interessadas em rever alguns conceitos.

A sala de Molly era comum, com um refletor que já mostrava um slide que dizia "Vantagens e Desvantagens Pokémon". Ela dava um oi curto e muito gentil para todos que entravam, mas sempre acabava por voltar a olhar uns cartõezinhos que tinha em cima da mesa de professor. Com o tempo, o intervalo de chegada de alunos foi ficando maior, até pararem de vir. Assim, a mulher se levantou e posicionou bem no meio da sala, olhando animada com microfone em mãos.

- Antes de mais nada, bem-vindos. Para quem não me conhece, eu sou a professora Molly Hale, especialista no estudo dos Unown e coordenadora geral da Escola Pokémon. Devo dizer que é um alívio ver tantos rostos interessados em voltarem para o ambiente acadêmico para rever alguns conceitos, por mais básicos que sejam - ela então caminhou para ficar do lado esquerdo do telão. - Como podem ver, nossa matéria de abertura serão as vantagens e desvantagens Pokémon. Estão diretamente ligadas aos tipos. Quando a maioria de vocês vai começar a jornada, seu refúgio para o inicial é o Laboratório de Pallet, que abriga três tipos de Pokémon de cada região, sendo sempre das tipagens: Grama, Fogo e Água. Vocês sabiam que há um ciclo virtuoso de vantagens e desvantagens de cada um? - questionou, trocando o slide que mostrava três imagens: Chikorita estava apontada para Totodile, que estava apontado para Cyndaquil, que estava apontado para Chikorita. - As plantas sofrem muito poucos danos da água pois, biologicamente, elas se favorecem desse bem natural para seu crescimento, absorvendo-a do ambiente. É por isso que os aquáticos também sofrem mais dano de movimentos planta. Porém, é muito comum que pessoas vejam um foco de incêndio e busquem jogar água, pois ela esfria e extingue as chamas, sendo uma das razões plausíveis do porquê os aquáticos tem vantagem sobre os Pokémon de fogo. Mas, tal qual um incêndio dizima uma floresta, eles terão vantagem sobre os gramíneos, criando um ciclo perfeito e harmonioso para que os iniciantes tenham contato com as vantagens e desvantagens. Alguma dúvida? - questionou ela, vendo uma mão se levantar e acenou para que perguntasse.
- Professora Hale, por que as fadas são imunes aos dragões? Antes de descobrirem essa tipagem, os dragões dominavam, mas agora eles são abatidos por criaturas... mágicas? - questionou um menino, que tinha um dente de dragão pendurado no colar, fazendo a menina do lado, que tinha mechas rosa e presilha de borboleta, torcer os olhos.
- A relação das tipagens é realmente muito interessante não acha? Você está correto, os dragões eram dominantes antes do descobrimento das fadas, o que me faz pensar que talvez a evolução Pokémon tenha se aprimorado para esse feito. Como ambas criaturas místicas, acredito que a imunidade vem da perfeita relação de opostos. Se por um lado temos os dragões, imponentes e destruidores, do outro temos as fadas, serenas e com capacidades restaurativas - comentou ela, avançando alguns slides para mostrar a imagem de uma Aromatisse e um Goodra. - Considerado o berço das fadas, por anteriormente serem abençoados pela criatura lendária Xerneas, Kalos foi precursor dos estudos das fadas. A explicação mais plausível encontrada por eles foi justamente essa: a pureza da tipagem feérica é suficiente para justificar sua imunidade à desolação que os dragões podem causar - completou, depois respondeu mais algumas perguntas curtas. - Para os mais atentos, nesse mês, as fadas foram agraciadas, já que multiplos Pokémon dessa tipagem surgiram em locais que não eram tão comuns. Imagino se não há uma conexão com o surgimento das Magical Sibling, que até onde se suspeita, também portam algum traço mágico

A aula de Molly então continuou, explicando cada uma das dezoito tipagens e focando-se somente nas vantagens e desvantagens. Havia muita coisa que Amorina já sabia, porém algumas estavam tão turvas que ela realmente achou produtivo revê-las. Após um curto intervalo para irem ao banheiro, todos os alunos voltavam a focar no telão, que agora revelava "Felicidade".

- Em continuidade com nossa programação de hoje, vamos aos estudos da felicidade Pokémon. Normalmente, eu daria essa aula com slides, mas vou pedir a gentileza de minha aluna para apanhar alguns ajudantes - disse Molly, caminhando na direção de Amorina. - Se importa se eu levar alguns de seus Pokémon para a frente?
- Não. Fique a vontade - disse, porém Passimian não queria desgrudar dela.
- Tudo bem. Por que você não vem comigo então? - convidou a professora, esticando a mão.

Amorina não estava nada confortável com a atenção que ganhava dos professores locais, porém um dia seria reconhecida em qualquer ambiente que estivesse, então era momentos como esse que a preparariam para a fama que espera. Ficando ao lado de Molly, ela ouvia a explicação enquanto tentava colocar Passimian sentado na mesa.

- Alguns Pokémon exigem certa quantidade de felicidade para mudarem sua forma. Estudos mostram que certas espécies só atingirão seu potencial máximo depois de serem muito bem tratadas. São exemplos os três Pokémon aqui na frente: Snom é uma larva que já esta no casulo, esperando ansiosamente pela oportunidade de romper sua casca gélida e abrir graciosas asas - explicou a professora, que atraía especificamente a atenção das poucas crianças que assistiam a aula. - A felicidade também irá tornar esses pequenos bebês em sua forma adulta, pois um ambiente saudável na infância cria um adulto forte. Esses três já parecem bem cuidados, porém sua felicidade ainda não atingiu o máximo e é de sua obtenção que vamos falar hoje - Molly então pegou Snom e colocou nos ombros. - Passear com um Pokémon fora da pokébola, permitindo que ele veja e sinta as sensações com o treinador é algo muito benéfico para a saúde emocional, que gera felicidade para essas criaturas. Além disso, há meios alimentares de se obter felicidade, como a entrega de determinadas berries, consumo de Pokéblock e Berry Juice - explicou, mostrando um slide com as frutas que induziam felicidade. - Os combates também podem ser prazerosos para os Pokémon, portanto subir de nível pode resultar em alguns bons momentos, bem com ensinar um movimento novo via TM. Nas formas mais simples, vocês também podem abraçar e massagear seus Pokémon - Molly então foi até a própria mesa, onde tirou uma bandeja com uma Pokébola preta e dourada e um guizo. - A ciência também aprendeu que há algumas formas de induzir a felicidade, como o uso da Soothe Bell, que deixa qualquer um animado e as Luxury Ball, que dizem guardar um paraíso vivo dentro delas - a professora então parava quando viu um aluno de mão levantada.
- Professora Hale, é verdade que existem Pokémon que evoluem por tristeza? - questionou um dos alunos mais velhos.
- Bom... - pensou, olhando para as crianças que também pareciam curiosas. - Embora determinadas práticas sejam consideradas antiéticas, sim, é possível. Alguns Pokémon que sofreram algum tipo de tristeza profunda acabaram por despertar uma nova forma como os que sentiram uma profunda felicidade. Isso só revela como nosso mundo é complexo e como as relações nos afetam diretamente. Pessoalmente, não acredito que sejam práticas justificáveis pelo conhecimento científico, mas infelizmente são corriqueiras no mundo a fora

Amorina sentia que aquela assunto fazia pesar o clima, pois algumas crianças se abraçavam com seus brinquedos e alguns alunos olhavam com tristeza para a professora. Momentos como esse são perfeitos para que uma coordenadora tome frente para trazer de volta o sorriso e alegria do público.

- Snom, use Struggle Bug! - comandou.

A sala toda então focou no inseto que estava no ombro de Hale, que começou a criar alguns fios oliva na boca, depois os disparou. Os fios se desenhavam no ar, formando borboletas reluzentes que ocupavam quase todo o teto do local. As crianças começavam a rir e a tentar pegar as borboletas, bem como Budew e Passimian. Molly olhou para Amorina e sem soltar nenhum som, disse mexendo a boca "Obrigada". Depois de ter recuperado parte da felicidade, Amorina se sentou no meio das crianças, que ficavam massageando todos os Pokémon dela enquanto ouviam o restante da explicação. Finda a aula, a maioria saiu correndo para o intervalo que teria comida, exceto alguns que pareciam querer tirar dúvidas.

- Agradeço por salvar minha aula, Amorina. Ouvi muito sobre você da Lisia, estou contente em conhecê-la pessoalmente - disse a professora, esticando a mão para um aperto, que também entregou um doce no movimento. - Fique com isso, como agradecimento. Espero que essa semana esteja sendo produtiva para você
- Está sendo muito divertida também, obrigada professora Hale.
- Professora, qual a próxima matéria? - questionou um aluno, que estava prestes a sair da sala.
- Que tal falarmos sobre os modos de batalha? Vejo alguns portadores de Dynamax Band, então com certeza poderei agregar algo para vocês

Por mais que estudar estilos de combate fosse produtivo, Amorina não queria ter que rever a aula sobre batalha de Contest, por isso, foi para o intervalo mas sem planos de retornar para mais aulas da professora Hale. Ou melhor, ao menos não agora.

Amorina acabou ficando perdida na escola já que escapou das aulas extras de Molly pois não queria rever algumas matérias. Enquanto tentava planejar sua fuga épica da escola, ela acabou sendo pega por um cheiro delicioso vindo do refeitório, ficando bem curiosa. Correndo até lá, ela encontrou uma menina de cabelo verde na frente de uma panela, com outros jovens também com panelas ao redor.

- Ei! Você ai! Está atrasada para a aula - comentou o que parecia ser a professora. - Acho que não sobrou nenhuma panela extra. Mas, tudo bem, venha aqui e use a minha. Vou aproveitar para circular enquanto explico

A magnata se aproximou com cautela, recebendo um avental branco de outro aluno antes de se posicionar na frente da panela. A professora tinha um crachá preso no peito que dizia "Mallow".

- Se vocês tem os ingredientes, como berries, para a aula de hoje, poderão usá-lo e levar o resultado final para casa. Se usarem os ingredientes da escola, terão que deixar para as crianças se alimentarem - comentou Mallow, fazendo com que Amorina retirasse algumas berries da bolsa. - Muito bem. A receita de Curry pode ser muito simples ou muito complexa, a depender de qual variação quer fazer e de seu próprio gosto culinário. Hoje, ensinarei a vocês o Simple Curry, uma receita bem básica para que depois você preencha com o que quiser - a cozinheira então ficou do lado da magnata. - Para começar, é necessário ver a qualidade externa das frutas, quanto mais vivas, mais maduras e mais gostoso será o curry. Se ela estiver muito rígida, o sabor pode ficar forte e tornar o molho um desastre
- Então como identificamos o ponto certo?
- Retirem o caule da Berry. Se estiver puramente verde, não é uma boa. Verde claro é a cor ideal, aqui, vejam - comentou Mallow, que usou uma das Oran Berry de Amorina. - Essas com certeza são bem cultivadas, pois possuem até mesmo uma textura de madura. Agora o trabalho de vocês é pegar uma faca e realizar os cortes, prefiram que seja bem fino e reto, assim terão mais facilidade na fase seguinte

Mallow primeiro demonstrava cortando uma das frutas para toda a sala, depois deixou que todos tentassem sozinhos. Amorina dominou com certa facilidade, pois sua mãe também já atuou num filme como cozinheira, aprendendo algumas técnicas de corte que repassou para a filha. Quando a professora começou a rodar, a coordenadora ficou nervosa com o aluno do lado que abriu um pequeno corte no dedo e pelo outro que tentava cortar uma fruta de casca extremamente rígida.

- Acho que vai ter que funcionar o que vocês tiverem. Mas, não se preocupem, culinária é uma dedicação que leva tempo: quanto mais pratos, mais tentativas, mais falhas, porém também mais sucessos - animou Mallow. - Agora tomem muito cuidado com a próxima fase, pois não vou conseguir ver todos vocês ao mesmo tempo. A fase de cozimento dos ingredientes é o que resultará o principal molho. Há um pequeno frasco com um pó de curry do lado dos fogões. Lancem o suficiente para que atinja seu gosto. Pessoalmente, eu gosto de uma colher apenas - explicou ela, demonstrando com o medidor.

Amorina então avançou, ligando o fogo com cuidado e posicionando a panela. Depois, ela jogou as frutas cortadas e deixou que mergulhassem na água ainda fria. Pegando o pó e atendendo a recomendação, ela jogou apenas uma colher e misturou lentamente, vendo a água límpida se tornar em alaranjado. Esperando pacientemente e apenas fiscalizando o fogo, os minutos seguintes da aula foram por si só um deleite, já que o cheiro da comida invadia as barrigas vazias da maioria dos alunos.

Terminada aquela fase, Mallow desligou o fogo de todos e surgiu com outra panela. Tomando o lugar de Amorina, ela ensinou todos a fazerem um arroz simples para acompanhar, porém disse que não deixaria que todos preparassem aquela parte pois era mais difícil consertar o arroz do que o caldo de curry. Todos começavam a anotar as orientações, ficando bem atentos as medidas e às técnicas peculiares da cozinheira prodígio.

- Muito bem, agora enquanto o arroz está terminando, irei verificar a qualidade dos curry de vocês. Por favor, separem um pouco do caldo numa colher para facilitar meu trabalho

Mallow com certeza era uma professora dedicada, pois se esforçou em não fazer careta embora sua mastigação revelasse que o molho estava ruim. Porém, ela puxava algumas especiarias do avental, lançando e misturando com vontade nas panelas dos outros alunos que "erraram" a receita. Depois, ela parecia ficar bem mais satisfeita. Amorina respirou aliviada quando Mallow apenas sorriu para ela.

- Não se preocupem se vocês erraram, pois como um molho, vocês sempre poderão consertar. Agora que mexi, quero que vocês cortem alguns dos temperos verdes que separei, pois eles irão complementar o sabor

Enquanto todos cortavam os demais ingredientes, Mallow começou a separar um pouco de arroz em diversos pratos, perfeitamente medidos, depois distribuiu para os alunos. Alguns receberam mais pratos que outros, porém não parecia que era maldade da professora, mas sim se a bancada estava suja ou não. Finalmente, Mallow permitia que todos colocassem o molho e alguns pedaços do fruto sobre o arroz, completando o prato com uma pitada de tempero verde. O cheiro começava a exalar e os alunos que estavam em outras aulas começavam a surgir, pegando os pratos para testar.

Mallow e seus alunos assistiram o resultado: as crianças pareciam ter gostado bastante, embora não houvesse consenso do que estava misturado no molho, já que cada um usou uma berry. Porém, não sobrou nenhum prato pros alunos, eles sim que estavam famintos por ficarem a todo o momento cheirando o delicioso prato que preparavam.

- Não se preocupem. Eu mesma preparei alguns Simple Curry pra vocês. Vocês podem pegá-los na cozinha, junto com o certificado - explicou Mallow, mas depois fitou Amorina. - Como você chegou atrasada, eu salvei seu próprio Curry para você. É bem talentosa sabia? Enfim, seu certificado será dado pessoalmente por Molly Hale, a coordenadora da escola, pois estou sem papéis no momento

Amorina ia extremamente culpada até a sala da professora Hale, com uma assinatura de Mallow num guardanapo qualquer. A magnata não imaginava que teria que rever a pesquisadora tão cedo, se soubesse, não teria cabulado aula para aprender a cozinhar. Quando ouviu uma voz dizer "entre" na sala, ela respirou fundo e passou.

- Amorina? Você está bem? Não te vi no retorno do intervalo. Imaginei que já tinha ido embora
- Desculpa. Eu tive aula de batalha pokémon ontem com a Lisia e não achei que precisaria rever. Mas, aqui, eu... fiz uma aula da Mallow
- Ah, sim! Então você é a suposta aluna atrasada. Ela veio me pedir outra panela pois surgiu um aluno surpresa. Fico feliz que seja você, afinal, cabulou uma aula pra participar de outra. Na minha opinião, uma troca justa - disse a coordenadora sorrindo, depois entregou um certificado para ela. - Meus parabéns. Você concluiu cinco cursos aqui na escola de Solaceon e, como tal, será reconhecida como uma Boa Aluna

Amorina viu o certificado, depois tremeu ao ver a mulher fazer um anúncio no microfone, que ecoou nos alto falantes de toda a escola, dizendo que ela havia concluído o curso da Escola. Quando saiu, Amorina foi recebida por aplausos por alguns outros que ainda estavam no corredor. Perto do portão de saída, recebeu uma mochila de Mallow, lotada de itens de acampamento, que também tirou uma foto com a menina antes de deixá-la seguir em frente.