Com grandes coisas resolvidas dentro de Santalune, Amorina decidia que era hora de prosseguir para a floresta para resolver algumas pendências. O primeiro motivo era o fato de que o infame criminoso Dolan ainda estava ativo, buscando fazer uma coleta massiva de insetos, em especial as Scatterbug. O segundo motivo era uma lembrança, que foi revivida num sonho da noite anterior, onde na primeira visita à Floresta, a magnata experimentou um estado de transe, sendo levada até um altar com o símbolo Bug.

Amorina já tinha enfrentado o Ancient One no Monte Lua, por isso agora tinha pleno conhecimento de que o homem místico era real e que estava espalhado pelos cantos. Sempre com o mesmo desafio, buscando sempre testar os viajantes, que costumavam ganhar bastante fama depois de conquistarem a vitória. Com a chave da cidade em um de seus planos, ela não podia perder a oportunidade de tentar reencontrar esse altar, testar sua força e conquistar alguns comentários do povo de Santalune.

Felizmente, a travessia agora pela floresta era bem menos tortuosa, pois a adolescente estava mais confiante em sua força como um todo, além de estar com roupas melhores para o ambiente. Mesmo assim, ela não deixava de sentir uma nostalgia dos meses anteriores que a levaram até aquele local, onde a riqueza natural trouxe inúmeros frutos positivos para o começo da jornada dela. Por pensar em em frutos, ela até mesmo se lembrava de algo importante.

- Carbink... venha! - disse ao convocar a fada preciosa. - Algo pra mim?

Abrindo um largo sorriso, ela viu quando o "cachecol" branco e almofadado que circulava o pescoço do Pokémon fez emergir duas pedrinhas marrom, com uma formação interna lotada de pedriscos. Amorina agradecia o gesto com um afago breve na cabeça, depois sacava o próprio Berry Pot acoplado na bolsa e recolhia as quatro frutas coloridas que maduraram.

- Isso é ótimo! Estamos progredindo mais com o tempo.

Amorina então notou que Carbink estava mexendo estranhamente as orelhas para cima e para baixo. Ao olhar ao redor, a magnata viu pouco a pouco o tronco das árvores se "fechando", como se criassem uma prisão natural. Talvez por já estar marcada pela forma estranha de agir, a coordenadora nem se arrepiou com a sensação, apenas reorganizou os itens na bolsa e começou a caminhar na única direção que o Sol ainda penetrava entre as árvores. Não tardou até que ela chegasse no altar.

- Não faz tanto tempo, né? - comentou ao ouvir galhos e folhas sendo esmagadas.

Ao se virar, a adolescente não encontrou o ancião, mas apenas o trio de selvagens que ele tradicionalmente invocava. Havia um par de Oddish, espécie nativa do local, mas elas estavam acompanhadas de uma fofíssima Happiny, que muito provavelmente era apenas uma em migração.

- Bom... se você está tímido... Litten, vamos nessa!

vs

- Não subestime a sua experiência com a deles. Números ainda podem nos atrapalhar - comentou ao ver que o felino estava convencido de que venceria sem nem suar. - Double Kick em Happiny!

Notavelmente o mais ágil do combate, Litten respeitou as ordens da coordenadora ao imbuir suas patas dianteiras numa energia vermelho-escuro, avançando para dar um golpe duplo sobre a pequenina rosada, que imediatamente foi desmaiada pela força bruta da criatura mágica. Estremecidas, mas dispostas a seguirem o desafio que seu "mestre" convocou, as ervas daninhas dispararam um líquido laranja-fluorescente tóxico. Embora o primeiro foi meramente doloroso, o segundo era mais corrosivo, reduzindo as proteções especiais do felino que miava irritado.

- É por isso que não subestimamos adversários - comentou, preocupada com uma virada por aquele efeito. - Fire Fang, em qualquer um deles!

Utilizando a raiva como um acelerador de sua própria combustão, Litten invocava uma mandíbula de chamas reluzentes e extravagantes na frente do rosto, avançando para abocanhar o Oddish mais perto e gerando uma explosão que parecia fogos de artifício, embora mais controlado e bem mais letal. Voando da posição original, uma das ervas daninhas caía desmaiada e bem ferida no chão. Em retaliação, a segunda gramínea venenosa disparava mais um ácido alaranjado, causando mais danos que o anterior, mas agora sem derrubar defesas.

- Excelente! Finalize-o com mais um Fire Fang!

Amorina sempre ficava apreensiva com o golpe pois, graças à iluminação forte do golpe flamejante em frente ao rosto do felino, havia vezes em que ele errava o alvo. Para a sorte dela, aquela não seria uma dessas vezes, pois assim que as mandíbulas flamejantes se fecharam no corpo do selvagem, mais uma explosão brilhante surgiu, derrubando o último adversário e concedendo a vitória incontestável da coordenadora.

Batalha:

Com a finalização, Amorina se aproximou dos selvagens para analisá-los com mais cuidado, onde recolheu um punhado de sementes esverdeadas que um dos Oddish segurava e uniu com as outras que possuía na bolsa. Por fim, ela encarou atentamente a pequena Happiny, imaginando que poderia ser uma de suas futuras produtoras de uma iguaria única da culinária de Pokégea: o Boiled Egg.

- Da última vez foi me permitida capturar o Pokémon... espero que nessa não seja diferente - comentou, nervosa, mas sacando uma de suas Premier Ball para realizar a captura.

Sem relutar muito, a esfera balançou três vezes e ficou estática, com o RotomPhone apenas alertando que uma nova captura foi registrada. Recolhendo o objeto, ela brevemente viu que havia uma forma de vida próxima ao altar, olhando fixamente para cada movimento dela.

- Sacrifício... - disse a voz rouca do ancião, apontando para o altar que agora estava brilhando.
- Foi mal... ainda não estou pronta pra isso - respondeu, vendo a forma se virar. - Espera! Você pode me ajudar? Há um possível criminoso por aqui... procurando fazer uma captura em massa que pode abalar o ecossistema. Sabe de algo?

O ancião parou e se virou, apontando na direção atrás da adolescente. Inocentemente, a coordenadora seguiu a orientação do homem, mas não viu nada e quando retornou para o altar, ele já tinha desaparecido. Rindo sozinha por se achar enganada, ela apenas reorganizou a bolsa e voltou a caminhar pela floresta na direção em que o ancião apontou, porém notou uma coisa colorida em meio ao mato alto. Havia uma frutinha, madura e perfeitamente cortada na metade para que exalasse o perfume amplamente e, abaixo dela, uma armadilha de ferro.

- Dolan... você realmente está em período de caça - ponderou. - Obrigada, ancião - emendou por fim, fazendo uma reverência antes de tirar uma foto com o altar com o símbolo Bug e postar. - Agora... vamos ver o que descobrimos!

O encontro com o Ancient One já foi um pesadelo na vida da coordenadora, mas após notar que era apenas uma entidade que gostava de testar treinadores, Amorina nunca mais se sentiu amedrontada em reencontrá-lo. Além disso, havia um nicho da internet que adorava exaltar aqueles que enfrentaram o ancião, então era mais uma porta de entrada para a fama ascendente da magnata.

Contudo, ela não estava na floresta meramente para se encontrar com criaturas místicas. Seu objetivo era muito maior: saber mais sobre o paradeiro de Dolan. O infame criminoso de Vivillon's, que já chegou a enfrentar e dar muito trabalho pra coordenadora, supostamente retornou à atacar no Verão, esperando que o clima quente fizesse as lagartas ficarem mais animadas para se preparem para sua próxima fase evolutiva. Como Spewpa's, elas eram bem mais resistentes ofensivamente, mas facilmente alvos de jaulas que não se quebrariam pelo seu esforço ofensivo.

A única dica que a garota tinha obtido até então era de que o homem foi visto nos arredores da floresta. Além disso, o ancião guiou a adolescente até uma área em que havia diversas armadilhas de ferro, apenas esperando o peso de um Spewpa para se levantarem e garantirem uma caça fácil pro criminoso contrabandista. Sendo assim, a magnata teve que ser muito cuidadosa para ativar as armadilhas sem se machucar, normalmente apenas atirando uma pedrinha mediana, suficiente para fechar a caixa.

- Preciso reconhecer o esforço dele - comentou em voz alta para os Pokémon. - Ele é bom. Só há frutas com aromas fortes aqui... além de cores vibrantes... bem maduras. Ele não veio pra brincadeira dessa vez. Mas certamente a sequência das estações ajuda - ponderou, encarando as copas das árvores coloridas. - Será que conseguimos algo? Não custa tentar né? O que acha, Jangmo-o?

Agachando-se, a coordenadora explicou para o dragãozinho exatamente o que ele precisava fazer. Escolhendo uma das árvores com tronco pouco sujo e de casca grossa, ela sabia que coisas boas poderiam cair... assim como um Pokémon territorialista mais forte. Contudo, ainda assim valia o risco. Reluzindo a escama central de sua testa, Jangmo-o avançou em direção ao tronco e desferiu um golpe certeiro, que a fez balançar algumas vezes, além de deixar algumas folhas se soltarem. Segundos depois, uma fruta vermelha vívida ameaçou se chocar contra uma pedra e despedaçar, mas foi salva pelo flutuante Litten.

- Uma Fancy Apple?! - se surpreendeu ao receber a fruta seguramente nas mãos. - Caramba, Dolan... você está realmente engajado nisso. Essa fruta não é tão simples de achar!
- Muito bem observado, senhorita Dourado - disse uma familiar voz masculina, revelando se tratar de Birch. - Espero não tê-la assustado.
- Professor? O que está fazendo tão fundo na floresta?
- Pesquisa de campo, certamente. Mas muito me preocupou quando Poochyena farejou as frutas dentro daquelas gaiolas. Deveria tomar cuidado, mocinha, nunca se sabe qual perigoso caçador está na área.
- Dolan.
- Ora. Então temos de fato uma preocupação - ponderou o pesquisador. - Um homem muito obstinado, com uma feição de tolo, mas o intelecto apurado de um caçador.
- Não se preocupe, professor. Já o enfrentei uma vez. Deu trabalho, mas sai vitoriosa. Agora estou ainda mais forte... ele não tem nem chance - retrucou orgulhosa.

Assim, Birch começou a falar mais sobre a própria pesquisa na floresta, estando bem animado por já possuir alguns ajudantes bem engajados na causa de estudos locais. Amorina não perdeu tempo em emendar uma pergunta sobre por que aquela área foi escolhido por Dolan. Birch apenas pôde supor que, devido ao número de frutas fáceis e folhagem, era mais fácil para que as criaturas encasuladas se alimentassem até a chegada de sua evolução.

- Não posso mentir que... queria uma Vivillon. Achei a de Viola divina e minha mãe possui uma. É claro que eu não iria dizimar todas as selvagens como Dolan pretende... mas... quem sabe um dia.
- Poochyena ainda pode te ajudar com isso, como da última vez - elucidou o professor. - Ainda estou estudando sobre o comportamento do Drilbur que você em arranjou no Monte Lua. Mas isso não quer dizer que você não possa ajudar em diversos locais diferentes!

Felizmente, o lobinho não precisava de muito para detectar uma presença estrangeira, já que imediatamente começou a rosnar na direção de um mato alto. Afastando seu suposto adversário, uma Skitty rosada e de feição mais séria que o normal desferiu um arranhão que pegou na pata de Poochyena, que correu chorando para os pés do dono. Encarando Litten, Amorina via o sorriso no rosto do felino em poder enfrentar um adversário de semelhança de espécie.

vs

- Não se esqueça... não subestime seus adversários - ponderou para o próprio felino, que apenas riu. - Darkest Lariat!

Apesar de ser um metido, Litten sempre cometia o mesmo erro de acreditar que era mais experiente que qualquer um naquela floresta. Ele não estava errado, porém era um alvo fácil para o golpe sorrateiro de Skitty, que deu uma balançada de cauda que o fez recuar, depois executou um arranhão doloroso. Amedrontado pela audácia e velocidade da adversária, ele não se moveu.

- Viu? Darkest Lariat!

Bufando irritado após ter sua mobilidade comprometida, Litten agora impiedosamente invocava as chamas sombrias nas patas dianteiras e se projetava para frente como uma bala de canhão rodopiante, que colidia e gerava uma explosão de energia sinistra que deixava a selvagem bem ofegante e ferida. Mesmo assim ela resistiu, lançando um coraçãozinho antes de avançar num encontrão. Quando estava perto o suficiente, a felina surrupiou o Lucky Egg do adversário.

- Seu item! - alertou, fazendo o Pokémon ficar com um olhar positivo para a selvagem. - Darkest Lariat... e recupere assim que possível!

Como um felino com traços mágicos e perversidade afiada, Litten fez questão de invocar as chamas sombrias de suas patas para desenharem um coração em frente ao corpo, avançando na mesma intensidade que a primeira vez. Assim que colidiu com Skitty, ela desmaiou pelo esgotamento de suas energias e imediatamente deixou o Lucky Egg voando, que foi coletado pelo felino da coordenadora com uma pose orgulhosa e imponente.

Batalha:

- Encontrá-la sempre promete muitas surpresas. Nunca vi um Litten com o mesmo potencial ofensivo que um Torracat... mas presumo que o brilho do cinturão já indica que o estágio final está próximo.
- E ele ainda continuará sendo um triunfo. Imagine só encararem esse felino fofo e não imaginarem que ele guarda a mesma força que um Incineroar - retrucou a magnata, vendo o orgulho do felino aumentar, visivelmente pelo seu peito inchando. - De qualquer forma, acha que essa Skitty poderá ser boa para sua pesquisa?
- Infelizmente parece ser uma espécie migratória. Já temos uma divisão na Aether Paradise estudando-as. Contudo, não é de todo mal a senhorita levar uma consigo. Essas pequenas encrenqueiras estão mais aprimoradas do que nunca, ao se tornarem bem agressivas que o normal. Caso se sintam ameaçadas, seu instinto competitivo as dará uma força extra para afastar adversários. Sua forma evoluída então... é um problema ainda maior.

Amorina encarava a felina selvagem e considerada as palavras do professor. Não era incomum, desde o surgimento de Pokégea, que alguns Pokémon despertassem uma habilidade que nativamente não seriam capazes. Se ela bem pôde entender pelo professor, aquela se tratava de uma Competitive, por isso sacou uma Pokébola e lançou para finalizar a captura. Talvez reconhecendo o valor da adolescente, ela não relutou e foi registrada na Pokédex.

- Bom... agradeço sua colaboração, embora eu não possa retribuí-la. Se não se importa, tentarei ver se Dolan ainda está pelos arredores.
- Ora, o que a comunidade científica diria se eu deixasse uma adolescente sozinha em busca de um caçador infame? Nada disso! - protestou o professor. - Até que eu te convença de que ir atrás dele é uma má ideia, eu deveria acompanhá-la como um... reforço.
- Como quiser! - disse animada e segura, embora sentisse que em combate, era mais capaz do que o Poochyena do professor.

Após encontrar com o Professor Birch e ver o homem insistir em acompanhá-la na busca de Dolan pela Floresta, Amorina começou a sentir mais uma vez as adversidades do ambiente. Quanto mais fundo se ia, mais teias de aranhas perdidas eram encontradas, grudando nas roupas e sapatos e trazendo consigo uma série de folhas e outras sujeiras típicas do chão. Graças à sua preparação prévia, a coordenadora já não sofria tanto incômodo, diferentemente do pesquisador com chinelo e bermuda.

- Não sei se o senhor está preparado pra isso - brincou.
- Já andei em terrenos bem piores que essa floresta - respondeu Birch, confiante mas ofegante. - Embora melhor preparado.

Amorina ria com o comentário, até sentindo pena e pensando em desistir pelo bem do professor. Contudo, ele quem se ofereceu para "escoltá-la", além de que ela tinha um objetivo altruísta maior por trás: proteger a revoada de Vivillon que poderia nascer.

As únicas pistas que a adolescente possuía era a própria lembrança da feição de Dolan, algumas fofocas na cidade de que ele estava rondando a cidade e diversas armadilhas de ferro espalhadas com frutas pelas zonas mais afastadas da floresta. Embora não fosse muito, era o suficiente para que a magnata se arriscasse num reencontro com o criminoso, embora ela não podia mentir para si mesma que também esperava algum reconhecimento da cidade pelo feito.

- Qual padrão? - questionou o professor. - Qual o padrão de Vivillon de sua mãe?
- Ahm... ela tem asas azul, parecendo que está nevando.
- Uma polar? Fantástico! Sua mãe deve ser muito sortuda - destacou Birch. - Além de ser raro ver Vivillons desabrocharem no Inverno, as com essa padrão geralmente foram expostas à uma região alta para desenvolverem sua asa. Fascinante.
- Elas são afetadas pela estação e local em que estão colocadas?
- Normalmente, sim. Algumas Vivillon conseguem apenas herdar os padrões de seus familiares, porém são bem raras. A maioria delas prefere desenvolver o próprio padrão baseado na paisagem que enxergam. Por exemplo... as Vivillons de Santalune são tão apaixonantes pois graças às frutas selvagens, elas exibem seus padrões mais extravagantes influenciadas pela própria dieta. Dolan se não fosse um criminoso, seria um ótimo pesquisador de nicho.
- Compreendo... então... qual a condição ideal para aquela com asas rosa e amarelo? - disse, despretensiosamente, embora ficasse com ouvidos bem atentos para absorver a informação.
- O padrão solar, eu presumo. Se der sorte, verá uma por aqui. Elas são influenciadas pelo Verão e... bom, pelo tempo em que estão expostas ao Sol. Cores quentes, entende?

Amorina fazia uma pausa breve e sinalizava para o professor também parar, apontando para um buraco grande no chão. Dolan possuía um Diggersby, um Pokémon que se assemelhava a um coelho gigante e com orelhas fortes para escavar. Considerando as circunstâncias, a magnata só podia acreditar que estava cada vez mais perto do seu objetivo, mas também mais perto de um possível combate complicado.

Avançando cautelosamente, a coordenadora e o professor encontravam um acampamento improvisado, com duas caixas empilhadas lotadas de Spewpa, que ficavam com olhos arregalados, cada um olhando em uma direção. Aquilo atrapalhava para Amorina saber a posição exata do criminoso, porém ela estava prestes a fazer uma aproximação ousada. Sem nenhum medo, ela saiu de trás das moitas e avançou em direção à gaiola dos insetos. Antes disso, ela garantiu que Primarina estava livre, mas ainda escondida.

- Litten! Vamos derrubar essa mente criminosa! - ordenou ao libertar o felino.
- Ah... então você retornou - comentou a voz irritante e marcante de Dolan. - Mas vejo que não aprendeu nada.
- Eu poderia dizer o mesmo. No nosso último encontro, lembro de ter usado a frase "Hora de deixar os selvagens em paz".
- Delicados. Você usou essa palavra também. Mas veja só... eu peguei só os casulos dessa vez. Tão rígidos quanto poderia ser - disse em tom de deboche. - Mas é minha hora perfeita para uma revanche... não iremos ser gentis dessa vez. Diggersby use Mud Bomb!

Amorina permaneceu imóvel na posição em que estava, confiante no elo que cultivou com sua inicial nesses meses em que passaram juntas. Aquilo deixava Birch em pânico sobre o que fazer, porém antes que a bola de lama fizesse qualquer ameaça real de se colidir contra a adolescente, uma doce voz ecoou por todos os lados da floresta, onde inúmeras bolhas de água avançaram para interceptar e destruir completamente o golpe. Primarina então se revelava, esbelta e imponente, deixando Dolan com olhos arregalados.

- Acho que se lembra de Popplio. Ela cresceu um pouquinho - comentou sorridente. - Você é um bom caçador, Dolan. Ninguém pode tirar isso de você. Porém de criaturas frágeis e delicadas, o que demonstra que mesmo sendo bom, você ainda é covarde. Pra minha sorte, pessoas com essa característica tendem a ser bem menos tolas... então você pode se entregar agora e facilitar as coisas - ofertou, deixando que Primarina e Litten fizessem o olhar penetrante e ameaçador para o criminoso.

Dolan de fato era um covarde, mas jamais se entregaria facilmente. Sem demora, ele sacou um controle pequeno do bolso e apertou para abrir todas as gaiolas de Spewpa de uma só vez. Com uma pequena cesta de fruta bem no meio do acampamento, os casulos disparavam seus fios de seda para se locomoverem mais facilmente em direção à comida, criando uma arena pegajosa entre a adolescente e o criminoso. Sabendo que era uma perda de tempo dar a volta, Amorina apenas assistiu quando o criminoso sumiu entre os troncos mais distantes.

- Você é... mais corajosa do que eu pensava - comentou Birch, sacando um bloco de notas da mochila. - Mas você fez um excelente trabalho!

Amorina e Birch então se reuniram ao redor das Spewpa, apenas por garantia para saberem se estavam saudáveis o suficiente para serem devolvidas ao estágio selvagem. Contudo, para a surpresa deles, algumas delas começavam a reluzir e rachar seu casulo, abrindo luxuosas asas que se revelavam pouco a pouco conforme finalizavam suas respectivas evoluções. Os padrões mais comuns eram de Meadow e Elegant, com as cores vibrantes das frutas rosadas e roxas que antes estavam dispostas dentro da cesta. Contudo, era possível ver algumas de asas verdes do padrão Jungle, que ao abrirem voo pela primeira vez, quase se camuflavam entre as folhas escuras.

- E só resta uma... curioso - comentou o professor.

Acompanhando o olhar do pesquisador, a magnata via um dos casulos disparando sua teia em direção aos galhos de árvore, escalando lentamente até chegar no objetivo. Naquele ritmo, era provável que ele chegaria ao topo apenas no final do dia. Além disso, algo misterioso dizia para a adolescente intervir, sendo exatamente o que ela fez. Utilizando o pouco que lembrava sobre escalar árvores de Alola, ela auxiliou o casulo a subir até o topo, embora cada vez os galhos ficassem mais finos e frágeis.

- Por Arceus... tome cuidado para não pisar em falso! - exclamou o professor, novamente desesperado.
- Tudo bem... esse é um trajeto de Spewpa... eu só estou... dando um empurrãozinho - comentava enquanto escalava. - Mas a partir daqui... é só você!

Amorina reparava que os próximos galhos estavam novos e pouco desenvolvidos, por isso deixou que Spewpa voltasse a disparar o fio de seda e se puxasse sozinha em direção ao topo da folhagem. Embora não tivesse visão completa do inseto, a magnata abriu um largo sorriso quando a luz solar banhou a criatura por alguns minutos, até que ela estivesse para despertar sua nova forma. Com as asas exuberantes em padrões quentes, a última borboleta de padrão Sun se revelava e, como as outras, seguia os caminhos do vento para uma área mais segura da floresta.

- Entendo. Você sabia... mas deixou ela ir - comentou o professor quando Amorina voltou ao chão.
- Era uma maravilhosa Vivillon, de fato. Só não era minha Vivillon - retrucou. - Minha hora vai chegar. Só preciso saber esperar o tempo correto.

Birch dava um sorriso orgulhoso para a adolescente e fazia uma última anotação no bloco de notas antes de guardá-lo na mochila. Depois, ele sacou um pequeno docinho azul, conhecido por elevar a capacidade dos Pokémon. Sem fazer desfeita, Amorina libertou Carbink para consumir o item, já que era o mais inexperiente do grupo. Com tudo finalizado, a magnata fingiu que estava cedendo às súplicas do professor para que ela não se arriscasse mais na floresta, por isso seguiram juntos até a cidade.

Depois de conquistar a Chave de Santalune, Amorina decidia que era momento de seguir em frente. Ou melhor, regressar nos locais em que tinha passado. Seu objetivo era coletar as famigeradas Chaves das Cidades de toda Pokégea, já que elas favoreciam uma viagem tranquila e principalmente gratuita pelas rotas e cidades. Aquilo era uma necessidade atualmente, já que o acúmulo de itens na mochila da adolescente a fazia desejar trazer Mudsdale novamente para a equipe, porém ainda ela precisava treinar alguns outros no processo, o que atrasaria os planos com o alazão.

Antes de abandonar a cidade, a coordenadora fez uma passagem no Centro Pokémon e recuperou os poucos da equipe que estavam feridos. Enquanto aguardava, ela consultou seu Berry Pot e ficou bem contente em notar que os frutos já haviam maturado, coletando-os. Enquanto fazia isso, Carbink se auto-convocou para entregar as duas Ghost Gem que tinha produzido, deixando que seu corpo já se preparasse para uma nova produção.

Ainda no aguardo da liberação da enfermeira, Amorina aproveitou o tempo que tinha para ligar o Pokéblock Kit, pois estava disposta a criar alguns docinhos para a viagem. Por mais que ainda estivesse distante de mais um Hall, agora a expectativa era de que a dificuldade escalaria, portanto estar bastante preparada era fundamental. Cortando as Starf Berries em pedaços, a coordenadora assistia maravilhada os sucos coloridos não se combinarem, dado a diferença de densidade. Prosseguindo na fabricação, ela adicionou a farinha nutritiva e potencializadora dos efeitos das frutas, deixando que o aparelho continuasse o restante até a saída dos cubinhos multicoloridos na parte frontal. Ela precisou fazer isso várias vezes, já que o triturador só suportava o suco de duas por vez.

Finalmente livre e com tudo organizado nas três mochilas que precisava carregar atualmente, ela deixou que Hakamo-o ficasse com uma delas, por ter o porte semelhante ao de um humano e robusteza suficiente para aguentar o peso. Caminhando agora entre as raízes das árvores da Floresta de Santalune, recheada de folhas mortas, Amorina quase sentia uma segunda nostalgia. Ela já tinha retornado ao local antes, para encontrar o Altar Bug que "o Ancião" protegia. Felizmente, ela saiu vitoriosa daquele combate, que lhe deu confiança para fazer toda a travessia a pé, buscando continuar o treinamento de Carbink.

Não muito longe dali, surgindo de um anel dourado que possuía um portal dentro, uma criatura com poderes fantásticos avançava curiosamente na mesma direção da adolescente. Ele gargalhava alto, sendo provavelmente fruto de algo que ele fez no outro lado do portal, sendo justamente o que despertou Amorina para seguir o som, apenas por garantia de que não era ninguém em perigo.

- Pelos meus Tapus! - exclamou ao ver a criatura. - Você é um gênio... tipo... tipo aqueles de filmes que realizam desejos? - questionou, esperançosa.
- Ein? - estranhou o Pokémon, olhando pra baixo para ver a coordenadora. - Eu não realizo desejo algum, menina! A menos... que queira desaparecer. Talvez eu possa ajudar - brincou, rindo gostosamente em seguida.
- Bom, eu queria chegar em Pallet bem rápido. Se seu desaparecimento me levasse lá, seria um ótimo atalho - retrucou, depois retornou a caminhada.
- Não posso te levar para Pallet - emendou, mergulhando num anel dourado e surgindo bem na frente da adolescente. - Mas posso te levar para a Caverna Escura num piscar de olhos! - exclamou orgulhoso, mas não sustentou a pose, graças à feição descrente da coordenadora. - Não acredita em mim? Pois faça o que todos da sua espécie fazem quando querem me desafiar. Aponte seu Rotom esquisito pra mim! - finalizou, cruzando os braços e inflando o peito.

Hoopa, o Pokémon travesso. Esse encrenqueiro pode mandar qualquer coisa e qualquer ser vivo para locais distantes com seus portais, que são capazes de rompar o espaço. Lendas relatam que, em sua forma real, ele possui um poder gigantesco e é capaz de abrir múltiplos portais com seus seis braços.

Amorina assistia incrédula seu RotomPhone se atualizar no aplicativo da Pokédex. As beiradas douradas do registro do Pokémon sempre significavam uma única coisa: o registro era de um lendário. Com a boca levemente aberta, ela viu Hoopa rir mais uma vez, inflando ainda mais o peito.

- Todos vocês ficam com essas caras de tontos. Mas, então... vai querer ir pra Caverna Escura ou não? - disse animado.
- Você pode realmente abrir um portal que vai me jogar do outro lado do continente? - questionou, recebendo um aceno positivo. - E o que houve com sua forma real?
- Bom... eu fui enganado e me... NÃO INTERESSA! - gritou, irritado em quase soltar um segredo. - Muito bem, menina. Vou considerar que você aceitou o desafio, então se prepare para enfrentar alguns amigos meus. Eles são os mais fortes do local que você pretende visitar, então se prepare!

Amorina cogitou que, por ser uma caverna, os Pokémon de Rock eram mais comuns de surgirem, por isso libertou Primarina para assumir a posição de destaque, recebendo o Lucky Egg. Enquanto ainda tinha tempo, ela ainda ativou o Exp Share e conectou os fios do aparelho à Pokébola de Carbink, para que o auxiliasse a também obter conhecimentos com o combate "lendário". Enquanto a adolescente se preparava, Hoopa tinha mergulhado num dos portais e sumido de vista, mas surgiu alguns metros atrás da desafiante, com um estrondo alto de pedras caindo, revelando que trouxera um Onix.

vs

- Você realmente não está pra brincadeira... mas podemos lidar com isso! Primarina use Sparkling Aria!
- Primarina? Pensei que era mais fraca - murmurou, decepcionado. - Vai lá Onix, detona ela com o que eu te ensinei!

Com a experiência sendo decisiva para o movimento inicial, a cantora aquática soltava as pérolas do cabelo e cantarolava para forçar a pouca água que existia no ambiente flutuar. Ainda sob domínio da inicial, as gotículas de água se expandiam gradativamente, formando várias bolhas médias carregadas, que foram disparadas e explodiam em contato com Onix. Rugindo dolorosamente, a serpente de pedra conseguia resistir graças à sua habilidade que o fazia reluzir vermelho, depois prosseguiu dando uma rabada no chão, gerando tremores sísmicos fortes que abalavam o terreno, mas não era tão poderoso contra a sereia (Earthquake).

- Você sentiu isso? É só uma palinha do que vai encontrar na caverna. Bom trabalho, Onix!
- Agradeço o treinamento, mas vamos focar no que temos em frente: Aqua Jet!

Invocando uma bolha de água no focinho, Primarina logo forçou essa pequena fonte a se tornar uma espécie de véu líquido ao redor de seu corpo, disparando-se em extrema velocidade contra Onix, depois retornando na posição original. Por mais que tentasse resistir, pouco a pouco as pedras da serpente caíam sob o chão, decretando seu desmaio. Hoopa aplaudia o desempenho, mas não perdia tempo em abrir outro portal, agora trazendo um cogumelo com cores vívidas.

vs

- É um lindo Morelull. Eu adorava ver alguns deles passeando a noite nas florestas de Alola. É bom saber que existe essa espécie na Caverna! - animou-se. - Primarina use Icy Wind!
- Faça o que você faz de melhor, meu amigo!

Primarina olhava com curiosidade o pequeno cogumelo que estava à sua frente, pois ele era quase tão pequeno que afundava entre as folhas mortas do chão. Mesmo assim, a cantora confiava que Amorina não lhe convocaria a toa, por isso obedeceu as ordens ao focalizar em resfriar seu interior e disparar uma ventania gélida que mergulhou Morelull numa camada fina de gelo. Quando o gelo se partiu, o Pokémon caiu desmaiado. Hoopa murmurava alguma coisa inaudível, mas tratou de abrir mais um portal e trazer uma espécie de morcego redondinho.

vs

- Woobat, não me decepcione. Te auxiliei diversas vezes para que eu pague mico na frente da humana - protestou Hoopa.
- Não seja tão duro com eles. Estão dando o melhor. Primarina, agora use Sparkling Aria!

A falta de resistência ao golpe aquático e a familiaridade da cantora poderia ser suficiente para derrotar o voador na concepção de Amorina. Dito e feito: Primarina ficava na ponta da cauda para cantar uma nota alta, fazendo as águas anteriormente utilizadas voltarem a flutuar em bolhas medianas, que se encontravam na posição de Woobat e espalhava respingos em todas as direções. Assim, o morcego também caia.

- Ai... vou deixar os próximos perto, só pela garantia - reclamou Hoopa, abrindo mais um portal, trazendo agora um Teddiursa.

vs

- Acho que vou me dar bem dentro da Caverna. Obrigada realmente pelas dicas de Pokémon de lá! Primarina use Sparkling Aria!
- Faça alguma coisa, Teddiursa! Tente pelo menos causar algum dano!

Não fora por falta de tentativa, uma ver que o ursinho realmente estava se focando para criar uma aura marrom-claro e usar algum golpe, porém seus preparativos era bem mais lentos que os de Primarina. Sob comando de mais bolhas de água, quando sentia o golpe do adversário chegar perto de ser executado, a cantora forçava a explosão aquática e o desmaiava de uma só vez. Cruzando os braços emburrado, Hoopa abria mais um portal, do qual deslizava um sapeca Impidimp.

vs

- Já cometemos muitas travessuras juntos, Impidimp. Não se esqueça disso!
- Imaginei que teria amigos assim - brincou. - Primarina agora use Draining Kiss!

Com os lábios reluzindo numa tonalidade rosada, a sereia se preparava para mandar um beijinho sanguessuga contra o adversário, mas foi surpreendida quando ele apareceu bem próximo de seu rosto, batendo palmas em seus ouvidos e forçando-a a recuar (Fake Out). Ainda amedrontada, Primarina ficou imóvel, com um olhar de quem pedia desculpa para sua treinadora.

- Tudo bem querida, agora dará certo! Draining Kiss!
- Excelente, Impidimp. Nosso último amigo talvez poderá dar conta do trabalho!

Amorina já conhecia a habilidade de Impidimp, por isso não se surpreendeu quando ele conseguiu ter vantagem em fazer uma feição macabra e disparar um vulto que atravessou Primairina e fez seus músculos contraírem, reduzindo sua mobilidade (Scary Face). Contudo, seu medo ainda não era total para recuar mais uma vez, ao passo que a sereia reluziu os lábios num tom rosa-pastel e lançou um efeito de beijo em direção à fadinha. Na explosão do golpe, Impidimp desmaiava imediatamente, porém uma orbe verde-reluzente retornava para Primarina, curando-a. Hoopa fazia um movimento breve com a mão, deixando que outra criatura sombria surgisse.

vs

- Pega ela, Sableye!
- Não tão rápido... Primarina use Protect!

Sableye era uma espécie que a amiga de Amorina, Titânia, possuía. Como esperado, era mais um Pokémon capaz de executar o Fake Out, pois a sombria criatura se esgueiro tão rapidamente que era quase impossível acompanhar. Precavida, Primarina fechou os olhos e gerou um escuro translúcido ao redor do corpo, protegendo-a do ataque surpresa que o Pokémon tentou executar.

- Excelente! Agora Draining Kiss!
- Isso não estava nos planos. Sableye, alguma ideia?

Hoopa sorriu abertamente quando viu Sableye fazer um movimento com os braços, invocando uma chama azulada entre as mãos. O fantasma então espalhou as chamas para formar um círculo de fogo-fátuo, disparando ao redor de Primarina para enfeitiçá-la com uma queimadura. Retribuindo o ataque, a sereia enviava mais um beijinho rosa-pastel que explodiu em Sableye e o fez desmaiar. Por fim, a queimadura causava alguns danos na aquática.

Batalha:

- É... você me enganou com essa carinha de quem tinha acabado de começar a vida - reclamou Hoopa, cruzando os braços.
- Bom, tecnicamente você se enganou, já que eu não disse nada sobre minha experiência de jornada - retrucou orgulhosa. - Mas você não disse que iria me ajudar?

Por mais que estivesse ofendido, depois de ver o sorriso da coordenadora, Hoopa melhorou a feição para seu típico sorriso travesso e assentiu com a cabeça. Fazendo um movimento muito mais exagerado que todas as outras vezes que ele tinha invocado um anel-portal, ele se concentrava para torná-lo cada vez mais duradouro, sendo notável pelo brilho efêmero dourado que agora ganhava até mesmo textura. Quando o anel estava concluído, Hoopa o soltou, fazendo o objeto alargar e mostrar uma escuridão dentro dele.

- Ai está!
- Eu não vejo nada
- É a Caverna Escura, humana. Queria ver o que?
- Amorina - disse, vendo o Pokémon dizer "Ein?". - Meu nome é Amorina. Obrigada, Hoopa!
- Oh, claro. Vocês são chamados pela sua espécie. Lembrarei de você, Amorina. Ainda te pegarei numa batalha mais justa, pode esperar sim! - exclamou. - Aliás, depois de você ver as maravilhas que meus portais fazem, você vai me caçar muito mais vezes! Só que... boa sorte com isso!

Hoopa fazia uma careta e mergulhava num dos portais efêmeros que abria, que logo sumiu em poucos segundos. A magnata não iria tentar persegui-lo, pelo menos não agora. Esticando a mão abaixo do anel-portal, ela viu o objeto se contrair e desaparecer seu interior.

- Acho que estou entendendo o funcionamento disso! Aliás, meus parabéns Primarina, você derrotou os amigos de um lendário! - elogiou a menina, afagando o cabelo da sereia.

Como um agrado extra, a coordenadora entregou dois Pokéblock para a cantora, que exibiu uma feição ainda mais alegre com os presentes antes de ser devolvida à Pokébola. Considerando que o portal agora podia adiantar bastante o processo de caminhada em Pokégea, Amorina fez o retorno para Santalune, onde curaria a queimadura de sua inicial antes de decidir o que faria com a nova informação que obtinha sobre o lendário dos portais.