Após diversas dificuldades, Amorina enfim chegava à entrada do Monte Lua. Adentrando a passagem da caverna, cada novo passo poderia deixar o ambiente mais escuro, mas com a radiante luz que emanava do Pure Solrock, a iluminação não seria um problema. Por outro lado, o calor parecia se acumular dentro das passagens, não sendo nada agradável.

Por sorte, ali no comecinho da caverna, numa área mais ampla, parecia haver alguns exploradores que receberam a magnata. Aproveitando da hospitalidade do acampamento improvisado, ela reabasteceu as garrafas d'água com os galões dos exploradores, além de receber dicas deles para chegar mais rápido em Pewter. Ainda naquela pequena pausa, a coordenadora recolheu as três Oran Berry do Berry Pot, deixando o ciclo reiniciar.

Voltando ao desbravamento solitário, a coordenadora começou a olhar com mais interesses as paredes e chão do ambiente. Sem querer, ela ouviu uma fofoca dos exploradores sobre a existência de reservas de gemas preciosas. Como Mineralista, a menina não podia perder a chance de conseguir algumas para colocar seu comércio amador para rodar. Passos curtos, mas necessários.

Amorina parou e fez um sinal para Solrock reduzir um pouco do brilho quando notou uma súbita claridade reluzente e verde numa das bifurcações da caverna. Tentada a descobrir se era uma reserva preciosa ou apenas outro explorador, ela se esgueirou pelos cantos até ser capar de espiar pela entrada e averiguar do que se tratava. Para sua surpresa, um Pokémon pequeno, com "chapéu" de flores caminhava como patrulheiro pelo local.

"Se as tipagens ainda fazem sentido, ele deve ser Grass" pensou. Como refúgio, ela logo foi checar a bolsa caçando Snom, afinal poderiam utilizar o Z-Crystal para finalizá-lo com agilidade, contudo, a pedra parecia bem opaca. Incerta sobre seu funcionamento, era melhor partir para o plano B: o felino mágico. Libertando o Pokémon, ela fazia sinal de silêncio para ele, entregando uma Oran Berry antes de apontar na direção do selvagem. Consumindo a fruta de uma só vez, ele recuperava uma parcela da energia para entrar em combate (+10 HP | +16%).

- Não vamos perder nossa vantagem. Litten use Ember! - comandou rapidamente, fazendo a voz ecoar e alertar o adversário.

vs

O felino rapidamente saltou para a frente, sendo visto por alguns segundos pelo adversário, antes que uma onda flamejante e reluzente se espalhasse à frente dele, consumindo-o completamente. Apesar de ferido, o Pokémon envolto num cristal verde reluzente não tardou em golpear uma das pedras que tinha no local, jogando-a violentamente contra Litten, que ficou gravemente ferido. Ofegante, a coleira do felino começou a brilhar num laranja vívido após a ativação da habilidade.

- Que toda sua força seja liberada: Ember!

Apesar de gravemente ferido, Litten estava com um sorrisinho que exibia suas presas. Absorvendo o calor da coleira, ele criou uma orbe flamejante na boca, disparando a mesma onda quente, porém agora bem mais concentrada e reluzente, demonstrando o aumento de força. Sem energia, a cristalização do selvagem se partia, desmaiando-o.

Batalha:

Quando o combate se encerrou, a magnata apontou sua RotomDex para identificá-lo, obtendo "Aron, o Pokémon armadura de ferro. Ele come minério de ferro - e às vezes trilhos de trem - para construir a armadura de aço que protege seu corpo". Um Pokémon durão como aquele não era o mais fácil de encaixar em apresentações, porém sua capacidade de cristalizar com o tipo Grass era realmente fascinante. Sem mais, ela retirou a Great Ball e lançou contra a criatura.

Com o sucesso da captura, Amorina recolhia a esfera e guardava na bolsa. Recebendo Litten de volta no colo, ela utilizava uma Super Potion para aliviar os ferimentos (+60 HP | 97%), deixando que o remédio fizesse seu efeito aos poucos ao recolhê-lo. Solrock retornava a ficar lado a lado da dona, iluminando mais uma vez o caminho. Infelizmente, não havia nenhuma reserva de gemas preciosas naquele ambiente, sendo a única opção continuar avançando e cruzar os dedos.

Após a nova adição à equipe, Amorina prosseguiu pelos estreitos caminhos entre os buracos da caverna, torcendo para que nenhuma das curvas que ela fez para verificar a existência de um geodo natural tivesse lhe retirado do caminho certo. Pumpkaboo, o espertíssimo fantasma da menina aproveitava da distração dela para desaparecer entre as sombras sem deixar rastro. No fim, a coordenadora já estava acostumada.

Parando de repente ao escutar um grito por socorro, embora os caminhos da caverna se entrelaçassem de forma que era quase impossível saber ao certo de onde vinha, Amorina começou a se esgueirar pelas paredes, pedindo silenciosamente para que Solrock reduzisse o próprio brilho cósmico. Na iminência de encontrar problemas, a menina também aproveitava para liberar Brionne e lhe entregava três Oran Berries: duas seriam consumidas imediatamente, recuperando-a parcialmente (+20 HP | +34%) e a última deveria ser carregada como um item de emergência.

Quando chegou em determinada bifurcação, viu um brilho rosado se formar entre as paredes de um túnel, logo atraindo sua atenção. Por sorte, enquanto se aproximava, ela ouviu um estranho riso contido. Se esgueirando mais uma vez entre a parede rochosa, ela espiou o que parecia um criminoso muito orgulhoso, já que usava a camisa de sua facção e ainda estava com alguns itens que provavelmente foram roubados. "Até aqui? Não..." pensou a menina.

Silenciosamente, ela fez os preparativos para escapar, mas se sentiu culpada. Recentemente, sua família havia estreitado laços com a Polícia de Pokegea. O que pensariam da herdeira da família Dourado se ela simplesmente deixasse um criminoso quieto num ambiente tão perigoso? O que as revistas escreveriam sobre seu passado?. A coordenadora não poderia viver com essa culpa.

- Escuta aqui seu bobalhão: você me fez entrar num dilema moral com minha própria consciência. Espero que o seu crime valha a pena - vociferou, se revelando para o jovem capanga.
- A coordenadora maluca? - questionou rindo. - Fiquei sabendo que passaria por aqui. E que tem boa mercadoria - disse mudando o olhar para Solrock. - Acho que ganhei na loteria!

- Mightyena, Arbok vão! - comandou, liberando uma hiena e uma naja de tamanhos medianos. - Você vai se arrepender de cruzar meu caminho - comentou aos risos, sacando uma pokébola estranha e liberando o efeito cristalizado na serpente, que recebeu um chapéu com um dragão. - Arbok use Glare. Mightyena use Bite!
- Brionne, Litten! Disarming Growl e Cross Chop nesse canídeo!

vs

Antes de tudo acontecer, Migthyena rosnou e fez uma cara assustadora, que reduziu a ofensiva dos aliados da coordenadora. O familiar mágico prosseguiu, disparando com as patas dianteiras reluzindo num tom vermelho escuro antes de desferir um corte "x" na direção da hiena, que pulou para trás e facilmente esquivou do golpe. Tanto ela quando o treinador riram do erro. Na sequência, Arbok travou seu olhar com pupila fina ao felino, que logo sentiu seu corpo estremecer, paralisando-o parcialmente. A hiena agiu logo em seguida, abocanhando a pequena foca, que gritou de dor. Com sua saúde comprometida, Brionne consumiu a fruta que possuía e recuperava parcela da vida, depois prosseguia liberando sua canção que criava uma distorção rosada no ar, causando dano e reduzindo a ofensiva adversária graças ao combo.

- Não tema pequeno. Você consegue - encorajou ela. - Brionne agora use Water Pledge no quadrúpede. Litten use Double Kick no mesmo alvo!
- Arbok dispare seu Acid! Mightyena neutralize-a com Snarl!

Graças à paralisia parcial do felino, agora a naja era mais ágil, garantindo que seu cuspe tóxico explodisse em um alvo, mas respingasse no outro. A hiena então rosnava num tom bem fino e incômodo, perturbando a cabeça dos adversários e reduzindo sua ofensiva especial. Mesmo assim, Brionne não recuou ao invocar três pilares de água que nasceram nos pés de Mightyena e a lançou contra o teto baixo da caverna. Embora a magnata esperava Litten agir, isso não aconteceu, pois sua paralisia foi total.

- Mais fácil que imaginei. Como perderam pra você? - caçoou o homem. - Breaking Swipe e Bite! Vai! - ordenou o homem.
- Não ligue para ele. Somos mais fortes do que aparentamos. Brionne use mais um Water Pledge. Litten mais um Double Kick!

Arbok parecia receber um benefício de seu chapéu antes de executar o próximo golpe, balançando a cauda violentamente contra a dupla, causando dano em ambos além de reduzir sua ofensiva física. A hiena seguia na mesma pressão, mais uma vez mordendo a foca. Com sua energia em nível crítico, uma aura azulada se ergueu em Brionne, que ao invocar mais alguns pilares de água, os tornou bem mais efetivos que levou Mightyena ao desmaio. Litten mais uma vez não se movia.

- Bom trabalho. Vocês dois. Continuem tentando! - solicitou. - Brionne use Icy Wind para controlarmos a velocidade. Litten use Darkest Lariat!
- Sua... - rosnou o criminoso. - BREAKING SWIPE! - gritou nervoso.

Arbok realmente parecia tão irritada quanto o dono, balançando a cauda com muito mais violência para separar os aliados da coordenadora. Apesar de ofegante, a foca permanecia de pé, assoprando um fino e gélido vento contra a serpente, criando uma pequena camada de gelo que a deixava mais pesada e menos ágil. Litten finalmente se desvencilhava da paralisia para rodopiar o próprio eixo e trombar contra a cobra num golpe sombrio.

- Encerre logo com essa foca! Bite, Arbok!
- Icy Wind, força total! Litten apoie-a com Darkest Lariat se preciso

Graças ao golpe de gelo, Brionne agora era mais rápida, permitindo que agisse primeiro ao liberar mais uma fina ventania gélida contra a serpente imbuída no poder dragão, deixando com ferimentos graves. Apesar de tentar resistir, ela logo desmaiou, despedaçando os cristais que cobriam seu corpo.

Batalha:

- Inúteis! - exclamou, recolhendo os Pokémon. - Isso não fica assim menina. Mexeu com a Imperium uma vez por engano. Mas duas é perseguição - ameaçou estranhamente, antes de lançar uma granada de fumaça no chão.

Amorina foi protegida pelos Pokémon enquanto a fumaça não dispersava, demorando longos minutos devido à saída da caverna estar a alguns bons metros de distância de onde eles estavam. Surgindo como um grande salvador, Pumpkaboo sugava toda a nuvem escura para dentro de sua abóbora, depois a "cuspia" num outro túnel. Com a visão não mais comprometida, a magnata logo investigou a caixa que o homem deixou para trás.

- Um pouco de dinheiro e coins. Nada demais - se queixou, recolhendo a quantia em dinheiro. - Imagino que os verdadeiros donos já estão bem longe. Mas não é furto, certo? - questionou a Solrock, que apenas reluziu mais forte. - O que é isso?

Amorina então se lembrava porque chegou naquele túnel desde o início: um brilho rosado entre as paredes revelava um glorioso geodo natural do que parecia ser uma Psychic Gem. Embora não fosse a forma mais adequada pra fazer isso, ela solicitou que Mudbray desse um coice na parede, libertando o pequeno mineral em seu estado ainda bruto. Ela não tinha o porquê reclamar, afinal, era seu primeiro mineral natural. Enquanto reservava o item dentro da mochila, um grande cogumelo vermelho caiu dentro dela, sendo entregue pelo pequeno Pumpkaboo, que ficou sem jeito.

- Você é maravilhoso sabia - agradeceu ela. - Só acho bom ninguém vir me cobrar por esse cogumelo - o Pokémon então apontou a carteira de dinheiro da menina. - Você tem um bom ponto. Mas eu assumo que estou em erro

Depois das diversas olhadas pela área, Amorina voltava seu olhar sobre os Pokémon, tendo seu coração partido. Embora não estivesse nocauteada, Brionne respirava com dificuldade sobre o chão de pedra, assim como Litten exibia algumas escoriações pela cabeça e braços. O momento pedia uma pausa, sendo exatamente o que ela fez. Como se tratava de uma caverna, não era necessário armar nenhuma tenda. Com um pano, ela tentou tornar o solo mais agradável, recebendo Brionne e Litten no colo.

- Meus mais honoráveis heróis. Obrigada - disse, querendo abraçá-los, mas se conteve para não machucá-los ainda mais.

O combate com o membro da Equipe Imperium deixou a menina extremamente receosa. Com alguns problemas no combate, ela passou muito perto de ser derrotada. Apesar de internamente apavorada, ela tentou manter a feição tranquila para os Pokémon. Retirando uma Super e uma Potion comum, a magnata deixou a foca e o felino se deitarem sobre um pano. Borrifando o conteúdo do remédio sobre as feridas, as criaturas davam um chorinho pelo leve ardor, mas logo pareciam relaxar os músculos. Além disso, deu alguns dos Pewter Crunchies para livrar o felino da paralisia. Amorina não poderia prosseguir por um tempo.

Solrock reduzia a luminosidade interna para não atrair atenção, parecendo reconhecer a situação de perigo. Mudbray permaneceu deitado próximo à uma das entradas, escondendo-se atrás de algumas rochas. Amorina então ficou mexendo no RotomPhone, se distraindo com um jogo offline de administrar uma cafeteria. Ela só retornou de seu pequeno vício quando uma notificação de bateria fraca tomou a frente do aparelho, também anunciando que já era noite fora da caverna.

- É perigoso ficar aqui com o criminoso sabendo onde nos encontrar - alertou a menina. - Continuem sua recuperação na Pokébola, por favor - solicitou em seguida, recolhendo os dois mais feridos, que já tinham uma feição maior.

Apesar disso, a coordenadora tinha conhecimento de que seus Pokémon ainda não estavam prontos para um novo combate, então o jeito era permanecer pela área, mas evitar problemas. Seguindo a trilha rumo à Pewter, ela pediu que Mudbray fizesse uma marca no chão com a pata, beirando a parede, garantindo que soubesse para onde retornar, já que eles fariam um pequeno desvio. Com sorte, não encontrariam pessoas perdidas em sua rota alternativa.

"Há tantas gemas maravilhosas por aqui. Podemos levar algumas?" disse uma voz na cabeça da menina. "Minha consciência?" se questionou. Sem resposta, ela prosseguiu, agora espiando entre as paredes, torcendo para que surgisse o brilho de algum geodo. "Eu sei. Eu sei. Os diamantes precisam ser mais duradouros. Eu estou me esforçando" disse os ecos na cabeça da menina. Inquieta com aquilo, Amorina fez um sinal para que Mudbray parasse, já que seus cascos faziam bastante barulho. Com o silêncio na caverna, ela pôde ouvir um barulho do que parecia diversas pedrinhas caindo no chão, no que parecia ser o túnel paralelo ao dela.

-  Uma passagem? - questionou ao burrinho, que começou a caçar uma brecha entre as paredes.

A caçada tinha sucesso, apesar do espaço não ser nada agradável. Quase rente ao chão, um "buraco de rato" se abria na parede da caverna, sendo bem estreito, mas com luzinhas rosadas piscando de dentro dele. Curiosa, Amorina recolheu o burrinho e Solrock, se aventurando no espaço apertado. Quando chegou do outro lado, a magnata logo travou os olhos numa pilha de diamante rosa acumulados pelo chão.

- Estou rica! - exclamou sozinha, saltando nos minerais.

Quando se deu conta, uma criatura feita de pedras preciosas rosada estava a encarando, rodeada do que parecia versões menores dela, mas de pedras translúcidas. Formando uma barreira protetiva ao redor da versão maior delas, mais uma vez a "consciência da menina ecoava em sua mente".

- Não temam, não temam. Ela não parece ser uma ameaça. Além disso, ela sim aprecia minhas pedras
- Você... você... tá falando comigo? - questionou.
- Mil perdões pela falta de modos dos meus guardas. E mil perdões por isso também - disse o Pokémon, num tom cordial, quase como uma princesa.

Amorina se assustou quando os diamantes rosados simplesmente desapareceram de seu redor, se tornando apenas uma poeira cintilante que dispersou no ar. Retirando a RotomDex e torcendo para que sua bateria não falhasse numa hora tão crucial, ela foi capaz de identificar o dito Pokémon.

Diancie, o Pokémon joia. Uma súbita transformação dos Carbink, seu corpo rosa e reluzente é descrito como a visão mais adorável de todo mundo. É capaz de instantaneamente criar diamantes ao comprimir o carbono do ar nas mãos.

A coordenadora não sabia qual era a força do mundo que ainda lhe mantinha em pé, pois as bordas douradas da RotomDex denunciavam que se tratava de um Pokémon extremamente raro. Mesmo assim, Diancie não parecia nada desconfortável, parecendo bem interessada no aparelho e na adolescente.

- Então... você faz... diamantes? - questionou, com uma parte do seu cérebro imaginando um porta joia cheio de adereços com diamantes rosa.
- Faço. Você gosta? Ainda são bem menores do que eu deveria fazer. Mas o maior problema é que são bem instáveis
- Você quer dizer... virarem pó? - o Pokémon assentiu. - É, isso é um problema. E digamos que eu não sou capaz de fazer o mesmo então não poderia te ajudar - comentou frustrada.
- Não se preocupe. Até onde eu sei, sou a única do Domínio Diamante capaz de fazer isso

Diancie então se afastou alguns metros da coordenadora, unindo as mão na frente do corpo. Em segundos, um brilho rosado surgiu nela, formando um tornado espiral de fragmentos de diamante. Amorina abria a boca e não podia se conter. Seus olhos reluziam, sua mente ia longe com as possibilidades. Diancie era sem dúvida um dos Pokémon que ela precisava ter a honra de tê-la ao seu lado.

- Isso é... como uma apresentação de Contest - comentou a menina.
- Contest? - questionou o Pokémon.
- Aqui! - exclamou.

A coordenadora orgulhosamente deixou que o vídeo de sua apresentação em Santalune fosse reproduzido no RotomPhone, deixando que todo o brilhantismo da apresentação nas cores azul e rosa cativasse os olhos de Diancie. Quase tão hipnotizada quanto à garota estava, a lendária ficava pensativa.

- Como você fez isso? Poderia me ensinar?
- Isso exigiria alguns meses de treinamento, na verdade. A apresentação envolve todo um trabalho criativo, que posteriormente deve ser praticado exaustivamente até a execução ser no tempo correto - ela então suspirou. - Infelizmente, não é algo que se ensina do dia pra noite
- Um infortúnio. Você parecia tão radiante, tão viva, tão confiante - elogiou Diancie, sem parar.
- Como eu disse, é treino. Eu confiava em Popplio e ela confiava em mim. Acho que isso é o que nos conecta ao que realmente somos capazes de fazer - complementou, depois abriu um sorrisinho. - Mas... sabe. Sem nenhum interesse direto, ou pressão. Se você viesse comigo, eu poderia te ajudar

Os Carbink então formavam mais uma vez a muralha na frente de sua princesa, mas com um único sinal de mão da criatura lendária, eles retomaram seus lugares, embora mantivessem um olhar ameaçador para a magnata.

- Por que você faz isso? Por que faz Contest?
- Ahm... acho que já respondi essa pergunta mentalmente mais do que gostaria, mas nunca verbalizei. Estar no palco é o que me dá vida. Eu gosto como todos param o tempo de suas vidas para me prestigiar, gosto como sorriem, como se espantam, como choram e como revelam diversas emoções que eu jamais esperei que fosse capaz de despertar em alguém. Além disso, eu gosto com o compromisso que meus Pokémon assumem ao estarem do meu lado - discursou de olhos marejados. - Eu tive apenas um gostinho do que eu sonho em despertar no mundo todo. Ser a referência para aqueles que estão começando. Foi maravilhoso e definitivamente é o que eu quero continuar fazendo
- Muito bom. Muito bom mesmo - disse a criatura, em tom de aprovação. - Pois bem, é justamente isso que o Diamante Coração é para meu povo e somente eu sou capaz de mantê-lo. E é por isso que não posso ir com você
- Eu entendo. De verdade. Seu diamante realmente parece ser capaz de transmitir tudo isso. Eu me arrepiei e fui transportada para outras realidades só de vê-lo. É justo que seja tão importante para vocês
- Tem um coração muito nobre...
- Amorina.
- Amorina.

Um dos Carbink, aparentemente mais velho pois havia uma camada maior do "cachecol", pareceu conversar com Diancie, mas numa emissão que apenas eles eram capazes de compreender. Diancie assentiu o pedido, se virando mais uma vez para a coordenadora.

- Devo retornar aos meus afazeres. E creio que você também - comentou. - Seguirei seu conselho. Vou me esforçar. Vou confiar em meus companheiros
- E quando chegar a hora, eu quero ter o prazer de ver um diamante completo - emendou.
- É uma promessa

Fazendo uma reverência cordial, agora evidentemente imitando uma princesa, a poeira no chão da caverna começou a se espalhar, forçando Amorina a fechar os olhos para não arder. Quando a magnata sentiu a ventania de poeira acalmar e abriu os olhos, todos eles tinham desaparecido, mas deixando um apanhado de gemas cor rosa e marrom escuro onde estavam.

- E com o diamante completo, você não terá desculpa. Subirá no palco comigo! Isso também é uma promessa! - proferiu pelos ares, esperando que o eco levasse sua mensagem à destinatária.

Sem mais, Amorina recolheu as gemas do tipo Fairy e Rock do chão, guardando na bolsa. Aproveitando que aquele parecia ser um local promissor dada a dificuldade para chegar nele, a magnata remontou seu acampamento, colocando-se para dormir segura dentro daquele túnel.

No meio da madrugada, já bem imersa no próprio sonho em que se apresentava ao lado de Diancie e logo depois utilizava todo o diamante fabricado na apresentação para fazer dinheiro, Amorina estava com um sorriso largo no rosto, mesmo que estivesse desconfortavelmente deitada num chão de pedra, sendo que apenas uma fina camada do colchonete de acampamento a separava dele.

Ainda dentro do próprio inconsciente, ela reverenciava para seu público, que celebrava com fulgor a chuva de diamante rosa. O brilho era cintilante, cegante e relativamente irritante. Na verdade, o brilho era tão forte que parecia real até demais. De repente, num súbito ataque da própria consciência, Amorina despertou, sendo forçada a lutar incessantemente contra um reluzente brilho esverdeado e pequeno à sua frente.

- Solrock, apague a luz! - comandou, mas não teve resposta.

Quando se deu conta, na verdade a criatura de puro brilho cósmico exalava uma luz bem parecida com fogo, nada verde ou parecida. Assim, quando ela conseguiu esfregar os olhos cheios de lágrimas e finalmente encarar quem estava à sua frente, ela deu um salto para trás, seguido de um grito.

- DIANCIE! - exclamou. - Digo. Carbink. Mas vocês podem virar Diancie né?

A garota então notou que o Pokémon valioso começou a se tremer, assustado atrás de sua barreira de cristal verde com o chapéu de flores. Ele então disparou uma rocha contra a menina, que por pouco desviou.

- Ei fofinho, calma... calma! - disse, pulando para desviar de outra pedra. - Litten, resolva isso comigo! - clamou pelo familiar, que saiu da pokébola com o sorriso maléfico de sempre.

vs

- Eleve-se com Bulk Up!

O felino era mais ágil, portanto iniciou o combate fazendo com que seu "cinturão" brilhasse, aumentando a massa muscular de Litten ao beneficiar sua ofensiva e defensiva física. Não intimidado, o Carbink criou uma orbe marrom escuro na frente do rosto, disparando-a contra o teto, que fez cair uma pedra em cima do felino (Smack Down). Com o impacto, Litten foi forçado a tocar o chão.

- Agora use Darkest Lariat!

Irritado com as patas estarem agora sujas de poeira, Litten deu uma cambalhota para frente, começando a girar rumo ao adversário. No caminho, uma aura sombria se misturou ao movimento, permitindo que causasse um dano considerável ao adversário. Lançado para trás, o selvagem precioso disparava mais uma orbe marrom, fazendo com que mais uma pedra caísse no alvo. Graças aos ferimentos sofridos, o familiar ativava sua habilidade, crepitando as chamas do cinturão.

- Darkest Lariat! Força total!

Litten consentia com a ordem, o felino avançou em mais um movimento giratório e sombrio, parecendo bem mais irritado que o normal, afinal o brilho do golpe se tornava fosco. Quando atingiu Carbink, o selvagem foi lançado contra a parede da caverna, destruindo a camada de cristal verde antes de desmaiar.

Batalha:

- Você está bem? - questionou, vendo o felino voltar a flutuar alguns centímetros do chão e começar a lamber as patas para se limpar. - Vou considerar um sim - completou sorrindo. - Um Carbink né. Quem sabe uma futura Diancie, ou talvez apenas um produtos de gemas preciosas. De qualquer forma, você é meu!

Litten parecia desaprovar a captura, mas não se mexeu quando a esfera foi lançada contra o selvagem, sugando-o. Apesar de tremer bastante, quando o item ficou estático a captura foi finalmente finalizada. Amorina então recolheu seu mais novo Pokémon e guardou a pokébola na bolsa, ciente de que não poderia usá-lo já que estava desmaiado.

Sem mais, ela se aconchegou mais uma vez no colchonete e rapidamente caiu no sono, recobrando seus sonhos de um império cravejado de gemas preciosas, construções de ouro e chuva de diamantes rosados. Enquanto fazia isso, ela nem viu seu RotomPhone indicar que uma nova espécie local foi identificada, o que lhe rendeu alguma fama.

Na manhã seguinte de acontecimentos incríveis e sonhos glamorosos, Amorina descobriu que a realidade tinha a ser bem mais dura e dolorosa, literalmente. Com as costas doloridas, cada pequeno movimento parecia uma tortura. Mesmo assim, ela se esforçou em alongar para tentar aliviar a tensão do corpo, mas não tinha grande sucesso. Para piorar, a coordenadora ainda tinha que retornar pelo "buraco de rato" que a levou de encontro para Diancie.

Rastejar com dor era ainda pior, o que fazia a menina dobrar o esforço para se mexer. Nesse trajeto, ela acabou tendo alguns arranhões superficiais, mas igualmente irritantes. A única coisa que ainda lhe fazia ter forças para continuar era que a última atualização do RotomPhone dizia que estava a alguns metros de distância da saída para Pewter.

- Será que um colchão d'água é mais confortável? Ou eu deveria caçar algo com penas de Swanna? - questionou a adolescente ao Solrock que iluminava seu caminho, mas o psíquico não parecia compreender nenhum dos termos.

Guiando-se pelas marcas de pata de Mudbray próximas à parede, Amorina conseguia retornar para a trilha que os exploradores tinham lhe orientado. Ela ficou bem surpresa quando, ao realizar uma pausa momentânea, seu Itemfinder finalmente retornava a ativa, apitando sobre a existência de um item próximo. Reluzindo sobre a luz de Solrock, uma escama em formato de coração estava aos pés de uma formação de geodo completamente preta, imitando um carvão não fosse pela energia que dançava dentro dela.

- Acho que é nosso dia de sorte. Dois em um! - comemorou ela, retirando uma parte da pedra bruta para colocar na bolsa junto com a escama de coração. - Cadê o Pumpkaboo? - questionou em seguida, ao ver que a esfera do Pokémon estava aberta e vazia. - Acho bom não me arranjar problemas! - exclamou ao olhar na direção que Solrock apontou, onde a feição cravada na abóbora do fantasma surgiu rapidamente antes de sumir nas sombras.

Continuando o caminho receosa de receber um susto repentino de seu fantasma, Amorina ficou bem perto de Solrock por saber que Pumpkaboo não era grande fã da luz estelar do aliado. Após algumas subidas, tropeçadas que agravavam as dores e alguns retornos em túneis sem saída, a adolescente vislumbrava ao final o que parecia ser uma saída, com a luz natural do verdadeiro sol.

- Mudbray, seria pedir demais pra você me arrastar? - questionou, mas sabia que a carga que o burrinho levava já era demais. - Mal posso esperar pra você evoluir

Caminhando com as pernas bambas de cansaço e desconforto, a magnata retornava ao seus sonhos com uma cama confortável e um banho digno pela primeira vez. Com a quantidade de dinheiro, ela poderia alugar algum quarto por uns dias. Porém antes que avançasse em seus planos, uma ventania súbita levantou a poeira da caverna. Uma aura perigosa fazia todos se arrepiarem. Até que se revelou um morcego sem olhos entre o grupo e a saída para Pewter.

- Um momento de paz? - solicitou, mas de repente um brilho pareceu melhorar os atributos do Pokémon, demonstrando que não estava para brincadeira. - Mudbray, tome a frente!

vs

- Não vamos dar vasão à sorte. Use seu Rock Slide! - comandou.

O perigoso morcego selvagem parecia ser uma agilidade assustadora, já que num piscar de olhos ele esticou completamente as asas e desferiu um golpe contra o cavalinho. Após o impacto, a habilidade de Mudbray se ativava, garantindo mais resistência muscular antes dele bater as patas dianteiras no chão, fazendo com que algumas estalactites do teto se deslocassem, acertando em cheio o voador, desmaiando-o.

Batalha:

- Isso foi... rápido demais - disse surpresa. - Mas também significa que você está tão forte! Tão poderoso! Você é o momento, meu pequeno! - emendou, exaltando o burrinho num abraço apertado, até sentir as próprias dores musculares. - Vamos, precisamos chegar logo em Pewter

Não tendo interesse na captura do selvagem, ela ainda ficou curiosa com uma espécie de mochila antiga perdida, recolhendo o objeto que o selvagem "protegia". Rumando a luz, os raios de sol pareciam beijar a pele da menina, além de irradiar ainda mais o brilho de Solrock que finalmente encontrava seu corpo celeste favorito. Ao pé da descida rochosa, aparentemente se casando com a paisagem, a cidade dava merecidas boas vindas à viajante de longe. Pumpkaboo encontrou a dona próximo à entrada, carregando uma grande poção no topete. Soltando o item na bolsa da menina, ele logo retornou para a própria pokébola.

- Pewter... chegamos! - exclamou para si mesma, o que fez algumas idosas que estavam por perto dar um pulinho de susto.

Após sua fabulosa chegada em Pewter, Amorina não fez questão de economizar em conforto, alugando um quarto de hotel para ter paz e sossego após sua longa estrada até a cidade rochosa. Embora as próprias instalações em que ela estava eram praticamente acoplados dentro da montanha, o fato dos móveis serem feitos de materiais tradicionais fez com que a magnata dormisse feito um bebê na cama macia de lençóis limpos.

Não só isso como, para aliviar a tensão que sentia em seu corpo desde que saiu de Santalune, Amorina se deu ao luxo de pagar uma massagem, principalmente nas costas. Absolutamente imersa novamente em seu próprio mundinho de riqueza e benfeitorias, a coordenadora passou alguns dias entre a civilização, visitando lojas, restaurantes e até mesmo passando pela frente do Hall de Pewter. Naquele mesmo dia, ela teve um glorioso sonho com sua apresentação, sendo isso que a tirou de sua inércia para de fato começar sua preparação para sua segunda fita.

Buscando mais privacidade, a adolescente foi até um dos túneis que levava de volta ao Monte Lua. Em seu sonho, parte da apresentação exigia que uma poeira brilhante surgisse para dar um ar requintado ao show. Dessa forma, ela quebrou a cabeça para tentar fazer Mudbray entender sua ideia, até que enfim ele foi capaz de executar o movimento especial. Com a proteção de Iron Defense, o burrinho transferiu sua "armadura de ferro" para as patas, onde ao golpear o chão pelo Bulldoze, perdia parte da defesa metálica para mesclar a poeira com raspas de metal que reluziam na luz.

- Bom trabalho, bonitão! Agora vamos tentar mais umas vezes - elogiou em comando.

Apesar das orientações da coordenadora, não era raro que o Pokémon não conseguisse executar o combo completamente, o que lhe rendia as vezes apenas um dos golpes. Contudo, Mudbray chegou no auge de sua experiência teórica. Se quisessem mais progresso, era necessário colocar o combo para funcionar na prática. Afundando ainda mais no túnel em que estava, a adolescente via que havia uma formação rochosa tripla, o que lhe garantia uma sequência.

- Vamos poupá-lo por agora - comentou a menina, retirando o Ride Pager e selecionando o Tauros. - Vamos lá grandalhão, destrua tudo!

O touro partiu em fúria contra as pedras, com seu poderoso chifre bem apontado para todas elas, destruindo a formação rochosa num só tapa. Assim que concluiu, ele retornou sozinho para a Pokébola do Rider Pager. Revelando-se entre aquelas pedras, surgia um comum Geodude e uma criatura bizarra flutuante, aparentemente com uma carapaça que tornava seu movimento mais lento. Como eram uma dupla, Mudbray precisaria de reforços.

- Brionne, nos acompanhe! - solicitou, liberando a foca que parecia muito animada em retornar para combates depois do descanso.

vs

Info Adicional:

- Mudbray mostre seu mais novo combo: Mettalic Dust! Brionne, garanta que não sofreremos tanto com Water Pledge no flutuante!

A dupla selvagem não parecia se conhecer muito bem, mas ficou claro que eles precisavam afastar a ameaça antes de brigarem entre si. Mesmo assim, como Mudbray era o mais ágil, ele começou tentando executar o combo, embora só conseguiu desferir o abalo sísmico controlado e rasteiro, que causou bom dano na pedra de braços, mas nem alcançou o meteoro flutuante. Na sequência, Minior começou a rodopiar lateralmente em direção à foca, causando algum dano (Rollout). Em resposta, Brionne invocou um pilar de água abaixo do adversário, lançando-o com violência contra o teto da caverna. Nesse impacto, a carapaça do Pokémon flutuante se partia, revelando uma criatura com rosto confuso e brilho amarelo vivo. Geodude finalizou aquela primeira onda de ataques lançando uma pedra em Mudbray (Rock Throw), que depois do impacto, fortaleceu a massa muscular.

- Não fique envergonhado Mudbray. O treinamento irá nos aprimorar - encorajou o burrinho pela falha no combo. - Essa criatura amarela é realmente... linda - proferiu em sussurro. - Mas ela parece ter ficado mais ágil. Não vamos permitir mais ataques. Brionne use Aqua Jet no flutuante! Mudbray finalize Geodude com Bulldoze!

A observação da coordenadora era muito pontual, pois de fato Minior ficara mais rápido ao liberar seu núcleo. Contudo, graças à prioridade do movimento aquático, Brionne se imbuiu em água e disparou como um míssil contra seu adversário, fazendo-o cair desmaiado no chão. Mudbray então desferiu mais um tapa com as patas dianteiras no chão, levantando uma onda sísmica que reduziu o restante das energias de Geodude, mas ele resistiu ao ativar a própria habilidade.

- Resistente, né?! Mesmo assim, acabe com isso Mudbray!

As patas de Mudbray se imbuíram num brilho amarelado, até que as patas dianteiras tocassem o chão e fizesse uma onda esteticamente agradável de poeira se chocasse com o adversário rochoso, desmaiando-o por fim.

Batalha:

- Vamos deixar Geodude se recuperar sozinho. Mas o que acham desse aqui? - questionou, apontando para Minior. - Sei que também gostaram dele. Então... vamos lá pequenino, pode vir! - proferiu ao bater a única Great Ball que tinha no Pokémon desmaiado.

A esfera tremeu algumas vezes, mas depois se estabilizou, completando com sucesso a captura. Quando a magnata foi apanhar o objeto, acabou notando que algo reluzia entre a poeira das pedras: um Dawn Shard. Curiosa, ela também investigou o Geodude, descobrindo que ele portava uma Tumblestone. Recolhendo todos os itens minerais possíveis, ela guardou tudo na bolsa e logo saiu de lá, permitindo que a natureza e o tempo fizessem com que aquele túnel pudesse se restaurar.

Apesar de não ter tido grandes problemas no combate anterior, Amorina não estava nada pronta para fazer uma exploração mais séria ao redor do Monte Lua. Assim, retornando para Pewter, ela se equipou melhor. Com grandes garrafas d'água, RotomPhone completamente carregado e roupas mais apropriadas, agora era hora de desbravar alguns túneis extas do local.

Sob a luz de Solrock, a menina caminhou por longos minutos até encontrar algo de interessante: uma formação rochosa parecida com carvão, mas que exalava uma força sombria. Embora repudiado pelo parceiro psíquico, Amorina se agachou para coletar o minério enquanto viu Mudbray olhando curioso para o alto. No teto, algumas perigosas estalactites estavam tremendo, aparentemente bem soltas, o que não era algo natural.

- Vamos cuidar disso para que ninguém se machuque. Mudbray use Rock Smash! - solicitou, ao tomar uma distância segura da área em que as estalactites estavam.

O burrinho batia com as patas traseiras na parede, fazendo com que os fragmentos pendentes de rocha caíssem e se despedaçassem no chão.

- Você não podia só cair na armadilha igual qualquer otário qualquer? - disse uma voz masculina em tom desgostoso. - Quem pega apenas um fragmento desses geodos?
- O que foi? Mais um criminoso no Monte Lua?
- Ah! Então é você a menina que está dando problema pra gente. Para seu azar, eu sou muito mais habilidoso
- Com uma armadilha dessas, eu duvido
- Ah, cala a boca. Sableye, venha! - vociferou visivelmente irritado.
- Brionne, conto com você! - disse a menina liberando a foca e expondo ela ao Lucky Egg.

 vs

Info Adicional:

- Water Pledge!
- Não tão rápido. Fake Out!

O bípede sombrio tinha um largo sorriso maléfico, sendo a perfeita companhia para o criminoso. Mas o que surpreendia de verdade era a sua agilidade em saltar na frente de Brionne e dar um golpe falso, que fazia a foca recuar antes do golpe real acertar. Temerosa, a inicial da coordenadora ficava parada e não conseguia atender às ordens.

- Não precisa ter medo. Você vai ser muito valiosa pro chefe. Sableye use Shadow Sneak!
- Eu estou aqui, Brionne. Sempre vou estar. Water Pledge!

Mais uma vez o fantasma demonstrava toda sua artimanha ao mergulhar nas sombras da caverna e surgir atrás de sua adversária, golpeando com as garras num brilho roxo etéreo. Brionne se recuperava rápido do ataque, formando um pilar de água abaixo do Pokémon, que o lançava para o alto.

- Continue a brincadeira! Mais um Water Pledge
- Saia dessa com Shadow Sneak

Enquanto era pressionado contra o teto, Sableye mergulhou mais uma vez nas sombras para executar seu arranhão fantasmagórico. Contudo, ciente de qual seria a posição adversária, Brionne já preparou seu ataque. Ambos pareceram sofrer os danos dos golpes ao mesmo tempo, mas apenas a foca permanecia em pé.

- Cadê sua confiança? - provocou a adolescente.
- Ah, menina. Você mal pode esperar - comentou entredentes. - Volte Sableye. Vamos lá Arbok! Mostraremos do que você é feita. Use Glare!

Amorina já havia enfrentando uma Arbok outra vez, porém sua surpresa surgiu ao ver que o criminoso sacou mais uma pokébola rústica e lançou contra a serpente. Em segundos, uma camada cristalizada verde se formou no corpo de Arbok, bem como um chapéu de flores. Apesar de agora possuir uma desvantagem de tipo, a coordenadora dava uma piscadela para a foca, que sabia como revidar.

Quando a serpente travou seu olhar ameaçador em Brionne, o corpo da foca se retraiu. Mesmo que pudesse ficar paralisada, a foca resistiu bravamente para soltar uma ventania gélida e fina da boca, que formou uma fina camada de gelo na serpente, reduzindo sua defesa. Curiosamente, graças ao padrão de Arbok, ela recuperava parte de suas energias.

- Assim tá muito fácil. Arbok use Giga Drain!
- Brionne, faça seu agradecimento - disse, fazendo a foca reverenciar antes de retornar para a pokébola. - Litten vamos mostrar um pouco de nosso show!

 vs

Info Adicional:

A coordenadora não deixou de notar que o criminoso parecia rosnar com a troca, porém Arbok já estava conectando o movimento de roubo de vida no felino quando ele pensou em trocar seu comando. Resistindo bravamente, Litten tinha uma carinha de quem caçoava do adversário. Arbok recuperava parte da vida com o golpe, bem como com o próprio padrão regenerativo.

- Darkest Lariat!
- O famoso Litten mágico. Vai ser uma barganha muito melhor que sua foca. Arbok use Acid!

Litten tinha a vantagem de ser mais rápido, tratando de flutuar alguns centímetros do chão para começar a girar no ar, formando uma bola de energia sombria. Ao contato com Arbok, ele causou grandes danos, além de jogá-la para trás. Em resposta, a cobra disparou um líquido venenoso que tentou invadir o corpo do felino, mas apenas causou danos. Assim, o padrão de Arbok mais uma vez a fazia se recuperar.

- Mais um, vai!

Litten sequer dava a chance do criminoso reagir, emendando mais uma investida imbuído em aura sombria, o que chocava Arbok contra a parede. Com a cristalização se dissipando, o desmaio da adversária concluía a vitória da menina.

Batalha:

- Cuidado garota. Fazer tantos inimigos numa facção pode ser bem prejudicial à você

Quando o homem tentou atirar a granada de fumaça, ela foi interceptada por Solrock, que fez o item flutuar e não explodir. Além disso, quando ele tentou correr por contra própria, Mudbray fez algumas rochas voarem e fecharem sua passagem.

- Eu compreendo os riscos, mas obrigada. Agora, se me permite: você está preso, em nome da lei - completou sorrindo.

O criminoso até reclamou durante todo o caminho de retorno à Pewter, mas após ter suas duas tentativas de fuga interrompidas pela ação de Solrock e Mudbray, ele apenas se limitou à resmungar baixinho. Ela nem precisou ir muito fundo na cidade para encontrar um Policial, que rapidamente identificou o uniforme da organização criminosa e veio coletar o depoimento da coordenadora. Amorina havia se juntado a Polícia, mas não queria ser reconhecida por esse fato. Suas ações tendiam apoiar a organização da ordem e da justiça, principalmente pela influência da Família Dourado.

Com um senso de dever cumprido, bem como algum valor em dinheiro como recompensa pelo apoio, Amorina continuou o próprio caminho, imaginando quando chegaria a hora em que andar por Pewter seria difícil dada sua fama no local. Mas isso, era história para o futuro.

Depois de concluir a prisão de um criminoso no Monte Lua, Amorina aproveitou que ainda estava em Pewter para recuperar seus Pokémon. No caminho de volta, ela notou que o céu já estava ficando alaranjado, mas não seria um problema, já que sua exploração dentro da caverna dependeria pura e exclusivamente da luz de Solrock.

Já dentro do Monte Lua, a coordenadora decidiu que era o momento perfeito para evitar túneis muito fechado e principalmente aqueles com estalactites. O fato do criminoso anterior ter montado armadilhas deixava a menina encucada, por isso ela preferiu apenas seguir alguns outros treinadores que passaram por ali, num ritmo bem mais calmo que ela. No fim, ela acabava chegando em um local que nunca visitara antes.

No centro do Monte havia uma área cavernosa ainda maior, com rampas em diversas direções que levavam à outros túneis, mas majoritariamente marcado pelo grande espaço vazio e rochoso no meio. Aparentemente, aquele era o trabalho de alguns pesquisadores, exploradores e mineradores que deixavam diversas caixas de equipamentos pela área. Além disso, não parecia ser proibido auxiliar na quebra de pedras, já que muitos outros treinadores quebravam as rochas em busca de algo valioso

Sem perder mais tempo sendo apenas uma observadora, Amorina desceu a rampa até a área rochosa que estava sendo escavada e retirou o Ride Pager com o Tauros. Embora a quebra de pedras fosse livre, era necessário muito cuidado para não abalar nenhuma estrutura central da zona, por isso a magnata constantemente checava a aprovação de algum minerador antes de comandar a destruição de alguma pedra. Infelizmente, apenas os outros treinadores da área conseguiram realmente algo valioso.

- Tivemos mais sorte quando estávamos por conta. Vamos. Vamos fazer nosso próprio caminho! - proferiu a menina.

Amorina então aproveitou de uma das rampas para alcançar túneis mais altos. Como era esperado, eles eram bem menos fundos que os normais, além de receberem diversas proteções e alertas espalhados. Imaginando que tudo seria um fracasso, um conjunto rochoso próximo à parede parecia ser seu último suspiro de encontrar algo valioso antes daquele dia acabar. Após liberar o Tauros do Ride Pager mais uma vez, o comando para destruição daquelas rochas causava um barulho estranho nas paredes. Quase parando de respirar por imaginar que não conseguiria chegar à saída do túnel antes de tudo desmoronar, Amorina só se mexeu quando tudo ficou quieto novamente.

- Estamos seguros? Ou morri e não senti? - questionou, recebendo um "boo" de Pumpkaboo no ouvido. - Ok. Ok. Definitivamente viva - retrucou, vendo o fantasminha rir e depois desaparecer pela entrada do túnel.

Ignorando o Pokémon coletor, Amorina viu algo reluzindo sobre a luz de Solrock em meio a poeira. Ao remexer, ela encontrou mais um Dawn Shard, além de uma grandiosa Big Pearl. À olho nu, ela parecia comum, mas por ter ficado tanto tempo dentro de uma formação rochosa, provavelmente era bem mais resistente, o que aumentaria seu valor de mercado. Ainda agachada, a coordenadora notou um buraco na parede, que anteriormente estava escondido pelas pedras. Como da última vez que se aventurou num buraco daqueles ela encontrou Diancie, ela logo colou o rosto no chão e tentou espiar o que havia lá dentro.

- AH! - gritou, pulando para trás. - Tem alguma coisa ali

Solrock tentava se dobrar para ver, mas as pontas de seu corpo o impedia de ficar totalmente colado no chão. Assim, Litten é quem tomou a frente, colocando seu rosto ameaçador e fazendo o cinturão acender em chamas, que iluminou o buraco suspeito. No fim do mini túnel, uma criatura esguia de olhos enormes amarelos encarava a dupla, visivelmente assustado.

- Ei. Me desculpe! Essa era sua casa? - questionou, mas notou que o Pokémon estava estático, como se tentasse fingir não estar ali. - Ahm... ok. Acho que você não quer visita

Amorina então se levantou e arrumou a postura, planejando ir embora. Contudo, Solrock alertava a dona sobre uma fissura que começava na entrada do buraco e subia as paredes. Provavelmente se o selvagem misterioso permanecesse lá dentro e as escavações continuassem, o túnel poderia ceder, esmagando o pequenino. Como boa parcela de culpa era da imprudência da magnata, ela não tinha escolha senão ajudar.

- Ok pessoal. O plano é o seguinte... - começou a adolescente.

Após explicada a ideia para todos, a coordenadora fez exageradamente barulho de passos para indicar que estava indo embora, mas deixava um pouco de ração Pokémon alguns metros de distância da entrada principal. Com Solrock também se afastando, a luz sumia do túnel, permitindo que o selvagem se sentisse mais seguro. Quando a criatura finalmente colocou seus grandes olhos para fora, espiando em todas as direções antes de sair correndo para abocanhar a ração, Litten parou de flutuar e tampou a entrada do esconderijo selvagem com o próprio corpo, miando alto para alertar a dona.

Chegando numa velocidade assustadoramente rápida, Amorina viu o selvagem tentar empurrar Litten, que mal se movia graças à energia mágica que o mantinha estático. A criatura era muito parecida com um Impidimp, mas tinha uma coloração diferenciada, além de pelos grosso ao redor do pescoço. Ele fazia perfeitamente a imagem de pessoas da era pré-histórica quando eram interpretados em filmes famosos.

- Calma. Calma. Olha, eu sinto muito ter enganado você mas... era a única forma de te salvar - começou a menina, mas o Pokémon estava muito assustado para tentar racionalizar suas palavras.

Respirando fundo, a coordenadora decidia que era melhor vencê-lo pelo cansaço. Sentando-se no chão, ela retirou o Berry Pot da bolsa e recolheu as Oran Berries que haviam crescido, depois retirou a árvore para trocá-la pela semente da única Starf Berry que possuía. Ao notar que o pequeno Impidimp ainda estava assustado, ela cuidadosamente esticou a árvore antiga de fruta para o Pokémon, deixando que num movimento rápido, ele puxasse e começasse a cheirar.

Curioso, o Pokémon passou as mãos por toda a extensão da pequena árvore frutífera, mas depois a descartou. Ele então começou a se aproximar da menina, lentamente, olhando fixamente para a mochila. Amorina sentia um mix de medo e esperança com a aproximação. Temia pois a criatura tinha uma feição bem sombria, mas estava esperançosa de que poderia capturar uma nova espécie. Quando o pequeno Impidimp enfim tocou a mochila, ele começou a explorar tudo que existia, retirando frutas, gemas e até alguns dos coins.

- Está procurando comida? Por que não pega a ração que eu deixei? - questionou, mas não recebeu resposta da criatura. - Bom... se quer saber, é melhor arrumar um outro lar. Acho que Litten não está muito disposto a deixar você voltar praquele túnel - emendou.

Impidimp olhou para Litten, que sorriu mostrando as presas em concordância com a fala da menina. Assim, o Pokémon saltou por cima da cabeça da coordenadora e correu para fora do corredor em que estavam. Suspirando de frustração por perder a espécime, Amorina começou a reorganizar as coisas na mochila antes de sair. Contudo, assim que ela pisou para fora do túnel em que estava e estava prestes à chegar na rampa que a levaria para a área de escavação, ela recebeu mais um "boo" na orelha.

- Pumpkaboo! - exclamou irritada. - Você poderia parar? Isso não é engraçado - complementou.

Pumpkaboo se acanhou, quase querendo chorar, porém todos ficaram quietos quanto um risinho surgiu. O pequeno Impidimp "das cavernas" parecia estar radiante com o estresse da menina, literalmente. Seus olhos reluziam como nunca, ao mesmo tempo em que Amorina sentia que a raiva era "drenada" de seu corpo. Sacando o RotomPhone, ela dava uma lida no que o aparelho sabia sobre os Impidimp. O que mais chamava a atenção era o trecho que dizia "Impidimp se alimenta de emoções negativas, absorvendo-as por seu nariz".

A abóbora fantasma então desfez o rosto de choro e começou a conversar com o selvagem, onde ambos caíam numa risada ainda maior. Amorina até podia ficar irritada, pois enquanto falavam, eles olhavam constantemente para ela antes de gargalhar ainda mais, porém Impidimp parecia estar fazendo um ótimo trabalho. No fim, a adolescente notava que havia uma Potion no topete de Pumpkaboo, revelando que ele obtivera um item para ela.

- Você foi pegar isso pra mim? - questionou, vendo a abóbora olhar para o próprio topete e concordar. - Desculpa ter gritado com você. É só que... não. Não tem explicação, me desculpa

Pumpkaboo então se esfregou na dona, recebendo um abraço antes de entregar o item para a garota. Com as emoções negativas se dissipando, Impidimp parava de reluzir, embora ele mesmo tivesse uma feição triste. Se afastando lentamente, ele foi interceptado por Litten. Subitamente, o felino e a abóbora pareciam conversar com o selvagem, que apenas ouvia sem emitir nenhum som. Amorina não sabia do que se tratava, mas imaginava que era melhor não intervir.

Depois de minutos de diálogo, a criatura humanóide se virava para a adolescente, saltando direto em sua bolsa. Ao retirar uma Premier Ball e exibir para Litten e Pumpkaboo, o Pokémon batia a pata no centro da esfera e era sugado por ela. Imediatamente, a pokébola caía de volta na mochila da coordenadora, completamente imóvel. Impidimp voluntariamente se ofereceu para se juntar à equipe, sendo algo que ela jamais imaginaria.

- Do que estavam falando? - perguntou, mas a dupla de Pokémon apenas virou a cara. - Coisas boas sobre mim, eu presumo

Litten e Pumpkaboo se entreolhavam e voltavam a cair na gargalhada. Sem o sombrio Pokémon das cavernas, Amorina conseguia sentir raiva deles novamente, recolhendo-os para suas respectivas pokébolas e mostrando a língua para as esferas. Com a atualização da RotomDex, ela tinha mais informações sobre aquela espécie alternativa, fazendo uma feição preocupada.

Sand Wraith Impidimp é fruto de experimentos criminosos realizados em pirâmides de um deserto. Através da violação de sarcófagos, algumas forças elementais emergiram das areias escaldantes em busca de vingança.

- Movido por vingança? Será que ele estava apenas cansado? - refletiu mentalmente, sentindo um arrepio na nuca ao imaginar o que aquela criatura era capaz de fazer se estivesse com as energias renovadas.

Depois da captura amigável, Amorina retornava para o grande centro de escavações, encontrando-o bem vazio. Comparado à algumas horas atrás, o fato de ter apenas um minerador supervisionando dois treinadores era algo a se notar. Sacando a RotomDex, a adolescente acabava por notar que já era bem tarde.

Enquanto se direcionava para a saída ao lado de Mudbray, a menina viu que algo atraiu a atenção do burrinho, que encarou um túnel específico por alguns minutos antes de retornar a segui-la.

- O que foi? Algo de interessante? - questionou, recebendo um balanço de cabeça do Pokémon. - Acho que ainda temos tempo para ir até lá. Venha

A adolescente então fez o desvio, ficando alguns centímetros atrás de Mubdray, que parecia sentir algo o chamando. No fim, sua aposta era consideravelmente valiosa, já que ao chegarem no objetivo, Amorina viu um geodo marrom claro, com pequenos fragmentos de poeira voando dentro dele. Fazendo um carinho de agradecimento no Pokémon, ela então retirou uma parte da Ground Gem bruta e guardou na bolsa.

Preparando-se para fazer o retorno, a magnata acabava por ver um movimento suspeito no chão, sendo aparentemente uma formação de poeira. Muitos mineradores disseram que aquelas coisas podiam ser concentrações de gemas, ou apenas um Pokémon sorrateiro que não gostaria de ser incomodado. Porém, contando com a própria sorte, a adolescente tratou de correr para interceptar a bolota, vendo ela se dissipar em cinco preciosas gemas rosa escuro.

- É nosso dia de sorte! Olha pra isso! - exclamou animada, vendo que Mudbray também comemorou a descoberta.

Ao se agachar para pegar as pedrinhas, a adolescente acabou batendo o dedo no que parecia ser alguns fios de metal fora da terra. No segundo seguinte, uma cabeça de grande nariz vermelho colocava apenas o rosto pra fora, encarando irritado a menina. Amorina deu dois passos pra trás, desequilibrando no processo. Por sorte, Brionne vinha em seu resgate, se liberando da pokébola.

vs

Info Adicional:

- Obrigada, Brionne - comentou ao recobrar o equilíbrio. - Water Pledge!

A toupeira terrestre era mais ágil que a foca, forçando o corpo pra cima e pra baixo do buraco em que estava, ele criou uma pequena onda sísmica que se espalhou até tocar a adversária. Brionne revidou o ataque criando pilares de água que se fecharam no selvagem, causando seu desmaio instantâneo.

Batalha:

Assim que o combate acabou, a antiga nuvem de poeira agora se tornava uma lama ao redor das gemas. Por sorte, o pequeno Digglet acordava e logo mergulhava no solo, sumindo de vista. Com um pequeno sinal, Brionne atirou mais um jato de água nas Psychic Gem, deixando-as perfeitamente limpas e reluzentes para serem colocadas na bolsa. Antes de sair, ela notou que havia uma bola de lama no chão, provavelmente que pertencia ao selvagem que fugiu. Como era um item relativamente fácil de se fazer, a magnata não se sentiu culpada em apanhá-la e guardar dentro de um pote plástico para não sujar tudo.

- Por mais estranho que pareça, tem muito colecionador disposto a pagar um bom valor nessas bolas de lama polidas. Em essência, ainda sou uma comerciante - explicou para Mudbray, que apenas admirou a dona, embora não tivesse entendido nada.

Conclusas as explorações daquele dia, Amorina foi aos bocejos de volta para o caminho que a levaria até Pewter, onde descansaria torcendo para que o dia seguinte fosse tão produtivo quanto o atual.

Quando retornou para o hotel em que estava hospedada em Pewter, Amorina rapidamente pegou no sono. Isso fez com que ela acordasse tão cedo que o céu ainda estava escuro. Para matar tempo e até obter mais informações, a adolescente fez uma leitura nos fóruns de discussão de mineralistas, que davam dicas de locais ideais para caçar itens preciosos, bem como evitar ser soterrado. Infelizmente, aquela linguagem deles era muito avançada para a adolescente, deixando-a com mais dúvidas do que respostas.

Disposta a fazer uma exploração mais longa, Amorina colocou um macacão por cima de uma roupa leve, além de calçar botas grossas. Deixando alguns itens menos importantes no quarto, ela levou uma mochila mais robusta, cheia de bolsos e divisórias, preparada para recolher o máximo de coisas possível. Assim, ela rumou ao Monte Lua e adentrou a abertura da caverna.

Agora conhecendo melhor os túneis de passagem, ela chegou com muito mais facilidade até a área mais aberta, onde um trio de mineradores parecia esperar. Eles fizeram um sinal para a adolescente de aproximasse, depois começaram a conversar como se ela fosse uma mineradora novata. Após esclarecer o erro, os mineradores pediram desculpa, mas Amorina continuou perto deles, fazendo os questionamentos que os fóruns mineralistas não podiam lhe responder.

Enquanto discutia com o grupo e obtinha a experiência que eles possuíam, Amorina sentia pela primeira vez em muito tempo que estava se aproximando mais de seu pai. Sem dúvidas, a dádiva do ser humano é a capacidade de se reunir em grupos, mas para além disso, é transferir o próprio conhecimento para alcançarem um progresso ainda maior.

A conversa só chegou ao fim quando o fluxo de treinadores dentro da caverna começou a aumentar, mas para não sair de mão abanando, os mineradores indicaram um túnel que era pouco explorado pelos viajantes, além de ser extremamente seguro graças à formação rochosa rígida. Sem pensar duas vezes, a magnata agradeceu o conselho e logo rumou para o local.

Tratando do antepenúltimo túnel das rampas que levavam para áreas mais altas da montanha, Amorina acabava por encontrar uma enorme formação rochosa, além de ver algumas sombras selvagens correndo para se esconderem da luz de Solrock. Não só isso, como ela já notava que havia uma rota das chamadas "nuvens de poeira". Se ela tivesse sorte novamente, encontraria preciosas gemas naquela trilha.

- Obrigada pai. Obrigada mineradores. Obrigada Diancie - comentou a menina, colocando as mãos unidas. - Mas é hora de quebrar algumas rochas! Ride Pager, vamos lá!

Brionne tinha se libertado sozinha da pokébola quando viu que a dona estava prestes a destruir mais pedras, ficando como uma guarda extra da dona, além do Solrock e Mudbray. Com o Ride Pager, a magnata invocava um musculoso Tauros, que mirou os chifres em algumas rochas e desferiu um golpe certeiro, rachando-a no meio. Assim que executou o golpe, o aparelho o sugou de volta. Na revelação, dois pedaços de ferro voavam junto com duas pedras. Uma das pedras possuía um buraco, do qual saiu um inseto alaranjado e irritado.

vs

Info Adicional:

- Conto com você, pequena - disse a menina ao ver que a foca tomava a frente do combate. - Water Pledge!

Brionne era mais rápida, fazendo um movimento de ondas com os braços antes de elevá-los no ar, fazendo um grande pilar de água surgir abaixo do inseto, que era lançado para o alto e caía violentamente no chão. Com o golpe efetivo, o selvagem exibia marcas de ferimentos e estava ofegante, porém resistia bravamente. Com as garras dianteiras num brilho cor oliva, ele saltou e golpeou a foca com dois cortes.

- Sturdy... sempre um incômodo. Finalize com um Aqua Jet!

Buscando dar um final mais digno ao inseto, Brionne criou uma esfera de água na frente do nariz, que se espalhou formando um véu ao redor de seu corpo. Num rápido disparo imbuído pela água, ela deixava uma trilha de partículas reluzentes ao lançar o selvagem contra a parede, provocando o desmaio deste.

Batalha:

- E além de forte, ela ainda entrega um belo show. Bravo, bravo! - brincou a menina, aplaudindo a foca que fazia floreios para os aliados. - Vamos ver o que consegui

Amorina então começou a fuçar entre os estilhaços da rocha, encontrando com relativa facilidade uma parte de fóssil Pokémon, parecendo ser um grande chifre. Em seguida, ela recolheu os minérios brutos de ferro que tinha encontrado. Embora tenha continuado a ver se havia mais alguma coisa, ela não descobriu nada. Voltando-se ao pequeno Dwebble, ela encontrou uma pedra forjada e bem dura, recolhendo o item.

- Sinto muito pequenino, mas acho que isso fica comigo - disse olhando com pena a criatura. - Vamos, antes que ele acorde

Assim, a magnata começou a caminhar rumo à trilha de nuvens de poeira, esperando que muito em breve fosse capaz de encontrar algo valioso ou, quem sabe, algum Pokémon que pudesse agregar ainda mais sua equipe.

Prosseguindo com seu trabalho de coletar minérios e coisas preciosas pelo Monte Lua, Amorina chegava ao fim dos rastros das nuvens de poeira, mas que para seu azar, estavam bem mais rápidas que o normal. Isso era um indicador perigoso de que possivelmente eram Pokémon selvagens, portanto ela decidiu se sentar numa pedra próxima dali e aguardar.

Para não atrair atenção desnecessária, Solrock reduziu a intensidade de seu brilho. Brionne e Mudbray ficaram na linha limite que dividia o local que a dona estava da zona em que "corriam" as nuvens de poeira, embora a foca brincasse com uma das bolas de lama. Com o tédio aumentado, a menina até acabou criando uma corrida mental das nuvens que se mexiam, onde por diversas vezes ela apostou na nuvem que acabava sendo assoprada para o lado oposto e se dissolvia em poeira.

Seja coincidência ou sorte, Amorina acabava olhando para as próprias botas para admirá-las, acabando por notar que uma parte do chão estava bem mais reluzente que o normal. Utilizando os equipamentos de mineralista, ela retirava o que parecia ser o remanescente de um grande geodo de Steel, guardando o conteúdo bruto na bolsa. Ao notar a capacidade das coisas reluzirem sob a luz, ela tinha uma ideia.

Comandando Solrock para flutuar acima da zona das nuvens de poeira, a luz ultrapassou o véu de algumas delas. Ao notar um singelo brilho azulado dentro de uma bolota de poeira mais encorpada, Amorina tratou de dar um salto para frente, interceptando-o. Assim que a poeira tocou nos pés da menina, ela se dissolveu parcialmente, revelando três gloriosas Ice Gem e uma criatura que usava areia e algumas pedrinhas como seu "manto".

Para piorar, ao tentar se mexer, Amorina sentia a areia de seus pés começar a afundar, criando uma espécie de funil de onde uma grande boja laranja com olhos pretos parecia aguardar sua presa. Não só isso, como aquele Pokémon terrestre exalava uma energia negativa, embora a coordenadora não fosse propriamente especialista no assunto.

- Mubray! Brionne! Socorro! - clamou, esticando os braços para a dupla.

 vs

Info Adicional:

Sem demora no apelo, Brionne pulava para dentro da areia movediça junto com a dona, acabando por ficar presa em combate. Assim, Brionne fazia um movimento com os braços, invocando um pilar de água abaixo do predador das areias, lançando-a para o alto e esgotando suas energias num golpe certeiro. Com o Pokémon desmaiado, as areias pararam de engolir seus combatentes, permitindo que Amorina desse alguns passos para trás. Na retaguarda, Mudbray criava um círculo branco ao redor do corpo, que se transfiguravam em pedras e eram atiradas com força contra o inseto coberto, causando algum dano. Dentro da própria proteção, o selvagem acabava por ficar muito assustado com o golpe, acabando por não se mover.

- Aproveite o momento. Brionne, Aqua Jet!

Com agilidade, a foca criava um círculo de água na ponta do focinho, deixando que seu corpo se cobrisse de água ao ser disparado com extrema rapidez contra o selvagem, esgotando as energias que ainda restavam nele.

Batalha:

- Esses combates nunca ficam mais fáceis - disse ao notar o estado dos selvagens feridos. - Mas... vamos aos negócios

Amorina então correu para recolher as três Ice Gem que estavam embaraçadas naquela nuvem de poeira. Tão perto dos Pokémon, ela sentiu ainda mais um poder oculto emanar do pequeno Trapinch. Sabendo que sua amiga Touko era uma grande purificadora e também especialista nos Pokémon Ground, a coordenadora resolvia que aquele era um bom presente para um eventual reencontro. Sacando uma Great Ball, ela tentou realizar a captura do selvagem, que até tentou resistir ao fazer o objeto tremer diversas vezes, mas que com sorte, não o quebrou e concluiu a captura.

Apesar disso, ao pegar a esfera, Amorina sentia que uma aura sombria tomava conta do item. Provavelmente ela não era capaz de comandar uma criatura sob aqueles efeitos, portanto se limitou a guardar o item na bolsa. Voltando os olhos para a própria equipe, a magnata logo viu que a bola de lama com que Brionne brincava se tornou a versão polida do item, o que agregava valor de mercado.

- Brionne! Como fez isso? - questionou, mas nem mesmo a foca sabia explicar. - Bom, seja o que for... continue! - completou sorrindo, já que todo lucro seria viável.