Era isso.

Heiwas tinha finalmente largado seu “estágio integral de heroína” de Solaceon Town para tentar sorte na route 2, uma vez que Nayra, a última pessoa que ela esperava encontrar, mas que, previsivelmente, estava onde deveria; contou-lhe verdades não muito boas de serem ouvidas. Ela precisava esquecer Apollo por agora e focar em encontrar Moly Halle, conquistar sua confiança e conseguir a permissão para entrar nas ruínas. “Um pedaço de bolo” Heiwas murmurou, completamente cansada dessa caça infundada “O povo acha que tô trabalhando na Interpol para ficar procurando gente a torto e a direita”.

Ela não era —não queria ser —um herói e, ainda assim, tinha perdido metade de seus dias consertando os problemas dos outros.

Ela não era uma caçadora de assombração e, mesmo assim, havia capturado mais fantasmas e acolhido mais monstros que os próprios Ghost Hunter.

Ela não era ninguém além de uma pessoa que continuava entrando em situações erradas na hora errada.

—Na verdade, tenho quase certeza que essa é minha especialidade! —Exclamou, gesticulando ridiculamente para o pichu que a acompanhava. Acima de sua cabeça as asas de pidgey batiam, eevee perseguindo a sombra de Chárysso conforme a ave avança em mergulhos esporádicos —Estar no lugar errado na hora errada. Se eu tivesse um super poder esse com certeza seria o meu.

—Pi pi pichu.

—Sim, e você seria meu sidekick —Ela riu conspiratoriamente e maliciosamente —Seríamos uma bela dupla, não acha?

  Alattí balançou as orelhas e grunhiu, como se quisesse dizer que eles já eram uma boa dupla. A mensagem nunca chegou a Minkah, pois um grito de alarde estava viajando pela estrada de areia que outrora havia escolhido e chegando aos seus ouvidos como um alto e sonoro pedido de ajuda.

    Eles correram para encontrar uma situação um tanto inusitada. Havia uma garota, alta, de cabelos roxos lisos e pele um tanto amarelada. Ela parecia estar perturbada, a boca aberta e os olhos arregalados de horror enquanto seu litten era amarrado, de ponta a cabeça, a uma árvore por um fio de seda branco e resistente. Um porygon Z e um aipom se agitavam, saltando e grunhido contra um Wurmple e um Caterpie, que pareciam se divertir com todo o caos.

     Heiwas mal parou em seus pés quando gritou um "Ei!", seu pidgey sobrevoando por cima de sua cabeça para mergulhar contra eles, uma onda de fogo explodindo de seu corpo e atingindo ambos o tipo inseto. O impacto foi tão forte que deixou os dois chamuscados, seus corpos tombando para frente com gemidos de dor e o fio tornando-se, derrubando litten sem cerimônia no chão.

Round 1:

—Isso foi incrível!

—Oh —Foi a única coisa que Heiwas pode concluir diante de tamanha agressividade. Chárysso realmente não brincava —Você está bem?

—Sim! Obrigada! Realmente! Eu não sei o que faria sem sua ajuda.

—Isso não foi nada. Fico feliz que Chárysso tenha ajudado —O pidgey não parecia tão feliz quando partiu, esvoaçando de volta ao céu sem um segundo olhar —Meu nome é Heiwas, a propósito!

—Eu sou Izumo e estou treinando pra ser uma grande pesquisadora! Embora eu ache que tenha me… enrolado um pouco —Litten miou como se dissesse "Não brinca" antes de começar a se lamber. Izumo corou, acanhada —Confesso que acabei meio distraída com a chance de achar um pokémon misterioso que tem perturbado a paz da região.

—Pokémon misterioso? O que você quer dizer?

—Há relatos de uma fera sombria que desafia treinadores e pinta caminhos errados para fazer as pessoas se perder ou assustá-las. Ninguém sabe o que é e os boatos mudam muito, mas parece que ele se move como um pokémon possuído.

—Possuído é?

  A pergunta de Heiwas soou como um cantarolar, uma reflexão tardia. Ela balançou a cabeça repetidamente para espantar a jorrada de pensamentos intrusivos que a assediou. Ela sentiu-se como se estivesse em um dejá-vú.

—Parece perigoso. Tem certeza que quer ir atrás de uma coisa assim? —Havia hesitação no olhar da outra garota, mas era tão singela e rápida que a mulher mais velha mal teria percebido se Alattí não tivesse murmurado em seu ouvido, o pichu escalando seu ombro e olhando preocupado para outra —sem dúvida imaginando a quantidade de coisa que podia dar errado com ela.

—Eu sou uma pesquisadora, é meu dever estender uma ponte entre o mistério e a razão! Além disso, alguém precisa fazer algo. Os acidentes estão aumentando.

  O tom confiante de Izumo acompanhou Heiwas mesmo depois que elas os deixou, agradecendo profundamente o Super Potion que Aipom havia encontrado com o Pick Up. Ela voltou a sua jornada com a cabeça pesada e com uma mente clara.

“Talvez seja isso que Nayra queira dizer!”.

—Izumo está certa. Alguém precisa fazer alguma coisa…

E essa pessoa era sempre ela.

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Hapiness escreveu:

Alattí {05/10}
Eevee {05/10}
Pidgey {05/10}

De alguma forma, Heiwas sabia que não precisava esperar muito até que tudo desandasse. Estava praticamente na sua natureza se envolver com problemas, especialmente quando ela os procurava.
Após deixar Izumo com o desejo de achar o tal pokémon misterioso, Minkah sentiu-se muito tentada a usar sua Bunerary para localizar algum pokémon perigoso —visto que talvez alguém feito da mesma farinha (ou material escuro e deformado que era a aura corrompida e fraca) podia encontrá-lo, mesmo que talvez não fosse possessão.
Heiwas esperava muito que não fosse possessão. Já fazia quase dez dias que ela vira algum pokémon perturbado, a alma tomada por um fantasma, e ela estava muito satisfeita em continuar com isso. Talvez só Pallet tenha sido atingida por aquele surto de pokémon fantasmas. Talvez não seja uma doença epidêmica que assolou todas as cidades. Talvez possa ter sido só coisa da cabeça dela. Seus desejos foram rapidamente negados quando o perigo a encontra antes mesmo dela descartar a ideia de usar Buneray como um rastreador de fantasma —porque, como no inferno ela fosse fazer isso! Afinal, sua Haunted Buneary também fora um dos pokémon possuído e ela não tinha coração nem coragem o suficiente para colocá-los no mesmo lugar— um cheiro doce a cercou, permeando seus sentidos e a engolfando em um mar adocicado.

Seus próprios pokémon levantaram as orelhas em curiosidade, eevee chegando até a escala-la para olhar melhor por cima da grama alta que ladeava o caminho de areia batida dos dois lados. Alattí, faiscando uma série de energia enquanto vaga mais perto do mato, foi o primeiro a detectar a origem do cheiro e foi, também e infelizmente, o primeiro a ser encurralado pela tal “origem”.

Muito distraído pelo cheiro, o pichu mal viu a bola de algodão literal saltar da grama e atacá-lo, olhos injetados de sangue que guardavam apenas e puramente ódio e ressentimento. Alattí, de repente, perdeu a noção dos seus arredores, não sabendo quantos passos poderia dar antes de ser atingido pelo doce vivo. Então, ao invés de se esquivar, ele apenas rebateu a bola fofa, a cauda prateada cintilando no sol da tarde.

O pedaço fofo de nuvem foi mandado de volta para o chão com força, embolando na areia por, mais ou menos, um metro. Não houve misericórdia. Com um grito alto e a eletricidade emergindo de seu corpo em um raio de pura eletricidade, o pichu encerrou qualquer tentativa de contra-ataque, abatendo a coisa com um golpe simples, mas eficaz.

Round 1:

Swirlix não parecia ceder à primeira pokébola, levantando-se com sangue nos olhos e soltando um grito horrível. Alattí encerrou aquilo com outra seção de Thunder Shock, seguida por outra esfera —Minkah estava gastando duas em um único pokémon. Seu coração estava quebrando.

—Eu acho que não me sinto bem… —Heiwas grunhiu, sentindo a mesma sensação assustadora que a assolou em seu primeiro dia em Pallet.

Um turbilhão de massa escura explodiu do corpo do pokémon desmaiado, moldando-se em uma espécie de polvo rosa e redondo que mais lembrava um pirulito ou um balão pelos babados e expressão arredondada. O negócio pairou, gritando agudamente como se estivesse irritado com a intromissão da treinadora, o que pode ser muito bem verdade, principalmente depois que Minkah resolveu arremessar uma pokébola e capturar o corpo vulnerável que esta criatura estava usando.

Heiwas rapidamente analisou seu novo oponente, observando com olhos afiados quando as próprias pupilas do frillish se ascendiam em um tom roxo e escuro. Como não havia tempo para gritar uma ordem, Minkah teve que se contentar em gesticular o braço amplamente enquanto projetava sua aura, fazendo-a puxar a de seu parceiro em um movimento de puro pânico.

Alattí entendeu, desaparecendo em um buraco poucos antes do Night Shade atingir o local em que estivera, deixando marcas de queimado no chão.

Round 1:

Não há tensão de espera ou momento doentiamente longos, pois o roedor explode da terra, investindo contra o balão rosa.

A criatura tem tempo apenas de reagir com um jato d'agua que manda o ratinho amarelo de volta ao chão, bochechas chiando e costas arqueadas.

—Vamos brincar! Alattí! Thunder Shock! —Heiwas gritou na mesma hora que o trovão emergiu do corpo de pichu e atingiu o tipo fantasma, eletrocutando-o. Esse recua, avariado, os olhos piscando raios vermelhos contra a criatura amarela que ganiu, recuando em suas patas com uma careta.

Então, quase como em uma peça bem ensaiada, Alattí salta para o ato final soltando um grito de bravura e disparando outra rodada de trovões que praticamente fritam o fantasma bolhudo, fazendo-o desmaiar prontamente.

Round 2:

Depois de capturá-lo também, Heiwas sentiu-se desabar no chão, olhos varrendo a vastidão do céu enquanto a mente se desenrolava em uma mistura de pensamentos e emoções conturbadas. Distante, conseguiu vislumbrar a silhueta de sua pidgey. Distante, sentiu o calor da proximidade de seu eevee e escutou os murmúrios preocupados de Alattí.

—Apenas uma pausa… Deixe meu mundo parar de afundar…

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Hapiness escreveu:

Alattí {10/10} +1 happiness
Eevee {10/10} +1 happiness
Pidgey {10/10} +1 happiness

Quando a noite baixou, Heiwas havia se levantado, estando mais do que pronta para acabar com aquilo. O céu ainda não havia ficado escuro, o laranja e violeta banhando seus cabelos vermelhos e aprofundando o tom de seus olhos, mas a estrada parecia ficar ainda mais assustadora, como se ganhasse o tom sinistro que os filmes de terror gostavam de ostentar.

Chárysso parecia inquieta, seu coração pesado fazendo-a voar mais perto de sua treinadora enquanto o pidgey rastreava os céus para discernir as silhuetas deformadas das nuvens pesadas. Seus olhos piscaram, uma torrente de vento frio arrepiando suas penas e a empurrando-a para trás, forçando-a planar mais acima para fugir da corrente de ar pesada. Contudo, no exato momento em que se distraiu com a ventania, o pidgey avistou uma figura escura voar em sua direção com um barulho alto de bater de asas. Chárysso mal conseguiu esquivar do pássaro antes de perceber que era alguém como ela.

Exceto pelas asas um tanto atarracadas e o corpo maior, penas redondas e curtas —muito diferente das longas e felpudas de Chárysso, o outro pidgey era uma boa representação de sua espécie, principalmente quando se tratava do temperamento arisco observado. A ave estrangeira deu a volta, mirando as costas de Chárysso, entretanto uma rajada de fogo emergiu do chão, formando uma barreira entre eles e chamando a atenção para Heiwas que tinha um rosto torcido em concentração e confusão e o slowpoke de pé sobre as patas traseiras à sua frente.

Indignado com a intromissão, o pokémon agressor mergulhou contra o urso rosa e fofo, atirando todo o peso de seu corpo contra ele. Drákvma nem ao menos recuou, a cauda rosa curvando-se no solo para lhe dar suporte o suficiente para não cair e a boca abrindo-se para cuspir uma torrente de água fervente que mandou o pombo longe. Pidgey rolou todo o caminho pela areia, levantando poeira e deixando-o cheio de escoriações. Ele, contudo, não desistiu e alçou voo de novo, as asas batendo com tanta força que produziu uma ventania que engolfou slowpoke, ameaçando derrubá-la com suas foices de vento irregulares.

—Pare ele! —Heiwa gritou, fazendo um amplo gesto para apontar para o adversário.

Os olhos de Slowpoke se ascenderam em uma luz azul cintilante, que era apenas do mesmo tom da linha fina que cercava o pássaro, prendendo-o e impedindo-o de continuar seus ataques. Sem cerimônia, Drákvma, mais uma vez, atirou-o para longe. Dessa vez, porém, ele não voltou a se levantar.

Round 1:

Heiwas cumprimentou Drákvma com felicidade antes de chamar Chárysso para perguntar se estava bem, mas está apenas deu de ombros e tomou distância, constrangida por slowpoke tê-la ajudado. Isso deveria ser o fim disso, exceto que um rosnado alto preencheu a mente de todos os envolvidos com pura tensão.

Ele andava sobre as quatro, cabeça arredondada com orelhas caídas e o que deveria ser uma espécie de boina sobre ela. Parecia um cachorro, de braços e pernas longas e uma calda extensa com tufos de pelos que lembrava um pincel, e listra amarronzadas pontuando seu corpo. Baba escorria de sua boca e os olhos pareciam estar turvos e confusos, perdidos em uma raiva pouco vista. Heiwas apontou sua pokédex para ele, mas tudo que recebeu foi mais inquietação na forma de “Nenhum dado reconhecido” dito na voz eletrônica de sempre.

—Bem, não era isso que eu esperava…

A criatura se aproximou do pidgey abatido e agarrou a pobre criatura pelo pescoço, levantando-a com seu braço enquanto subia nas suas patas traseiras. Heiwas sentiu seu sangue gelar quando percebeu que o pokémon desconhecido estava se lambendo, como se fosse devorar a ave em um instante.

—Drákvma!

Não precisou de mais do que isso para agir. Slowpoke tinha olhos duros e a testa franzida quando se preparou para atacar. À distância, a pesquisadora notou um brilho metálico escalar todo seu corpo, dos pés a cabeça, até transformá-lo em ferro puro. Isso foi bem eficaz na hora de evitar um dano extenso do Earthquake, o urso d’água jogando suas patas contra o chão com tanta força que abalou todo o solo, produzindo um terremoto que abriu fendas e rachaduras enormes no solo.

O predador apenas balançou o corpo sofrido de sua presa na sua frente, provocando seus oponentes, como se ameaçasse. Como se esfregasse na cara da treinadora que era culpa dela. Pidgey estava começando a acordar, seus gemidos apenas alimentando a presunção do cachorro pintor. Mas Drákvma não se deixou levar, e preparou-se para soltar o refém.

—Atire com cuidado —Sussurrou, o pichu e o eevee prontos para se moverem caso algo desse errado.

O Scald foi certeiro. Atingiu o peito do cão bípede em cheio, fazendo-o soltar o pombo e jogando-o contra uma árvore. Sem pestanejar, Heiwas pegou sua pokébola e a lançou em uma curva perfeita.

Round 1:

—Great! —A pokédex gritou ao registrar a captura, embora, mesmo assim, nenhum dado apareceu e sua contagem permanecia estática.

—Caramba, que estranho! —Ela bagunçou seus cabelos, testa franzida —Mas pelo menos acho que conseguimos resolver o problema de Izumo. Esse tem que ser o pokémon que ela procurava.[/color]

“Eu não tenho dúvidas”

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Hapiness escreveu:

Alattí {05/10}
Eevee {05/10}
Pidgey {05/10}

  Seus ossos doem, enrijecidos, e ela precisa se esticar longamente para aliviá-los, suprimindo um gemido, conforme toma um desvio bem necessário. Encontrar outro pokémon possuído foi o sinal que seu problema poderia ser maior, mais disseminado (talvez até epidêmico), do que o esperado. Que ele havia alcançado a route dois e, muito provavelmente, estaria além disso. Achar aquele Smeargle, que nem ao menos conseguiu ser registrado por tecnologia de ponta, foi o último prego de seu caixão. Então, por este motivo, ela se viu compartilhando um sorriso torto com seu primeiro parceiro, Alattí, e decidindo que eles poderiam muito bem parar para descansar por ali antes de seguir em frente. Ela precisava de uma pausa. Todos eles precisavam.

   Então, enquanto a pesquisadora se distanciava do caminho curvo e penetrava cada vez mais na floresta que, mais tarde, se ramificaria na direção de Santalune Forest, olhos curiosos e sonolentos piscando para as copas verdes e frondosas das árvores que engolfavam tudo em um abraço estreito devido à aproximação umas das outras; Chárysso, a pidgey, se divertia em perfurar essas ditas copas, mergulhando em curva afiada antes de subir em espiral, furando o manto de folhas e aparecendo do outro lado. Ela pararia apenas tempo o suficiente para guinchar e balançar a cabeça de um lado para o outro na tentativa de desalojar algumas folhinhas ou pedaços de galhos presos  antes de voltar a cair e reiniciar o ciclo.

    Toda a movimentação agitava os galhos e soltavam folhas que faziam, alegremente, seu caminho para o solo —ou para o rosto de Alattí, que parecia ter o azar de recebê-las a cada poucos segundos. Se Heiwas não soubesse melhor, ela diria que Chárysso estava fazendo de propósito para irritar o pichu depressivo. Na verdade, risque isso. Talvez aquilo não seja tão acidental assim.

"Afinal, eu tenho o dom de atrair demônios" pensou, assistindo com afeto e cansaço Ìlléos correr atrás do grupo só pra caçar as folhas que caíam em piruetas rápidas e desajeitadas. O eevee realmente parecia acreditar que era um grande e temido predador pelo sorriso dentuço cheio de folha que ele deu a sua treinadora "Demônios muito fofos, entretanto"

  Heiwas realmente não sabe quanto tempo ficou admirando os movimentos da ave antes que uma massa vermelha e verde saísse das copas e atingisse as costas do pássaro, empurrando-a para baixo com tanta força que ela teria despencado contra o chão, gaguejando no ar ao tentar recobrar o equilíbrio. Chárysso não deixou barato e, assim que conseguiu se recuperar do impacto, girou no ar, fazendo um arco completo para ficar atrás do que, agora, se assemelhava a uma libélula de capacete. O corpo todo dela se acendeu em chamas e suas asas bateram com ímpeto, produzindo uma onda de calor que atingiu o inseto em uma rajada de fogo agonizante.

   O pokémon avermelhado zumbiu de dor, caindo em espiral. Pidgey nem ao menos esperou ele acertar o solo, mergulhando em uma rápida investida e atirando-o contra uma árvore. Minkah pode fazer pouco pelo pobre pokémon, então ela atira uma pokébola para tirá-lo da visão de Chárysso e espera até que o pidgey volte a ignorá-la, bufando de raiva todo o caminho enquanto some de volta nas copas das árvores.

Round 1:

—Pelo menos ela ganhou… —Consolou-se, sorrindo para eevee que havia cuspido as folhas e agora se entretinha em caçar outra coisa —Me lembre de não brincar com ela.

—Pii pichu.


   A noite finalmente parece ter se alojado entre as árvores, afundado no manto de verde com uma criança que se deleita no calor da mãe. Minkah, após montar uma fogueira e estender seu saco de dormir, se senta perto de um rio, que corre em direção ao sul em uma força turbulenta, e, apenas, tranca seus olhos com as tímidas estrelas que estão surgindo. Alattí está enrolado em seu colo, enquanto a pesquisadora o acaricia com cuidado e o mesmo zelo que se tem ao pegar uma peça de porcelana. De onde está sentada, pernas cruzadas, postura relaxada; ela pode avistar Chárysso enrolada em uma bola de penas emplumadas em cima do saco de dormir —coisa que ela teria que lutar com ela pelo direito de enfiar no tecido fofo —enquanto lança um olhar agudo para a plush buneary, que continua só encarando a fogueira como se fosse a coisa mais interessante do mundo. Drákvma fica entre os dois, olhando de um lado para o outro como se a slowpoke quisesse desvendar algo.

   Ìlléos, o mais animado deles, corre pela linha lateral do riacho, absolutamente deslumbrado pela água corrente. Ele não consegue ver seu reflexo nele, dada à escuridão, mas há estrelas. Brilhos brancos e fuscos, que se movem nas ondas e esticam-se em um emaranhado de branco amarelado. Há roxo também. Roxo de seus olhos, profundos e curiosos.

   Eevee bate com a pata, guinchando de felicidade conforme a água muda para se moldar aos seus movimentos. Está distraído demais para ouvir a advertência de sua treinadora.

   Uma cabeça de bolha emerge do rio, quase se camuflando a ele. Garras verdes prendem o capacete de bolha que protege uma cabeça cinza com dois olhos de esclera azul e chifres da mesma cor. A raposa se assusta por alguns segundos, no entanto uma face determinada rapidamente toma seu rosto e ele salta contra a cabeça dela, pousando pesadamente com as patas dianteiras e quase estourando a bolha. A aranha guinchou, assustada, e atirou um jato d’água que derrubou eevee no rio.

  A água o recebeu com alegria e o canino sentiu a força disso passar por entre suas patas, que se debatiam perdidamente. A aranha mergulhou, borbulhando para ele, pronto para atacá-lo. Ìlléos fechou os olhos e deu uma cambalhota na água, produzindo uma rajada de estrelas douradas que atingiram em cheio o inseto, estourando a bolha e derrotando-o.
 

Round 1:

   Eevee emergiu da água e nadou para onde Heiwas o esperava, saltando para seus braços em êxtase puro. Ela, sem muitos problemas, capturou a aranha e se voltou para a raposa molhada em seus braços com alívio.

—Chárysso terá que nos perdoar, mas vamos nos deitar e aproveitar aquela fogueira.

  Ìlléos estava muito impressionado ao se lembrar da sensação da água ao seu redor para responder.  Aquela era a primeira vez que mergulhara em um rio e ele, definitivamente, adorou.

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Hapiness escreveu:

Alattí {10/10} +1 Happiness. +3 Happiness por ter sido acariciado.
Eevee {10/10} +1 Happiness
Pidgey {10/10} +1 Happiness