Decidida a não passar mais uma noite na caverna, Amorina recolhia todos os Pokémon antes de rumar direto para Pewter. Mergulhando os músculos exaustos na macia cama do hotel, ela conseguia relaxar mais uma vez e ter bons sonhos com sua performance em Pewter. Com esse vislumbre de sucesso, a coordenadora despertou bem cedo e correu para o Centro Pokémon para resolver algumas pendências.

Com toda a equipe recuperada, Amorina tomou mais uma vez a trilha que seguia até a abertura mais próxima do Monte Lua. Com o clima agradável do Outono, ela sentia que todos estavam mais dispostos, já que mineradores e treinadores que cruzaram o caminho dela exibiam um sorriso no rosto ao desejar bom dia. Entre as diversas pessoas que estavam por lá, um senhor de cabelos brancos e postura cansada atraía os olhos da menina, que correu para se aproximar.

- Mr Dyce! É mesmo o senhor? - cumprimentou animada.
- Ora, se não é doce Amorina. Que encontro auspicioso revê-la depois de tanto tempo - retrucou o homem.
- Então realmente continua agraciando a todos com sua presença. Isso é bom. O senhor ainda está em ótima forma.
- Gentileza sua, querida. Mas, não podemos desperdiçar o tempo do destino. Venha, me conte o que aconteceu desde a Floresta de Santalune.

Amorina orgulhosamente expôs sua primeira fita ao homem, que ficou realmente contente com a conquista da menina. Com o laço oliva em mãos, ele ouviu atentamente cada novo passo que a menina deu, além de ser a primeira pessoa em descobrir que, secretamente, ela estava aliada à Polícia de Pokégea. Mr Dyce também compartilhou as próprias experiências, dizendo o quanto era requisitado por outros treinadores que gostariam de completar seu já renomado Bingo Book.

- Oh! Eu quase esqueci deste - comentou a menina enquanto ouvia o idoso. - Você já me deu duas assinaturas].
- Nosso primeiro encontro foi um tanto conturbado, certo? - questionou, lembrando-se da ocasião em que fora corrompido pela negatividade durante o tempo das Magical Sisters. - Mas o segundo é o que importa. Ou talvez... eu posso acrescentar mais um carimbo - provocou o homem.
- Uma batalha? Aqui e agora? Eu estou disposta! - disse animada, esperando concluir o mais rápido possível e receber o presente misterioso.
- Vou lhe dar algum tempo para se preparar enquanto me alongo - disse o homem em seguida, tomando sua posição e fazendo alguns alongamentos enquanto esperava.

Amorina notou que nos últimos encontros com o idoso, ele sempre utilizou uma espécie temática do local em que estavam. Considerando que os tipo Rock e Ground teriam desvantagem contra ela, a coordenadora logo preparou a pokébola de Brionne em uma mão enquanto ativava o Exp. Share e o conectava à Pokébola de Mudbray.

- Ok... estou pronta!
- No três então! Um... dois...
- Três!

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Info Adicional:

Com as esferas se abrindo, o leão marinho da coordenadora se materializava caindo na ponta da cauda para fazer um floreio e enfim tocar completamente o chão. Do lado do aposentado, estava a fada rochosa com pedaços preciosos no corpo. Todos trocavam sinceros sorrisos.

- Então ai está a mais nova forma de sua antiga Popplio. É fabulosa, Brionne - elogiou o homem, deixando a pequenina corada.
- E o senhor está acompanhado de um honorável Carbink.
- Sem dúvidas uma herdeira Dourado. Tem bons olhos - comentou. - Mas, teremos muito tempo para bater papo quando encerrarmos isso. Carbink use Smack Down!
- Brionne abra alas com seu Water Pledge!

Com os comandos dados, o leão marinho começava o que parecia sua performance, fazendo a dancinha de ondas com a mão enquanto cantarolava docemente. Talvez até mesmo seu adversário foi cativado por aquela canção, já que o pilar de água perigoso foi certeiro em lançar a fadinha para o alto e derrubá-la com força no chão. Recuperada da queda, ainda que com algumas rachaduras pelo corpo, Carbink revidou ao rodopiar e disparar um pedregulho que pressionou Brionne contra o chão.

- Seus Pokémon sempre possuem muita elegância, mas não pretendemos ficar para trás. Aqua Jet!
- A experiência é valiosa, mas creio que já saiba disso. Carbink esforce-se neutralizando com mais um Smack Down.

Apesar do Pokémon precioso tentar ser mais rápido em manipular a pedrinha para ser atirada, Brionne era bem mais ágil ao invocar a esfera de água cristalina na ponta do nariz, que imbuiu seu corpo no líquido e a disparou como foguete contra seu alvo, que foi lançado aos pés do dono e desmaiou.

- Perigo e beleza combinados. Vocês duas são uma ameaça dupla... ou deveria dizer quádrupla? - brincou. - Descanse bem, amigo. Vamos em frente Trapinch! - comandou o homem em seguida.

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Info Adicional:

- Digamos que esse é nosso segredo - respondeu a menina. - Um desses me deu trabalho da última vez. Não pretendo repetir a dose... Brionne use Water Pledge!
- Sand Tomb, meu pequenino!

Assim que o adversário subiu em campo, a poeira do chão ficou mais densa e afundou parcialmente o corpo de Brionne, sendo a habilidade do terrestre que prendia seus adversários e presas na luta. Destemida, a aquática pop star não se importava com algo tão raso, focando toda sua energia em invocar um pulso de água abaixo do terrestre cabeçudo, que era lançado para o alto como seu aliado anterior, mas não tinha a mesma resistência. De cabeça para baixo, o Pokémon permanecia nocauteado.

Batalha:

- Todos os dias acompanho diversos jovens passando - ponderou o homem enquanto recolhia seu parceiro. - Você é uma das mais notáveis, minha cara. É nítido ver que seus cuidados refletem na beleza e destreza dos golpes de sua Brionne. Não só isso, como mesmo sem notar, vocês estavam sorridentes durante toda a batalha. É rejuvenescedor estar em sua presença.
- Obrigada Mr Dyce. De verdade. Ouvi histórias sobre o senhor com meu pai. Sempre foi uma inspiração pra mim - comentou corada, recebendo Brionne num abraço ao se aproximar do idoso.
- Mas se me permite um alerta: tome cuidado criança - comentou o homem, mudando a expressão repentinamente. - Infelizmente quando estamos envolvidos com muito dinheiro, inimigos brotam dos mais variados locais. Por hora, eles não tem conhecimento de você, mas assim que tiverem, tudo será mais complicado. Sei que tem força vital para superar os obstáculos que a vida te dará, mas preciso que me prometa uma coisa.
- O que? - questionou, nervosa com o aviso do homem.
- Não deixe de sorrir. Sua positividade foi e continua sendo seu ponto mais alto. Contanto que você energize seus companheiros com ela, você ficará mais do que bem!

Com a finalização, Amorina enfim recebia mais um carimbo no Bingo Book, sentindo-se realizada a cada vez que preenche uma nova lacuna daquele livro. Depois, o idoso ainda convidou a menina para procurar mais algumas Dust Cloud, agora patrocinadas diretamente pelos Pokémon do homem, que traziam duas gemas preciosas e entregavam na mão da adolescente.

Acenando para Mr Dyce em despedida, ela imaginava quando seria a próxima vez que o encontraria. Contudo, quando retornou a explorar os túneis da caverna, ela sentiu um leve arrepio pela notícia que recebera do homem. Cada vez que ela subia no palco, os riscos de descobrirem sua direta ligação com Eva e Augusto era maior. Assim, a magnata precisava de muito mais do que ser competente e bem sucedida. Ela precisava lutar pelo próprio bem e de seus aliados.

O encontro com Mr Dyce trazia momentos de alegria, mas também preocupações para Amorina. Contudo, seguindo o conselho do aposentado, ela não transparecia seu medo ao exibir um largo sorriso quando cruzava os olhares com Mudbray ou Solrock, os únicos Pokémon que a acompanhava fora da pokébola. Atento às armadilhas naturais da caverna, o psíquico estava focado no teto, esperando sempre a oportunidade para se imbuir em chamas e golpeá-las num golpe giratório do Flare Blitz, esfarelando completamente a ameaça da coordenadora acabar empalada por alguma estalactite. Ao notar que as chamas começavam a surgir em seu Pokémon, a magnata logo dava alguns passos para trás e esperava que algo caísse daquela chuva, como o fóssil anterior, mas desse vez não encontrava nada.

- Não custava tentar. Obrigada querido - comentou quando o psíquico retornou para iluminar o caminho ao seu lado. - Vamos revisitar a área da Titânia. Com sorte poderemos reencontrá-la antes de encerrarmos os trabalhos por aqui.

Utilizando as dicas de sua amiga pesquisadora e filha de mineradora, Amorina sabia se encontrar com muita facilidade já que os túneis não eram tão aleatórios quanto pareciam. Na verdade, todos levavam ao grande centro da gruta, onde a atividade era mais forte, possuindo apenas algumas interconexões entre elas graças às formações de geodo natural, que por vezes eram tão abundantes que exigiam um grande projeto para extraí-lo.

Mesmo assim, para a sorte da mineralista, Solrock se sentia incomodado com uma energia emitida por uma rachadura na parede. Ao explorar mais atentamente, a adolescente constatou que se tratava de um geodo Dark type. Com os equipamentos que tinha, ela arrancou parte do mineral e o guardou na bolsa, mantendo-o bem escondido para não incomodar ainda mais o psíquico. Antes que pudessem seguir em frente, Mudbray alertou a dona sobre uma oscilação no chão.

- Que isso?

No chão cavernoso, dois rastros pareciam digladiar ao realizarem encontrões. Provavelmente eram selvagens brigando por território, mas como aquele era o túnel mais longo e com caminho direto para a gruta, a coordenadora não iria fazer um desvio.

- Mudbray... vamos resolver esse impasse.

Retirando as mochilas do Pokémon, o burrinh tomava frente para dar um golpe no chão que fez os selvagens se revelarem. A dupla de toupeira colocava o rosto pra fora, sendo o primeiro um Diglett Kantoniano enquanto o outro ainda era desconhecido para a jovem. Eles se entreolhavam, trocavam alguns burburinhos, depois encaravam raivosos os "intrusos".

- Inimigo do meu inimigo, certo? Bem pensado. Pumpkaboo, vamos lá! - comandou ao liberar a abóbora, depois lançou o Miracle Seed que já pertencia ao grandalhão.

   vs    

Info Adicional:

- Abram alas para os exímios aliados! Mettalic Dust e Razor Leaf! - comandou a menina, animada.

Apesar de comandar com antecedência, os selvagens não estavam dispostos a esperar brechas. Assim, Diglett pressionou o próprio corpo contra o chão, gerando uma onda sísmica que se espalhou por toda a extensão do local, golpeando tanto seus adversários quanto a toupeira aliada. Ainda que irritada, a toupeira que efetivamente saía do buraco uniu os braços acima da cabeça, depois saltou contra o chão e cavou um buraco, sumindo de vista.
Com a deixa, Mudbray deixou seu corpo reluzir com uma aura metalizada, mas logo concentrou o movimento nas patas dianteiras e golpeou o chão. Com o combo perfeitamente executado, a massa muscular do burrinho crescia e a nuvem de poeira pigmentada explodia em todos no campo. Apesar de ter apanhado pro aliado, Pumpkaboo se manteve firme ao disparar uma grande folha afiada, que atravessou a primeira toupeira e a desmaiou.

- Não abaixem a guarda... ele está por aqui. Double Kick e Razor Leaf quando ele surgir!

Assim que a menina terminava de falar, um movimento de Mudbray fez com que o selvagem sentisse a oscilação no chão, fazendo-o subir e golpeá-lo sorrateiramente. Apesar disso, ele ficava exposto no ar, fazendo com que o burrinho desse um coice duplo contra a toupeira e a lançasse diretamente contra seu aliado. Pumpkaboo dava uma risadinha e fazia diversas folhas cortantes, que golpeavam o adversário antes do próprio fantasma ficar intangível e deixar que o selvagem o atravessasse, caindo desmaiado no chão.

Batalha:

- Excelente combo. Maravilhosa sinergia. Vocês estão radiantes! - elogiou a menina pelo combate bem sucedido.

Os aliados inflavam de orgulho próprio, mas não era surpresa. Mudbray era muito familiar à criaturas gramíneas, mesmo que acabasse apanhando por elas as vezes. Além disso, tanto ele quanto Pumpkaboo eram espécies nativas de Solaceon, demonstrando que possivelmente conviviam em paz naquela cidade.

Amorina então dava os primeiros passos em direção aos selvagens, recolhendo os itens que eles possuíam por serem extremamente úteis: a bola de lama e uma pedrinha lisa preta. Com isso, ela também acabava encontrando duas Steel Gem perdidas entre eles, provavelmente sendo o que ocasionou a briga entre as criaturas. Por fim, a adolescente mirava sua Pokédex e tinha mais informações da segunda toupeira que não conhecia.

Drilbur, o Pokémon toupeira. Ele abre caminho rapidamente pelo solo juntando as duas garras e girando em alta velocidade.

- Até que é fofo. Porque não? - disse, sacando a única Pokeball que possuía para tentar a captura.

O selvagem não relutou, sendo capturado com relativa facilidade. Sem mais nada, Amorina reorganizava algumas bolsas nas costas de Mudbray e seguiu rumo à gruta, esperando reencontrar Titânia para um dia intensivo de exploração.

Após a captura de um Drilbur selvagem e a obtenção de mais algumas gemas, Amorina enfim fazia sua passagem livre até a gruta principal do Monte Lua, onde a atividade de mineração tinha voltado a todo vapor. O clima agradável permitia que todos se sentissem mais dispostos. Sem medo de ser feliz, a coordenadora se aproximou e recebeu algumas orientações dos mineradores experientes, que indicaram as zonas seguras daquela área para que quebrasse as rochas sem ocasionar o deslizamento.

Parcialmente frustrada por não encontrar Titânia, a magnata focou todos seus esforços na busca por mais riquezas minerais. Retirando o Ride Pager para pegar a Pokébola emprestada de um Tauros, ela comandou ao touro que golpeasse uma das formações rochosas. Amorina sentiu um arrepio no corpo quando um brilho avermelhado se espalhou por toda a gruta, atraindo automaticamente a atenção de todos os treinadores.

O que parecia ser um pequeno meteorito azul escuro, com orifícios que disparavam feixes vermelhos surgia daquelas pedras, dançando no ar por um tempo antes de vir direto na direção da adolescente. De mãos esticadas, a mineralista recebia o item em mãos, ficando nervosa quando todos começaram a falar o quanto ela era sortuda por ter encontrado aquilo numa área tão movimentada. Apesar do perigo não estar instalado, uma mineradora achou melhor dispersar os demais curiosos de perto da menina, deixando até mesmo que ela enfrentasse o Pokémon que perturbou.

- Obrigada - disse à mineradora. - Mudbray vamos acalmá-lo para não perturbar ninguém! - convocou a menina, vendo seu burrinho se desvencilhar das bolsas para lutar.

  vs  

Info Adicional:

- Não vamos prolongar isso. Estamos sendo observados - comentou a menina, ao ver que alguns treinadores ainda espiavam de canto de olho a Wishing Star em sua mão. - Rock Slide!

Mudbray olhava em volta nervoso, mas tentava se manter focado. Assim, ele manipulou os pedaços de rocha que estavam estilhaçados no chão para lançá-los contra seu alvo numa dolorosa chuva. Protegido dentro do casco, o inseto rochoso acabava suportando muito bem os danos. Em resposta, Shuckle dava um grito agudo e irritante, que criava anéis cor oliva que atravessavam o burrinho. Com o golpe, a ofensiva especial de Mudbray era comprometida e a defesa física era aumentada.

- Continue com Rock Slide!

O inseto rochoso era bem lento, por isso ao invés de tentar escapar, ele apenas se recolhia no casco ao notar que Mudbray estava atirando ainda mais pedras em sua direção. O que parecia ser um golpe que o levaria ao desmaio era parcialmente reduzido pela habilidade de Shuckle, que reluzia vermelho ao resistir bravamente. Irritado com os ferimentos, ele soltou um grito ainda mais estridente na cor oliva, mas não surtia muito mais efeitos que o anterior.

- Rock Smash, finalize!

Com as patas reluzindo num vermelho escuro, o burrinho cavalgou e saltou sobre o adversário, pressionando as patas dianteiras contra seu casco. Com o impacto, Shuckle desmaiava.

Batalha:

Finalizado o combate, Amorina era bem rápida em se aproximar do selvagem e coletar o suco fermentado que ele produzia dentro do casco. Guardando a bebida e o meteorito reluzente na bolsa, ela se surpreendia ao ver um minério de sal flutuando à sua frente, algo que apenas Solrock tinha notado cair do Rock Smash.

Ainda sendo observada de forma mais contida pelos treinadores, ela temia que adentrar qualquer túnel fosse perigoso. Assim, ela decidiu que continuaria a procura naquela mesma área pela própria segurança. Por fim, ela mandava uma mensagem para Titânia, alertando que estava no meio da gruta caso a pesquisadora quisesse continuar a fazer a exploração em dupla. Cruzando os dedos para uma resposta positiva, Amorina virou uma golada de água e voltou à procura.

Depois de conseguir uma Wishing Star em sua mineração, Amorina tentava ignorar os olhares tortos de outros treinadores que presenciaram o acontecimento. Para piorar, a adolescente ainda tinha que lidar com um fato que a aborrecia: sequer sabia para que o item era feito. Por ter aprendido no curso de mineralistas que aquele meteorito era bem raro, ela sequer se deu o trabalho de concluir sua leitura por achar ser azarada demais para encontrá-lo.

Disposta a esquecer o ocorrido, ela decidiu que era momento para focar no próprio serviço. Pacientemente ela solicitava que Mudbray golpeasse algumas partes rochosas e revelasse o que se escondia, encontrando uma boa porção de... mais rochas. Tudo parecia perdido, mas graças à luz de Solrock combinada com a reluzência do mineral, o geodo do tipo Rock se evidenciou de toda aquela caçada, resultando ao menos uma gema bruta para que a garota comemorasse contidamente seu achado.

Passado aproximadamente uma hora desde o último encontro, Amorina chamava todos para uma pausa, ficando sempre bem perto do acampamento de mineradores. Ao colocar ração e água, ela viu seus Pokémon darem um gracioso sorriso. Aquele era um bom sinal: há dias muitos deles estavam irritados com o clima cavernoso, mas agora já pareciam compreender melhor os motivos da dona e até se acostumaram. Durante esse período, a menina arrepiou ao ouvir uma voz masculina animada surgir de repente.

- Ora, que espécies magníficas você possui aqui - ponderou o homem, que encarava Solrock e Litten com grande curiosidade.
- Obrigada. Eles são... - disse ao se virar e ficar cara a cara com. - Professor Birch?!
- Minha fama me precede, eu presumo - brincou rindo. - Eu mesmo. Perdoe-me, senhorita, mas temo não saber o seu nome.
- Amorina. É um grande prazer conhecê-lo - disse ao abrir um sorriso e esticar a mão para um aperto.
- Certo. Não esquecerei jamais, Amorina - disse o homem retribuindo o sorriso. - Ouvi alguns rumores de meus colegas mineradores, mas precisei vir averiguar pessoalmente. Certamente não esperava que a garota que encontrou uma Wishing Star também seria a dita portadora de espécies fabulosas como estas. Você possui muita sorte ou muita disposição para aventura, mocinha!
- É o que gosto de pensar.
- Muito bom. Me permite dar uma rápida olhada no objeto que encontrou? Prometo devolver imediatamente - questionou o homem.

Amorina ficava receosa por um tempo, mas refletia que era um professor renomado. Ele não iria simplesmente coletar um item daqueles e sair correndo pelos túneis. Ao menos, era o que ela esperava. Entregando o item, Birch girou o meteorito diversas vezes nas mãos ao observar a composição e a energia que exalava pelos orifícios.

- Perdão, professor. O senhor saberia me dizer para que isso serve?
- Hm... claro! - exclamou ao ser retirado das próprias reflexões. - Embora não seja especialista em Dynamax, tenho conhecimento de que ele exige a existência de pontos específicos de poder. Os Pokémon ficam gigantes ao absorver a energia vermelha desses pontos. Pesquisas apontaram que as Wishing Star permitem que você extraia a força diretamente do objeto, sendo consumido para permitir que você ative o fenômeno em qualquer lugar.
- É uma pena que ainda não estejam funcionais - disse ao mostrar a própria Transform Battery.
- Pensando positivamente, quando estiverem carregadas, você poderá dynamaxar seus Pokémon em qualquer lugar. Por hoje, eu agradeço sua contribuição - completou, devolvendo o meteorito em segurança para a jovem. - Além disso, estou fazendo uma pesquisa de campo. Procuro por espécies nativas daqui para explorar a possibilidade de melhorar sua convivência. Caso acabe encontrando alguma criatura que não tem interesse, eu aceitaria uma doação. Bem como irei citar sua colaboração no relatório.
- Sinto muito, professor. Não estou tendo sorte em encontrar selvagens diretamente. A menos que seja explodindo pedras ou fuçando em areias.

Naquele mesmo instante, uma nuvem de poeira bateu no pé da menina e se dissipou. Daquela formação surgia um glorioso conjunto de gemas da cor rosa, roxo e preto. A magnata mergulhava para apanhá-los e guardava na bolsa com o mesmo brilho nos olhos, quase que ignorando completamente a presença do professor.

- Acho que a sorte está a seu favor, pelo menos dessa vez - brincou o homem. - Aliás, como eu já ajudei muitos outros, não tem porquê eu não te ajudar também. Poochyena, venha! - disse o homem ao liberar um cão de pelagem cinza. - Encontre um selvagem para nossa amiga.

Com um aceno, o Pokémon sombrio aprimorou o próprio faro e começou a andar pela área, sendo seguido de perto por Amorina que achava surpreendente aquela habilidade do Pokémon. Poochyena parou na frente de um buraco no chão, emitindo um latido antes de sair correndo de volta para Birch. Daquela abertura surgia Drilbur, uma espécie que a adolescente já possuía.

- Ok. Pelo bem da ciência. Pumpkaboo, conto com você! - disse liberando a abóbora fantasma e expondo ela aos efeitos do Lucky Egg.

  vs  

Info Adicional:

- Não precisa se conter dessa vez! Razor Leaf!

Pumpkaboo ficava radiante com a notícia, mas foi surpreendido com a agilidade do selvagem. Drilbur tinha um brilho oliva nas enormes garras da mão, golpeando com um corte o corpo da abóbora. Recuperado do ataque sorrateiro, o fantasminha focou toda sua energia em criar uma única grande folha afiada que foi disparada e atravessou a toupeira, causando graves danos.

- Essa já é nossa! Shadow Sneak!

Drilbur até tentava golpear seu alvo com a garra reluzindo ainda mais forte a coloração dos insetos, mas quando chegou perto, Pumpkaboo desapareceu nas sombras. Olhando paranoico pelas direções, a abóbora se ergueu e deu um empurrão no adversário, que foi lançado para frente e desmaiou.

Batalha:

- Bom trabalho vocês dois - comentou o homem. - Utilizou bem sua vantagem. Já conhecia a espécie?
- Coincidentemente, encontrei um a algumas horas atrás, quando estava vindo para cá. Mas, vamos ver se o senhor conseguiu um cobaia para sua pesquisa! - comentou ao recolher o item segurado pela criatura e em seguida lançou uma Premier Ball.

Quase sem relutância nenhuma, a esfera ficava estática anunciando o sucesso na captura. Birch dava um olhar para a menina, recebendo apenas um aceno positivo permitindo que ele coletasse o objeto e ficasse permanentemente com a espécie nativa.

- Dê um bom destino para ele. Não quero saber de maus-tratos!
- Eu jamais me atreveria. Muito obrigado, de verdade Amorina! - comentou o homem, parecendo verdadeiramente contente com a ajuda. - Enfim. Continuarei pelas redondezas. Caso você tenha interesse em mais doações, basta ver minha localização no Rotom Phone.

O professor então aproximou o próprio aparelho do celular da menina, transferindo automaticamente as informações uns do outro. Com seus contatos salvos, Birch organizou a bolsa lateral e retirou alguns Revive que provavelmente usaria para recuperar o selvagem encontrado. Com a sensação de dever cumprido e aliviada de descobrir qual a função do misterioso item que conseguiu, Amorina agora torcia para que as próximas horas fossem de ainda mais lucros, afinal, aquele seria o último dia em que ela ficaria enfurnada dentro de uma caverna. Ao menos, era o que esperava.

Conforme as horas se passavam sem grandes descobertas, Amorina também agradecia pelo desaparecimento gradual de treinadores. No começo da noite, a maioria deles já tinha esquecido que a Wishing Star existiu. Com isso, a coordenadora achava que era o momento perfeito para escapar do olhar de todo mundo e se esgueirar para dentro de um túnel. Guardando o pequeno Solrock para não ter a denúncia da luz, ela conseguia magistralmente sumir da gruta sem ser notada. Contudo, por garantia, ela ficou apenas com a luz fraca do RotomPhone iluminando o caminho enquanto fazia curvas e mais curvas pelos túneis conectados, até ela mesma se perder.

- A boa notícia é que ninguém parece ter nos seguido - comentou a adolescente ao libertar Solrock. - A má é que... bom, estamos perdidos.

Acabando por descer os níveis, o sinal do Rotom Phone ficava comprometido, impedindo a correta localização da menina. Assim, só lhe restava achar túneis com rampas ascendentes e torcer para não trombar com nenhum criminoso querendo seus itens obtidos com muita luta e sorte. Antes de começar efetivamente a caçada, Pure Solrock se imbuiu em chamas para atrair a atenção da dona, que deu dois pulinhos para trás. Em um instante, o Flare Blitz do psíquico golpeava as estalactites e derrubava um fragmento de uma pedra ciano, identificável como a Ice Shard.

- Sorte a nossa que não derreteu - brincou a menina. - Mas, Solrock... flutue um pouco mais - solicitou a menina.

Com o pedido atendido, a iluminação corporal do Pokémon fazia com que pequenos pigmentos multicoloridos acoplados na parede reluzissem. Ao observar a formação rochosa e firme das paredes, ela imaginava que se golpeasse as rochas locais ainda assim não veria o túnel desabar em sua cabeça. Com essas informações, ela retirou o Ride Pager e contratou o grande Tauros que apenas esperou ser apontado uma direção e avançou com os chifres fortes para destruir qualquer barreira em seu caminho. Dos estilhaços das rochas surgiam três meteoritos flutuantes. Amorina podia confundi-los com mais algumas Wishing Star, não fosse a falta do feixe avermelhado típico do item.

- Então... ela estava certa - ponderou Amorina.

Durante uma de suas pausas, a coordenadora tinha lido um dos brilhantes trabalhos de mineralogia de Titânia, apontando que pigmentos em rochas são geralmente associados à presença de Minior, já que as criaturas refiram a poeira que se acumula ao redor de seu corpo e libera lentamente, deixando que a própria natureza realize o trabalho de unir os grãozinhos para formar shards ou até mesmo grandes formações de pedras evolutivas.

- Brionne, Litten e Pumpkaboo! Vamos aumentar nossa equipe! - comandou ao liberar o trio, entregando o Lucky Egg para Brionne e o Miracle Seed para Pumpkaboo. - Foi mal - disse em seguida, vendo o olhar de "cadê o meu?" de Litten.

  vs  

Info Adicional:

- Essa vai ser difícil, mas cooperem e ficaremos bem! - orientou a coordenadora, reparando que os selvagens seguiam uma formação específica, como se o primeiro fosse o "líder" por flutuar mais alto. - Vamos cortar a cabeça do grupo. Litten use Darkest Lariat e Brionne use Water Pledge naquele ali. Pumpkaboo mergulhe todos em seu Razor Leaf!

Apesar de chateado por não receber um item, Litten não fazia corpo mole ao seguir as instruções. Flutuando alguns metros do chão, ele dava um rodopio no ar e era consumido por uma energia mágica sombria, dando um empurrão certeiro no "líder" dos Minior ao aproximá-lo do chão. Com a deixa, Brionne invocou seu pilar de água bem na posição em que o selvagem foi atirado, rompendo seu casco e revelando o núcleo num roxo pastel.
Sem o líder em jogo, os demais pareciam mais confusos, mirando seus ataques em alvos diferentes. O primeiro transfigurava pedras que se assemelhavam à fosseis ao redor do corpo, depois os disparava numa explosão no rosto do felino, que sofria um dano considerável pela fraqueza de tipo. Já o outro, demorando para tomar uma decisão, começava um rodopio desengonçado contra a foca, que facilmente deslizou para o lado e evadiu-se do ataque.
Finalizando como o "poderoso chefão", o grandioso Pumpkaboo flutuava acima dos dois aliados ao invocar uma enorme quantidade de folhar que primeiro orbitavam sua barriga, depois eram disparados contra seus alvos. Com algumas das folhas mais afiadas que outras, o primeiro "capanga" parecia ter sofrido mais danos.

- Magnífico trabalho pessoal. Continuem assim! Brionne foque no mais ferido agora. Litten e Pumpkaboo, finalizem o segundo!

O Minior com menores rachaduras no casco se tornava alvo do felino, que mais uma vez absorveu a energia negativa do ar para se lançar numa bolota de magia sombria contra o meteorito flutuante. Com o impacto, a habilidade do selvagem se ativava, revelando seu núcleo azul vivo. Livre da prisão do próprio corpo, Minior se tornava mais rápido para invocar mais pedras fóssil e dispará-las contra o gato, que ficava gravemente ferido e também ativava a própria habilidade, recebendo um brilho fervente no cinturão.
Alheia ao embate direto daquelas criaturas, Brionne focalizava mais uma vez seu pilar de água para emergir e acertar com toda pressão o outro capanga, que era pressionado contra o teto da caverna e desmaiava, revelando o núcleo azul claro. Amorina comemorava que todos eles eram formas novas. Dando fim ao combate, a abóbora fantasma lançava mais folhas afiadas contra o núcleo exposto do Minior que resistia, mas sem sua carapaça, ele era bem mais frágil.

Batalha:

- E com isso, finalizamos! - teatralizou a coordenadora, fazendo um floreio que era imitado por todos os seus aliados, que depois começaram a rir. - As batalhas em trio podem ser bagunçadas, mas eu estou orgulhosa da cooperação de vocês. Continuem assim! - comentou esticando o braço para receber todos num abraço.

Amorina não podia deixar de expressar sua preocupação com os cortes e machucados espalhados pelo corpo de Litten, mas logo recebia um apoio emocional do próprio felino que lambia os machucados e sorria com os olhos num ato de "Estou bem". Virando-se para os selvagens, ela fazia um incrível combo de lançamento de Great Ball, um para cada selvagem. Sem demora, todas as esferas azuis confirmavam a captura do bando, garantindo mais alguns produtores para a magnata.

- E... sucesso! - comemorou a coordenadora, recebendo todos os aliados numa comemoração como se alguém fosse bater uma foto.
- Fofo - disse uma voz feminina, seguida de um *click*. - E parabéns pela aquisição. Provavelmente se Shards são seu negócio, deveria conhecer a Lilian.
- Titânia?! - surpreendeu Amorina ao ver a amiga. - Como me encontrou?
- Tive ajuda - comentou a pesquisadora, dando um carinho na cabeça de Sableye. - Para ele, você é uma reserva móvel de gemas pelo tanto que carrega na bolsa. Além disso, recebi seu convite para exploração. Ainda está disposta?
- Pode crer! - animou a adolescente, recolhendo o trio que participou do combate.

De volta ao lado de Titânia, Amorina não só se sentia segura, como também estava radiante. De alguma forma, a pesquisadora despertou ainda mais a curiosidade da menina sobre o que poderia ser facilmente identificável numa caverna, portanto ela não perderia a chance de agregar mais conhecimento e assim fazer mais dinheiro.

- Sabe, quando meu patrimônio for exageradamente alto, vou financiar todas as pesquisas que você quiser fazer.
- Cuidado, Amorina. Eu sempre lembro do que me prometem - respondeu a mulher, mas com um sorriso esperançoso no rosto. - Tomara que você fique rica rápido - brincou.

O reencontro entre Amorina e Titânia foi a melhor coisa que poderia acontecer na vida da adolescente, pois graças ao poder de Nosepass de se tornar uma bússola ambulante, elas conseguiram retornar até um ponto do Monte Lua em que o Rotom Phone tinha sinal. Assim, elas conseguiam se reorientar para retornarem direto à Pewter.

- Vai realmente dar uma pausa nas explorações? - questionou Titânia.
- Se as cavernas fossem um cassino, eu diria que a sorte está com a casa. Sei que tem muito pra fazer ainda, mas acho que durante um tempo já deu - explicou a magnata. - Além disso, alguns Pokémon já cansaram da paisagem.

Enquanto caminhavam lentamente rumo aos túneis que levavam à cidade, Amorina ouvia as histórias da amiga. Segundo a pesquisadora, o pai dela já havia feito a notificação do túnel que Mudbray destruiu como área de risco e que possivelmente em poucos dias já seria realizado construções de madeira para sustentar o restante. Aliviada, a coordenadora então compartilhou a sorte em obter um Wishing Star durante a quebra de pedras, o que fez o queixo de Titânia quase se deslocar do rosto.

- Então você tá me dizendo que me incentivou à realizar pesquisas com o fenômeno dynamax e agora você conseguiu um item que por acaso permite que a ativação em todos os lugares? - questionou a mulher. - Por favor, Amorina.
- Veja você mesma - disse ao sacar o item, mas mantendo o aperto bem seguro na mão.
- M-M-Mas... ahm... como? Mineração. Você já disse. Ok. Dá pra mim? - disse a mulher brilhando os olhos.
- Isso depende. Você pode ativar o fenômeno Dynamax?
- Claro que não. Ninguém pode desde o mês passado. Todo mundo sabe disso.
- Bom, eu tenho uma Bateria de Transformação sendo carregada bem agora - comentou, exibindo o acessório preso na bolsa. - Já possuo algumas cargas, o que sugere que eu vá conseguir ativar antes de você. Então eu fico com o item e você estuda quando eu puder ativar.
- Ok. Só vou aceitar essa condição pois sei que ainda não é rica. Não ouse fazer isso novamente quando você possuir três mansões em Novus.

As duas davam risada, mas eram interrompidas por um uivo de vento que subitamente surgiu na caverna. Uma pequena formação de poeira começava a se erguer, mas ficava cada vez mais alta, até tomar completamente o túnel em que as amigas estavam e invocar uma tempestade de areia. Amorina corria a mão até a bolsa e pegava um cachecol para cobrir o rosto e nariz. Forçando a visão, ela via que tinha duas pedrinhas roxas reluzindo próximo aos seus pés.

- São mais comuns do que pensa - comentou Titânia, que além do pano no nariz e boca, vestia um óculos de proteção. - Você tinha que estar preparada para climas assim.
- Obrigada, gênio - provocou a adolescente, recolhendo as gemas, mas tocando numa ponta fria de algo no chão. - Oh não.

No mesmo instante, um buraco se abriu completamente, deixando apenas a cabeça de um Alolan Diglett exposta para encarar a coordenadora. Com o clima agressivo, o selvagem ficava mais confortável e se preparava para atacar.

- Servine está bem ferida. Desculpa não poder ajudar - explicou a pesquisadora.
- Sem problemas - comentou, virando-se para o psíquico que a acompanhava. - Juntos, Solrock?

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Info Adicional:

- Flare Blitz!

Com a tempestade de areia à todo vapor, a habilidade da toupeira ativava, garantindo uma mobilidade e camuflagem dentro dos fragmentos de pedra que voavam para todas as direções. Assim, Diglett fez um impulso com o próprio corpo de cima para baixo, criando um abalo sísmico em formato circular que se espalhou em todas as direções da caverna, golpeando até mesmo o psíquico flutuante. Apesar de sofrer grandes danos, Pure Solrock se recuperava bem, criando uma pequena chama nas pontas de seu corpo, que se espalhavam numa dança para cobri-lo do elemento e em seguida avançar como um meteoro. Atingido o alvo, ele desmaiou na hora. Além disso, os ferimentos do Pokémon cósmico fazia sua habilidade ativa, afastando a tempestade de areia para invocar uma misteriosa névoa branca e brilhante.

Batalha:

- Emocionante! Eu nunca tinha visto essa espécie em ação.
- Achei que se quiséssemos uma passagem melhor, não faria mal limpar o clima. Solrock é ótimo nisso, embora custe um pouco de sua saúde - comentou ao olhar com orgulho o psíquico.
- Excelente trabalho então.
- Mas... uma dúvida: onde você comprou esse óculos protetor?

No resto do caminho, Titânia compartilhou uma série de equipamentos que conhecia para ter mais segurança e conforto durante as expedições em cavernas, mas que provavelmente também serviriam para florestas fechadas. Perto da saída de Pewter, ao sentirem mais uma brisa fria, as duas se preparavam para correr temendo que fosse mais uma tempestade de areia trazendo selvagens raivosos, mas por sorte, era apenas a refrescância de um Geodo Ice type. Libertando Sableye, a pesquisadora comandava o fantasma para retirar com precisão as gemas de lá, entregando um dos exemplares para Amorina.

- Você deve ter pego várias gemas brutas se usou o equipamento do curso de mineralista. Mas, pra sua sorte, eu conheço uma ótima joalheria que pode refinar as formas delas.
- Pago?
- Para bons amigos, é na faixa - explicou. - E se você deixar o pó refinado do minério lá. Eles usam para enfeitar algumas coisas.

Após se frustrar com alguns encontros na Rota 06, Amorina retornava para o hotel em que estava hospedada em Pewter e lá recebeu um atendimento especial para a recuperação de seus Pokémon, o que pouparia seu tempo em se deslocar até o centro comunitário. Quando amanheceu, ela já estava com o planejamento pronto para revisitar o Monte Lua, onde ao menos ela teria recursos minerais para coletar de forma mais ampla.

Aquilo e a lenda sobre um homem bem velho que andava nos túneis da caverna, com um desafio complicado que prometia altas valorações para os treinadores que ousassem cruzar o caminho dele com uma vitória. Amorina não era lá uma grande estrategista de batalha, mas ela estava disposta a fazer qualquer coisa para que Pewter não se cansasse dela. Notando que alguns selvagens se esgueiravam entre as fendas menores, a magnata retirou um dos Repel da bolsa e borrifou pelo corpo, esperando que o cheiro os afastasse para facilitar a procura da adolescente.

Enquanto caminhava pelas paredes de pedra, Amorina sempre sentia que tinha algo por cima de seus ombros, quase como uma presença misteriosa. Ela teve a mesma sensação uma vez na Floresta de Santalune, acabando por encontrar um altar com o símbolo Bug naquela época. Ela achava impossível que algum mal a perseguisse por tanto tempo, porém subitamente dois túneis se fechavam com o deslizamento de pedra, forçando a adolescente a voltar.

- Se tivemos sorte final do ano passado... esse está nos dizendo que as coisas já não serão tão simples - comunicou frustrada para Litten em seu ombro direito.

Por mais que toda caverna fosse igual, Amorina entendia de geologia o suficiente para saber que aquela formação rochosa ao seu redor não era a mesma da qual ela tinha vindo. Isso pois havia jazidas ricas de ferro e outras gemas preciosas, algo que ela jamais deixaria passar em sua cobiça por lucro e fortuna. Talvez de fato algumas coisas retornassem para ela e, por respeito, ela achava melhor não perturbar o local para qual ela se encaminhava. Confirmando suas suspeitas, ela chegava num altar rústico, cravejado em pedras e lotado de preciosidades minerais, com o símbolo Rock muito bem talhado no centro.

- Então... você realmente é algo a mais do que um mero ancião - comentou, sem virar para trás, embora sentisse a presença do homem.

Uma figura gigantesca, que até mesmo se inclinava para caber dentro do túnel encarava a adolescente quando ela se virou. Os cabelos brancos não permitiam que Amorina o reconhecesse ou sentisse suas intenções, mas se ele quisesse fazer algum ruim, muito provavelmente a adolescente já estaria numa situação bem pior. Com um grunhido, ele fez sinal para a única passagem de saída, porém três criaturas surgiam dela: uma criatura fofa e rosada, um Geodude e um Exeggcute imbuído na força dracônica. Sacando o RotomPhone, ela obtinha informações sobre espécie desconhecida.

Clefairy, o Pokémon fada. São criaturas populares, embora raras. Enquanto estão banhadas pelo luar, suas asas brilham fracamente, permitindo que mesmo que sem grandes movimentos, ela consiga flutuar e dançar livremente.

- Um desafio... era esperado - comentou, embora temerosa.

Amorina notou que os selvagens estavam aguardando a garota de posicionar, o que permitia que ela fizesse algumas mudanças em sua equipe para melhorar as chances do combate. Primeiramente ela liberou Brionne e Haunter, entregando o Lucky Egg e o Never-Melt Ice, respectivamente para seus aliados que provavelmente entrariam em batalha. Por fim, ela ativou o ExpShare na Pokébola de Jangmo-o, permitindo que ele também absorvesse um pouco do conhecimento daquela luta. Com um afago, a magnata dava o sinal para que Brionne tomasse a frente.

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- Não pegaremos leve, por tenho certeza que eles não vão... então comece com Water Pledge em Geodude!

Brionne era mais experiente e ágil, por isso começou cantarolando ao invocar uma poça de água abaixo de Geodude, que logo se levantaram em pilares de água que causavam graves danos com a pressão contra o selvagem, embora ele resistisse por sua habilidade especial. Exeggcute disparava um feixe sanguessuga na direção da leão marinho, causando-lhe alguns danos, sendo seguido por Clefairy correndo para "abraçar" Brionne, embora logo em seguida deu um salto e disparou a cantora contra o chão. Geodude finalizava os ataques em trio, disparando um pedregulho contra Brionne. Extremamente ferida pela sequencia de golpes impiedosos, a inicial aloliana dava um grito agudo e recebia uma aura azulada ao redor do corpo, sendo a ativação de sua habilidade.

- Bom trabalho! Teremos que agir com firmeza o máximo que conseguirmos... Icy Wind!

A leão marinho já sabia que provavelmente seria nocauteada, porém sua confiança na treinadora era inabalável. Focalizando nas propriedades da água, ela transformou o líquido em sólido e disparou uma ventania com granizo congelante em direção ao trio selvagem, criando uma fina camada de gelo sob cada um deles, que logo estilhaçava causando danos. Geodude era o primeiro a cair, enquanto Exeggcute sofria grandes danos. Em resposta, o amontoado de sementes criou mais uma conexão sanguessuga, absorvendo o pouco de energia que restava na cantora aquática e causando seu desmaio.

- Obrigada pelo apoio, minha pequena. Descanse - ponderou feliz, embora se sentisse culpada com o sacrifício necessário. - Haunter... honraremos nossa aliada! Use Icicle Spear em Exeggcute! - solicitou em tom sério, fazendo a fantasma se manifestar das sombras em que estava escondida para batalhar.

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Além de ser mais rápida por natureza, os selvagens estavam com a mobilidade comprometida pelo golpe de Brionne, garantindo a efetiva rapidez de Haunter em fabricar duas estacas de gelos que eram mais pontudas e rígidas graças ao item que ela portava, que penetravam o corpo do Pokémon teralizado, partindo seu revestimento de cristal e fazendo-o desmaiar. Sem piedade, Clefairy avançava e dava uma beijoca na fantasma, que tinha um olhar ainda mais azedo quando sentiu sua energia ser sugada pelo golpe.

- Vamos brincar um pouco! Phantom Force!

Naquele primeiro momento, Haunter apenas abriu um portal fantasmagórico e atravessou para outra dimensão, deixando Clefairy confusa quando ela avançou para dar mais um beijinho e acabou encontrando apenas o ar na sua frente.
Independente de ordens, o fantasma surgia com as garras carregadas da energia da dimensão fantasma, lacerando dolorosamente o corpo da fadinha que gritava de susto e agonia. Quando se recuperou, ela mirou mais um beijinho com os lábios reluzindo em rosa-pastel na máscara de Haunter, quase ficando grudada quando ela resfriou, embora sofresse igualmente os danos.

- Mais uma vez!

Haunter tinha um olhar provocativo e sádico para Clefairy, mexendo as patas para atraí-la. Ao obter sucesso, antes que a fadinha conseguisse tocar seu corpo, a fantasma mergulhou mais uma vez no portal para ficar invulnerável enquanto aproveitava a energia da outra dimensão para fortalecer seu próximo golpe. Como anteriormente e preso em seu movimento, Haunter lacerou Clefairy e a fez desmaiar, olhando irritada para o trio selvagem desmaiado.

Batalha:

Quando Haunter ameaçou continuar a agressividade contra os selvagens, o homem ancião soltou um grunhido ensurdecedor e a fez recuar. Amorina recebia a fantasma num abraço, notando o pavor que o Pokémon sentiu após aquele grito. Com aquele ato a coordenadora tinha certeza de que o ancião era muito mais do que parecia, porém ele ainda estava parado naquele lugar, olhando para ela como se esperasse algo.

- Eu venci... eu... estou livre, certo?
- Sacrifício - disse numa voz que parecia ecoar, ainda que não fosse um efeito direto da caverna.
- Quer... que eu sacrifique algo agora?

O ancião fez um aceno negativo, depois apontou para o altar, fazendo a adolescente desviar o olhar, mas quando tentou voltar à encarar o homem, ele já havia desaparecido. Amorina sentia calafrios de imaginar como um homem de dois metros de altura saiu andando pelos corredores estreitos sem ela ouvir, logo imaginando a cena de um filme em que uma garota possuída começou a caminhar de forma invertida. Ela só voltou à si quando viu alguns itens jogados no chão, sendo uma Leppa Berry, uma Mental Herb e uma Tumblestone, recolhendo todos eles.

Contudo, voltando ao foco, ela marcava no RotomPhone o caminho até aquele altar, depois tirava uma foto com ele para postar na internet. O resultado era quase instatâneo, pois seus poucos fãs de Pewter já reconheciam o altar e saudavam a coragem da coordenadora em realizar o desafio. Certamente Amorina esconderia o fato de que sua inicial tinha desmaiado, porém agora ela estava prestes à voltar para Pewter, esperando que Grace tivesse alguma ideia para ela continuar no auge da falação, ao menos enquanto a responsável pelo acolhimento estivesse na área.

O ancião estava a espreita, surgindo como uma manifestação no altar quando a magnata saiu de seu domínio. Ele esperava um sacrifício. Porém poderia esperar por um longuíssimo tempo.