Havia descansado bastante. O dia de ontem foi intenso. Aquele parque não tinha o que eu buscava, mas me entregou algo muito mais interessante. Mesmo assim foi cansativo, ainda mais com uma viagem a Novus para resolver questões administrativas. De noite tudo bem que acabei jogando um pouco no cassino e me divertindo um pouco, mas ainda assim.

Despertei pela manhã cuidando da minha plantinha, colhendo os frutos, pois já estavam maduros. Tive de cortar o pé, arar a terra e plantar outra fruta. Escolhi a mais recente que conquistei no cassino. Era um fruto lendário, segundo os guias da internet. Feito isso, reguei e fechei o domo.

Após me cuidar - higiene pessoal e cuidados básicos - me arrumei bem basiquinho. Jeans e regata branca. Apenas um casaco jeans azul e tênis branco para combinar e não passar frio.

Desci do hotel e atravessei a rua. Tinha uma pastelaria com doces finos, chás e cafés importados. Tinha marcado um encontro. Ela ainda não estava lá, então reservei uma mesa para dois e me sentei pedindo logo um chocolate quente. Passados cinco ou dez minutos, uma senhora muito bem vestida surgia.

- Olá senhorita Grace - levantei para cumprimentá-la com um aperto de mão. - Que bom que aceitou meu convite para esse café.

Já nos conhecíamos. Grace gostava muito de viajar, principalmente a trabalho pelo centro de adoção.

- Tenho novidades. Durante minha jornada fiz muitos amigos, inclusive um muito especial do tipo que essa cidade adora, mas tem outros que não vou poder cuidar e gostaria que a senhora recolhesse para que encontrem um lar melhor.

Beautifly Shadow
Spinarak HA
Sewaddle
Combee M
Venipede
Dottler
Durant

Grace comentava sobre como era bom estar pensando no pós captura dessas criaturas, já que não tinha interesse em cuidar e treinar de nenhum deles. Ela comentava ainda que faria uma boa propaganda do meu nome para que ações como as minhas fossem seguidas de bom exemplo. Não me importava, pelo contrário, usar meu nome me faria ter algum destaque e logo atrairia mais fama local.

Pedimos bolos decorados e recheados e dois chás. O resto da conversa é fofoca.

Spoiler:

Depois de ter uma manhã agradável com a sr. Grace, decidi voltar ao hotel onde me hospedei em Santalune para preparar o programa da apresentação. Ainda tinha de decidir a música de abertura da apresentação. Os movimentos que Joltik usaria estavam certos e bem coordenados. Pensava em dar uma prévia mais tarde nas ruas da cidade para chamar o público ao palco principal do Hall.

Estava ouvindo algumas músicas nos principais canais de stream, procurando algo clássico, pedindo indicações aos meus seguidores, carinhosamente autoproclamado de "súditos". Acho que eles gostavam da fantasia de "servir" uma persona pop de alguma realeza. Poucos deviam ter realmente pesquisado por Massai. Mesmo assim ter um fandom era divertido. Eram todos muito devotos, a ponto de responderem em minutos (não com o que eu estava procurando, mas respondiam).

Era divertido mobilizar as pessoas pra caçar algo inútil, como uma canção. Tenho dúvidas se fizesse um pedido de ação beneficente se 10% dos engajados moveria um músculo para se envolver.

- Precisa ter mais cuidado com o que faz e onde - disse uma voz que entrava no recinto sem ser convidada.

Ao olhar para trás, via Nanaue entrando no quarto. Esqueci o susto e abri um sorriso contente, levantando de imediato para abraçar meu antigo tutor e companhia de honra.

- NANAUE! - O apertei tanto que parecia ter meses que não o via. - Mas do que você ta falando? E como entrou aqui? Achei que tinha trancado a porta.

- Você nunca tranca a porta - ele assumiu. - E isso me preocupa. Só que não era o que eu quis dizer com tomar cuidado.

Ele exitou um pouco antes de dizer, mas foi direto.

- Viram você no parque da cidade.

Ok. QUE?

- Realizando um ritual...

Ta. Nem um pouco cirúrgico.

- Não se preocupa. Já cuidei disso, mas se quer esconder algo assim do mundo, e mais importante, da sua família, não deveria fazer esse tipo de coisa em locais abertos.

Ele se sentou na cama, já sem sapatos, e me convidou para estar ao seu lado.

- Não vou fingir que não sabia ou esperar você admitir. EU já sabia; Encontrei há alguns anos um livro antigo, escrito à mão, entre os pertences da família Malik.. Ele narra um poder antigo que foi presenteado por um ser encantado, nascido dos céus e da terra. Um poder que foi passando de geração em geração, usado para o bem de um povo que criou um império próspero e de comunhão com a natureza. Acontece que só um espírito não corrompido pelo mundo dos homens é capaz de despertar esse poder. Você foi capaz porque é diferente dos outros homens da sua linhagem.

- E-eu nem sei o que dizer. - Estava atônito com a informação. - Por que não me disse antes?

Ele tocou no meu queixo, olhando no fundo dos meus olhos. Senti minhas orelhas arderem. Ele sabia que ainda mexia comigo. Certo? Acho que não.

- Você era apenas uma criança quando descobri. Tive que dar tempo pra você se entender. Era algo que tinha de ser feito sozinho. - Ele disse, correndo as costas das mãos pela minha face esquerda, revirando meu estômago de um jeito bom. Contrai os lábios e vi ele se afastando. - Parabéns.

- Eu agradeço - disse, desviando o olhar, buscando me recompor. - Só que passar por isso sozinho foi aterrorizante. Eu gostaria que estivesse lá comigo quando descobri sobre meus ancestrais e esse poder pagão.

Tudo bem. Soei como um menino mimado, mas estar sozinho era realmente algo novo. Parecia que estava me dando bem, mas isso porque tinha muito dinheiro para pagar que lavassem minhas roupas e fizessem meu café! Aprender coisas novas para eu mesmo realizar? Assustador!

Quanto a Nanaue? Poderia ter rido, ignorado ou me dado um sermão. Ao invés disso, apenas me olhou com afeto, inclinando de leve com a cabeça - Você cresceu tanto em tão pouco tempo. - E me deu um sorriso caloroso, me fazendo corar. - Nunca sai de perto, my prince. Estou sempre acompanhando seus passos, mas essa jornada é sua. Não posso interferir a todo momento. Apenas surgi hoje porque achei que devia. Espero não ter feito nenhum mal.

Neguei.

- Pelo contrário, suas visitas me deixam muito feliz. Obrigado por estar cuidando de mim. - Agradecia, colocando a cabeça no peito dele. Senti uma mão sobre minha cabeça, acariciando  levemente meu cabelo. Ergui o rosto, ainda meio atordoado. Estava bem perto dele. Conseguia sentir sua respiração quente, por conta do frio do inverno. Sem perceber, minha mão tinha tocado na mão que não estava a me acariciar. Nanaue tinha cheiro de ervas recém arrancadas dos jardins de Massai misturado com o frescor de um dia de verão. Acho que ele fazia os próprios perfumes.

- Que tal um almoço? Eu pago. - Ele interrompeu o momento.

Se ele se distanciou em algum instante, não percebi. Acho que estava absorto nos fatos e fantasias.

- Certo. Claro. Só vou trocar de roupa e podemos ir.

Corri para o banheiro e sentei no chão segurando a boca. Meu coração bobo parecia querer sair por ali. Droga. Um banho quente resolveu com meus ânimos. Lá, inclusive, parei um pouco de pensar tanto e só me entreguei à água. Meu corpo fez um movimento involuntário como se quisesse ser água. Senti que estava invocando os espíritos da natureza e logo as essências que recolhi ao longo do caminho se juntavam ao banho e me contemplavam com alguns totens da chuva. Nanaue estava certo. Eu tinha capacidade de fazer isso sozinho.

Ao sair do banheiro, busquei usar algo não muito chamativo e já estava pronto. Nanaue já estava próximo a porta, pronto para sair. Apenas o acompanhei para aquele almoço improvisado pelas ruas de Santalune.

Spoiler:

Eu sei que com Nanaue por perto deveria ter me vestido melhor, mas era impossível estar em meu eixo central. Isso porque ele trazia consigo uma bagagem que me bagunçava. Primeiro por me lembrar de casa e todas as regras e impedimentos que me permitiam ser eu mesmo. Depois por não ter superado o crush adolescente. Talvez esse fosse o mais pesado de suportar, ainda mais com tantos hormônios gritando pra serem liberados. Parando para pensar... o roteiro da apresentação que montei parecia um pouco pornográfico... Acho que precisava rever se era isso mesmo que gostaria de passar.

Enfim.

Ele me levou em um restaurante pequeno e muito reservado. A decoração até que era fofa e tinha um ar clássico, com temática de liberdades. Muito daora. A comida era inteiramente vegana, aproveitando dos agricultores e fazendeiros ao redor de Santalune, apoiando produtores locais. Uma proposta muito interessante e tudo bem delicioso. Me acabei na sobremesa de frutas e um chocolate sem lactose.

Eu estava em uma cadeira de olho para a rua, olhando as pessoas passarem numa praça quando vi alguém fotografando treinadores batalhando com seus pokémon. Firmei os olhos estranhando. Acho que conheço aquela pessoa...

- Aquela é Viola? Uma das representantes da cidade? - Nanaue se virou, pois estava de costas para a janela e assentia, com extrema classe. - Acho que vou falar com ela. As fotos que era tira são incríveis. Vem comigo?

Eu já tinha terminado e ele estava tomando um sorvetinho que estava no fim. Enquanto Nanaue pedia a conta eu saia do restaurante e ia me aproximando da mulher, com calma par não interferir no processo.

- Com licença - disse, a uma distância segura. Ela não me olhou, nem disse nada, apenas ergueu um dedo, pedindo um instante e continuou os cliques.

Aguardei. Foi o tempo de Nanaue chegar e a batalha terminar.

Ela coçou a testa com as costas das mãos, cansada e aliviada.

- Quase perdi um ótimo movimento, mas consegui. - Ela então retirava a atenção da câmera e me percebia. - Perdão, queria falar comigo?

- Sim - sai do transe, estava observando demais. - Sou Malik Ali, coordenador em ascensão e grande admirador do seu trabalho. É uma honra conhecê-la.

Fiz uma breve reverência, com Nanaue seguindo meu movimento. Viola ficava observando, sem entender, mas abriu um sorriso.

- É um prazer Ali. Sou Viola, mas você já deve saber, porque conhece meu trabalho, não é mesmo? - Ela riu. - Veio para desafiar o Hall da cidade para conquistar sua primeira fita?

- Ah, não, eu já tenho duas. A primeira conquistada em Spikemuth, ao vencer Marnie, e a segunda em Pewter, conquistada pelas mãos de Brock. - Disse, mostrando as provas de valor. - Estou na cidade pelos eventos, na esperança de conhecer Burgh. É a segunda vez que venho aqui e imaginei que talvez o encontrasse no Hall, já que ainda não aconteceu a Semana da Moda. Então de toda forma eu vou sim me apresentar no Hall da cidade.

Ela assentiu, compreendendo.

- Sendo assim, lhe desejo sorte. E se por acaso for meu dia de plantão, não vou pegar leve, principalmente agora que sei que não é mais novato - Ela disse com um olhar mais desafiador que antes.

- Vai ser divertido. - Tentei entrar na onda. - O que estava fazendo?

Ela olhou para a câmera e se tocou que não estava mais clicando.

- Ah, eu estou tirando mais fotografias para minha próxima exposição. Estou procurando treinadores com movimentos que demostrem força verdadeira durante batalha. Uma pena que os residentes não tem experiência pra isso... - Ela demorou um pouco, mas me olhou de forma instigadora. - Ei, você é um viajante. Deve ter algo para mostrar, não?

- Hm? Que? - Franzi a testa sem ter certeza do que ela estava pedindo.

- Por que não batalham? Assim me ajudam com meu projeto.

Era um pedido um tanto quanto estranho. Eu abominava batalhas sem sentido. Na maior parte do tempo estava me defendendo ou ajudando civis. Batalhas causavam um efeito assustador em mim. Nanaue não tinha nenhum problema com isso, apenas estava aguardando eu dizer se sim ou não.

- Pode ser uma batalha 2x2 de dupla? - Questionei.

- Desde que me mostrem um movimento que tenha uma força verdadeira, não me importo.

Assenti. Me virei para Nanaue e tirei um totem da chuva do bolso. Ele me olhou um pouco espantado. Eu queria testar aquele poder, por isso quebrava o artefato e liberava a energia climática, invocando nuvens densas que em breve trariam a chuva.

- Certo, venham Garbodor e Ekans!

Os meus pokémon se comportavam na praça enquanto Nanaue convocava seus dois escolhidos. Audino, cuja forma baby eu já havia capturado e um psíquico novo que me identificava na pokédex como Duosion, um tipo psíquico.

Ocean Ekans	Sweet Garbodor
Nv. 19 - 100%	Nv. 36 - 100%
Hydration	Sugar Scented
Amulet Coin	Exp. Candy S [4/5]

Duosion	Audino
Nv. 25 - 100% [-1 eva.]	Nv. 25 - 100% [-1 eva.]
Magic Guard	Healer
Persim Berry	No Item

CAMPO: Rain Dance [1 Evento - Totem da Chuva]

A habilidade de Sweet Garbodor, Sugar Scented baixava a evasiva dos rivais, por ser tão atrativo. Nanaue já começava com efeitos negativos. Não sei muito bem como ele está com tudo isso...

- Duo, use Charm no Garbodor; Audi, Misty Terrain. Ninguém vai ficar envenenado hoje. - Salo começava.

- Water Fang no Duosion. Docinho, nosso combo, Candy Crush! Mire no psíquico também! - dei meus comandos

VELOCIDADE:
Garbodor = 70
Audino = 37
Ekans = 31
Duosion = 27

Sweet Garbodor era o mais experiente e isso lhe conferia maior velocidade. O pokémon então começou a ingerir uma grande quantidade de doces ganhando ainda mais velocidade. Enquanto come, ele corre na direção do oponente com muita força bruta, chegando a obriga-lo também a comer, o ferindo no processo pela força bruta (-149%).  O pokémon psíquico não conseguiu resistir e teve uma overdose doce. Audino parecia não curtir a agressividade, pois correu para invocar o terreno feérico.

Eu comentei que começou uma garoa fraca? Pois. Agora estava bem pesada, conferindo maior poder aos tipo aquático; Mesmo assim a mordida aquática que envolviam as presas de Ekans não era assim tão poderosa em Audino (-17%).

Ocean Ekans	Sweet Garbodor
Nv. 19 - 100%	Nv. 36 - 100%
Hydration	Sugar Scented
Amulet Coin	Exp. Candy S [4/5]

Duosion	Audino
Nv. 25 - 0%	Nv. 25 - 83%
Magic Guard	Healer
Persim Berry	No Item

CAMPO: Rain Dance [1 Evento - Totem da Chuva] - Misty Terrain [1/5]

- Sei que está preso em Sugar Rush, mas continue firme! Ekans, outro Water Fang!

- Audi, Dazzling Gleam. - Nanaue comandou.

Docinho avançava na ingestão de doces, investindo contra Audino em mais um movimento food (-54%).

Audino, após se recuperar do encontrão doce, brilhava com intensidade atingindo a Garbodor (-2%) e também a Ekans (- 16%). A cobra só resistiu porque tinha um bom tipo contra o movimento. Ela então investia mais uma vez com a mordida aquática no rosado (-17%), finalizando o turno.

Ocean Ekans	Sweet Garbodor
Nv. 19 - 84%	Nv. 36 - 98%
Hydration	Sugar Scented
Amulet Coin	Exp. Candy S [4/5]

Duosion	Audino
Nv. 25 - 0%	Nv. 25 - 12%
Magic Guard	Healer
Persim Berry	No Item

CAMPO: Rain Dance [1 Evento - Totem da Chuva] - Misty Terrain [2/5]

- Healing Wish! - Nanaue disse.

- Não vamos deixar. Use o último Sugar Rush!

Garbodor estava mais veloz que nunca após dois desses. Ele ingeriu mais doce, ficando ainda mais veloz e pilhado, investindo fortemente contra o oponente, finalizando a partida.

Não tinha percebido, mas Viola estava no chão, fotografando, vermelha e ofegante.

- Conseguiu boas fotos? - Eu ri.

Os olhos dela brilhavam como estrelas em uma noite de verão. Acho que a resposta era positiva.

Fazia um agradecimento silencioso ao meu acompanhante fiel pela ajuda. Ele esboçava um sorriso e parecia querer me entregar alguma coisa enquanto Viola estava distraída. Tive que me despedir de Viola, mas não sem antes tirarmos uma fotografia juntes e postar nas redes.

Spoiler:

Entendo que deva ser estranho para muitas pessoas, em especial os residentes da cidade. No entanto, aquilo fazia parte do meu plano de ação e era indispensável antes de entrar no hall para divulgar não só meu trabalho, mas o espetáculo que se formaria em poucas horas.

Sabia que estava tarde e fazia frio, mesmo assim coloquei uma roupa adequada para a noite e me desafiei a enfrentar isso. Durante a caminha o identificador de itens apitou. Próximo a uma lixeira tinha uma super poção cheia. Parecia que alguma tinha se enganado e jogado fora um item lacrado. Guardei para mim, pensando que não faria mal, visto que não tinha ninguém por perto para ter dono.

Quando vim já estava na praça principal, a mesma onde Viola tirava fotografias mais cedo. Salo não estava aqui. Não queria que me visse antes da apresentação oficial, então o deixei descansar. Já eu, por outro lado iniciava uma live "Olá meus súditos leais, como estão?" - dei uma pausa para os mais novos interagiram. - "Hoje darei um leak do que vem ai. Se liga! Prince Ali na área!" - Marcava então Santalune, mais específico na praça e começava arrumar as coisa.


Sweet Garbodor começava deixando o clima mais atrativo com uma névoa mística (Misty Terrain), misturada com odores doces de suas guloseimas e confeitos favoritos: tutti-frutti e aqueles ácidos azedinhos. Crustle entrava com Stone Edge, erguendo pequenos estalagmites, que no meio de toda aquele terreno fofo pareciam uma maquete de montanhas tão altas que as nuvens estavam baixas.

_ Joltik, sua vez. Mostre a Black Widow's Web - Coordenei.

A pequena aranha negra entrava no terreno-maquete e escalava os montes, tecendo sua teia com velocidade incrível, isto porque ela usava Agility antes de entrar em cena. Era quase tão lindo quando um movimento beauty ver a construção da teia se tornando um polígono perfeito, espaçado entra algumas sessões até que toda a rede estava montada sobre as rochas. Quanto finalizou, Joltik se colocou no centro e começou a sugar a energia do ambiente como parte da combinação. Nesse meio tempo, Garbodor usou seu Decorate em Crustle, que estava sem sua concha característica por tinha usado previamente Shell Smash, destruindo-a para agora ter maior velocidade e também uma decoração diferente, parecendo até que tinha o type-fairy com um grande bolo confeitado com chantilly e morango. Para a sorte de quem se aproximava para assistir o show, não havia perigo para eles desde que não encontrassem na rede de Joltik. Apenas uma presa em específico estava agora na teia da viúva. Crustle doce! Ele percorria toda a teia e por isso o que movimento de dreno da segunda metade do combo o perseguia. Era possível ver Crustle em fuga pela rede, aproximando-se nas pedras vez ou outra, deixando uma trilha de pequenas esferas de energia verdes por onde passava, criando uma calda-cometa, que dançavam, indo ao encontro de Joltik. No entanto, a aranha não chegava a absorver, apenas as organizava no espaço. Logo, Crustle estava no centro, mas não parava ali. Ele saltava e mudava a gravidade do espaço criado (Gravity), se tornado o centro das atenções, tanto dos olhares, quando dos elementos espalhados. As gotas de energias se soltavam aos poucos, assim como o terreno feérico que subia em espiral, orbitando o Crustle doce que levitava.

Era uma visão incrível, mas poderia ficar ainda melhor.

_ Skitter Smack da forma que ensaiamos e depois Bug Bite - foram meus comandos à pequena aranha.

Ela entendeu. Treinamos isso no Santalune Park. Agora era o ensaio final.

Joltik estava na base, misturada na névoa e escondida do público. Usou o golpe cortante para fazer com que os fios de teia tivessem o mesmo tamanho em comprimento. Enquanto isso Sweet Gardodor agora finalizava a performance com Candy Crush! Devorava alguns doces, aumentando a velocidade e batia com força nas pedras, para quebra-las em pedacinhos, a fim de se juntarem ao Meteor Crustle com o aroma doce dos encontrões. E logo em seguida Joltik devorava os fios de teia, mas não de qualquer forma. Ela os girava no ar, acelerando o processo de subida do terreno mágico, agora se expondo ao criar aquele movimento em espiral com velocidade de um ventilador. As gotas verdes de energia brilhavam no meio de tanto rosa, como luzes de natal.

Respirava melhor agora que acabava. Finalizava a gravação que fazia ao vivo com os aplausos das vinte e pouco pessoas que se arrumaram na praça, dando um minuto do seu tempo para contemplar uma performance artística.

_ IT'S PRINCE ALI, BABY! - Sorria me despedindo, tanto do virtual quanto dos que assistiam de forma presencial.

Spoiler:

Já era início de uma nova estação. Os botões de flores começavam a surgir aqui e acolá. O aroma de algo novo circundava o ar. Já não havia mais tantas nuvens cinzas no céu. E aquela aura nebulosa, fria e frígida já não cobria mais a cidade verdejante de Santalune.

Eu estava a mais de 5 dias na cidade, aguardando por um simples motivo. Na noite que venci o Hall da cidade fui comemorar com Nanaue em um camarote de uma festa qualquer. Apenas brindamos e dançamos até eu não me aguentar em pé e ter de ser carregado pelo meu ex-acompanhante real até o hotel. Ele se despediu e foi embora. Logo depois um entregador veio ao quarto onde eu estava e me deu uma carta muito da misteriosa, sem assinatura ou indício do que seria, apenas endereçada a mim e dita para ser entregue em mãos. Ora! Quem não fica morrendo de curiosidade por segredos instigantes assim? Meus dedos percorreram o material, com algum suor umedecendo as arestas e me causando uma secura na garganta. Engoli cerca de três vezes a saliva em seco antes de pensar em abrir o que quer que fosse no envelope... Assim, já esperava por uma surpresa, só que não daquela proporção. Era uma carta em manuscrito de uma letra bem caprichada com cheiro de cedro e algo doce.

Caríssimo,

É com grande apresso que lhe escrevo esta carta. Muito me impressiona seu estilo. E quando digo "estilo" coloco na bagagem tudo a que você é, faz e representa. Sua essência guerreira. A figura política e artística. A bandeira non-binary. Sua postura e elegância impecáveis, como também seu senso de moda. E até mesmo a forma como decide lidar com as pessoas e pokémon.
Por isso e outros assuntos estou a lhe fazer este convite.
Estimo sua presença em meu ateliê na data e hora agendadas neste cartão.

Com amor,
BURGH

Se minhas mãos estavam com algum suor antes, agora tremiam e ardiam como febre, assim estava também minha cabeça e ouras partes do corpo.

Burgh, senhoras e senhores. Ninguém menos que a persona mais célebre de Santalune, quiçá de toda a região, tecendo inúmeros elogios e ainda fazendo um convite para que fosse tratar de algum assunto no espaço reservado à criação. Sério! Como ainda estou respirando? Acho que não estou. Será que morri?

_ AU! - Senti um puxão no braço. Era a Lopunny negra me beliscando com aquelas unhas enormes. - Que foi? .. Eu to bem.

Eu hein. Até parecia que ela era sensitiva.

Enfim, era chegado o dia do encontro com meu... ídolo? É, chamar Burgh assim parecia bem esquisito. Não queria me colocar em situação de inferioridade, mas conhecia meu lugar na coordenação e no mundo artístico em geral. Não sou assim tão influente como a figura que queria ME conhecer era. Fiquei esses dias organizando alguns papeis em minhas anotações, jogando alguns fora e bolando novas estratégias. Também meditei e conversei com meus "súditos" (nome do fandom) via live. Conheci melhor a cidade. E também coloquei algumas séries e reality em dia. Não tinha muito me dedicado a coisas fúteis assim desde que entrei em jornada. Em verdade, durante a vida não tinha como colocar nada em dia. Agora estava conseguindo acompanhar mais as coisas que entravam na moda. Talvez por isso estava sendo notade.

Pois tratei de tomar um bom banho - talvez que valessem por três ou quatro - usando essências doces e refrescantes como uma manhã nova de primavera. Massageava minha pele escura, formando bolas branquinhas que ora eram rosadas, ora azuladas. Massageava minha face e tratava de retirar os excessos de pelos salientes do rosto.. e dos países baixos também. De repente batia uma insegurança do meu corpo. O espelho não mentia. Eu estava com a mesma forma de sempre. Virava e via o movimento da carne que circundava meu eu, forte e viril. Sorria, me sentindo bem novamente. Hoje estava me sentindo fluido. Era isso. Sentimentos demais em um corpo só. E que corpo gostoso e sexy, hein! *pisca pisca*

Depois de alguns óleos e uma ducha quente, sentia que estava na hora de me vestir. Não queria usar nada exagerado. Tão pouco simples. Era por isso que fui às comprar na noite anterior. Colocava uma peça íntima rendada e então me cobria com uma roupa de duas peças. Era composta por uma espécie de jardineira negra de tecido leve. Ela era vestida por baixo e cobria as pernas e peitoral, deixando os braços expostos. Isso porque a segunda peça era uma jaqueta em vual negro bem transparente com bordados de swannas brancas pelas mangas cumpridas. Terminei o look com o z-bracelete, coturnos negros e o cabelo preso em coque, deixando apenas uma mecha caída sobre o rosto ao lado direito.

Diante do espelho, finalizava a aparência com um perfume natural de Massai. Apenas eu, em todo o reino, tinha aquela fragrância, pois misturava elementos da terra com extrato das folhas mágicas de minha petilil. Fora Nanaue quem desenvolveu essa fórmula e a uso desde sempre, principalmente para eventos especiais.

_ Eu sou digno - disse para que eu me ouvisse, olhando nos meus olhos.

Recolhi minhas coisas e paguei um carro para que me deixasse em frente ao lugar. Não queria andar e correr o risco de soar.

Ao chegar, meus olhos pareciam entregar a visão de um pós vida, me deixando em estado de êxtase! Não era um propriedade muito afastada do centro, pelo contrário, era quase como se fosse um espaço de grande movimento. Quando o motorista me deixou no lugar, perguntou se eu enfrentaria algum representante hoje. Não entendi.

_ Na realidade eu já venci Bugsy no Hall semana passada - respondi.

Ganhei um "ah" não muito empolgante junto de um olhos de menor brilho ao ouvir a palavra "hall".

_ Então não vai desafiar alguém no ginásio hoje? - Ele quis saber, bem curioso.

Espera....

_ Ginásio?

Olhei novamente para a construção. Olhei o endereço no cartão. Mais uma vez mirava o espaço. Eu juro. NUNCA entrei ou me interessei em saber onde eram os ginásios que os treinadores enfrentavam em suas jornadas. Eram uma parada perdida, em minha opinião, visto que não me agradavam o jeito como treinadores levavam a vida.

_ Estou tão perdido quanto o senhor. Vou descobrir o que vim fazer aqui logo logo - disse.

O motorista me olhou de baixo para cima e deu um sorrisinho junto de um "boa sorte". Apenas pegou o dinheiro e foi embora. Observei-o ir. Respirei fundo. Me virei ao edifício e comecei a caminhar em direção ao portão de entrada, mas não sozinhe, porque não sou trouxa. Lilli estava me acompanhando.

_ Querida, nunca fui otário, mas to me sentindo bem trouxa agora… Acha que ele realmente nos convidou aqui hoje apenas para um desafio de batalha? - Estava questionando pela primeira vez aquele convite.

Certo. Fiquei tão envolvido com a realização de um sonho, conhecer a lenda que inspirava minha coordenação, que não pensei em momento algum do que poderia se tratar o tão aguardado encontro. De repente me sentia bem vestido demais e minha confiança começou a despencar. Nunca me senti assim, nem mesmo antes de discursos ou entrar em palco. Acho que vou chorar…

- Lee.. - Lilligant tentava me apoiar, segurando minha mão. Ela estava comigo mesmo em momentos assim, né? Talvez ela soubesse do que se tratava.

_ Eu vou ficar bem. Acho que foi um engano… Vamos embora?

_ Senhor Malik? - uma voz que não era da Pokémon chamou meu nome, me fazendo com que contraísse os músculos do corpo e me recolhesse um pouco os ombros. - O senhor Burgh está no seu aguardo no ateliê particular. Por favor, me acompanhe.

Quem chamava era uma assistente. Não daquelas com pranchetas e óculos clichê, mas com um tablet de última geração, provavelmente organizando uma agenda, é um estilo bem fino de roupas que contrastavam com o lugar. Para além disso um pingente que a identificava como funcionária do ginásio.

Olhei para Lilli, respirei fundo e assenti. “Tudo bem” eu disse a mim mesmo com aquele olhar e caminhei atrás da jovem que nos guiava pela propriedade.

O espaço era tão bonito quanto o hall, mas tinha algumas particularidades como a área externa, produção de seda em algumas árvores e também mel. O aroma era incrível e era possível ver alguns Pokémon bem livre pelo local. Talvez fossem as operárias do estilista.

O interior era igualmente aberto e amplo. A luz natural fazia parte do projeto arquitetônico, mas passando pela quadra de luta, fomos a um anexo colorido, repleto de tecidos finos, luzes bem focadas e itens de desenho, corte e costura. Lilli teve de ficar de fora, no caso dentro da esfera, por conta das chamas e do fator inflamatório. No meio de todo um caos de cor e materiais, estava ELE numa mesinha tomando café. Ou chá? É. Definitivamente era chá. O jogo delicado de porcelana entregava a primeira vista e depois o cheiro das ervas denunciavam a bebida quente. Burgh estava trajado com roubas simples, mas de grife entre verdes, brancos e vermelhos. Clássico!

_ Prince Ali, meu querido! - Ele se levantou, me assustando com o tom de voz entusiasmado, vindo para cima com os braços abertos, me apertando os ombros. - Que grande alegria finalmente lhe conhecer!

Então me dava um grande abraço caloroso e dois beijos no rosto. Ok. Posso ter ficado levemente embaraçado. Quando se afastou, me olhou por longos 3 segundos diretamente nos olhos a uma distância não tão segura e então dizia:

_ Sente-se, por gentileza. Não faça cerimônias! Deixe isso para os palcos - ele se adiantou, retornando ao seu lugar.

Me aproximei. Haviam pequenos biscoitos e uma xícara vazia. A assistente me servia e então era dispensada.

_ Mel ou açúcar?

Não entendi e fiz a cara de quem está perdido.

_ Para adoçar seu chá, meu bem - Disse o representante mais estimado da cidade. - Quer meus ou açúcar? Ou prefere sem nada extra?

_ Mel, por favor. - Respondi.

Era isso, estava bem nervoso e não sabia o que dizer. Eu devia ter separado cartões.

_ Então… - Burgh começou a dizendo, olhando para minha xícara, terminando de adoça-lá. - Peço perdão desde já por não ter reconhecido sua presença na cidade há algum tempo. Meus assistentes disseram que sua ajuda foi muito útil para que o Fashion Month fosse iniciado. Não só isso, recebi os vídeos das melhores partes da sua atuação no Hall da cidade.

Ele parava de falar por um momento e bebia um pouco do chá. Eu fazia o mesmo. Burgh me observava com um olhar interessado. Ou seria interesseiro?

_ Vou direito ao assunto, porque não sei me conter! Tudo bem. Escute. Quero que você seja minha nova musa.

Meus olhos semicerraram.

_ Desculpe… como? - Perguntei meio incrédulo como que ouvia.

Burgh riu.

_ Você entendeu, por favor não se faça. Quero que colabore comigo para minha nova linha de produção. Desejo fazer algumas peças inspiraras e pensadas em você e na sua figura pública. Não era o destaque que buscava? Pois bem, estou lhe dando a oportunidade. O que me diz, mon petti prince?

Eu precisava mesmo pensar nisso?

_ Claro. Eu aceito.

Não consegui conter o sorriso e a empolgação. Evitava encarar demais, o nervosismo era grande. Ainda assim, com o pouco contato que tivemos, me sentia contemplado.

_ Viola tinha razão. Você tem mesmo um brilho apaixonante. - Ele disse por fim, me admirando por um tempo. - Minha assistente irá te passar as informações que preciso para iniciar e também o local onde iremos mais tarde. Cancele seus planos pelo final de semana, pois por esse curto espaço de tempo, você é meu.

Tá. Ok. Tudo bem. Eu faleci. Amanhã eu ressuscito para encontrar com ele, mas por hoje apenas estou morto e flutuando no céu.

Spoiler: