Aquela era uma temporada diferente. O mundo parecia menos colorido, mais pálido e sem brilho. Eu não entendia muito bem, mas algo parecia acontecer naquele momento.

A área central de Novus City era atacada por alguns Pokémon de aparência esquisita e, naquele momento, eu nada podia fazer. Dei meia volta para a direção da fazenda novamente e decidi continuar andando depois do portão, adentrando na área mais natural da zona oeste. Eu ainda não tinha a explorado por completo, mas era um lugar um pouco diferente da Santalune Forest, sendo mais fresco e convidativo com o cidadão comum. Além disso, era um bom lugar para que eu pudesse me aventurar um pouquinho antes de retornar ao mundo normal restaurado após o ataque. Sentei-me num tronco e ouvi a queda d'água.

Eu não estava sozinha. Uma criatura se esgueirava pelos arbustos e saltava diante de mim, curiosa. Mostrava-me a língua e sentava ao meu lado num tronco sem dizer um pio. Por alguns bons minutos, permaneceu desse jeito até que alguma inquietação subiu pelos nervos do Pokémon e ele começou a mexer em minha bolsa, arrancar as frutas das árvores e revirando as latas de lixo, causando uma verdadeira bagunça quando eu apenas queria relaxar um pouco. Eu me via na posição de ter que fazer alguma coisa.

— Grimer, chame a sua atenção com um Acid Spray e depois continue com o mesmo ataque!

Impidimp percebia Grimer reunindo forças para um ataque e corria na sua direção para cancelá-lo com os braços (Fake Out). Logo em seguida, o Pokémon se preparava e o atingia com as palmas das suas mãos (Assurance). Grimer, no entanto, mitigava o dano e disparava uma orbe de spray venenosa que diminuía as resistências especiais do sombrio.

L. 18 - Poison Point
-1 Sp. Atk
75%


L. 22 @ Mago Berry
-2 Sp. Def
68%

— Grimer, continue usando o Acid Spray e pressionando-o!

Antes que o venenoso pudesse agir, Impidimp agia de forma desesperada e tática, usando mentiras para ofendê-lo e abaixar a sua guarda (Confide). Por sua vez, a amálgama de fluidos tóxicos simplesmente expelia outra orbe de ácido que estourava contra seu oponente e espirrava num líquido esverdeado e corrosivo. O diabrete rosado sofria aquelas dores em seu corpo, revidando com uma mordida em seu oponente e ficando preso na gosma pegajosa que constituía Grimer (Bite). Aproveitando aquela situação, ele usava o spray pelo próprio corpo e fazia seu oponente entrar em contato com ele, derrotando-o imediatamente com o suor mortífero.

L. 18 - Poison Point
-1 Sp. Atk
60%


L. 22 @ Mago Berry
-6 Sp. Def
0%

Ele até parecia mais tranquilo após ser derrotado pelo Pokémon venenoso. Expandi uma Poké Ball e a usei para capturá-lo, retirando a Mago Berry de sua posse logo assim que ele era enviado para a fazenda. Quando a tranquilidade enfim retornava, eu permaneci por ali durante algum tempo.

Evento Route
Poké Selvagem
Impidimp
Moves
Captura

Média: 21.6 recurring -> 22

• -
  

LOG

Captura de Impidimp 90% por estar Desmaiado + 80% Lv. 22 +10% Tipo da Semana.

Grimer segura Lucky Egg.

Spoiler:

Eu voltava pela estrada da fazenda após algum tempo de introspecção no bosque. Eu ouvia uma voz grossa, feminina e familiar do portão e, quando passava dele, uma silhueta conversava com os caseiros. Entrei e congelei, surpresa.

— V-Vovó? Tá fazendo o que aqui?
— Oh, garota! Isso são modos de falar com a tua vó? Ei, pede pra esses meninos fazerem um suco pra mim que eu estou cansada da viagem!
— Desculpa, vovó. É que... há tanto tempo eu não te vejo! Estava com saudades! — Corri para abraçá-la, sentindo o conforto daquele carinho familiar que há tanto eu não tinha. — Viagem? Você veio da Água?
— De onde mais, minha neta? — E soltou uma sonora gargalhada. — Depois que teve esse tal de Cataclisma, tua vó teve que fazer viagens apenas por Keshin enquanto as relações voltavam a acontecer. Se duvidar, elas ainda estão esquisitas, mas já consegui vir para essa cidade aqui. Quando meus contatos disseram que havia uma moça com o mesmo sobrenome que o meu sendo dona de uma propriedade, eu senti que era você. E, agora, estou aqui. Ai, como eu adoooro os meus espíritos!

Soltei-a e pedi que se sentasse na mesa que usávamos para comer na varanda da casa. Percebi algo diferente: — Poké Balls?!
— Ah! Esses são os meus mascotes. Você sabe que sua vó é uma mulher sozinha depois que teu vô se foi, então comecei a fazer alguns amigos durante a caminhada. Só não contei que seriam esses bichinhos, hehe.
É. Eu tinha até me esquecido que ele tinha ido embora. Esse assunto me pegava e eu ficava pensativa por algum tempo, como se tivesse desbloqueado alguma memória na minha cabeça.
— Que foi, Rae? Viu um fantasma? — Caçoou ela, me pondo de volta no eixo.
— É que eu tinha achado que tinha superado a ida dele, mas esse assunto voltou e me deixou emotiva. Você sabe que eu lido bem com esse assunto por causa da cultura da tribo da Água que a senhora sempre fez questão que fosse vívida na nossa educação. Mas, sei lá... Parece que me chamou de volta.
A vó ficou quieta. — Que senhora o que, Rae! Você sabe que não precisa dessas formalidades. Você lembra onde estava há dois anos atrás?
Tentei procurar em minha cabeça memórias dessa época. Entretanto, tudo eram apenas recortes esquisitos. Eu conseguia lembrar de tudo o que tinha acontecido antes e depois, mas esse intervalo era o que permanecia em branco. — Não, vó. Só me lembro da formatura em Celadon e depois disso eu ia para Pallet me aplicar para um curso com o Professor Oak. Quando cheguei, a cidade estava toda mudada, maior e interditada. Ninguém podia sair e eu perdi o contato com todo mundo.
— Então você estava lá, por isso não sabe. Minhas suspeitas estão corretas. — Concluiu.
— Lá? Onde?
— No Cataclisma. As histórias que eu soube são bem parecidas.
— Não sei... Não senti nada diferente.
— E você conseguiu ficar sob a tutela do Oak?
— Ah, consegui sim. Ele foi bem legal de ter me deixado virar sua pupila na época e eu cheguei a trabalhar com ele durante algum tempo. Quando as estradas começaram a abrir, ele me mandou para reconhecer a região e catalogar os Pokémon até então desconhecidos.
— Então a minha neta é uma expert! Eu sabia que você não ia me decepcionar. O clã Kim é um clã de mulheres fortes e eu sabia que não seria uma coisa dessas que ia atrapalhar você a correr atrás dos teus sonhos.

Meus olhos brilharam. Era justamente aquilo que eu precisava naquele momento, aquele conforto. Ela continuava. — Você vai ter que ensinar tua vó a lutar agora. Não aceito ir embora sem poder ver se a minha neta consegue se virar MESMO longe de mim e que eu também consiga aprender alguma coisa. Tenho certeza que vai ser diferente daqueles pirralhos que insistem em encher meu saco ou algum Pokémon selvagem entra lá em casa e quer comer minhas flores.

Aquilo era inusitado, afinal eu nunca tinha visto ela tão animada. Vai ver que ela tinha largado um pouco as plantas para se meter em lutas Pokémon. — Calma, vó! Eu também não sou nenhuma treinadora forte, afinal eu sou só uma pesquisadora.

Ela ia andando pela arena no quintal. Ela consistia de um pátio com marcações comuns, tendo seus limites definidos por tapetes de grama. Algumas árvores se encontravam em volta do campo, além da cerca branca que separava o jardim na frente da fazenda da estrada.

— E eu lá ligo para isso? Vai recusar passar um tempo comigo?

— Claro que não! Vamos? — A segui até o campo de terra. Me mostrou duas Poké Balls, enquanto eu fazia a mesma coisa. Um dos caseiros decidiu ser o juiz e então anunciou as regras do combate.

— Essa será uma luta de dois contra dois, em que cada uma pode usar quatro Pokémon, sem substituições. A luta terminará caso um lado perca todos os seus Pokémon. Podem começar!

Não pude deixar de equipar os meus Pokémon com alguns itens, visto que vovó devia ter usado as plantas que ela gosta de cultivar para eles. Além disso, eu conheço muito bem com quem eu estou lidando e, se duvidar, ela já comprou vários livros e participou até de convenções sobre isso em algum lugar. Minha vó é literalmente uma entusiasta de qualquer assunto pelo qual ela se interesse.

— Audino, Leafeon, vamos mostrar para a Rae o que nós aprendemos! — Berrou ela, animada. — Audino, ajude os ataques do Leafeon com o Helping Hand! Leafeon, Razor Leaf também!

— Snover, combata esse Razor Leaf com o seu Blizzard! Gyarados, ative Intimidate e avance contra Leafeon com o Ice Fang! — Comandei, ativando o Exp. Share em Flabébé.

Antes de tudo, Gyarados lançava um olhar amedrontador sobre a dupla e abaixava seu poder físico de maneira ofensiva e defensiva ao mesmo tempo.

Eu conhecia aquele ataque que Audino começava a invocar. Aquele tufo de pelo rosa começava a bater suas mãos para motivar Leafeon, que invocava uma rajada de folhas cortantes e bem afiadas que, potencializadas pelo Helping Hand, apareciam bem mais poderosas. Eu soltava um suspiro de alívio quando o crítico não aparecia.

Entretanto, Gyarados usava a sua velocidade para se aproximar do Pokémon de grama para tentar mordê-lo com o poder do tipo gelo, mas ele conseguia desviar com um gracioso passo para o lado como se nada tivesse acontecido. Agora, Snover se preparava e invocava o seu movimento assinatura como uma onda pesada e congelante, derrubando a dupla e atingindo até mesmo o dragão dos mares que pousava do seu lado.

Depois de tudo, era possível observar o gelo reagindo com o corpo de todos os que não pertenciam ao elemento. A dona daquela situação sofria de outra forma, com a Life Orb tomando sua energia vital em troca do aumento de poder.

1/5


Snover - L. 26 - Spe: 33
84%

Gyarados - L. 25 - Spe: 53
46%


Audino - L. 24 - Spe: 36
-1 Atk
61%

Leafeon - L. 24 - Spe: 58
-1 Atk
9%

— Snover, use o Ice Shard em Leafeon enquanto Gyarados usa o seu Waterfall!

— Audino, use o Baby-doll Eyes! Leafeon, Detect! — Ela se sentia pressionada. Ela percebia que o item que Snover segurava fazia ela se machucar.

Assim que as ordens foram dadas, Snover invocava os seus cristais de gelo em meio à tempestade de neve e Leafeon usava o seu instinto para desviar delas, fazendo-as perderem sua força e se espatifarem contra o tronco de uma árvore aos fundos. A médica saltava e retirava o poderio físico de ambos os Pokémon, porém não a tempo de ser brutalmente atingida pelo Waterfall da cobra aquática, que manipulava uma corrente d'água e a usava para impulsionar-se contra sua oponente.

Aquele turno mostrava-se bem defensivo para nós duas. Minha vó estava focada como se estivesse numa das suas reuniões sérias. Parecia que ela realmente tinha gostado da coisa.

Quando menos percebíamos, o granizo estava ali para lembrar-nos de sua presença e machucava a todos, menos Snover, que sofria por causa da Life Orb.

2/5


Snover - L. 26 - Spe: 33
74%

Gyarados - L. 25 - Spe: 53
40%


Audino - L. 24 - Spe: 36
-1 Atk
22%

Leafeon - L. 24 - Spe: 58
-1 Atk
3%

— Audino, Baby-doll Eyes! Leafeon, repita o Detect! — Esbravejou a matriarca, entretida.

— Snover, repita o Ice Shard no mesmo alvo e Gyarados, Brine!

Eu estava certa que, daquela vez, pelo menos um deles iria cair. Audino tentava mitigar ainda mais a fonte principal do poder de Gyarados usando os seus olhos. Enquanto isso, Snover e Leafeon tinham o seu embate, com o turno sendo desenhado da mesma forma que o anterior. A entidade do tipo grama materializava os espinhos de gelo e Leafeon desviava deles, fazendo-os terem um rumo completamente diferente do esperado. Com isso, Leafeon escapava mais uma vez do seu fim. Numa outra situação, o Pokémon leviatã tinha finalmente a sua vez e disparava uma orbe azulada de pura energia aquática de forma certeira, que desabava numa pesada queda d'água. Com imensa força, ela caía ali mesmo.

O Pokémon verdejante podia escapar dos movimentos de Snover, mas não podia escapar dos danos residuais que imperavam por ali. A energia branca começava a magoar seu corpo, fazendo-o ter o mesmo fim que a sua companheira.

3/5


Snover - L. 26 - Spe: 33
-1 Atk
64%

Gyarados - L. 25 - Spe: 53
-1 Atk
34%


Audino - L. 24 - Spe: 36
-1 Atk
0%

Leafeon - L. 24 - Spe: 58
-1 Atk
0%

— Te dei problemas, Rae?! Vamos ver se você consegue responder à isso: Vulpix, vamos aproveitar a neve! Golbat, acompanhe ela agora!
— A senhora ainda não viu nada, vovó. Durante estes anos que passaram, eu não sou aquela mocinha que a senhora conheceu. As pessoas mudam; eu mudei! — Eu estava mais séria e  aproveitava aquele momento para checar a Pokédex. A habilidade de Vulpix me deixava apreensiva, provocando uma decisão forçada de minha parte. — Snover, mantenha a distância com o Blizzard! Vaporeon, substitua Gyarados e leve a batalha adiante!
— Foquem seus ataques em Snover! Golbat, use o Wing Attack nele e Vulpix, Icy Wind!

O morcego possuía a clara vantagem, dominando os ares da batalha com as suas asas enormes e finas, assim como os seus olhos determinados. Era questão de tempo até que elas se revestissem com uma luz branca e fossem descarregadas contra o seu alvo. Ele deixava um sorriso malicioso escapar, deixando clara a sua intenção naquela batalha. Logo em seguida, a raposa das neves saltava para trás, invocando uma ventania álgida que servia como uma forma de fazer a manutenção e o controle da velocidade dos seus oponentes, assegurando que a minha vantagem fosse cada vez mais difícil de ser estabelecida. Minha vó poderia não saber o que estava fazendo, mas o que quer que fosse, estava funcionando.

A rigorosa filhote de Abomasnow permanecia de pé, embora enfraquecida. Abrindo os seus braços, ela invocava a forte geada que avançava contra a dupla de Pokémon de sua própria boca. Golbat sentia ainda mais a sua fraqueza ao elemento se fazer presente, enquanto Vulpix, por mais que tivesse aquele clima ao seu favor, não tinha como se defender de toda a massa de ar polar que aquela oponente, de tamanho semelhante ao seu, conseguia materializar. Apesar disso, ela reagia bem melhor e permanecia sem sofrer, aguardando as próximas ordens da matriarca.

Eu percebia algo estranho quando Golbat revelava algo que parecia estar guardando para o melhor momento. Uma fruta era devorada por ele e, então, começava a sentir-se pronto para uma reviravolta. Era uma Liechi Berry. A Life Orb dava e agora, tirava. O poder da esfera lembrava Snover de sua dívida e a levava, dando seu último suspiro na arena e finalmente sucumbindo.

4/5


Snover - L. 26 - Spe: 22
-1 Atk | -1 Spe
0%

Vaporeon - L. 27 - Spe: 32
-1 Spe
91%

Spoiler:

Vulpix - L. 24 - Spe: 43
-1 Atk
70%

Golbat - L. 24 - Spe: 55
+2 Atk
15%

Spoiler:

— Snover, retorne. Você foi maravilhosa até agora. Gyarados, retorne ao campo ao lado de Vaporeon!
— Continuem a pressão! Vulpix, atrapalhe Gyarados com seu Confuse Ray e Golbat, use o Wing Attack nele também!
Eu sentia o granizo começar a estiar, podendo deixar meus aquáticos lidarem com Vulpix sem muitos problemas até que a sua evasão fosse embora. — Vaporeon, intercepte Golbat num Quick Attack! Gyarados, siga logo atrás com um Waterfall alvejando a raposa!

A quimera das profundezas era certeira, se pondo diante da enorme criatura marinha já debilitada para protegê-la como melhor sabia: atacando. Um rastro de luz branca cintilava atrás do seu corpo veloz, empurrando Golbat para fora do caminho no meio dos arbustos que decoravam os arredores. Ele sorria, sendo ultrapassado pelo dragão embalado pelo riacho que se formava abaixo do seu corpo flutuante, no qual ele se camuflava para que toda aquela água se chocasse contra a sua oponente com toda a sua força, fazendo-a ser sobrecarregada com o dano e encerrando a batalha ali mesmo.

5/5


Vaporeon - L. 27 - Spe: 32
-1 Spe
91%

Gyarados - L. 25 - Spe: 53
34%

Spoiler:

Vulpix - L. 24 - Spe: 43
0%

Golbat - L. 24 - Spe: 55
0%

Spoiler:

Ela estava surpresa. Sua neta mostrava-se mais do que podia imaginar. Nos reencontramos no centro do campo já vazio. — Parece que me equivoquei sobre a sua capacidade de se manter longe de mim. Vou lhe abrir o jogo, Rae. Não tive notícias dos seus pais desde que esse episódio de apocalipse maluco aconteceu e ando um pouco severa ultimamente, amarga. Às vezes, eu via qualquer número de telefone estranho no telefone achando que era um de vocês que iriam se comunicar comigo, mas era só mais uma oferta de emprego ou algum anunciante querendo oferecer alguma coisa. Depois que a solidão começou a bater, mergulhei nesse assunto de Pokémon para que o tempo passasse mais rápido... Só que é impossível isso acontecer quando se tem membros da família desaparecidos. Hoje, encontrar você foi um presente dos deuses, Rae. Estou esperançosa que essa história poderá ter um final feliz para todos nós. Assim como você estava vivendo bem e tranquila por esse lugar, seus pais também podem estar. Só peço que se comunique comigo caso saiba de alguma coisa.

Eu estava em choque. Aquelas informações desabavam sobre os meus ouvidos com um peso enorme. Eu não chorava ou sentia algo, apenas um doído e imenso vazio no peito, que confirmava o que eu não queria que fosse verdade. Mas era. E eu tinha que lidar com aquilo. Ela me abraçava por alguns minutos e marcava um selo d'água nas minhas costas, invocando um colar com o símbolo da dominação de água em volta do meu pescoço.

— Não se preocupe, eu estarei sempre por perto. Inclusive, irei passar um tempo por aqui antes de retornar para a Água, afinal meus afazeres por aqui começaram há poucos dias e, se duvidar, terminarão só no próximo mês. Aliás, falando nisso, esse é um presente meu. Esse colar te permite transitar por Keshin conforme a sua vontade como uma membro da Tribo da Água. Eu estava guardando ele para te dar no seu aniversário de 18 anos, mas, pelo visto, você mereceu ele de forma justa ao me derrotar nesse combate. E eu que achava que você nem iria se interessar por esse tipo de coisa!

Eu já estava mais recomposta que antes e conseguia respondê-la após sorrirmos uma para a outra. — Obrigada pelo presente, significa muito para mim. Pode ficar aqui na fazenda o quanto quiser enquanto estiver por Novus. Os meus afazeres são, em sua maioria, no continente, então eu raramente estou por aqui. Esse lugar é realmente maravilhoso, você precisa conhecê-lo! Tenho certeza que terá muita coisa para você fazer por aqui. Além disso, aqui é bem diferente de lá. É bom tomar um Sol às vezes.

— Eu concordo. Percebi que aqui também há bastante Pokémon diferentes pela cidade, estou ansiosa para conhecê-los. Agora veja, eu interessada por isso depois de velha como se fosse uma garotinha!

— Nunca é tarde para começar, vó. Não vem com esse papo.

Caminhamos até a casa principal e lanchamos juntas pela primeira vez em anos. Curtimos a companhia uma da outra por alguns dias pela cidade, até que o dever nos chamou e precisamos nos despedir para que nossa jornada fosse adiante. Antes, ela fazia questão de deixar um envelope debaixo do meu travesseiro com alguma quantia em dinheiro. Apesar das bombas que ela jogava sobre o meu colo, a felicidade de revê-la era muito maior. Eu voltava aos meus afazeres normais, retornando para as ruas da cidade em busca de novos ares.

Evento Route
Moves
P.S.

Média: 21.6 recurring -> 22

• -
  

LOG

Snover segurando Life Orb.
Gyarados segurando Lucky Egg.
Exp. Share ligado em Flabébé.

Spoiler:

O clima na metrópole estava esquisito. Os céus tingiam-se de roxo cósmico em pleno meio-dia e portais se abriam acima das nossas cabeças liberando rajadas de sombras que, ao atingir Pokémon e pessoas, pulverizava suas almas à meros lacaios de um mal maior. Esses, por sua vez, tinham a possibilidade de passar a corrupção adiante, criando verdadeiras hordas de seres problemáticos que tinham o único interesse de espalhar o caos por toda Novus City. Eu curava os Pokémon na minha própria fazenda com a ajuda dos criadores que moravam por lá e logo retornava para o bosque em meio à natureza.

Diante dos meus olhos, aquele fenômeno acontecia pela primeira vez. Após ter sequestrado o hospedeiro selvagem, a energia negativa caçava uma forma de se espalhar e parava diante de mim, me obrigando a lutar. Porém, eu não conseguia ser rápida o suficiente para liberar alguém. Snover se libertava da Poké Ball num piscar de olhos e fazia frente contra a criatura envolvida na escuridão. Eu sequer conseguia descobrir a sua identidade. Antes do embate começar, ela agia rapidamente e fazia o seu granizo característico começar a cair, enquanto o Pokémon desconhecido aproveitava-se da situação e saltava alvejando o seu corpo. O ataque fazia a energia se alastrar, com a oportunidade que o nocaute dela construía, despertando-a num frenesi de cortar o coração. Uma risada maligna tomava conta do meu subconsciente, arrepiando a minha espinha.

— Não posso deixá-la assim... — Considerei. — Gyarados, bata de frente com ela usando o Thrash!

Gyarados era uma força da natureza e usava aquele recurso desesperado como uma forma de terminar aquela luta rapidamente. Aquela atitude violenta destruía as árvores à nossa volta num raio de cinquenta metros, mas Snover permanecia do outro lado ainda de pé, reunindo forças para a sua resposta. Após um grito agonizante que ecoava pela clareira artificial, as forças do Titã Sombrio a obrigavam a materializar um pilar de energia além do imaginável que imediatamente tingia a área de gelo negro, deixando-a com uma aparência de que toda a vida por ali havia degenerado. O pingente de minha vó começava a balançar violentamente, criando uma espiral de água cristalina em volta do meu corpo, me protegendo de uma possível morte. Engoli seco.

O serpentino permanecia de pé, ainda movido pela raiva, só não destruindo mais o lugar porque ele já estava num cenário desolado. Com uma cabeçada final, ele conseguia derrotar Snover antes que ambos causassem mais estragos.

L. 26 - Intimidate
-1 Sp. Atk
48%


L. 27 - Snow Warning
+2 Atk | +2 Sp. Atk
0%

Imediatamente eu o trouxe para dentro, assim seus ânimos pudessem ser acalmados antes que ficasse fora do controle. A árvore voltava ao seu estado normal após a energia ser expulsa, mas antes de ela sumir completamente, eu pude sentir a voz desfigurada mais uma vez sussurrar no centro da minha alma. — EU... VOLTAREI... EU... DOMINAREI... TUDOOOOOOO!

Onde Snover estava, alguns cristais flutuavam a pouquíssimos milímetros do chão. Eu os coletei, enfiando em algum bolso da mochila até que pudesse definir sua utilidade.

Evento Route
Moves

Média: 21.6 recurring -> 22

• -
  

LOG

Gyarados segura Lucky Egg.
Exp. Share ligado em Flabébé.

Spoiler:

Snover estava exausta e com uma febre aterrorizante, do tipo que a fazia delirar a cada dez minutos. Eu não podia seguir em frente daquele jeito, sendo obrigada a voltar para a fazenda e me estabelecer por lá durante algum tempo. Pelo visto, havia um longo caminho a frente para a sua reabilitação e isso me obrigava a tomar esse tipo de medidas drásticas. Isso vinha numa hora boa também, afinal os últimos dias tinham sido bem cheios e esse incidente com Snover havia me deixado bem estressada.

De fato, eu era uma criadora. Entretanto, eu ainda me sentia bastante inexperiente e não conseguia lidar muito bem com esse tipo de situação que exigia sangue frio e dedicação. Meu conhecimento a respeito das berries era limitado, assim como eu nem sabia fazer rações especiais para esse tipo de momento. Eu estava de mãos atadas. Eu era uma novata e eu sentia que eu precisava aprender mais se quisesse estar preparada para as situações que uma viagem pelo mundo trazia. Se não fosse a presença dos caseiros daqui que também são criadores, eu poderia ter perdido uma das minhas companheiras mais fortes e que está comigo há mais tempo. Eles foram muito gentis de me ensinarem na prática o que sabem, além de terem me deixado acompanhar todo o processo de tratamento dela sempre com um sorriso no rosto. Apesar disso, a parte teórica permaneceu sob minha responsabilidade e, durante esses quinze dias, eu me aprimorei o suficiente para poder fazer bonito fora da cidade. Bom, pelo menos no lado básico da coisa.

Posso dizer que durante esse período eu aprendi a conhecer os arredores da fazenda como a palma da minha mão. Apesar dos danos psicológicos de Snover, o tratamento utilizando berries medicinais fez muito bem a ela, podendo relaxar um pouco melhor com as propriedades calmantes das Passho Berries que consegui nos arredores de um lago escondido por aqui. Falando nisso, todo esse conhecimento não seria possível sem a presença de uma nova amiga que fiz durante essas andanças. Fomantis, do tipo grama, foi crucial para me ajudar a conhecer as frutas selvagens da região e esteve do meu lado por bastante tempo antes mesmo de eu sugerir a sua captura. Solícita e muito atenciosa, ela usava seus bracinhos afiados para limpar obstáculos, me mostrar o interior das frutas e até mesmo as dividia comigo para que eu pudesse degustá-las antes de oferecê-las para Snover, assim eu poderia prepará-la para o sabor. Essa sua habilidade também era útil na cozinha, adiantando o corte delas para a produção do remédio caseiro e ajudando até no almoço. Ela também me protegeu de algumas enrascadas enquanto eu estava concentrada estudando, fazendo questão de que nenhum Pokémon selvagem intrometido pudesse perturbar minha concentração pulando a cerca da propriedade. No fim do dia, ela ainda escolhia permanecer nos arredores da fazenda e as vezes até dormia no chão do quarto após me fazer companhia durante minhas sessões de leitura. Ela parecia ficar vidrada nas figuras dos livros. Além disso, rapidamente se tornou amiga dos Pokémon produtores da fazenda e dos meus Pokémon menores.

Sua captura aconteceu de forma natural, quando ela decidia se oferecer para trazer minha bolsa e acabava esbarrando numa das Poké Balls vazias que, por obra do destino, deslizavam para fora do bolso. Ela logo se libertava dela novamente, mas já tinha sido registrada como um dos meus Pokémon. Nossa amizade foi selada por uma pequena pedra que ela encontrava no chão, a qual ela decidia me presentear. A gema alaranjada denunciava o seu tipo e era até quente ao toque. Assim, ela continuou parte da casa até que Snover finalmente tivesse sido curada. Uma verdadeira amiga.

Itemfinder
Evento Route

Média: 23

• -
  

LOG

Gyarados segura Lucky Egg.
Exp. Share ligado em Flabébé.

Spoiler:

Eu acordava no meio da madrugada com vários clarões vindo do pátio da fazenda, acompanhados por um barulho de estouro constante. O fornecimento de energia da casa havia sido comprometido e eu me via obrigada a pular da cama e resolver aquele problemão.

Cheguei na varanda disposta a inspeccionar a situação: um Fomantis e um Dedenne trocando golpes de forma incessante e ninguém parecia ter vantagem naquela luta. No escuro, eu peguei as Poké Ball certas no cinto e enviei ao campo para lidar com aquela situação; naquele momento, Flabébé tinha atingido o limite da sua evolução e emitia um brilho roxo nada discreto que acabava puxando a atenção da dupla de Pokémon, anunciando a sua presença. Seu corpo recebia pequenas mudanças, chegando mais perto da maturidade. Além disso, seu caráter instável se mostrava ainda mais pelo olhar impiedoso que carregava consigo.

— FLOETTE! — Anunciou, cuspindo duas orbes corrosivas na direção da dupla, para que pudessem notar a sua aparição. Decidi não me meter; ela se descontrolava com aquela exposição à uma grande energia e não ouvia os meus comandos.

Dedenne era rápida, mas preferia carregar-se de eletricidade antes de lidar com aquele novo problema. Fomantis se irritava pela presença da fada, direcionando uma rajada de folhas na sua direção também. Eles juntavam forças.

O ácido se espatifava entre ambos e jorrava o líquido corrosivo neles, enfraquecendo-os de forma considerável.

Polluted Floette - L. 19 - Spe: 30
82%


Fomantis - L. 23 - Spe: 42
+1 Atk | +1 Def | +1 Sp. Atk | -1 Sp. Def | +1 Spe
44%

Dedenne - L. 23 - Spe: 87
+1 Atk | +1 Def | +1 Sp. Atk | +1 Spe
58%

O rato elétrico decidia agir, liberando aquela energia elétrica que tinha reunido numa onda de choque instável que se materializava como uma pequena nuvem acima da cabeça de Floette. A carga que tinha recebido parecia ter se dissipado, coisa que ela notava pelo cansaço do seu oponente. Fomantis tinha a sua vez, aproveitando para permanecer a distância e disparar um ataque de grama em escala menor.

Sem qualquer piedade, ela fazia uma dança certeira usando seus braços e manipulava seu ácido como uma onda de veneno que deixava Fomantis tão fraca que provocava a sua fuga entre as árvores, sendo perseguida por várias orbes que rasgavam a noite com suas cores fluorescentes e radioativas. Eu observava aquela demonstração de força um pouco horrorizada. Ela não tinha um pingo de remorso.

Polluted Floette - L. 19 - Spe: 30
21%


Fomantis - L. 23 - Spe: 42
0%

Dedenne - L. 23 - Spe: 87
+1 Atk | +1 Def | +1 Sp. Atk | -2 Sp. Def | +1 Spe
33%

Floette desdenhava de seu oponente com um sorriso malicioso. O Pokémon elétrico estava assustado, mas ainda resiliente.

— Chega! — Ordenei com um tom mais alto, quando Floette começou a criar um Sludge massivo acima da sua cabeça e ameaçava disparar contra Dedenne. Naquele momento, peguei uma Poké Ball e arremessei na direção do selvagem, capturando-o antes que fosse atingido pela orbe. De outro lado, forcei sua volta ao destrancar sua Poké Ball e selá-la antes que causasse mais estragos.

— Ufa! Acho que poderei finalmente voltar pra cama... — Comentei, ainda mareada pelo sono, retornando ao quarto.

Evento Route
Poké Selvagem
Fomantis | Dedenne
Razor Leaf
Captura

Média: 23

• -
  

LOG

Floette segura Lucky Egg.

Spoiler:

O silêncio da noite convidava subconscientemente a minha intuição para que eu pudesse sair na direção do pátio dos fundos e contemplar o céu estrelado da bucólica zona oeste. Novus ainda estava sendo assolada por ataques aleatórios de seres corrompidos e não era raro ver explosões coloridas fazendo a linha de frente no centro da cidade. Como era difícil prever quando essas situações aconteciam, as autoridades haviam ordenado que evitássemos visitar a área urbana da cidade por um certo tempo e que nos estabelecessemos nos seus arredores para que não houvessem fatalidades. Os transportes foram severamente afetados e partiam apenas em horários específicos, já que poderiam ser atacados pela horda de monstros a qualquer momento e as perdas seriam irreparáveis.

Os últimos dias haviam sido cheios e em pouco tempo, habituais. Estar presa dentro da casa no campo me fazia perder a noção das horas e dias, avançando as noites em busca de informação, procurando a cura para Snover e as outras situações que isso acabava implicando com os meus Pokémon. Eu percebia como eles estavam passando por pequenos conflitos internos e eu via como era difícil para mim, como treinadora, notar essas peculiaridades e dar valor a elas. Ser pesquisadora, às vezes, me exige demais e essa vocação cai como um peso sobre as minhas costas a ponto de eu esquecer de cuidar deles — e de mim.

Naquele dia, o céu se tingia com um azul-rei cósmico e intenso, decorado com tilintantes pontos de luz brancos que, de vez em outra, dividiam seu espaço com corpos celestes das mais variadas cores, desenhando várias galáxias na abóbada celeste. Um pouco mais abaixo, perto da minha cabeça, pareciam que suas filhas corriam fulgurantes e em alta velocidade, na busca incessante pela proteção galáctica contra as forças malignas.

Mal sabia eu que uma delas estava a postos para me atingir. A energia banhava o meu corpo e me obrigava a levantar, flutuando a poucos centimetros do chão, envolvida por uma luz lilás-rosada. — Deixe ir, Rae... Apenas deixe! — Eu ouvia, no meu subconsciente, de forma similar ao que tinha ouvido quando Snover havia caído. Contudo, a voz era amigável e sublime. Seu tom de voz era cuidadoso, quase materno, inspirando um sentimento de conforto e enchendo meu coração de esperança.

— Quem é você?! — Perguntei, em silêncio.

— A resposta para tudo o que você precisa saber. Na hora certa você me conhecerá, estou mais perto que você imagina. Vamos! Não tenha medo. Você não está sozinha! — Ela respondia.

E eu me entregava. A luz tomava conta do meu corpo e ascendia numa espiral de energia aquática de cor perolada. Eu sentia o frescor da água mexer com as minhas emoções, inspirando um sorriso espontâneo. Ela também mexia com o meu corpo e o revirava de forma que eu não conseguia controlar. As gotas d'água transformavam a minha roupa básica num vestido de seda colorido e vibrante, leve, com babados que mais pareciam a espuma do mar numa manhã de sol; um espartilho compunha o visual na cor branca, com alguns detalhes em dourado. Meus sapatos eram trocados por um par de sapatilhas de bailarina com fitas entrelaçadas que subiam até as minhas coxas e se completavam com um laço num azul-claro brilhante. A energia procurava algum acessório no meu corpo e, após achar o colar de minha vó, o modificava para se tornar um colar de pérolas. Ele pousava no meu pescoço e cópias apareciam nas mangas do vestido.


— Bem melhor! Quando eu sou boa, eu sou boa mesmo! Vem cá, você só usa preto mesmo? Tá de luto? Credo! Que baixo astral! — Alguém dizia, se materializando diante de mim após toda aquela... metamorfose?! Sua voz era bem diferente da que tinha falado comigo, sendo mais infantil e caricata.

— Q-quem é você? — Perguntei à sereia flutuante.

— O QUE? Depois de eu ter feito esse trabalho maravilhoso, completamente fashion, totalmente único e jamais visto ou será copiado, você se refere a mim desse jeito? Eu estou ofendida! Ai, ai, ai. Eu sou uma... Magical... Superultramegablaster e bonita... Familiar! E também derroto as forças do mal nas horas vagas. — Dizia ela, fazendo da sua apresentação um show com bastante luzes e poses. Ao se movimentar, um rastro nas cores das minhas roupas se fazia atrás dela. — Antes de tudo eu sou sua amiga. Escolhi você porque eu vi o seu empenho para fazer seu Pokémon ficar saudável novamente. Também estive por perto quando você combateu o Titã Sombrio sem nem mesmo ser uma Magic Sister! Você não sabe o quanto é difícil ter que lidar com gente... Principalmente escolher gente para trabalhar junto! Sinceramente!

Eu fiquei em silêncio. Magic Sister? Achava que garotas mágicas era coisa de televisão. Eu até adorava esse tipo de coisa na minha infância, mas quando eu cresci, gradativamente fui perdendo o interesse. Parece que a vida é uma verdadeira caixinha de surpresas... Enfim, ela estava ali e parecia bem real.

— Ok, e agora? — Perguntei, animada.

— Agora, você é uma Magic Sister. Só que você ainda não é. Entendeu? É... Você tem que passar pelo... treinamento! É, treinamento! Mas não é comigo, não. Temos que procurar pela mestra.

De alguma forma, minha cabeça fazia as contas e deduzia que a voz que tinha falado comigo antes devia ser dessa mestra. Eu conseguia sentir a sua assinatura de energia e me preparava para ir ao seu encontro. — Vamos lá.

Num movimento leve das minhas pernas, uma luz azulada me embalava na direção dessa pessoa. No canto dos meus olhos, eu podia ver a sereia contente com a sua missão sendo cumprida. — Iupiiii! Eu sabia que não ia me decepcionar contigo, Rae!

Evento Route

Média: 23

• -
  

LOG

Floette segura Lucky Egg.

Spoiler:

Com os meus Pokémon já curados dentro da fazenda, finalmente alçávamos voo na direção das outras Magic Sisters. Eu e Popplio sobrevoávamos aquele caminho obscuro quando, de repente, era hora de mais um ataque. Um dos disparos atingia uma região remota entre as árvores, infectando uma turma de Steenees que marchavam na direção da estrada e começavam a atrapalhar a caminhada de uma senhora que retornava da cidade com algumas compras em mãos. Assustada, a moça permanecia estatelada enquanto via que elas se aproximavam.

— Queria poder fazer alguma coisa! — Eu falei para mim mesma, materializando um pequeno cetro branco com detalhes dourados em minhas mãos imediatamente. — Ah, então é assim que as coisas acontecem quando se é uma Magic Sister, hã? Ótimo.

Estendi meu braço direito e usei a arma para disparar um raio de luz perolada entre a moça e a horda. Descendi dos céus diante dela, com a minha roupa um tanto inusitada e exagerada, e disse. — Vá em frente, minha senhora. Daqui eu tomo conta. Popplio, guie ela para a segurança, por favor.

A fada materializava uma redoma de água em volta de ambas e passavam pelo canto da estrada. As selvagens tentavam entrar nela, mas Popplio permanecia inflexível e logo voltava flutuando por cima delas, que estavam enraivecidas pela nossa intervenção. Eu hesitava num primeiro momento, mas enviava a fada venenosa para lidar com aquela situação. — Floette, ouça os meus comandos contra elas e mostre o seu poder! Sludge Wave!

— Peraí! — Disse Popplio. Com uma energia rosada florescendo em volta dos seus pés, ela materializava um movimento para ajudar aquela criatura que, só de olhar, lhe dava calafrios. Mas, enfim, seu trabalho era esse. Ela enchia Floette com acessórios belos pelo resto do combate. — Magical Pearl Familiar Power! On!

Floette entrava no campo já mais poderosa, o que a deixava com o ego nas alturas. Entretanto, ela seguia para tomar uma surra. Três das suas oponentes se organizavam em triângulo e disparavam uma enxurrada de folhas cortantes contra o seu corpo, com uma delas tendo ainda mais raiva e emendando num crítico. Enquanto isso, a outras duas se organizavam para usar os apêndices nas suas cabeças que pareciam cabelos para estapear a fada. Enquanto uma emendava seus três golpes, a outra ia adiante e desferia cinco. Elas se afastavam, formando um círculo em volta da flor.

Quase derrotada, a impiedosa Floette ainda permanecia de pé. Em suas últimas forças, ela levantava uma onda de líquido viscoso e arroxeado que, potencializada pelo poder de Popplio, atingia em cheio o quinteto e arrancava o cristal da corrupção de dentro dos seus corpos.

+2 Atk | +2 Sp. Atk
Polluted Floette - L. 20 - Spe: 32
5%


Steenee [x5] - L. 23 - Spe: 40
0%

Eu aproveitei para retirar da minha mochila uma Poké Ball para jogar numa delas, assim eu poderia utilizar uma delas em dado momento. Quando a captura foi completada, trouxe Floette de volta e chamei Popplio para voltarmos a procura pelas outras Magic.

Evento Route
Poké Selvagem
Steenee
Razor Leaf
Razor Leaf
Double Slap
Captura

Média: 23.16 recurring -> 23

• -
  

LOG

Floette segura Lucky Egg.
Popplio usou Decorate.

Steenee #762:

Spoiler:

Quando eu pensava que o meu trabalho estava completo durante aquela noite ao voltar para casa e já ter me destransformado, um trio de Steenees assaltava o quintal da fazenda tomadas pela corrupção.

— Rae... Rae! Acorda! — Gritava Popplio, me acordando do sono profundo. ؅ — A fazenda está sendo invadida!

Eu pulei da cama e consegui ouvir o barulho delas tentando arrombar a porta dos fundos com seus Double Slaps. — Ainda bem que você curou meus Pokémon antes de eu dormir! Vamos! — Disse eu, ainda meio perdida na situação e bem sonolenta, caminhando na direção do barulho pelos corredores da casa.

— Você acha que consegue se transformar? — Perguntou a sereia.

— Acho que não, amiga, ainda tô meio lerda. Mas, eu vou dar meu jeito. Floette! — Clamei por ela, que se materializava perto da porta da cozinha. Abri a porta para fora, afastei o trio e deixei que a fada tomasse conta da situação sozinha. — Vamos fazer como da outra vez: Sludge Wave!

Popplio aproveitava para canalizar a sua energia naquela companheira e deixá-la mais forte com o poder das suas brilhantes pérolas. Entretanto, a fada ainda era mais lenta e acabava tendo que aguentar alguns golpes. Uma das Steenees saltava para trás, disparando uma rajada de folhas em direção à sua nova oponente. As duas outras a cobriam no seu alcance físico, uma rodando em seu próprio eixo para causar uma distração para Floette cair e a outra emendando apenas dois tapas nela. Daquela vez, ela estava um pouco mais preparada e já experiente no combate contra aquele tipo de Pokémon. Ela flutuava para fora da casa, levando-as para o pátio dos fundos e invocava uma onda de veneno contra o trio de Pokémon de grama, derrotando-as instantaneamente.

+2 Atk | +2 Sp. Atk
Polluted Floette - L. 23 - Spe: 36
60%


Steenee [x3] - L. 24 - Spe: 42
0%

— Popplio, você tem como enviá-las para algum lugar seguro?

— É pra já! — A aquática as revestia numa luz branca, que separava a corrupção dos corpos pelos cristais e transmutava a energia negativa, criando uma bateria a mais para o cetro Super Nova. As Pokémon de grama eram, enfim, enviadas para algum lugar seguro perto dali e eu poderia finalmente voltar a dormir.

Evento Route
Poké Selvagem
Steenee
Moves

Média: 23.66 recurring -> 24

• -
  

LOG

Floette segura Lucky Egg.
Popplio usou Decorate.

Spoiler:

Conforme os dias iam passando e a nossa credibilidade aumentava com a equipe principal de Magic Sisters, começamos a ir mais frequentemente em missões ao redor da cidade. Obviamente, o Titã Sombrio começou a ter ódio de mim e dos novos recrutas, afinal nós estávamos expurgando a sua influência maligna do continente.

Eu havia sido enviada para uma missão de resgate de um grupo de crianças que ficou perdido no entre os densos bosques da zona oeste por obra da abrupta corrupção sofrida por um Pokémon selvagem. Quando eu cheguei lá, subitamente a nuvem energética se transportou e engoliu uma das minhas Poké Balls, a destravando e forçando Floette a sair, aumentando o problema.

— E... AGORA... MAGIC SISTER!!! — Gritou ele em meu subconsciente, com a sua voz vacilante e densa. Ele gargalhava de uma forma horripilante. — VAMOS... VER... SE VOCÊ... É FORTE MESMO!!!

— Que droga... Gyarados! Me ajude a acalmá-la! — Pedi, me preparando para conjurar um escudo em volta daquele combate em volta de mim usando a varinha. — Fiquem tranquilos, vocês não serão feridos! Magical Power! Magic Field! — Imediatamente, uma parede de luz rosa era levantada em forma de domo e protegia as crianças do lado de fora. — Agora sim. Popplio, aumente o poder do Gyarados! Gyarados, Waterfall!

— Pode deixar! Magical Pearl Familiar Power! On! — Anunciou ela, materializando diante da serpente marinha em sua frente uma capa de luz rosada e cintilante, um revestimento dourado em suas escamas amareladas e outro que deixava o chifre triplo no centro do seu rosto um pouco mais claro e menos intimidador.

Gyarados procurava pelo seu alvo minúsculo no meio da grama e invocava a corrente d’água abaixo do seu corpo para acessá-lo com mais facilidade. A correnteza impulsionava o aquático na sua direção, que conseguia o poder suficiente para expulsar a influência do Titã Sombrio do seu corpo.

Gyarados - L. 27 - Spe: 57
+2 Atk | +2 Sp. Atk
100%


Polluted Floette - L. 25 - Spe: 33
0%

Floette, entretanto, mostrava-se bem debilitada e fraca depois do acontecido, com um visível trauma de ter sido absorvida pela energia. Ela sequer conseguia se levantar.

Naquele momento, a flor entendia a sua importância e passava por uma mudança interna sofrida. Ela não queria ser fraca mais a ponto de sucumbir aquela energia que a usou para ofender aquela que estava do seu lado há tanto tempo e sempre teve o devido cuidado. Eu me aproximei, oferecendo a Dusk Stone em minha bolsa como uma forma de remédio que pudesse curar as suas feridas — só não sabia quais. A fada tomava a pedra das minhas mãos após ponderar algum tempo e se fundia com ela, desencadeando o processo de evolução, começando a brilhar num pulsante violeta e marcando aquele momento como uma situação de amadurecimento. Florges, agora, queria buscar não sentir mais a dor de ter passado por uma infância difícil. Na verdade, ela queria usar essa peculiaridade como o seu diferencial, manipulando aquela sua tipagem incomum para me proteger. Eu estava maravilhada.

As paredes de luz se esvaíam em diversos pontos de luz coloridos, me reunindo com as crianças novamente. Dali em diante, eu poderia seguir em frente com o resgate e promover o encontro delas com os responsáveis no início da área selvagem. Após as pessoas irem embora, quando a noite já ia caindo, Magic Blue aparecia novamente.

— Belo resgate, Rae. Ninguém saiu machucado... Nem mesmo seus Pokémon.

— Acredito que sim...

— Vejo que você é muito preocupada com os seus Pokémon... O que é amizade pra você?

Aquela pergunta me pegava de surpresa. Eu não sabia muito bem responder imediatamente. — Acredito que amizade são essas pequenas coisas... Digo, em todo momento eu estou com eles. É uma relação de interdependência. Eu propicio para eles tudo o que posso oferecer e em troca eles me dão o seu melhor. Além disso, eu faço de tudo para que todos se sintam bem, assim como eu quero me sentir.

— Entendo. Você acha que é por isso que você é forte?!

— Não sei se eu sou forte. Talvez?! Eu só tenho a eles para contar enquanto estou na estrada e eles nunca me deixaram na mão. Eu também faço de tudo para que eu possa trazer harmonia para os meus Pokémon enquanto estou com eles, tentando consertar o passado de alguns que nem sempre é generoso.

Ele olhava para mim em silêncio, pensativo. Depois de algum tempo, ele decidia responder materializando uma pedra azulada em suas mãos. — Interessante... Vou me lembrar disso no futuro. Esse é um presente meu. Vamos, pegue, não faça desfeita. Estou aprendendo muito contigo e gostaria de te recompensar mais por isso. Obrigado. Eita, meu tempo acabou estourando! Preciso me reencontrar com as meninas. Até a próxima!

Ele dizia isto e voava para longe depois que eu aceitava aqueles itens. Eu permanecia pensativa, retornando para casa com o objetivo de curar meus Pokémon daquele combate.

Spoiler: