Nossa jovem heroína, Kilam Ila, fora convidada pela própria Magic Yellow para estar naquele evento de poder. Ou melhor, a Magic Black Star quem fora convidada, se considerarmos que o concurso de hoje seria exclusivo aos magic siblings. Portanto, quem esperava ver o jovem prodígio que é o favorito ao título de Top Coordenador no concurso de hoje, infelizmente, terá de se conformar. Era a alter-ego que nasceu durante o carnaval em Alto Mare e ganhou poderes como uma magic sister que estava preparada para brilhar no evento diante de tantas outras garotas mágicas.

Sendo assim, lá estava a dama negra de olhos dourados e longos cabelos sedosos, caminhando a passos lentos em seu novo salto que brilhava em um piano black combinando com o vestido curto e provocador, também em cor preta. Ila estava quase nua, mostrando boa parte das pernas, como se estivesse vestida para seduzir ou matar. O que viesse primeiro. O acessório que mais chamava atenção era o grampo de cabelo com um pequenino véu negro cobrindo parte dos olhos e nariz. Só que entre as pernas e a cabeça, os braços desnudos faziam olhares descerem pelo decote que marcava o peitoral disfarçado de Kilam. Com luvas escuras nas mãos, Ila desfilava até chegar no centro do palco com sua melhor catwalk, escondendo algo em uma das mãos, enquanto a outra percorria seu corpo, ora sem graça, ora provocativa. Quando parou, a jovem travestida em preto levou ambas as mãos ao rosto em movimento expansivo, revelando uma luxury ball com selos de estrelinhas coladas nela.

- Estrelinha, por gentileza, me empreste seu brilho. - Começava dizendo a garota ao liberar sua familiar da capsula, já se envolvendo com magia liberando energias em multicores, transformando-se em Magic Black Star ao proferir - shine bright like a diamond in the sky!

E juntas fazia a pose de transformação, aproveitando das estrelinhas que foram liberadas pela magia de transformação no desejo com a pokémon. Magic Black Star mudava totalmente o figurino fúnebre de Ila Kilam para algo poderoso de verdade com cores pasteis e detalhes estelares, combinando não apenas com as estrelinhas mágicas que fizeram de sua entrada visual um acontecimento, mas também com a familiar que tinha relação com os atros em questão. O curioso era a coloração apagada da mesma, como se estivesse doente. O que devia ser um brilho intenso amarelo estava para um negro tipo um minior shiny com alguma aura violeta ao redor. Tudo maquiagem para que a apresentação pudesse se desenrolar como planejado.

- Iremos lhes contar a lenda da Estrela Caída - a moçoila de olhos e cabelos violetas dizia, apontando para a cleffa regional, que entendia o sinal e começava a dar pequenos saltos, flutuando no vácuo, como se estivesse subindo uma escada invisível. Então começava a narrativa. - Havia no céu noturno, diversas estrelas de magia e brilho distintos. Elas competiam entre si para ver quem era a mais iluminada de todo o sistema que circundava nossa lua...

Enquanto a narração da peça se desenrolava, a criatura feérica ouvia o coração de sua magic girl. A conexão entre elas era assim, algo tão forte que conseguiam se comunicar sem falar a mesma língua, acontecendo antes mesmo da transformação. Poderia ser visto como algo telepático, mas era uma comunicação de esfera emocional ao invés de mental, mas para fins narrativos vamos descriminar o que a cleffa então ouvia - "Pode começar criando espelhos refletores com magic coat em ângulos favoráveis para criar ilusão de outras cleffas dançando no céu com double team" - reproduzindo como podia, visto que era a primeira apresentação em concurso da estrelinha, apesar de durante todos os dias de sua existência ter se apresentado nas noites de verdade.

No espaço destinado à coordenação, a shooting black star invocava o máxima de espelhos mágicos em ângulos que refletissem a sua imagem a medida que dançava no ar. Enquanto isso, clones foram criadas, imitando a imagem da original. Sendo assim, havia um balé refletido, ou seja, fazendo o inverso dos movimentos de cleffa, e um balé idêntico à original, inventando algum azul céu na mente dos mais criativos, mas nem precisou disso tudo. Nossa garota mágica incorporava o poder da lua, usando de sua magia para subir ao céu escuro do palco com pouca iluminação e incandescia, liberando um brilho ofuscante se olhado muito perto. Assim, o astro mais brilhante se fez presente no centro de todo o espetáculo, não só banhando a todos com seu brilho lunar, mas dando o real cenário que o teatro pedia. Todos os espelhos refletiam agora não apenas a imagem da estrela negra, mas também os feixes de luz invocados por nossa lua viva, fazendo com que todas as pequenas cleffas do céu fossem mais brilhantes, com exceção de uma, a central e dona do palco que compartilhava o poder e destino com nossa magic girl.

- No entanto, - Black Star continuou a narração, mesmo no ponto mais alto do palco - tinha uma estrelinha nesse céu que falhava a brilhar. Assim como as outra, ela também já teve seu momento esplendoroso ao luar. Contudo, sua luz fora roubada  - nesse momento, a narrativa ganhava um tom dramático e a Magic Black Star pedia "comece com o tambor usando belly drum com graves em double-edge, se afastando das demais enquanto narro a próxima cena" - por uma força maligna que abominava tudo o que era bom e perfeito. O Titã começou a corromper aquela estrelinha, fazendo ela se sentir fraca e incapaz a ponto de murchar e se encolher em sua pequenez.

Nisso o ambiente já tinha sido tomado pelo ribombar do movimento bélico. A medida que se afastava do centro-céu, abaixando um pouco no ar, cleffa fazia barulho ritmado com o tambor em sua barriga. Estávamos chegando no clímax da narrativa com a estrela ficando distante e ainda mais destacada, pois agora os reflexos dos espelhos se destorciam para ficar ainda maiores e tomar ainda mais proporção no espaço, criando um contraste visual interessante para a história. Era quase como se a pequena cleffa ficasse menor, tomada pela depressão ao ser excluída do balé. O soco mais poderoso no estômago foi reservado para uma parada dramática, assim Ila poderia continuar a narração.

- Excluída por suas companheiras e rodeada de sentimentos ruins que não eram dela, a estrelinha perdia a esperança quando em seus últimos brilhos, encontrou um coração dourado que estava apagando, assim como o seu.. - Nesse momento Magic Black Star deixou que uma lágrima espontânea lhe escapasse dos olhos, brilhando límpida ao escorrer do alto e tocar no chão como uma gota brilhante no escuro-céu, dando a conotação de que a história era pessoal ou baseada em fatos reais. Não perdendo a majestade, a garota mágica coordenou o grand finale, descendo de sua posição lunar "pode liberar sua energia com stored power e descer em healing wish que eu te pego, pode confiar." - Tomada por essa energia, a estrelinha se guiou por um longo caminho até esse brilho que era igual ao seu, liberando a última de energia que conseguia produzir com muita força de vontade --

Magic Black Star já estava no solo quando narrou as últimas palavras mencionadas aqui, pois foi o momento da explosão de poder. A cleffa liberava toda a energia acumulada pelos movimentos status armazenados durante a performance, chocando e destruindo a todos os espelhos artificiais e afastando os clones para céus distantes, fora do campo de visão d público que assistia, causando efeitos próximos a fogos de artifícios, em tons maioritariamente púrpuras e violetas, com alguns fios prateados. Sendo por fim o momento do desejo final, onde a estrela negra brilhou mais forte do que nunca, incandescendo todo o palco com seu esplendor -- para realizar seu último desejo e libertar o bem de todo o mal. - Foi o desfecho de encerramento descrito ao último movimento ainda em andamento, tão cheio de graça e paixão que era impossível não ficar tocado com o sacrifício do pokémon.

Em passos lentos, a chuva de brilho dourado caía sobre aquelas que assistiam de perto a apresentação de nossas meninas, porém, quem era acobertada com a maior quantidade da luz do desejo da cleffa caída era nossa heroína, que na camuflagem da chuva de ouro retornava a sua forma como Ila Kilam, tendo nos braços uma shooting star caída. Agora, mais que nunca, o figurino do luto falava alto demais e era quase ensurdecedor, com a menina negra no chão, em pose renascentista - como uma ninfa ao lago em um dia de primavera - celebrando o mártir de seu familiar. A dor do presságio por uma luta sem fim das luzes contra as trevas. Ila continha o sentimento como uma viúva muito bem educada, mas ainda se permitia o luto, acariciando sua falecida familiar no desfecho de sua performance.