Pallet é um vilarejo pitoresco situado no centro de uma ampla planície. Suas casas modestas se alinham ao longo de estradas de terra que serpenteiam pela área. O cenário é adornado por campos verdes e exuberantes, onde agricultores locais cultivam o que há de melhor na terra. No centro do vilarejo, há uma pequena praça com uma fonte de pedra desgastada pelo tempo, onde os moradores se reúnem para conversar e compartilhar histórias. Apesar de sua atmosfera tranquila, o vilarejo emite uma sensação acolhedora e autêntica, com o zumbido distante de atividades urbanas que contrastam com a calmaria da planície ao redor.

Agora, acompanhada de seu Lickitung já dentro de uma esfera. Yoshino se preparava para explorar sua nova vida iniciando sua carreira como Treinadora Pokémon. Ela carregava muitos itens em sua mochila, uma mala com o que restou de seus produtos e um pouco de comida colocada dentro de alguns potes. Ela sabia que poderia vivenciar quaisquer coisa dali para frente, seu coração estava recheado de bons sentimentos e uma alegria que nunca havia sentido antes. Talvez, agora ela realmente estivesse descobrindo o que era "Liberdade".

A vida em escritórios sempre foi muito chata.

Yoshino estava completamente perdida, sem a menor ideia de por onde começar ou como dar o pontapé inicial. Seus objetivos pareciam tão vagos quanto sua mente e currículo, embora tudo parecesse favorável para ela. No entanto, por algum motivo, a jovem se via em um impasse, sem saber como avançar em sua recém-iniciada aventura.

Ela não sabia muito sobre Lickitung mas tinha a noção que aquele gorducho já era um Pokémon na fase adulta. Ele provavelmente já sabia um pouco sobre lutas e sobrevivência. Aquele repolho rosado poderia até que ser bastante útil em momentos complicados. Yoshino estava até que contente com aquela criatura ao seu lado, mas se preocupava com o que podia vivenciar daquele momento a frente. Graças aos céus, Lickitung e Koharu sobreviveram das vendas dos CDs pirateados de TMs e assim conseguiram ir de cidade em cidade evitando as florestas através do transporte público.

Juntando mais um Infortúnio o Pokémon acabou adquirindo uma forte dor em sua barriga. Ele grunhia de dor mesmo tentando não preocupar sua tutora, Yoshino tomou atenção da situação olhando as caretas de Lickitung juntamente com seu estômago roncando de infecção. As pressas a guria levava o trambolho até o Laboratório Pokémon, retornando ao Professor logo na primeira hora. Com um exame rápido, a treinadora de cabelos cor de rosa descobria que seu parceiro - um Pokémon macho - estava "grávido". Sim, Lickitung estava com um ovo em seu estômago. Literalmente.

— Você não havia me dito que ele... digo, e-ela era uma fêmea. — Oak coçava sua cabeça chocado com a confusão. Ele espremia o corpo do ánfibio rosado procurando pelo motivo da dor, mas o que Lickitung soltava eram apenas gases fedidos.

— Erm... ele é um menino né? Tipo, eu já vi ele flertando com uma Slowbro de lacinho. — Contava a história corando, ao mesmo tempo em que seu Pokémon continuava grunhindo de dor. A discussão sobre o gênero da coisa, o Professor continuava examinando a barriga procurando pelo ovo.

— E-ele! Engoliu! Engoliu um ovo inteirinho e esse ovo está pronto para chocar! — O homem via a barriga crescendo e crescendo, Lickitung gemia e coaxava.

O Pokémon segurava seu corpo sentindo seu estômago em cada contorcer. Ele segurava o refluxo, colocava a língua para fora e logo depois disparava um ovo de sua imensa boca. Como uma bala de borracha, o ovo azul saltava de uma parade a outra quebrando diversos objetos e decorações que se espalhavam pelo laboratório Pokémon. Yoshino perseguia a coisa que voava em todas as direções, uma pega e não pega se iniciava de forma desenfreada mas Yoshino conseguia sair como vitoriosa agarrando o ovo ainda no ar. Com suspiros despreocupados, Lickitung corria até sua treinadora tomando-lhe o ovo que havia acabado de sair de seu "ventre", digo, estômago.

Algumas horas se passavam até que o linguarudo se recuperava, ele estava apegado ao ovinho e fazia questão de abraça-lo sentindo todos os movimentos bem de perto. Yoshino aproveitou a oportunidade para aprender mais sobre os Pokémon, entender o funcionamento da PokéDex e até descobrir como usar um dispositivo estranho chamado "Item Finder", que tinha recebido de Oak. Aquela era com toda certeza uma tarde muito agradável, agora Koharu detinha de alguns objetivos e os seguiria para criar sua carreira como Treinadora Pokémon. Lickitung estava alegre e bem alimentado, e, para completar, sua Treinadora estava realmente pronta para embarcar ao seu lado e aprender ao máximo.   

Já nas ruas de Pallet e após se despedir de seu amigo Oak. Yoshino e Lickitung aproveitavam aquele fim de tarde para discutir alguns pontos, como também se entenderem e deixar algumas coisas mais claras. Ela sentia que o Pokémon não estava íntimo da guria, e ele ainda guardava alguns segredos por debaixo de sua grande língua. A dupla andava em silêncio, a criatura rosada seguia os passos da desempregada prestando atenção apenas em seu ovo celeste. Yoshino tossia, se virava de uma vez para o gorducho e com um sorriso em seu rosto ela tentava manter um dialogo.

— Você agora é mãe! Ou pai... enfim, eu realmente estou feliz com você mas... — Ela suspirava, sentindo como se estivesse conversando com uma parede cor-de-rosa. Talvez Lickitung não fosse tão inteligente e não a compreendesse; talvez o monstrinho estivesse apenas interessado na comida fácil. E agora, com um ovo em suas pequenas mãos, ele não tinha mais motivo para prestar atenção em Yoshino. Não era ciúmes que ela sentia, mas sim solidão.

— Tá bem. Tá bem. Só queria dizer que, você é... um grande amigo e parece me escutar as vezes... droga. Eu preciso de amizades, de pessoas... buff... — Seu coração doía, os olhos se encheram de lágrimas. A carência, a saudade de casa e da família estavam causando todos esses sentimentos. Nesse momento, Lickitung - Sluuuurph - emitiu um som, estendendo uma de suas patas para Yoshino enquanto segurava o ovo sob o braço. Ele entendia a garota, e para ambos, eram grandes amigos.

Ela sorriu e a criatura também, de mãos dadas seguiam para a praça de Pallet esperando que algo de novo acontecesse. E não demorou muito para que o destino desce as caras, o ovo de Lickitung começava a brilhar e a casca rachava. Rapidamente, uma língua surgia de um dos buracos no ovo até que a coisa explodia por inteiro. Um pequeno Lickitung azulado aparecia, e ele sorria para o Lickitung rosado. Agora, eram dois Lickitung. Yoshino se surpreendia com o ovo, muitas perguntas surgiam em sua mente mas nada realmente parecia fazer sentido. A goma azul recém nascida abraçava o gorducho rosa, em conjunto as criaturas emitiam um cheiro adocicado de goma de mascar. A mãe e o filho estavam juntos, e assim produziam um aroma maravilhoso por quase toda Pallet. Era engraçado, era fofo e era inocente.

— Certo, então você é um Baby Lickitung? Tipo, um filhote de Lickitung? Isso é tão divertido e vocês se parecem muito apesar de cores opostas. — Ela colocava uma de suas mãos sobre a cabeça careca do filhote linguarudo, todos pareciam bastante receptivos apesar de todo o mistério do nascimento da criatura.

O feromônio delicioso começava a chamar certa atenção indesejada, seja de pessoas ou de Pokémon selvagens. Não demorou muito para que algumas criaturas aparecessem para mordiscar um pouco da coisa que produzia aquele cheiro maravilhoso. Os Lickitung não notavam do perigo nos olhares dos animais que os cercavam bem ao meio da praça vazia, alguns Treinadores aproveitavam da situação para entrar em combate com mais alguns monstrinhos que surgiam dos matagais por conta do aroma adocicado. Rapidamente, notando que poderia ser presa por estar sendo colocada em outra arapuca moldada pela vida, Yoshino agarrava nas mãos dos Pokémon e atravessa um beco com toda a velocidade que conseguia.

Não se sabia o motivo daquele aroma tão maravilhoso sendo emitido de ambos os Lickitung, mas a garota suspeitava da Aclimatação que era natural da espécie. Um filhote recém chegado no mundo estava se adaptando ao clima, e com isso seu corpo poderia emitir os mais deliciosos aromas vindos de um Pokémon colorido. Depois de muita insistência, um par de pequenos selvagens finalmente encontrava a fonte daquele cheiro. Um Sunkern e um Lotad pequenino, as criaturas apesar de serem muito mas muito fracas estavam preparados para entrar em combate contra os Lickitung e Yoshino.

Wild Battle

Vs. Sunkern & Lotad

Envolvidos por um beco sem saída e cercados por dois tipo grama. Aquela era a hora perfeita para dar início a sua primeira batalha Pokémon.

O cenário era ladeado por edifícios de madeira desgastada pelo tempo, suas fachadas eram pintadas em tons suaves de creme e verde musgo, lembrando uma época passada. Os telhados de telha vermelha inclinavam-se gentilmente, exibindo sinais de décadas de exposição ao sol e à chuva. O chão era asfaltado, mas já desgastado contornado por lama e musgo. Apenas um beco de uma cidadezinha como Pallet.

Sunkern #191:

Yoshino sentia um turbilhão de emoções quando se preparou para sua primeira batalha Pokémon. Seu coração batia rapidamente, e suas mãos estavam ligeiramente trêmulas de nervosismo e antecipação. Ela sabia que essa experiência era crucial para o desenvolvimento de seus Pokémon e, principalmente, para o laço que compartilhavam. Naquele momento, ela devia provar seu valor como treinadora para seus companheiros.

Lotad #270:

O filhote azulado irradiava coragem e entusiasmo. Seus olhos brilhavam com determinação, e sua expressão confiante revelava que ele estava ansioso para vivenciar aquela experiência. Por outro lado, o Lickitung adulto parecia completamente alheio à seriedade da situação. Seus olhos curiosos se desviavam para todos os lados, como se estivesse distraído com tudo menos com a batalha iminente. Ele emitia pequenos sons bobos e brincava com sua própria língua, revelando sua natureza brincalhona e descontraída. Parecia que ele não levava a batalha tão a sério quanto o filhote, talvez até achasse tudo aquilo uma grande brincadeira.

Lickitung

Level: 5 | Speed: 9 | Oblivious | HP: 100%

Baby Lickitung

Level: 5 | Speed: 7 | Cloud Nine | HP: 100%

.:Vs:.

Sunkern

Level: 5 | Speed: 9 | Chlorophyll | HP: 100%

Lotad

Level: 5 | Speed: 9 | Rain Dish | HP: 100%

A luta se iniciava, os Selvagens já davam início a luta e pareciam não estar para brincadeiras. Sunkern liderava Lotad, ela piava e saltitava dando os comandos que eram necessários. Em seguida, seu pequeno corpo de semente tomava um brilho fraco por alguns segundos. Repentinamente, o grão se lançava na direção de Baby Lickitung acertando-o com um Tackle. O corpo de ambos os Pokémon se chocavam, o filhote sentia o movimento em cheio mas se segurava utilizando seu próprio peso. Ferido, mas nem tanto, a criatura já estava preparada para a próxima rodada.

(Tackle = 100 - 13% = 87%)

Ouvindo os comandos de seu companheiro, Lotad partia para cima de seus rivais em conjunto com Sunkern. Diferente do grão, a vitória-régia focava o Lickitung rosado utilizando um movimento do tipo grama. A Pokémon folhosa balançava seu chapéu liberando por debaixo do mesmo um par de raízes, os tentáculos verdejantes perseguiam o linguarudo pelo campo de batalha. Lickitung se assustava com o movimento básico, até tentava escapar mas infelizmente era pego pelas vinhas que se ligavam ao seu corpo rechonchudo. Lotad fazia uso de seu Mega Drain sugando o máximo de vigor que conseguia de Lickitung. A sensação de queimação dominava o corpo da criatura cor-de-rosa, mas ele conseguia resistir com sorte e um pouco de graça.

(Mega Drain = 100 - 16% = 84%)

Ver seus amigos apanhando não parecia muito divertido, ela tentava se segurar e não se envolver naquela luta. Uma batalha Pokémon sempre será uma batalha Pokémon, e quando humanos as intervém algo muito ruim pode vir a acontecer. Pensando bastante, Yoshino realmente se lembrava apenas de um movimento básico do tipo fantasma, seus Lickitung teriam que se esforçar muito para agir sozinhos naquela luta. Bem, ela suspirava e logo depois comandava — Certo. Pessoal vamos lá, Baby Lickitung utilize o Lick em Sunkern e gorducho... você é mais velho que eu, faça algo que você já sabe ou sei la... só faça!

Ao ouvir a liberdade que Yoshino havia lhe concedido, Lickitung sorria para sua treinadora e depois retornava a atenção aos seus inimigos. Ele fechava um de seus punhos, colocava a língua para dentro de sua boca e focava todas as suas energias em apenas uma de suas mãos. Repentinamente, um golpe elemental ia surgindo. Um soco flamejante ia tomando forma e cor, uma chama crescia na palma da mão do linguarudo e assim ele corria em disparada na direção de Sunkern com um Fire Punch já preparado. O  pequeno grão sentia seu rosto queimar, o soco de Lickitung entrava em contato com o corpo de Sunkern causando-lhe uma dor extremamente angustiante. A plantinha por pouco não entrava em combustão, mas sentia seu corpo tremendo com a queimação do golpe.  

(Fire Punch = 100 - 84% = 16%)

Aproveitando que seu oponente estava sendo lançado para trás com o impacto do golpe, Baby Lickitung saltava sobre as costas de seu parceiro e depois se atirava no ar. Mirando sua língua até a semente, o bebê azul alvejava seu oponente utilizando sua língua com Lick o amarrando e depois lançando-o para ainda mais longe. Sunkern colidia contra um dos muros no beco, cansado, o tipo grama se intimidava com seus rivais e com isso fugia o mais rápido que podia deixando Lotad para trás.

(Lick = 16 - 16% = 00%)

Chateada, Lotad balançou timidamente seu chapéu em direção ao espaço onde Sunkern uma vez esteve, um gesto de despedida e talvez até de apelo para que seu amigo retornasse. Era como se Lotad estivesse se perguntando por que seu companheiro a deixou em meio aquela batalha, enfrentando adversários desconhecidos.

Lickitung

Level: 5 | Speed: 9 | Oblivious | HP: 87%

Baby Lickitung

Level: 5 | Speed: 7 | Cloud Nine | HP: 84%

.:Vs:.

Sunkern

Level: 5 | Speed: 9 | Chlorophyll | HP: 0%

Lotad

Level: 5 | Speed: 9 | Rain Dish | HP: 100%

A Pokémon se colocava em frente aos seus inimigos, ela sugava o ar que tinha ao seu redor e depois emitia uma única onda sonora alta. Um Astonish básico que não causava dano nenhum aos Lickitung. Ela se chocava com o turno que havia perdido, mas se mantinha firme.

(Astonish = IMMUNE)

— Ótimo, amigos continuem lutando sozinhos! Eu torço por vocês... — Ela folheava sua Dex procurando pelos Lickitung, apenas uma enciclopédia poderia salva-la daquela situação. Seu desespero era óbvio para todos.

Seus olhos se iluminaram e sua mão detinha de toda a energia. Um brilho quente e avermelhado começou a envolver sua pata. Correndo, Lickitung se lançou com o punho em sua frente acertando em cheio um murro flamejante na direção de Lotad. O golpe era dado de cima para baixo, fazendo com que Lotad recebesse todo o dano em seu chápeu de folha. O Fire Punch conseguia atordoar a Pokémon por alguns breves segundos.

(Fire Punch = 100 - 50% = 50%)

Já o filhote, enrolava novamente o oponente em sua imensa língua fazendo balançar no ar por vários segundos e depois a atirando sobre o chão. O movimento não causava tanto dano. Lotad se levantava, queimada e com alguns ferimentos mas persistia na luta.

(Lick = 50 - 20% = 30%)

Apesar do cansaço evidente, Lotad continuava a demonstrar certo esforço. Um selvagem nunca desistia completamente, mas era evidente que ela precisava de um merecido descanso após aquela luta.

Lickitung

Level: 5 | Speed: 9 | Oblivious | HP: 87%

Baby Lickitung

Level: 5 | Speed: 7 | Cloud Nine | HP: 84%

.:Vs:.

Sunkern

Level: 5 | Speed: 9 | Chlorophyll | HP: 0%

Lotad

Level: 5 | Speed: 9 | Rain Dish | HP: 30%

A planta lançava até o rosado Lickitung uma vinha que saía de sua cabeça, a raiz ao ser ligada no linguarudo começava a sugar o máximo de vigor. Aquele era um Mega Drain

(Mega Drain = 87 - 24% = 63% | Recovered = 15% + 30% = 45%)

Emaranhado nas raízes de Lotad que roubava sua energia, Lickitung aquecia seu punho com Fire Punch e tocava nas vinhas de sua oponente. Como um pavio de dinamite, o fogo seguia Lotad queimando toda suas folhas de dentro para fora. Rapidamente, cansada e já assustada, Lotad fugia da luta dando a vitória para Yoshino e seus Lickitung.

(Fire Punch = 45 - 50% = 00%)

Aquele foi um momento de celebração simples, mas cheio de significado. Yoshino estava orgulhosa de seus Pokémon e de si mesma por enfrentar sua primeira batalha com coragem, mesmo sendo novata no mundo dos treinadores Pokémon. Ela sabia que suas criaturas poderiam ser extremamente fortes, e com eles ao seu lado, aquela garota poderia ser imbatível... ou pelo menos era o que ela pensava.

Lickitung

Level: 5 | Speed: 9 | Oblivious | HP: 63%

Baby Lickitung

Level: 5 | Speed: 7 | Cloud Nine | HP: 84%

.:Vs:.

Sunkern

Level: 5 | Speed: 9 | Chlorophyll | HP: 0%

Lotad

Level: 5 | Speed: 9 | Rain Dish | HP: 0%

Ela se ajoelhou para abraçar carinhosamente seus Pokémon, expressando sua gratidão por seus esforços. O Lickitung rosa, normalmente um brincalhão, piscou um olho com satisfação, enquanto o filhote, ainda ofegante e com um sorriso travesso, pulou alegremente sobre o asfalto. Todos estavam extremamente felizes e orgulhosos com todo o feito.

— Muito bem amigos, muito bem. Vocês são extremamente fortes e nem precisaram da minha ajuda, como Pokémon são acostumados. Eu preciso aprender um pouco mais sobre cada um de vocês e sobre os outros Selvagens que encontramos... oh espere ai... — Ela se esquecia de um pequeno detalhe: Examinar os selvagens que havia encontrado com sua PokéDex. Sua mão automaticamente ia para sua testa, Yoshino se sentia burra mas logo ouvia uma vibração no bolso de sua minissaia.

Ela pegava o apetrecho avermelhado que lá estava, sua PokéDex, e logo percebia que todo o analise já havia sido feito de forma automática. Agora ela poderia salvar os dados, informações e até curiosidades sobre seus Pokémon e também sobre Lotad e Sunkern. Aliviada, agora Yoshino poderia aproveitar a vitória de seus querido Pokémon.

Yoshino começava a se sentir ofendida, ela não entendia nada sobre os Pokémon ou sobre sua natureza. Ela não sabia nada sobre golpes, ou sobre os itens ou sobre quaisquer tópico que fosse sobre Treino Pokémon. Ela realmente precisava estudar um pouco mais antes de iniciar sua aventura, portanto, naquele momento ela decidia adiar sua ida para fora de Pallet permanecendo na cidade e arranjando algum abrigo para si ou para seus Pokémon.

Sua mente também não conseguia deixa-la em paz, o medo e a realidade de que estava sozinha pois sua família havia a abandonado deixava as coisas ainda mais complicadas. Naquele instante, Yoshino não tinha uma casa ou amigos. Apenas dois Pokémon linguarudos e um sonho de se tornar uma verdadeira Treinadora Pokémon. A vida dentro de escritórios parecia ser bem mais fácil que a vida de aventuras, mas ela ainda não se dava por vencida.


Interrompendo seus pensamentos e tomando o controle de seu subconsciente, Yoshino notava que seus dois parceiros a observavam com muita curiosidade. Aquelas carinhas sem muita noção e muita palhaçada deixavam-na intrigada, o futuro era realmente incerto mas muito divertido. Ela recolhia o filhote em seus braços, não esperava que ele fosse tão pesado, mas prometia levá-lo em seu colo por alguns instantes. E depois, com o outro braço, Koharu recolhia uma das patas do Lickitung rosado caminhando em conjunto com seus dois amigos.

Em sua mochila, a garota sentia seus CDs e suas anotações se misturando por dentro da bolsa. Aquele som também lhe trazia a esperança de que o mundo lhe reservava algo bastante especial.

Sorteios¹: Aqui
Sorteios²: Aqui
Ficha: Aqui
Baby Lickitung eclodiu ao Level 5.
Lickitung equipo Lucky Egg.
Lotad foi derrotada. Lickitung recebeu 42 de EXP [42/44].
Lotad foi derrotada. Baby Lickitung recebeu 28 de EXP [28/44].
Sunkern foi derrotado. Lickitung recebeu 35 de exp. Subiu para nível 6 [35/57].
Sunkern foi derrotado. Baby Lickitung recebeu 23 de exp. Subiu para nível 6 [7/57].
Baby Lickitung recebe 1 de Happiness [121/250] com o Level Up.
Baby Lickitung recebe 10 de Happiness [131/250] com "Momento Especial" [1/10].
Baby Lickitung está fora da Pokéball podendo receber 1 de Happiness daqui a 1 Evento [1/2].
* Ícones estranhos? Passe o Cursor por cima.
* Acabei confundindo os meus "Sorteios". Por isso existem 2 Sorteios. Não ira se repetir.

Toda a emoção da batalha ainda corria nas veias de Baby Lickitung, o pequeno mantinha-se inquieto enquanto estava sendo carregado por Yoshino. Agitado e até um pouco irritado, ele saltava do colo da garota, insistindo em ficar no chão. Apesar da situação ser bem fofa, aquela malcriação parecia fazer parte do pequenino que tinha apenas horas de vida, e sua atitude rebelde era bem desagradável.

Extremamente confusa, a treinadora de cabelos cor-de-rosa observava o filhote enquanto caminhava em direção ao mural de anúncios da cidade. O trio permanecia em silêncio quando chegava em seu breve destino; o mural estava quase vazio, sem tarefas ou trabalhos para realizar. Aquele momento era bastante desanimador, quase anticlimático e até entediante. O Lickitung mais velho olhava a placa enquanto coçava sua barriga, e sem que percebesse, o filhote pulava sobre suas costas e escalava seu corpo. Ambos observavam a placa com expressões confusas, assim como sua amiga, Yoshino.

— Oh... coff... coff... vocês precisam de um trabalho? — Uma silhueta corcunda surgia de trás do muralzão, um velhote de corpo tremulo e sorriso tristonho. Ele já estava nas últimas, mas parecia ser um homem educado. O trio notava o senhor vindo, eles o observavam enquanto ouviam sua voz rouca. Yoshino tomava a partida, iniciando um diálogo agradável.

O senhor vestia roupas verdes. Usava um suéter de lã verde escuro, que dava um ar acolhedor. Por cima do suéter, ele usava um cachecol de um tom marrom terroso, cuidadosamente dobrado e amarrado ao redor do pescoço para protegê-lo do frio. Ele caminhava com um passo tranquilo e firme, carregando uma bengala de madeira polida que parecia ser sua companheira de longa data. Seu peso era adequado à sua altura e sua aparência transmitia uma sensação de calma e dignidade que atraía a atenção e o respeito de todos que o encontravam.

— O-olá, tudo bem? Senhor? Moço? Tá tudo bem? — Perguntou ajudando o homem a se levantar como também a se locomover. Ela sentia o cheiro de alho-poro vindo em suas narinas, não estava nada agradável mas a educação conseguia cobrir toda a ocasião.

— Vocês querem um trabalho? Existem dois Pokémon que vivem me roubando, vocês poderiam me ajudar nisso? — Ele tossia, parecia realmente cansado e em sofrimento. Os Lickitung sentiam muita pena do vovôzinho, seus olhinhos se enchiam de lágrimas ouvindo toda a história do querido velhote. Já Yoshino, cruzava os braços e olhava bem para o desconhecido. Só queria saber de um pagamento.

— Sem querer ser maldosa e nem mal-educada, mas o que ganharíamos com isso? Sabe... estamos com fome. — O que provava seus sentimentos, seria a barriga de um dos Lickitung que roncava feito um trovão. O trio olhou o idoso, engoliram seco mas no fundo sabiam que o ajudaria mesmo que não houvesse um pagamento.

— Ooh... entendo... entendo... coff... coff... eu prometo, pagar com dinheiro em algum dinheiro... só me ajudem... por favor... oooh... — As suas mãozinhas velhas tremiam, sua boca era murcha mas fofinha. Era um homem tristonho, não havia como não ajuda-lo. O grupo aceitava o pedido, a missão ou seja lá o que fosse aquilo. Os três estavam passando fome, precisavam de dinheiro ou pelo menos de uma boa ação para abençoa-los dali para frente. Yoshino prometia ao homem que iria ajuda-lo mas necessitava de mais algumas informações.

— Tá bom, velhinho. Você precisa me ajudar a te ajudar. Está vendo esses dois linguarudos? A língua deles pode achar qualquer coisa pelo toque. Como são os Pokémon e você tem algo que possa nos ajudar a localizá-los? — Um sorriso escapava de seu rosto, era divertido ajudar os outros mesmo que não custasse nenhuma recompensa. Seus Pokémon também estavam muito animados para entrar em outra aventura, sendo esta bem pequena e simples.

— Oh, sim! Eu tenho! Aqui está, uma folha que ficava pendurada na boca do Pokémon, um ursinho preto e branco... — Ele dava uma breve descrição do Pokémon logo após entregar nas mãos de Yoshino um trevo mastigado.

Koharu entregava o pequeno trevo para o Lickitung rosado, o grandalhão colocava a coisa em sua língua sentindo toda sua textura e depois a engolia. Com suas narinas invisíveis, ele começava a procurar pelo encrenqueiro usando o sabor e cheiro de seu DNA bicolorido. Já o outro, de coloração azulada, perseguia seu irmão mais velho, saltitando alegre e extremamente animado com a busca.

— Vá para casa e nos encontre aqui novamente, daqui a duas horas. Vamos resolver isso, eu prometo. — Ela nem se quer despedia do velho, começava a correr atrás de seu Pokémon indo na direção do rastro. O homem sorria, olhava a garota sentindo toda a bondade que havia naquele coração rebelde. No fim, talvez, ele soubesse que Yoshino fosse uma boa pessoa.


Atravessando a praça central de Pallet, Yoshino e seus amigos agora se concentravam na parte mais isolada da cidade. Já próximos da Rota 1, mas não chegavam a se colocar dentro dos matagais da planície. Lickitung e seu faro acabava por levar sua equipe até uma rua estreita, asfaltada mas invadida pela natureza. Aqueles eram os subúrbios de Pallet, um lugar meio esquecido mas ainda tecnológico.

Nesse ambiente, árvores e vegetação começavam a se infiltrar entre as fissuras do asfalto. O verde da natureza contrastava com a dureza do concreto. A rua estreita era ladeada por casas que, embora tivessem uma aparência antiquada, ainda pareciam manter alguns vestígios de avanços tecnológicos. O lugar exalava um ar de tranquilidade, como se o tempo tivesse desacelerado naqueles subúrbios, criando uma atmosfera única e intrigante. Os postes elétricos não eram feitos de pedra ou cimento como de costume, mas sim de troncos de madeira entrelaçados com fios elétricos e cabos de cobre. Dava para ouvir o som das TVs e dos eletrodomésticos sendo utilizados dentro das casas, um lugar comum, mas muito acolhedor. Aquele cenário trazia certa nostalgia para Yoshino, pois a garota havia crescido em um lugar muito semelhante.

Sentindo a brisa de uma ventania, um clima básico de uma planície de grama alta. O Pokémon cor-de-rosa encontrava o que tanto procurava, ele começava a correr sacudindo toda sua fofura levando atrás de si seu filhote azul. Lickitung era rápido, mais rápido que de costume e Yoshino até teve que se esforçar para alcança-lo. Após alguns segundos de correria, os Lickitung e a Treinadora novata chegaram a um quintal abandonado, repleto de sacolas e latas de lixo. Entre um monte de latas, detritos e frutas, um Pokémon panda apareceu e saltou à frente deles. Junto a ele, uma larva elétrica emergiu de debaixo das sacolas. A dupla de travessos carregava consigo uma pilha de itens que claramente não lhes pertenciam. Toda a confusão indicava que Pancham e Grubbin estavam roubando do velho e de várias pessoas em Pallet.

— Vocês vão devolver tudo isso, por bem ou por mal! Equipe Lickitung! Vamos nessa! — Disse a garota encorajando sua equipe e os enchendo de entusiasmo. Com uma pausa de uma hora e poucos minutos, os Lickitung já estavam em outra luta prontos para defender o velhote e a reputação de sua amiga de cabelos rosados.

Wild Battle

Vs. Pancham & Grubbin

Encontravam-se em uma ampla planície, onde a grama se estendia por quilômetros em todas as direções. No horizonte, era possível ver algumas casas esparsas, todas elas bastante simples, construídas com madeira e telhados vermelhos.

Aquela seria a zona suburbana de Pallet, onde a calma e a simplicidade da vida se misturam com toques de tecnologia. Postes de madeira se erguem ao longo das estradas, cada um deles abrigando fios elétricos que fornecem energia para as casas. Os sons distantes das televisões e dos aparelhos eletrônicos se misturam com o canto dos Pokémon que sobrevoam a área.

Pancham #674:

Os dois arruaceiros pareciam destemidos, fazendo questão de intimidar aqueles que cruzavam seu caminho enquanto guardavam os itens que haviam roubado da região. Sua reputação de valentia e comportamento malicioso estava começando a causar problemas na cidade. Além disso, os músculos bem definidos de ambos os Pokémon evidenciavam que eram oponentes poderosos e bem preparados. Eles perambulavam pela planície, sempre à procura de oportunidades para causar estragos. Durante sua breve estadia em Pallet, haviam derrotado muitos oponentes, o que os tornava ainda mais formidáveis.

Grubbin #736:

Enchendo seus pulmões de ar, o Lickitung rosado olhava Pancham com certo desafio. Ele não gostava da atitude do pequeno ladrãozinho, e ele logo se lembrava do rosto do velhinho entristecido. Já o outro bebê sentia as emoções de seu "irmão", ele assoprava a língua para seus rivais chamando-os para a briga. Grubbin e Pancham ia na direção do trio, estavam prontos para lutar.

Lickitung

Level: 6 | Speed: 10 | Oblivious | HP: 18 / 28 - 63%

Baby Lickitung

Level: 6| Speed: 8 | Cloud Nine | HP: 22 / 26 - 84%

.:Vs:.

Pancham

Level: 7 | Speed: 13 | Mold B. | HP: 25 / 25 - 100%

Grubbin

Level: 7 | Speed: 13 | Swarm |  HP: 25 / 25 - 100%

Novamente, os selvagens provaram ser mais rápidos que nossos heróis. Pancham liderou seu companheiro larva em um ataque total, grunhindo e usando suas patinhas para apoiar o parceiro na batalha. Com agilidade, Pancham correu em direção a Lickitung enquanto concentrava energia em um de seus punhos, emitindo uma aura esbranquiçada. Ao chegar bem próximo do oponente cor de rosa.

Assustada e já preparada para o pior, Yoshino arremessava sua única Potion contra a cabeça do amigo rosado. O frasco se quebrou ao impacto com a careca do Pokémon, o líquido envolvia a criatura deixando-a com a pele hidratada e completamente revigorado. Lickitung mostrava seus bíceps como um fisiculturista desengonçado, antes de receber um dos golpes mais dolorosos de sua vida.

(Potion  = +20 HP = 20 + 18 = 38% (HP: 28) = 100%)

Pancham, furioso, desferiu uma sequência de socos no abdômen de Lickitung, transferindo rapidamente a energia de um punho para o outro em questão de segundos. O golpe bem aplicado conseguia desnortear o grandalhão, seu corpo tremia com o receber de cada golpe e ele não estava gostando nada de ser espancado. O panda guerreiro tomava fôlego, encerrava seu Arm Thrust e se chocava com a resistência do oponente. Mesmo com a aparência muito cansada, Lickitung se mantinha em pé e não desistia da luta.

(Arm Thrust | [4 Hits]= 100 - 85% = 15%)

Durante o espancamento do Lickitung rosa, Grubbin ia para cima do filhote azul. A larva disparava sua teia pegajosa em direção a Lickitung. Os fios finos de String Shot se lançaram da boca da pequena larva elétrica, toda a matéria envolvia Lickitung em uma rede pegajosa que a deixava momentaneamente imobilizado.

(String Shot  = -1 Speed)

— L-lickitung? Esper... — Os olhos da iguana pegavam fogo, cansado e com ódio a criatura tomava uma postura selvagem.

Ele erguia um de seus punhos, olhava bem para os olhos de Grubbin e então saltava bem a frente do Pokémon ignorando o panda que havia lhe agredido. Com uma das patas pegando fogo e com sua mente explodindo de ódio, Lickitung desferia um soco elemental flamejante contra a larva. Grubbin sentia o golpe indo direto em suas presas, aquele havia sido um Fire Punch muito bem aplicado. O calor chamuscava o inseto enquanto uma dor insuportável subia em seu pequeno corpo. Um golpe vantajoso.

(Fire Punch = 100 - 48% = 52%)

Mesmo preso nas sedas, o filhotinho sabia ser esperto. Ele se concentrava e assoprava todo o ar que conseguia, muita terra era sugada para a boca do Pokémon no mesmo instante que ele produzia água em sua boca. Com uma mistura de barro e muita água, o bebê cuspia todo o lamaçal em direção a Grubbin empurrando-o para longe. Muddy Water atordoava Grubbin, todo o seu corpo estava sujo e pesado. Pelo que parecia, ele era o foco naquela luta.

(Muddy Water = 52 - 24% = 26%)

Pancham notava o foco no menorzinho, ele sentia pena de seu companheiro larva e se revoltava com a covardia do bebê Lickitung. Os focos eram levados para os menores, uma batalha covarde se iniciava e os mais fracos eram colocados na mira. Uma batalha complicada, e apenas um time poderia sair como vitorioso.

Lickitung

Level: 6 | Speed: 10 | Oblivious | HP: 4 / 28 - 15%

Baby Lickitung
(-1 Speed)

Level: 6 | Speed: 5 | Cloud Nine | HP: 22 / 26 - 84%

.:Vs:.

Pancham

Level: 7 | Speed: 13 | Mold B. | HP: 25 / 25 - 100%

Grubbin

Level: 7 | Speed: 13 | Swarm |  HP: 7 / 25 - 28%

Todos estavam próximos de Pancham, o panda não se sentia intimidado e nem mesmo cercado. Ele saltava sobre a barriga do Lickitung adulto tomando impulso em apenas uma cambalhota, com o pulo ia até o bebê acertando-o em cheio com um Tackle. A investida em forma de cabeçada acertava o pequenino, no impulso Lickitung ia para o chão enquanto Pancham se mantinha no ar por alguns instantes e logo depois pousava como um ninja.

(Tackle = 84 - 15% = 69%)

Mesmo que estivesse muito cansado, Grubbin mantinha-se em pé. A larva encolhia seu corpo, depois pulava na direção do Lickitung azul. As pinças do inseto se abriam no mesmo instante que ele se investia na direção de seu rival, de forma rápida e brutal o inseto mordiscava o sapinho bem em sua língua torcendo o órgão da criatura de um lado para o outro. Vice Grip parecia doer muito, aquelas pinças eram bastante afiadas.

(Vice Grip = 19 - 69% = 50%)

Parecia burro mas como eram selvagens e estavam motivados pela raiva, Pancham e Grubbin mantinham o foco no filhote esquecendo-se do poderoso adulto que infelizmente... estava ferido. O gorducho deixava com que seus punhos pegassem fogo, novamente, e depois ele golpeava a larva de cima para baixo utilizando ambas as mãos. Grubbin era soterrado com o impacto do Fire Punch. Grubbin permanecia inconsciente por alguns segundos, ao notar que estava em solo mole, a larva rapidamente cavava um pequeno buraco e escapava da luta. Um dos valentões parecia não querer mais voltar para Pallet após a surra.

(Fire Punch = 42 - 28% = 0%)

Pancham não gostava daquela luta, o desespero começava a tomar conta do pequeno lutador. Ao ver seu companheiro fugindo da luta, ele automaticamente entrava em frenesi cerrando seus punhos e já iniciando uma corrida na direção do filhote. Ele estava determinado em levar pelo menos um dos gorduchos, mesmo que a luta custasse sua fama.

Lickitung

Level: 6 | Speed: 10 | Oblivious | HP: 4 / 28 - 15%

Baby Lickitung
(-1 Speed)

Level: 6 | Speed: 5 | Cloud Nine | HP: 13 / 26 - 50%

.:Vs:.

Pancham

Level: 7 | Speed: 13 | Mold B. | HP: 25 / 25 - 100%

Grubbin

Level: 7 | Speed: 13 | Swarm |  HP: 0 / 25 - 0%

Pancham respirava o mais profundo que conseguia, ele olhava o cenário que o envolvia enquanto corria. Ele tomava apenas um pulo, colocava sua cabeça para baixo e colidia contra o bebê. O filhote novamente era jogado para longe, levando consigo no impacto seu oponente preto e branco. Um Tackle que era dado de forma bruta, sem muitos caprichos.

(Tackle = 50 - 15% = 35%)

Aproveitando que o oponente estava preso ao seu parceiro, o rosado trazia mais uma surpresa para a luta. Fechando seu punho direito, Lickitung conseguia sugar a luz ao seu redor trazendo certa escuridão para a luta. Um soco elétrico ia surgindo de sua pata, um raio era criado através da força do Pokémon. De segundo em segundo, um orbe eletrizante repleto de faíscas amareladas ia surgindo em torno do golpe daquele Pokémon. Ele investia, investia com o punho na direção da Pancham acertando-lhe com um surpreendente Thunder Punch. O soco relâmpago emitia um som de um trovão ao entrar em contato com o corpo do ursinho, uma pequena explosão elétrica aparecia na batalha quase acertando o filhote.  

(Thunder Punch = 100 - 17%% = 83%)

No meio da confusão, o pequeno Lickitung aproveitava dos choques para trazer um movimento do tipo água. Inteligente, ele repetia o movimento Muddy Water bem no rosto de Pancham. A água suja combinada com a eletricidade causava um dano absurdo, Pancham tremia com a estática.

(Muddy Water = 83 - 21% = 63%)

Todos estavam feridos, extremamente feridos. Aquela batalha estava tão feroz quanto Yoshino imaginava. Ela se perguntava se não havia outro modo de resolver toda a confusão, mas já era tarde demais.

Lickitung

Level: 6 | Speed: 10 | Oblivious | HP: 4 / 28 - 15%

Baby Lickitung
(-1 Speed)

Level: 6 | Speed: 5 | Cloud Nine | HP: 9 / 26 - 35%

.:Vs:.

Pancham

Level: 7 | Speed: 13 | Mold B. | HP: 15 / 25 - 63%

Grubbin

Level: 7 | Speed: 13 | Swarm |  HP: 0 / 25 - 0%

Pancham carregava seu punho usando sua força, rapidamente ele empurrava o pequeno utilizando o próprio peso sobre uma de suas patas. Aquele seria outro Tackle. Lickitung sentia o movimento, a exaustão começava a se aproximar.

(Tackle = 35 - 15% = 20%)

O rosado não sabia como reagir, estava tão cansado quanto os dois outros Pokémon. Seu corpo repleto de hematomas estava pesado, e sua cauda nem conseguia mais ficar erguida. Ele utilizava das últimas forças para preparar outro soco flamejante, mas desta vez parecia bem menos potente. Pancham recebia o socão de uma só vez, toda a chama envolvia seu pequeno rosto e o chamuscava. Um clássico Fire Punch.

(Fire Punch = 63 - 17% = 46%)

O filhote novamente enchia sua boca de lama e disparava um Muddy Water em Pancham. Ele sentia a pressão do movimento, mas permanecia em pé.

(Muddy Water = 46 - 21% = 25%)

— Pessoal, acho que já chega... é sério. — Estava horrorizada com todo o esforço que os Pokémon faziam, mas nenhuma das criaturas pareciam ligar para o que Koharu teria a dizer. Eles apenas continuavam se batendo e se batendo até que um fosse ao chão.

Lickitung

Level: 6 | Speed: 10 | Oblivious | HP: 4 / 28 - 15%

Baby Lickitung
(-1 Speed)

Level: 6 | Speed: 5 | Cloud Nine | HP: 5 / 26 - 20%

.:Vs:.

Pancham

Level: 7 | Speed: 13 | Mold B. | HP: 7 / 25 - 25%

Grubbin

Level: 7 | Speed: 13 | Swarm |  HP: 0 / 25 - 0%

Insistente, Pancham preparava outro empurrão e o utilizava contra Lickitung lançando a criatura azul em uma pequena distância. Tackle acertava com toda certeza.

(Tackle = 20 - 15% = 5%)

Lickitung ativava outro Fire Punch acertando Pancham. A chama conseguia trazer sérios danos a criatura.

(Fire Punch = 25 - 17% = 8%)

Para finalizar a luta, o filhote tentava pegar o rosto do panda disparando em cheio contra a testa do rival. A bola de lama tampava toda a visão de Pancham colocando-o em certo desespero, ao ver o rumo que a batalha levaria... o soldado panda fugia para longe pulando de um poste ao outro. Ele se assustava pela primeira vez, abandonando uma luta, coisa que ele nunca havia feito. Muddy Water havia feito um bom trabalho.

(Muddy Water = 8 - 21% = 0%)

Lickitung

Level: 6 | Speed: 10 | Oblivious | HP: 4 / 28 - 15%

Baby Lickitung
(-1 Speed)

Level: 6 | Speed: 5 | Cloud Nine | HP: 1 / 26 - 5%

.:Vs:.

Pancham

Level: 7 | Speed: 13 | Mold B. | HP: 0 / 25 - 0%

Grubbin

Level: 7 | Speed: 13 | Swarm |  HP: 0 / 25 - 0%

Yoshino olhava para seus amigos, ambos extremamente dodóis após a batalha. Seu coração doía ao ver seus amigos nesse estado, com cortes e arranhões em seus corpos. Ela podia sentir a tristeza nos olhos deles, o desânimo que pairava sobre eles como uma nuvem escura. Lickitung, o filhote corajoso e o adulto um tanto bobalhão, olhavam para ela com olhos cansados e expressões entristecidas. Yoshino sentiu um nó na garganta ao perceber o quanto eles tinham se esforçado por ela e pelo velho desconhecido.

Ela se ajoelhou ao lado de seus companheiros Pokémon e acariciou gentilmente as cabeças deles, prometendo que os curaria e que estariam juntos em todas as situações difíceis que ainda enfrentariam. Ela não podia evitar as lágrimas que escorriam por seu rosto.

Pancham havia desaparecido da frente do trio, mas a criatura estava tão ferida quanto os Lickitung. Yoshino também se preocupava com a situação do selvagem, mas ela não poderia sofrer por uma criatura que nem se quer a conhecia e apenas causava problemas.

Ao retornar o repolho rosa para dentro de sua devida Poké Ball, Yoshino notava que apenas uma das criaturas constava em seu "Trainer Card". O pequeno Lickitung não havia sido capturado desde seu nascimento, e aquele havia sido um erro terrível para uma iniciante. O Pokémon a observava mesmo que estivesse cansado, ele esperava por seu descanso e não sabia se podia deitar ali mesmo.

Mais que rapidamente, Yoshino lançava uma esfera na direção da criatura fazendo-a ser engolida pelo apetrecho em apenas um segundo. A captura era rápida e bem-sucedida, provavelmente devido ao forte relacionamento que Koharu já tinha com o pequeno Pokémon. Finalmente Lickitung aparecia nos arquivos da guria, a esfera agora tomava o nome da criatura e ele agora detinha do "Original Trainer" no nome de Yoshino.

Por mais que as coisas não parecessem fluir bem naquele momento, Yoshino mantinha a fé que tudo poderia dar certo. Seus parceiros estavam extremamente feridos, e ela meio que não sabia o que fazer... só lhe restava procurar por alguma ajuda. Ela corria entre os prédios e ruas clamando por socorro, mas naquela hora do dia Pallet estava tão vazia quanto o céu sobre sua cabeça. Era desesperador se relembrar do esforço que seus Pokémon haviam feito anteriormente, e toda a batalha ia e voltava na mente da magricela. Os Lickitung não mereciam passar por tanto sofrimento, e Koharu pensava que era culpada por tê-los colocado na confusão.

Em toda correria, Yoshi dava sorte e encontrava o velhote que havia lhe pedido ajuda.

— Que coisa... que pressa... você já encontrou os arruaceiros? — Perguntou inocente enquanto segurava seu cachecol e o ajeitava em seu pescoço.

— Sniff... m-me ajude! Meus amigos, eles estão muito feridos! — Seus olhos estavam repletos de lágrimas, seu corpo tremia com o cansaço da corrida ao mesmo tempo em que seu suor deslizava por toda sua pele.

— Se acalme, eles só precisam de uma boa visita ao centro Pokémon. — Ele secava as lágrimas que estavam no rosto da garota, ele trazia conforto a ela e depois recolhia uma de suas mãos. Ele a levava até uma das várias ruas indo ao encontro com o Centro Pokémon.

Com poucos segundos de caminhada, Yoshino já chegava no centro tomando outra corrida e entregando suas duas Poké Balls no balcão de atendimento. Uma enfermeira aparecia notando a preocupação da treinadora, ela pegava as esferas que estavam em sua frente e logo comentava.

— Irei avaliar a situação, fiquem aqui. — Ela ajeitava o óculos com o pulso pois as mãos estavam ocupadas. Seus cabelos verdes e curtos junto de uma silhueta feminina traziam a ela uma aura de bondade.

Yoshino finalmente podia respirar aliviada. Ela se sentia reconfortada pelo idoso que prometia melhorar a condição de todos os seus Pokémon. Enquanto aguardava o tratamento dos Lickitung, Yoshino pôde conversar um pouco sobre seu trabalho e também compartilhou a história da fuga dos valentões. A surra que receberam definitivamente os afastaria de Pallet por um bom tempo. Apesar de estar preocupada, triste e também magoada a garota não escondia seu orgulho. Ambos os Lickitung, tanto o bobalhão quanto o pequeno concentrado haviam feito um ótimo trabalho no campo de batalha.

Curiosa, observava atentamente todo o cenário ao mesmo tempo que absorvia as palavras do velho. Estavam em um Centro Pokémon, um local moderno e acolhedor. Apenas a garota e o senhor compartilhavam aquele momento, onde o silêncio era quebrado apenas pelo zumbido suave das máquinas. Um som claro, porém, levemente estridente. Na televisão, um desenho desajeitado e de pouco interesse passava desapercebido, enquanto a luz do sol derramava-se pelas janelas, trazendo uma pitada de nostalgia para Koharu.

O balcão, com seu design em plástico, exibia um tom rosa que harmonizava com os tons pastéis que preenchiam a clínica. Vasos de flores adicionavam vida a uma paisagem colorida, mas onde a fauna estava ausente. O piso adquiria um tom salmão suave, o teto apresentava-se em tons avermelhados, quase rosados, e as paredes eram revestidas com um branco perolado.

— E aqui estão todos eles, veja só. — O bebê saltava do colo da enfermeira indo ao encontro com Yoshino, já o grandalhão corria de forma desesperada até sua treinadora saltando sobre o balcão. Todos estavam extremamente felizes de estarem unidos, novamente.

— Linguarudos! Caramba, vocês me assustaram muito! — Disse a garota de cabelos rosa ao abraçar os Pokémon coloridos.

— Você deve se acostumar com esse tipo de coisa, batalhas serão complicadas mas sempre procura por um bom Centro Pokémon correto? — Um aprendizado, o velho sabia de coisas que Yoshino não tinha noção que existiam. Ela estava alegre, extremamente alegre.

— Obrigada, velho, obrigado mesmo. — Ela agradecia ao velho e também a enfermeira. O abraço entre seus Pokémon e a garota permanecia por mais alguns segundos, até que o velho se lembrava de algo.

— Oh! É verdade, vocês devem estar mortos de fome. Eu irei pagar pelo serviço de hoje com um delicioso jantar, e além disso... eu insisto que vocês fiquem com isto. — Ele entregava um pingente, um colar enfeitado com uma escama arco-íris.

Aquele era um Heart Scale, um item extremamente raro e nada barato. Os três ficavam encantados com a joia e Yoshino fazia questão de guardar a lembrança. Com amor, ela unia o velho no aconchego de um grande abraço e assim a equipe encerrava seu primeiro dia de aventura.

Sorteios (Item Finder): Aqui
Sorteios: Aqui
Ficha: Aqui
Heart Scale encontrado no Item Finder.
Grubbin foi derrotado. Lickitung recebeu 81 de EXP. Subiu para o nível 7 [59/78].
Grubbin foi derrotado. Baby Lickitung recebeu 54 de EXP. Subiu para o Nível 7 [32/78].
Pancham foi derrotado. Lickitung recebeu 95 de exp. Subiu para nível 8 [79/105].
Pancham foi derrotado. Baby Lickitung recebeu 63 de exp. Subiu para nível 8 [17/105].
Baby Lickitung recebe 1 de Happiness [132/250] com o Level Up.
Baby Lickitung está fora da Pokéball podendo receber 1 de Happiness daqui a 1 Evento [2/2].
* Ícones estranhos? Passe o Cursor por cima.

O mundo não era um pote de mel, Yoshino e os Lickitung sabiam disso. Mas parecia que naquele momento a sorte estava ao lado do grupo. Após todos os rodopios da aventura anterior, a guria e os seus Pokémon aceitavam o convite para passar a noite na casa do velhote. Com um pouco de descanso, Yoshino sabia que poderia ter tempo para pensar um pouco mais sobre o futuro enquanto seus Pokémon mantinham a barriga cheia com o jantar que o novo mas envelhecido amigo havia feito.

Eles agiam como se estivessem em casa, até porque o proprietário permitia que o trio agisse dessa forma. Yoshino estalava seu corpo sentindo o peso do cansaço vindo com tudo, aquele havia sido seu primeiro dia em uma Jornada Pokémon e a exaustão já estava começando a aparecer. Nem eram nove da noite, mas todos sentiam muito sono inclusive até seus Pokémon.

Após os Lickitung terminarem de comer, eles partiam para o sofá para que se aconchegassem ao lado de sua treinadora. Yoshi nem mesmo retirava a roupa do dia, apenas pegava no sono estando sentada enquanto seus braços envolviam o corpo gorducho de ambas as criaturas. O velhote estava na cozinha, ele lavava a louça e então percebia que seus convidados haviam entrado em um sono mais que profundo. Uma situação engraçada que lhe trazia um sorriso inocente, era um cara legal.


Um reboliço começava no sofá, o Lickitung mais velho e cor de rosa começava a se mexer em grande ansiedade. Ele parecia entediado. Os movimentos do repolho linguarudo logo acordavam o filhote azul que começava a chorar. Ambos começavam um caos que acordava sua Treinadora e claro, também acordavam o proprietário da casa. Envergonhada, Koharu tentava tampar as bocas dos dois bagunceiros mas parecia que nada adiantava. Eles coaxavam com a força que encontravam fazendo com que vizinhos acendessem as luzes em preocupação.

— Shiii... Shiii... já são três da manhã e vocês estão fazendo um barulhão! D-droga, qual é o problema de vocês? Estão possuídos? — Perguntou enquanto tentava agarrar o filhote escorregadio e tristonho.

No desespero de Yoshino, o senhor já de idade descia as escadas e via sua sala de estar extremamente bagunçada. Experiente, ele batia a ponta de sua bengala no chão de madeira trazendo à tona um som oco que chamava a atenção de ambos os sapos. O velhote tossia seco, tomava um voz mais séria dando todo um sermão nos Pokémon e deixando claro que não era com a guria.

— Lickitung! Vocês não são bem treinados, não é verdade?! — Ia até as criaturas tocando a barriga molenga de ambos com sua vareta. Rapidamente, ele dava um golpe duro na cabeça de ambos machucando-os levemente. O mais velho coaxava ameaçando atacar o velho, mas rapidamente ele respondia com outro golpe que colocava o gorducho em seu devido lugar.  

— Eles nem se quer parecem capturados... são tão desobedientes, quase que selvagens. Você poderia me dizer se estes pequeninos te respeitam? — Perguntou colocando pressão sobre sua fala, Yoshino corou em vergonha e até mesmo gaguejou antes de responder.

— Erm...? Coff... Coff... Aaah... Bem, esse gorducho cor-de-rosa simplesmente começou a me seguir faz três ou quatro meses e desde então ele gosta muito de mim. Eu acho que deve ser minhas roupas ou cabelos rosa. E este outro, azulzinho... ele nasceu no dia de ontem. Eu realmente não sei como cuidar deles. — Ela estava nervosa, envergonhada e seu rosto denunciava todas as suas emoções. Suas mãos suadas iam para trás de sua cabeça, e seu sorriso surgia cada vez mais "amarelado". A culpa de ser irresponsável começava a aparecer.

— Certo. Vocês três, todos aqui precisam aprender uma boa lição. Me sigam. — O velho ia para seu quintal sendo acompanhado por sua bengala que colidia no chão. Tanto Yoshino quanto o bebê Lickitung e o próprio Lickitung já adulto engoliam seco. O que será que iria acontecer ali?


Naquela madrugada na pacata Pallet, o quintal dos fundos vibrava em uma aura cotidiana. Uma fina camada de orvalho cobria a grama alta, criando um tapete prateado sob o suave luar. As folhas das árvores frutíferas balançam gentilmente com a brisa noturna. A casa, com seu exterior de madeira envelhecida, parece acolhedora e pitoresca, com trepadeiras de flores coloridas ascendendo pelas paredes. Um pequeno alpendre na parte de trás oferece um refúgio tranquilo, adornado por vasos de plantas com ervas aromáticas. A luz tênue de uma lanterna de papel pendurada cria padrões dançantes no chão, enquanto os grilos emprestam sua melodia à serenidade da noite. O jardim, por trás da casa, é um caleidoscópio de cores e aromas. Rosas perfumadas desabrocham em canteiros bem cuidados, contrastando com a exuberância selvagem de margaridas e girassóis que se espalham pela grama. As sombras das árvores desenham padrões intrigantes, proporcionando esconderijos naturais para os Pokémon noturnos que ocasionalmente visitam.

Medida que a lua ilumina o céu estrelado, a casa parece abraçar a natureza ao seu redor, e o silêncio é quebrado apenas pelo farfalhar suave das folhas e o murmúrio distante do riacho próximo. Yoshino, os Lickitung e o velho permaneciam em silêncio. O ancião quebrava a paz batendo sua banguela no solo macio, o oco do bastão colidia com o chão de grama criando pequenos furos.  

O ancião experiente lançava ao ar duas Pokéball liberando duas criaturas extremamente curiosas. Um era seria Luvdisc, um pequeno Pokémon peixe em formato de coração e o outro um Sableye de sorriso maldoso. Luvdisc estava ligeiramente confuso por estar sendo incomodado naquela hora do dia, e já Sableye olhava para ambos os Lickitung com muita curiosidade e loucura.

— Certo. Vocês três podem se gostar, mas ainda não estão conectados. São amigos, e não parceiros. Precisam criar o vínculo entre Treinadora e Pokémon. — O velho ia para seu quintal sendo acompanhado por sua bengala que colidia no chão. Tanto Yoshino quanto o bebê Lickitung e o próprio Lickitung já adulto engoliam seco.

Os dois Lickitung, ao se depararem com os Pokémon recém-liberados, pareciam intrigados, mas ao mesmo tempo um pouco assustados. Seus olhos arregalaram-se enquanto observavam atentamente Luvdisc e Sableye. As línguas deles, normalmente animadas e inquietas, ficaram momentaneamente imóveis. Era como se a presença desses Pokémon incomuns os deixasse desconcertados, como se estivessem tentando entender o que estava acontecendo. As caudas balançavam de um lado para o outro, um sinal claro de que estavam em estado de alerta, ainda não totalmente à vontade com a situação.

— Se preparem. Agora, os três estão em uma luta de verdade. — Todos permaneciam em silêncio, mas uma frase em questão fez todos os seus convidados tremerem a espinha — Luvdisc. Use Water Gun. — E o peixe já estava pronto para vir contudo.

Wild Battle

Vs. Luvdisc & Sableye

O quintal dos fundos da casa em Pallet era uma extensão tranquila e encantadora. A grama alta ondulava suavemente sob a brisa noturna, proporcionando uma atmosfera serena.

As estrelas pontilhavam o céu escuro, lançando uma luz suave sobre o cenário. Ao redor, arbustos e flores silvestres criavam uma moldura natural para o quintal. Uma cerca de madeira delimitava o espaço, proporcionando uma sensação acolhedora. O cenário noturno transmitia uma calma reconfortante, tornando o quintal um refúgio sereno sob a luz da lua.

Luvdisc #370:

Sableye emergia com um brilho em seus olhos, revelando um sorriso travesso. Seu corpo pequeno, porém ágil, destacava-se no cenário noturno. Ao lado dela, o Luvdisc nadava em círculos, nervoso, mas pronto para a ação. A fantasma com sua expressão astuta, observou os Lickitung de Yoshino com curiosidade. Ela piscou maliciosamente enquanto se preparava para o confronto. Por outro lado, o Luvdisc, mais reservado, emanava uma energia gentil e tranquila. Ambos os Pokémon estavam prontos para a batalha, cada um exibindo sua personalidade única diante do desafio que se desenrolava na noite serena.

A Sableye, com seu sorriso malicioso, provava ser uma adversária ardilosa, enquanto o Luvdisc, ainda tímido, desferia ataques aquáticos com precisão. A batalha estava árdua, com os Pokémon envolvidos em uma coreografia frenética, cada movimento sendo crucial para a vitória iminente. Já as iguanas usavam suas línguas com maestria, diferente dos seus adversários que detinham da tutoria de um Treinador, eles lutavam com selvageria quase que perdendo a luta naquele mesmo instante.

Sableye #302:

Luvdisc tomava a surpresa juntamente com o ar em seu pequeno bico, rapidamente ele assoprava toda a força de seus pulmões trazendo água para si. Ele disparava um raio d'água em direção ao Lickitung mais velho, que conseguia repelir o ataque utilizando sua grande cauda cor-de-rosa. Os Lickitung e Yoshino eram surpreendidos por uma batalha repentinamente em meio aquela madrugada, uma lição seria ensinada ali mesmo.

Lickitung

Level: 8 | Speed: 12 | Oblivious | HP: 34 / 34 - 100%

Baby Lickitung

Level: 8 | Speed: 9 | Cloud Nine | HP: 31 / 31 - 100%

.:Vs:.

Luvdisc

Level: 7 | Speed: 20| S. Swin | HP: 25 / 25 - 100%

Sableye

Level: 7 | Speed: 14 | K. Eye |  HP: 26 / 26 - 100%

O silêncio da madrugada se interrompia, uma batalha começava e Yoshino deveria se impor por bem ou por mal. Ela rapidamente sacava sua PokéDex enquanto os Pokémon brigavam entre si, o velho coordenava a luta com seus parceiros ao mesmo tempo em que as criaturas de Yoshino lutavam com o que tinham em mão. Pressionada pela situação, ela encontrava a aba dos Lickitung e com sorte agora tinha o "Moveset" de ambos os Lickitung em mão.

— Droga! Tá bom, Lickitung grandalhão... você usa Thunder Punch em Luvdisc! Baby, você usa o seu Muddy Water em Sableye! Vamos nessa! — Ela se assustava mas tomava uma atitude rápida. A tela de sua PokéDex vibrava com os comandos, a garota seguia todas as dicas que surgia. Aquele era o momento da verdade.

— Certo. Isso mesmo. Sableye use Scratch no pequenino, Luvdisc já você use o Water Gun. — A fantasma adentrava a própria sombra se escondendo na luta, já Luvdisc preparava seu corpo com líquido tomando uma velocidade extremamente alta.

O Pokémon do tipo água rasgava o ar com o próprio corpo, ele seguia para cima de seus inimigos como uma bala perdida enquanto se locomovia com a água que produzia por de baixo de seu corpo. Apesar de pequeno, o coraçãozinho se aproximava de Baby Lickitung e o acertava em cheio com um golpe do tipo água. Ele preparava em sua boca uma imensa bolha de água e depois a soltava bem em frente o pequenino, o corpo de Lickitung foi engolido pela água e depois no estouro de Water Gun ele sentia toda a pressão do movimento de uma só vez. Baby Lickitung respirava fundo, aguentava a dor enquanto percebia os hematomas que surgia em sua pele. Ele colocava a língua para fora preparando uma resposta a altura, mas quem pagaria o "pato" seria Sableye.

(Water Gun = 100 - 19% = 81%)

Sableye acompanhava seu oponente através de sua sombra, sem que o pequeno Lickitung percebesse, Sableye aparecia das sombras no chão tomando forma rapidamente. Com uma pirueta, a fantasma atacava com suas garras agarrando o filhote com ambas as mãos e o lançando para o alto. Os ferimentos de cortes surgiam com o Scratch, e então a diabrete finalizava retornando para a escuridão.

(Scratch = 81 - 16% = 65%)

Momentos após Luvdisc surrar o pequeno Lickitung, o grandalhão rosado sentia ódio e rapidamente carregava seu punho com eletricidade. A pequena mão do repolho começava a tomar estática, um golpe do tipo elétrico surgia em poucos segundos e então um Thunder Punch acabava de aparecer. Luvdisc só sentia o movimento em seu bico, Lickitung acertava o queridinho em cheio fazendo-o ir para cima. O som do trovão ecoava quando a mão da iguana encostava no corpo do peixe, um estalo ecoava pelas paredes da cidade como se uma tormenta estivesse para chegar. Luvdisc sentia seu corpo queimado, um chamusco estava em sua guelra e aquele ferimento parecia até mesmo um pouco sério.  

(Thunder Punch = 100 - 80% = 20%)

Sableye colocava a cabeça para fora para averiguar o estado de seu amigo, o problema estava na inocência da fantasma. Ela era recebida no exato momento em que abaixava a guarda, Baby Lickitung moldava um orbe de lama e água em suas pequenas mãos lançando-o na direção da cabeça da diabrete. Muddy Water estourava em sujeira e líquido, Sableye era arremessada para fora de sua sombra por conta do impacto mas ela resistia melhor que Luvdisc naquele turno.

(Muddy Water = 100 - 34% = 66%)

Os Lickitung iniciavam a luta na vantagem, com a tutela de Yoshino eles podiam ter alguma chance de vencer. Agora, o ancião e seus Pokémon deveriam bolar alguma estratégia.

Lickitung

Level: 8 | Speed: 12 | Oblivious | HP: 34 / 34 - 100%

Baby Lickitung

Level: 8 | Speed: 9 | Cloud Nine | HP: 20 / 31 - 65%

.:Vs:.

Luvdisc

Level: 7 | Speed: 20| S. Swin | HP: 5 / 25 - 20%

Sableye

Level: 7 | Speed: 14 | K. Eye |  HP: 17 / 26 - 17%

— Estou surpreso que você saiba liderar tão bem seus Pokémon. Além do mais, apesar de ser uma novata... você sabe bem sobre os tipos não é? Eletricidade contra água foi uma grande jogada. — Elogiou o velhote. Ele respirou — Segure o dano, Luvdisc faça o uso do Lucky Chant. E você Sableye use o Scratch novamente, no menorzinho.

— Meus Pokémon não podem ter educação, mas pelo que parece sabem me levar a sério. Obrigada por essa lição. Agora, vamos acabar com isso? Lickitung use o Thunder Punch novamente no mesmo alvo! Baby Lickitung, faça o que você faz de melhor! Muddy Water!

As escamas de Luvdisc começavam a tomar a tonalidade de um arco-íris metalizado, ele era protegido por uma aura de pura sorte. Uma melodia suava de sinos tomava conta da área ao seu redor, a grama se tornava dourada e o ar ficava mais leve. Um tom suava de amarelada pairava sobre o cenário, Sableye também era envolvida pela mesma energia mesmo sendo uma criatura de sombras. Um arco-íris bem suave se emaranhava aos Pokémon. Lucky Chant acalmava o animo de todos, a melodia dos sinos permanecia juntamente com a paisagem enfeitada.

(Lucky Chant = Turnos: [5/5] = Ativo)

Protegida pelo tilintar dos sinos de Luvdisc. Sableye estava inspirada a atacar e se sentindo abençoada. Rapidamente ela corria na direção de Baby Lickitung mantendo suas garras para trás, rapidamente a diabrete atacava o rosto do filhote com uma sequência de Scratch que cortavam o pequenino.

(Scratch = 65 - 16% = 49%)

O Lickitung adulto saltava sobre a melodia de Luvdisc, ele preparava outro Thunder Punch que nocauteava o peixe e desativava o encantamento. Luvdisc ia ao chão, o ancião fazia questão de retorna-lo para sua devida Pokéball e agradecer pela luta.

(Thunder Punch = 20 - 80% = 00%)

Novamente, Baby Lickitung pulsava o solo trazendo para a luta um golpe do tipo lama e água. Ele lançava uma bolha de sujeira contra Sableye causando uma quantia mediana de dano. Um verdadeiro Muddy Water.

(Muddy Water = 66 - 34% = 32%)

O homem elogiava a perfomance de Luvdisc, aquele Pokémon realmente era forte e leal. Ele acariciava a esfera da criatura e o agradecia em um sussurro muito amigável. Naquele momento, ele sabia que Sableye não resistiria lutar sozinha. Mas ao menos, aquela luta havia ensinada uma lição a Treinadora e também aos seus Pokémon desobedientes.

Lickitung

Level: 6 | Speed: 12 | Oblivious | HP: 34 / 34 - 100%

Baby Lickitung

Level: 6| Speed: 9 | Cloud Nine | HP: 15 / 31 - 49%

.:Vs:.

Luvdisc

Level: 7 | Speed: 20| S. Swin | HP: 0 / 25 - 00%

Sableye

Level: 7 | Speed: 14 | K. Eye |  HP: 9 / 26 - 32%

— Luvdisc. Você realmente lutou bem. Vamos Sableye, use agora o seu Scratch.

— Tudo bem. Lickitung finalize a luta com outro Thunder Punch! Baby, fique longe! Tente evitar o próximo golpe de Sableye!

Saltando, Sableye mostrava suas garras e desferia um corte rápido sobre o peitoral de Lickitung. O bebê sentia a ardência do golpe, e até tentava desviar mas era lento demais. O pequenino sentia o movimento mas permanecia em pê. Aquele era um clássico Scratch.

Ao ver o pequeno recebendo mais algumas palmadas, o grandalhão carregava seu melhor punho com eletricidade. Rapidamente ele desferia um golpe contra as joias de Sableye acertando-a em cheio. A fantasma ia ao nocaute se transformando em apenas um poça de sombra. Thunder Punch acertava Sableye e encerrava a luta com eletricidade.

Lickitung

Level: 6 | Speed: 12 | Oblivious | HP: 34 / 34 - 100%

Baby Lickitung

Level: 6| Speed: 9 | Cloud Nine | HP: 15 / 31 - 49%

.:Vs:.

Luvdisc

Level: 7 | Speed: 20| S. Swin | HP: 0 / 25 - 00%

Sableye

Level: 7 | Speed: 14 | K. Eye |  HP: 0 / 26 - 0%

Os Lickitung partiam para cima de Yoshino abraçando-a e a lambendo muito. Era claro que a lição ali foi dada e ensinada, ser amigos também significava ter respeito e confiar em seu Treinador. Todos estavam extremamente contentes, em batalhas os Pokémon acabam crescendo mas em algumas quem amadurece são os Treinadores. Yoshino estava bastante orgulhosa de si mesmo, e ela recebia aquele momento com todo o amor do mundo.

O velho retornava sua Sableye para sua esfera, ele sussurrava para a Pokémon e a agradecia pela ajuda dentro da batalha. O homem se aproximava da pequena festa que acontecia em sua frente, com sua bengala ele ia até Yoshino que estava no chão recebendo bastante carinho.

Pelo céu e estrelas, muito provavelmente já se passava das três da manhã. O céu, antes imerso em tons de azul profundo, começava a adquirir uma paleta mais diversificada. O preto da noite cedia lugar a tons de azul e roxo, pintando uma transição suave entre a escuridão e a luz. Nesse momento mágico, a escuridão cedia espaço ao alvorecer, pintando o horizonte com tons quentes e suaves.

Os primeiros raios de sol começavam a surgir timidamente, tingindo as nuvens com tons dourados e rosados. O mundo despertava lentamente sob a luz crescente, e a quietude da madrugada era substituída pelos sons suaves da natureza que se preparava para um novo dia. Era um espetáculo celestial, marcando o fim da noite e o início de uma aurora repleta de promessas.

— Já imaginava que iria perder, de verdade. Já sou velho demais para lutas. Mas fico feliz que você sentiu o que era coordenar seus Pokémon. — Sorria com os olhos, ele sabia que Yoshino havia aprendido uma grande lição.

Yoshino abraçava os Lickitung e com o apoio deles se levantava — Obrigada, foi minha primeira batalha contra outra pessoa. Eu não entendo nada de batalhas e graças a PokéDex eu pude acessar os movimentos dos meus amigos.

O velho entregava um saco com várias moedas para Yoshino e seus Lickitung, era o pagamento pela batalha e também uma recompensa pela lição que foi aprendida. Naquele ponto a ansiedade dos Pokémon passava e ele já se acalmavam, estavam extremamente cansados por conta da batalha e pegavam no sono ali mesmo. Yoshino e seu amigo perdiam o sono, então passam o restante da noite conversando enquanto se preparavam para o café da manhã.

Aquela havia sido uma noite bastante agitada.

Sorteios: Aqui
Ficha: Aqui
Luvdisc foi derrotado. Lickitung recebeu 156 de EXP. Subiu para o nível 9[130/141].
Luvdisc foi derrotado. Baby Lickitung recebeu 104 de EXP. Subiu para o Nível 9 [16/141].
Sableye foi derrotada. Lickitung recebeu 180 de EXP. Subiu para nível 10 [169/182].
Sableye foi derrotado. Baby Lickitung recebeu 120 de EXP [136/141].
Baby Lickitung recebe 1 de Happiness [133/250] com o Level Up.
Baby Lickitung está fora da Pokéball recebeu +1 de Happiness [134/250]. A contagem de Eventos reiniciou.
Baby Lickitung está fora da Pokéball podendo receber 1 de Happiness daqui a 1 Evento [0/2].
* Ícones estranhos? Passe o Cursor por cima.

Um som angustiante de despertador começava a tocar em meio uma manhã agradável. Yoshino acordava com apenas um dos olhos mantendo o outro ainda sonolento e fechado. Ela esticava seu braço direito procurando pela coisa que tocava em um "Biip" ensurdecedor. O aparelho finalmente se interrompia, e a garota quase que perdia para o sono.

Deitada em uma confortável cama esbranquiçada, Yoshino via o sol entrando em seu quarto enquanto uma luz quente tocava seu rosto de forma bastante suave. A claraboia trazia uma sensação de pura nostalgia para a menina, ela via-se em uma infância que não havia vivido. Uma criança criada na cidade grande jamais poderia sentir um céu tão bonito no amanhecer como aquele. Realmente, a pacata cidade de Pallet era abençoada pelo monótono e com um azul de dar inveja.

Ela rapidamente se vestia com as roupas mais gostosas para aquele dia. Uma regata branca estampada e uma jaqueta jeans. Seus looks nunca foram muito bem elaborados, Yoshino era uma jovem adulta simples mas ainda tinha seu charme. Ela descia as escadas já preparada para ver seus dois Lickitung, que naquele momento eram seus únicos amigos.

Surpreendida por um cheiro de ovos mexidos feitos na manteiga logo pela manhã, ela encontrava o velho que não dizia seu próprio nome. Acompanhado dele, estava seus Pokémon Sableye e Luvdisc. Além de claro, os Lickitung de Koharu. Todos pareciam estar muito agitados para aquela manhã tão calma, estavam se divertindo logo no amanhecer enquanto comiam aquele café tão gostoso. Yoshino se sentia muito alegre naquele momento, aquela com toda certeza seria uma agradável lembrança de um amanhecer bastante tranquilo. Coisa que Yoshino e seus Pokémon não estavam tendo a bastante tempo.

— Você acordou? Que surpresa agradável. Você passou a noite conversando com estes dois, e eles já acordaram bem animados. — Ele já servia um prato de ovos para a guria, e ela aceitava sem pensar duas vezes.

Yoshino respondia o velho com os olhos, ela logo enfiava uma garfada em meio aos ovos e engolia com tudo. Ela estava faminta, mas estava contente. Ela observava o que tinha ao seu redor, estava tranquila demais para pensar no mais tardar. Admirava os Pokémon que a acompanhava na mesa, cumprimentava todos e todos sorriam de volta para ela. Tudo estava indo bem.

Entre gargalhadas e conversas tranquilas, Yoshino deslizava seus olhos para a sala de estar. Via de longe uma foto antiga do velho ao lado de outro homem, só que mais baixinho. Curiosa, ela permanecia olhando para a foto até que tomava a coragem para perguntar quem era o velho, qual era seu nome e qual era sua história.

— Oooh! Essa casa já foi cheia? Eu sinto isso. Erm... com licença, mas qual é o seu nome? — Com seu dedo apontado para a foto, Yoshino dava toda atenção para o homem. Ela sorria para ele o encarando de frente. Todo o seu corpo se virava, e ela entregava seus ouvidos para o querido.

O velhote coçava sua cabeça, sorria meio sem jeito e até tossia seco. Aquela garota havia entrado em sua vida para causar um pouco de confusão, mas no fim até que era uma situação boa. Ele tomava mais um gole de sua xícara de café e depois despejava um copo de água sobre as escamas do Luvdisc que estava ao seu lado, envergonhado ele tomava a frente para responder Yoshino.

— Sou o Ryota. Ryota Akihiko. Vivo nesta querida Pallet a mais de quinze anos, e desde então vivo sozinho com meus Pokémon. A vida é boa, mas é tediosa. É bom passar o tempo vendo televisão, encarando a realidade e plantando algumas coisas. Entende? — Encostava seu corpo na cadeira, estava nervoso com a presença de Yoshino e de seus Lickitung.

— Nossa. Pallet para mim está sendo um paraíso, as pessoas não gostam muito de mim ou do meu amigo rosado ali. O azul nasceu recentemente. Mas então, Ryota, como você sabe me chamo Yoshino. Yoshino Koharu. É um grande prazer. — Ela estendia um de suas mãos aguardando um aperto sincero. Era estranho saber o nome de uma pessoa após dormir em sua casa e comer de sua comida.

— É um grande prazer te conhecer, garota. — Sorria, não dava continuidade a conversa e apenas continuava assistindo a televisão pela porta da cozinha.

— Aproveitando... quem é aquele homem que está com o senhor na foto? Vocês parecem ser amigos, bons amigos, realmente amigos muito bons. — Perguntou. Ofendeu? Ela não sabia. Mas se escondia por de trás de sua xícara ao mesmo tempo em que tomava o café bem quente. O Lickitung cor de rosa, se chocava com a pergunta direta. Ele batia com a pata em sua própria testa, o trambolho sabia que sua treinadora não era muito boa com as palavras mas ainda era curiosa.

— Hehe... você é uma ótima pessoa, Koharu. Aquele rapaz rosado e pequeno... ele se chama Hikaru Ishikawa. Bem, podemos dizer que éramos bem próximos. Se é isso que quer saber. Ele vivia nesta casa ao meu lado, vivemos uma grande luta sem apoio de nossas famílias. Mas foi uma vida feliz, eu diria. — Dava para sentir o gosto da melancolia do velho, mas Yoshino queria ir mais fundo.

— E o que houve? Hikaru... ele? Foi embora? — Perguntou inocente, Yoshino queria tentar ser gentil.

— Arceus é bondoso, quem é Alfa sabe disso melhor que tudo. Hikaru veio com a fé e foi com a fé. Não teve motivo, meu parceiro simplesmente me deixou neste plano sem razão. Não foi doença, não foi tristeza, algo súbito sem sofrimento... ainda doí pensar nisso... mas, já doeu mais. — Apertava o peito, respirava fundo, era claro que aquela ferida ainda estava aberta.

— Faz tanto tempo, posso ser ignorante... mas... qual o motivo de ainda doer? — Ela tomava a mão do homem, a mão que segurava o peito. Ela tentava aconchega-lo naquele momento.


— Hika. H-hika. Ele foi embora nesta casa, ao meu lado em um amanhecer após uma festa de fim de ano. Havia sido nossa melhor noite, bebemos, dançamos, cantamos e até amamos. O dia anterior tinha sido o sinônimo de perfeição. Passamos a tarde toda juntos, eu estava preparando algumas decorações para os fogos e ele estava tocando piano enquanto esperava pelo assado que estava no forno. Ouvir Hikaru naquele dia toca meu coração até hoje, foi uma canção que ele mesmo teria escrito. Nossa... como é bom lembrar, guria. — Uma lágrima descia de seu rosto, ele não havia tido uma companhia tão agradável quanto a de Yoshino desde a partida de seu par.

Sableye e Luvdisc eles se aproximavam de Ryota tentando trazer-lhe um pouco de conforto. O fantasma e o peixinho se aninhavam nos braços do homem, eles pareciam não ter conhecido Hikaru. Os Lickitung permaneciam em silêncio, apenas caminhavam na direção de Yoshino e se mantendo do lado da guria.

— Não chore, eu peço que não chore. Eu não entendo a dor da perda, nem do amar. Eu posso ser bem velha ou já estar envelhecendo, tenho vinte e três anos... nenhum homem nunca me amou. Mas te invejo tanto por ter tido todo esse amor, conte-me Ryota. Você ainda tem a canção, ou o piano? Fiz um curto curso de música, e domino o piano como minha própria perna. Posso tocar para você? Hikaru ficaria muito feliz. — Ela sentia o aperto das mãos do homem que apesar de velho ainda era muito forte.


Os Pokémon, Ryota e Yoshino passavam uma boa parte da manhã explorando as memórias daquela casa. Um dia nostálgico começava a surgir, o ancião tomava os choros em vários momentos. Koharu conseguia trazer Hikaru "de volta a vida" com seu piano de carvalho negro, ela tocava as canções sendo acompanhada de Ryota com seu velho violino. As fotos, as mensagens, as carícias e até mesmo as roupas pareciam fazer com que Hikaru ainda estivesse ao lado de Ryota.

A antiga bíblia Alfa de Hikaru estava recheada de segredos, segredos estes que eram íntimos demais para a Yoshino. Ryota lia cada frase com muita emoção, a fé e o amor se uniam como um só naquele romance. Ouvir Koharu tocando todas as canções que seu amor havia feito mexia com Ryota da melhor forma. Ele havia se esquecido de como era bom amar, despejar o luto de uma vez por todas poderia faze-lo se sentir muito bem.

— Yoshi, eu só queria ter tido o direito de me despedir. Me entende? E-eu não pude vê-lo ser velado, nem ir em seu funeral dizer adeus. Hikaru foi tido para ser um apóstolo fiel aos Alfa, e para que isso fosse possível, ele não poderia amar ninguém. Apenas Arceus. Arceus... ele realmente desejaria isso? Desde então, quando entrei na vida de Hika... sua família me odiou e assim no fim de sua vida... me tiraram o direito de vê-lo. Yoshino... você poderia me fazer um grande favor? — Perguntou, correu até a garota e a abraçou forte. Ele chorava como uma criança, Yoshino sentia as lágrimas descendo de seus cabelos cor de rosa.

— R-ryota? — Abraçava-o de volta, ele tremia com a tristeza e a saudade.

— Eu... eu sou velho e meus Pokémon são fracos demais. Você os viu em batalha. Seus Lickitung e você são fortes, poderosos e gentis. Vá até a Prefeitura de Pallet no Laboratório Pokémon e pesquise nas escrituras da cidade. Demore o tempo que for, procure por Hikaru Ishikawa. Você saberá todo o registro sobre ele, desde a data da morte e até lugar onde ele está. Descubra onde Ishikawa está e me diga, você pode fazer isso? — Ele suplicava por ajuda. Yoshino via o desespero e o amor daquele homem.

— Ryota, isso será impossível. Existem muitas pessoas em Pallet, mas eu tentarei.

— Teremos que agir de forma bem inteligente. Vá durante o meio dia, e olhe todos os nomes com "H". Você deve mostrar que é uma amiga da família ou algo do tipo para ter acesso a estes documentos. Talvez um dos documentos da nossa união possa te ajudar. — Ryota vasculhava uma das várias caixas de papelão que estava em sua frente, encontrando rapidamente sua Certidão de Casamento com Hikaru Ishikawa.

— Oooh... isso é sério e é bem velho. Nossa, vocês foram casados desde os 20? Você tem quantos anos? Credo... — Ela não tinha noção do que dizia. Lickitung batia em sua própria testa novamente e desta vez era acompanhado até mesmo do Bebê Lickitung.

— Erm? Isso não importa, foco. Quaisquer problema com a lei ou com o Professor e Representante da cidade... este documento prova que você é uma representante legal da família e do casal.


Já nas ruas de Pallet. Yoshino e os Lickitung se concentravam em chegar até o Laboratório como também a Prefeitura de Pallet. Equipada com os documentos de Ryota, a garota escondia seu rosto com o capuz de sua jaqueta, ela carregava em seu colo o pequeno bebê Lickitung que também carregava em suas mãozinhas os papeis que liberavam Yoshino. O grandalhão ia atrás com passos rápidos. Com dez ou mais minutos, a equipe rosada atravessava a cidade as pressas sentindo o calor daquele início de tarde.

As ruas estavam movimentadas, pessoas apressadas se misturavam entre as lojas, cada uma exibindo seus produtos coloridos e chamativos. A melodia dos passos ecoava pelas calçadas enquanto vendedores entusiastas tentavam chamar a atenção para suas mercadorias. Bicicletas passavam velozes, cortando o ar com uma brisa rápida. O sol, em sua jornada pelo céu, lançava sombras dançantes sobre o asfalto. O burburinho animado das conversas se entrelaçava, criando uma atmosfera vibrante. Era o coração pulsante da cidade, onde histórias se entrelaçavam a cada esquina. Numa tarde mais que emocionante, Yoshino se misturava com o povo levando seus Pokémon e uma história de amor poderosa que não tinha um fim.

Eles chegavam no laboratório, o lugar que havia dado o início daquela jornada. Sem muitos problemas, os Pokémon e a garota atravessavam os ocupados cientistas indo até a ala de burocracias civis. Entre muitos livros, pessoas e apenas uma arquivista já bastante cansada. Yoshino pedia que seus Pokémon esperassem pacientemente na sala em uma das poltronas de couro, enquanto ela passava de forma despercebida para dentro dos documentos.

Apenas uma sala escura, com muitas gavetas e muitas escrituras. Muitos anos e anos de histórias, períodos já esquecidos desde Hisui a Era A.C(Antes do Cataclisma). Na letra "H", existiam muitas pessoas e muitos nomes além de várias culturas. Demorou um pouco de tempo para que Yoshino descobrisse o paradeiro de Hikaru mas com muita paciência, ela encontrava os arquivos do rapaz até que com muita facilidade. Com um envelope, a guria guardava os documentos do falecido e depois passava pela segurança sem chamar a atenção. Por algum motivo, os arquivos de civis que já faleceram não era tão protegida quanto a de celebridades. Que curioso.

Calada, disfarçada e quietinha. Yoshino recolhia seus Pokémon sinalizando que todo o plano havia sido um sucesso, até que a escrivã tomava conta do que estava acontecendo.

— Você vai devolver este arquivo, ou eu terei que chamar o Professor? Ou melhor a policia? Garota? — Com uma voz rouca e pouca simpatia, a idosa segurava no ombro de Yoshino não deixando-a ir embora.

— Ei? Eu vim a mandado de Ryota Akihiko. Estes são arquivos de Hikaru Ishikawa.

— Problema seu e dele. Ryota Akihiko por lei não tem direito sobre os arquivos de Hikaru Ishikawa, em nome da família de sangue do rapaz e falecido compositor Alfa. Me devolva, imediatamente. — Ela iniciava uma discussão.

— Nada disso. Ryota e Hikaru viveram juntos por muito tempo, o que perante a lei quebra quaisquer pedido familiar. E-eu acho. Não irei devolver. — Os Lickitung se colocavam em frente a Yoshino, empurrando com gentileza a velha que segurava seus ombros.

A senhora olhava para os lados, sabia que estava sozinha naquele momento. Ela respirava fundo, retirava do bolso de seu vestido apenas uma Poké Ball envelhecida. Rapidamente ela trazia para a silenciosa prefeitura uma gosma mal encarada e de cor roxa.

Wild Battle

Vs. Ditto

Uma atitude irresponsável causava um caos temporário nos corredores silenciosos, enquanto um Pokémon era convocado para uma disputa. O embate começou com os dois treinadores, cada um determinado a vencer naquela inusitada arena por um motivo bastante importante.

Ditto #132:

A arena improvisada na sala de arquivos era cercada por estantes abarrotadas de pastas e documentos empoeirados. As lâmpadas fluorescentes piscavam levemente sobre uma grande mesa de madeira desgastada, onde os treinadores posicionaram seus Pokémon. Pilhas de caixas e rolos de papel estavam espalhados pelo chão, criando um terreno acidentado para a batalha. O silêncio tenso da sala foi quebrado pelo ruído dos Pokémon que se preparavam para o confronto, enquanto Midori e Yoshino se enfrentavam entre as estreitas passagens entre as estantes.

— Seu Ditto já está bem velhinho, você não respeita ele nem a seus arquivos? Você realmente quer lutar aqui? Então, vamos lutar aqui. Lickitung! Vai com tudo!

Lickitung

Level: 10 | Speed: 14 | Obliv. | HP: 41 / 41 - 100%

.:Vs:.

Ditto

Level: 10 | Speed: 17 | Limber | HP: 32 / 32 - 100%

— Arranje tempo, entregue nas mãos do Senhor Ryota. — Ela passava todos os documentos para o Lickitung Bebê, o pequeno entendia e assoprava sua língua. Ele partia em uma corrida desengonçada e fofa indo até a casa do velho. Agora, Koharu e seu Lickitung rosa deveriam lutar pelo amor de seu amigo velhote. A garota sacava sua PokéDex, abria a aba de movimentos e estava preparada para lutar com a velha — Lickitung use um Thunder Punch duplo!

— Ditto! Transform. —

Sendo mais rápido que o gordinho, a geleia já estava moldando o próprio corpo em algo bem maior. Enquanto Lickitung perdia tempo carregando os punhos com trovões, Ditto já estava se remexendo. Diante de todos, um Lickitung tomava o lugar de Ditto. Agora era uma luta de Lickitung contra Lickitung, ambos os Lickitung possuíam os movimentos, força e agilidade. Ambos também tinham uma falta de inteligência absurda. Com tantos Lickitung em batalha, a pergunta que fica é: Com quantos Lickitung se faz uma canoa? O Lickitung mais forte que ganharia a luta.

Confuso, o grandalhão rapidamente carregava seus punhos com eletricidade. As pequenas mãos do repolho começava a tomar estática, um golpe do tipo elétrico surgia em poucos segundos e então um Thunder Punch acabava de aparecer. O Lickitungitto só sentia o movimento em sua banha, o outro Lickitung acertava o queridinho em cheio fazendo-o ir para cima. O som do trovão ecoava quando a mão da iguana encostava no corpo da geleia, um estalo ecoava pelas paredes da cidade como se uma tormenta estivesse para chegar. Lickditto sentia seu corpo queimado, um chamusco estava em sua guelra e aquele ferimento parecia até mesmo um pouco sério.  

(Thunder Punch = 100 - 42% = 58%)

Lickitto, sentia seu corpo arder mas se mantinha em pé com sua cara de bobalhão. Sua treinadora envelhecida sorria de forma maliciosa, pois ela percebia que Yoshino estava surpresa. Quem não conhecia os Ditto? Todos os Treinadores do Mundo sabiam que Ditto se transformava em outros Pokémon... a não ser que Yoshino fosse uma Treinadora realmente inexperiente.

Lickitung

Level: 10 | Speed: 14 | Obliv. | HP: 41 / 41 - 100%

.:Vs:.

Lickitung

Level: 10 | Speed: 14 | Obliv. | HP: 24 / 41 - 58%

A velha recolhia também sua PokéDex velha, um modelo tão antigo quanto a própria Pallet. Ela via na Aba de movimentos quais o Ditto havia roubado de Lickitung. Agora com um Lickitungitto ao seu lado, ela poderia ter uma vantagem.

— Lickitung ou Ditto, isso sempre é tão confuso! Vamos copiar nosso oponente, você é bem mais forte que ele. Use dois Thunder Punch

— Arceus! Eu estou tão confusa, o que tá rolando? Lickitung use também dois Thunder Punch.

Defeituoso, o Dittung carregava seu punho sem saber o que exatamente era um punho. Suas mãos de gelatina começavam a arder com o poder do trovão, a mão de um Lickitung começava a se dissolver com o calor. Rapidamente, ele saltava em frente ao seu oponente e o socava duas vezes seguidas no rosto com um Thunder Punch duplo. Ambos os Lickitung se encaravam confusos, o original via o outro Lickitung com muita admiração e confusão.

(Thunder Punch = 100 - 42% = 58%)

A bobajada só continuava. O Lickitung que admirava seu irmão gêmeo atacava com os relâmpagos em meio a golpes de boxe. A iguana rosada batia em seu doppelgänger com vontade tentando entender se aquilo era um surto ou a realidade. Os trovões queimavam a amoeba fazendo com que o rosto de Lickitto se desfizesse, mas o oponente Ditto refazia o rosto de Lickitung as pressas. Ambos já ignoravam a dor estavam chocados com a luta em si.

(Thunder Punch = 58 - 42% = 16%)

À medida que a batalha se intensificava na sala de arquivos, a poeira começava a se erguer dos documentos empoeirados, criando uma névoa sutil que pairava no ar. As estantes rangiam sob a pressão dos Pokémon em movimento, e papéis soltos voavam ocasionalmente com a energia liberada nos ataques. A iluminação vacilante das lâmpadas fluorescentes lançava sombras irregulares nas paredes, contribuindo para a atmosfera tensa e imprevisível da batalha. O ambiente antes silencioso agora ecoava com os sons dos movimentos Pokémon e os comandos concentrados dos treinadores.

Lickitung

Level: 10 | Speed: 14 | Obliv. | HP: 24 / 41 - 58%

.:Vs:.

Lickitung

Level: 10 | Speed: 14 | Obliv. | HP: 6 / 41 - 16%

— Sua indecente! Você só queria me fazer perder tempo, sua velha. Lickitung mais dois Thunder Punch, seja descolado!

— Você não vai roubar os arquivos de uma pessoa descansando! Sua criança maluca. Lickitto, use outros dois Thunder Punch.

Errando por muito, Lickitto moldava um punho de geleia na língua de sua cópia. Ele utilizava do chicote para socar o seu oponente com um Thunder Punch carregado de eletricidade. A língua em formato de pata era monstruosa, assustadora e nada agradável. Qual era o problema daquele Ditto? Lickitung só se sentia desrespeitado com a piada de péssimo gosto.

(Thunder Punch = 58 - 42% = 16%)

Lickitung revoltado com a paródia de sua própria imagem, ele rodava suas mãos como um helicoptero e rapidamente acertava uma sequência de cima para baixo com dois Thunder Punch bem aplicados. Ditto largava a forma de Lickitung e assumia que havia perdido a luta em um nocaute muito mas muito bem aplicado.

(Thunder Punch = 16 - 42% = 00%)

A velha retornava seu Ditto. Ela agradecia rapidamente pela luta. Assim, ela já pegava de sua mesa uma régua imensa e a empunhava como uma Katana.

Lickitung

Level: 10 | Speed: 14 | Obliv. | HP: 6 / 41 - 16%

.:Vs:.

Ditto

Level: 10 | Speed: 17 | Limber | HP: 0 / 32 - 0%

Enfurecida, a escrivã percebia que os documentos já não estavam com o Yoshino e tão pouco o filhote de Lickitung que a acompanhava estava lá. Ela partia para cima da Treinadora correndo com a régua em mãos para ataca-la como uma Samurai. Lickitung rapidamente lambia o rosto da senhora causando-lhe uma breve paralisia que a jogava no chão.

Antes que fugissem, Lickitung e Yoshino percebiam o estado dos arquivos da prefeitura. Alguns estavam em chamas, outros chamuscados. Aquela realmente havia sido uma péssima decisão da escrivã. Eles estavam preocupados com a situação da história de Pallet, mas precisavam finalizar o pedido de Ryota. Assim, a dupla deixava a senhora em meios aos escombros paralisada. Partiam para a casa de Ryota após todas as confusões.  

Não demorou muito para que eles chegassem até o ponto final daquela aventura. Ryota estava sentado na varanda com o Bebê Lickitung em suas mãos, eles liam os documentos de Hikaru com muito cuidado e até com alguns sorrisos em seus rostos. Yoshino se sentia aliviada e com o dever cumprido, mas ainda havia muito para o que se fazer antes de concluir aquela odisseia.

Ela se aproximava do velho, o clima estava agradável e o vento assoprava com certo otimismo. A grama alta balançava emitindo um som aconchegante para aquele início de fim de tarde. Desde a ida de Yoshino até agora, haviam-se passado três horas. A guria e a iguana rosa se sentavam no chão de madeira, ao lado do bebê e de Ryota. Com sono, o Lickitung adulto se deitava com a cabeça sobre o colo de Yoshino. Ela acariciava a cabeça careca de seu parceiro aguardando alguma fala de Ryota que parecia hipnotizado pela história que continha nos documentos de Ishikawa.

As escrituras detinham de muitos textos, cartas e outras burocracias. Fotos de lugares, plantas e muito mais. Todas as coisas que Ishikawa poderia ter em seu nome, e que eram propriedade de sua família mas não de Ryota. O apaixonado não ligava para os materiais de seu amado, mas se orgulhava de todas as conquistas que ele havia dado para sua família em sua partida. O velho descobria que Hikaru não só o amava, mas que mesmo tendo tantas dificuldades o rapaz ainda amava muito seus familiares. O fim da história que passava a ser triste, pois Ishikawa havia deixado tudo para seus parentes para que ele deixasse seu amor com Ryota em paz. Era deprimente saber que mesmo no fim de sua vida, Hikaru teve a intromissão de sua família em seu amor.

— Hikaru nunca me contou que possuía tantos bens, que era tão bem de vida. Ele só me encanta, me apaixono cada vez mais em saber que ele abdicou de tudo para viver comigo nessa casinha. Haha. — Uma risada sincera surgia em sua mente, ele sorria ao ver uma das fotos de seu amado em uma audiência bastante cheia.

— Ele sempre foi menos parrudo, gostava de música e de artes... essas coisas. Ver ele envolvido de tanta gente, brigando pela família... só mostra que ele era tão forte quanto eu. E olha que quem construiu isso tudo com lenha e pedra foi eu. Haha. — Hikaru era magro, fraco, mas falava bem e sabia desafiar quem era maior. As palavras eram seus punhos. Diferente de Ryota que sempre foi bruto.


Yoshino sorria em saber um pouco mais da história, ela se sentava em lótus e colocava suas mãos embaixo de seu queixo. Lickitung já estava deitado no chão, enquanto o filhote estava adormecido nos braços do velho. Ryota não queria que a garota visse os documentos íntimos do casal e da família de Hikaru. Ele apenas folheava tudo descobrindo um pouco mais do passado e da história de quem ele teria deixado partir.

— E-ele... está enterrado em Novus. Novus City, Catedral dos Alfa. Milhares de Quilômetros daqui.

Sorteios: Aqui
Ficha: Aqui
Ditto foi derrotado. Vs. Keeper acumulou 423 de EXP.
Baby Lickitung está fora da Pokéball podendo receber 1 de Happiness daqui a 1 Evento [1/2].
* Ícones estranhos? Passe o Cursor por cima.

Ryota mostrava seu rosto em choque, ele lia cada informação e depois soltava um pensamento alto. Aquelas reações não eram imprevisíveis e deixavam Yoshino cada vez mais chocada. Um misto de emoções se formava no rosto do velhote, uma hora ele parecia alegre com alguns trechos e depois se fechava em uma amargura ao ler outros.  Os quatro Pokémon se divertiam no quintal da casa, ao mesmo tempo em que a garota e seu amigo grisalho estudavam alguma forma de reencontrar Hikaru.  

— Não podemos usar a força bruta, é óbvio. Eu consigo bater em um ou dois policiais mas já estou velho demais para isso. E se lançarmos Sableye embebedado com um Shadow Ball... a explosão deve fazer com que os guardas e freiras entrem em noc... — Yoshino estava assustada com que ouvia, as atitudes terroristas do dono de casa começavam a engatilhar a guria.

— C-calma... segura a onda. Somos legais e não doidos, se quisermos encontrar seu amado... vamos ter que, bem, agir com o coração e não com esses  seus brações cabeludos. — Ela chacoalhava suas mãos em frente ao seu peito, as abanava bem com um sorriso sem graça deixando uma gota de suor criada pelo nervosismo cair de sua testa — Já perdemos a manhã e o meio dia, já são quase uma e quarenta. Vamos, venha, vamos almoçar e pensamos sobre isso com a barriga cheia. — Recolhia o braço direito do homem cruzando com o seu esquerdo, entravam novamente na cabana de madeira utilizando a porta dos fundos.

Sableye, Luvdisc e os Lickitung continuavam brincando. Eles estavam focados em um Pega-Pega quase que competitivo, estavam velozes se jogando contra a grama. Por incrível que parecesse o Peixe em formato de coração conseguia ser o mais cruel. O pequenino cor de rosa nocauteava seus amigos com jatos d'água poderosos, pegando-os de surpresa e fazendo-os desmaiar de uma só vez. Ele empilhava os três corpos do maior para o menor e depois os escalava em seu nado mágico, a sardinha romântica gritava um rugido de guerra ao vencer a brincadeira. Uma atitude exagerada que colocava respeitos nos maiores. Yoshino observava confusa, não sabia se era guerra ou apenas uma demonstração de poder.

Ela estava ocupada demais para ligar para os seus Pokémon. Ryota não queria mais falar sobre nada, ele fazia uma pirâmide com suas próprias mãos e as aproximava de sua boca. Com um olhar assustado ele se perdia em seus pensamentos, mantendo os olhos ocupados no pano de mesa que lá estava. A maionese era um oceano gigantesco para ser explorado, e ele estava viajando nela fazia vários minutos. Yoshino bocejava, não queria tirar seu amigo daquele transe melancólico. Ela explorava a cozinha de madeira com muito cuidado, ela vislumbrava a janela por de trás da pia enquanto procurava por panelas e talheres. Ryota e Hikaru viveram muito tempo cuidando um do outro, a garota sabia que quem cuidava dos afazeres domésticos seria Ishikawa(Hikaru) por ser mais delicado e paciente. Isso também explicava o porque de todas as louças estarem separadas por cores. Aquelas eram culturas e costumes que Hikaru havia deixado a seu companheiro após sua morte.

O homem estava com fome, sua barriga de velho roncava alto como a de um Snorlax Gigantamax. Só que o querido estava tão focado que esquecia de seu próprio físico. Yoshino se sentia pressionada em silêncio, não queria deixar seu amigo naquela situação... não por mais dez minutos. Ela coçava por debaixo de sua saia, coçando sua nádega esquerda de forma que ninguém reparasse. A coçadinha confortante acendia uma lâmpada sobre aqueles cabelos rosados, a garota gritava de empolgação pois lembrava de um prato que sua família antiquada havia a ensinado a muito tempo.  

Koharu(Yoshino) coletava legumes da geladeira, recolhia um punhado de arroz e uma panela já com água. Ela aquecia o arroz no fogão, deixando-o ficar bem molenga. Enquanto aguardava o grão ficar pronto e com a textura certa, a menina encontrava Folhas de Nori na geladeira do velho. Aquelas algas cortadas em tiras seriam perfeitas para o preparo do prato. A nossa cozinheira nojenta e desajeitada preparava tudo ao mesmo tempo, cozinhava o arroz, os legumes e moldava tudo com apenas algumas pequenas tigelas. Yoshino parecia estar evitando fazer sujeira mas era quase que inevitável. Com muita delicadeza, a garota começava a criar os bolinhos com o arroz e as algas. Ela derramava o caldo e os legumes sobre uma recipiente de pedra negra, depois assoprava retirando toda a fumaça.


Eram Onigiri criados a mão com delicadeza, paciência e inocência. Apesar de poucos recursos, a treinadora conseguia fazer seis bolinhos dividindo entre quatro para o homem e dois para ela. Bondade era um dos fortes de Yoshino, seus doces gestos em pequenos atos faziam com que qualquer pessoa se apaixonasse pelo seu jeito bobalhão. Uma simpática e querida amiga para Ryota.

O cheiro delicioso de legumes e arroz fresquinhos chamava a atenção do homem, ele sentia um certo desejo para com a comida mas não se sentia a vontade de sentir prazer naquele momento. A depressão estava apertando seu peito, o cheiro da comida atiçava sua mente trazendo-o fantasmas do passado. Seus olhos se enchiam de lágrima quando ele fixava seu olhar na porta dos fundos, a silhueta de Yoshino se transformava na de Hikaru. Ele piscava cessando as lágrimas e a mente, transformando o fantasma de sua mente na garota desengonçada.

Enquanto o homem estava preso em seus sentimentos e traumas, a guria chamava os Pokémon para dentro colocando 3 tigelas de ração sobre a mesa. Luvdisc obviamente ficava de fora, porque não tinha pernas ou braços e ele também se sentia confortável em comer no chão. Sableye agia como um pequeno homúnculo, ele usava talhares que nem mesmo Yoshino tinha manuseio. Ele comia de garfo e faca, como também utilizava um avental embaixo de seu pescoço. Já o Lickitung rosado comia feito um imbecil sujando e lançando comida ao seu redor. O filhote azulado, Lickitung, lambia a ração dando chance a sua primeira refeição digna, ele se pergunta se era aquilo que os Pokémon comiam e por que comiam? E por que era tão deliciosa mas tão feia?

Com todos já à mesa, Yoshino se juntou ao grupo. Ela sorria para Hikaru, buscando conforto, e estava prestes a pegar um pedaço do bolinho com seus hashis quando Hikaru a interrompeu com uma leve joelhada por debaixo da mesa.

— Devemos rezar, é um costume nessa casa. Sableye e Luvdisc vão nos acompanhar, eles não tem muito senso de aguardo. Poderia pedir para os Lickitung aguardar um pouco também? — Ao ouvir, Luvdisc limpava seu bico em sua tigela com água e nadava para o ombro de Hikaru. Já Sableye, por sua vez, limpava a boca com o avental e colocava o garfo e a faca de volta na mesa, em seus lugares apropriados, conforme as regras de etiqueta.

Yoshino acenava com a cabeça, olhava para os Lickitung e os chamava com uma voz bem mansa — Amiguinhos, não comam tudo ainda, precisamos fazer as preces... a-amigos? — Ela levantava uma de suas sobrancelhas e em seu rosto era claro o desgosto, seus Pokémon não estavam dando a mínima — CACETE! TENHAM EDUCAÇÃO, VAMOS REZAR OU EU JURO POR ARCEUS QUE EU VOU ENSINAR EXPLOSION PARA OS DOIS! VIREM MONGES IMEDIATAMENTE, INFERNO. — Ela engoliu seco, suspirou fundo e manteve o sorriso no rosto após o escândalo. As iguanas imediatamente mostraram educação, sentando-se como gente, unindo as mãozinhas e fechando os olhos com grande reverência. Yoshino fez o mesmo, mas depois bateu na cabeça do Lickitung filhote em um gesto de “Eu estou de olho em vocês”, como uma ameaça.

Sableye, Luvdisc e Ryota ficavam chocados com a situação mas logo voltavam ao foco. O velho suspirava fundo, remexia seus ombros e unia suas mãos. Ele iniciava a oração:


Todos repetiam o "Amém". O respeito estava no máximo, como se a presença do Grandioso estivesse por lá. Talvez fosse apenas uma emoção passageira, ou apenas o sentimento que estava trancado no peito, mas de todo modo, todos sentiam uma energia envolvente em torno de seus corações. Era como se o órgão vital estivesse sendo purificado, um sentimento puro, embora estranho, sério e elegante. O peito estava apertado, como se o sangue fosse substituído pela água mais cristalina. A oração realmente curava onde doía, lavando os sentimentos e pensamentos, e por vários segundos, a mente se preenchia com a imagem de Arceus — como se alguém realmente o tivesse visto. Era uma sensação verdadeiramente sagrada. Não sejam céticos, sério.

Aquele silêncio cortante permanecia por um minuto inteiro, até que os Pokémon tomavam a coragem para conversar entre si. Yoshino aproveitava o momento para olhar para Akihiko(Ryota) e tomar uma fala — Religião... "chew"... sabe? Eu... "munch"... não sou muito fã e só respeito Arceus. — Disse comendo, engolindo e pausando. Ela parecia interessada em entender sobre os Alfa e parecia uma boa ideia tirar a mente de seu amigo em seu falecido amado — Você, já foi a Novus? — Perguntou, logo depois se levantou e foi até a pia coletar um copo com água para sua boca seca. Seus ouvidos estavam em Ryota.

Ele mastigava alguns legumes e limpava sua barba, deixando sua fala livre — Poderia me trazer um copo? Obrigado... bem, os Alfa são bem misteriosos e acreditam fielmente no Ilustre. Nossa fé já moveu algumas coisas e Arceus já nós protegeu de muita coisa. — Yoshino ia até ele e o entregava a água — Obrigado, novamente! "Glup". — Tomava o máximo de água daquele largo copo, como um Gyarados mergulhando no profundo. Ele continuava — Você não tem jeito para ser Alfa, mas pode parecer interessada... sem ofensa, pequena. Bem, Novus... é mágico. É simplesmente mágico, como se o Sagrado e o Tecnológico fossem um só. A ciência é Ateia, sorte dela, ela nega a magia neste Mundo e tem explicações para tudo. Respeito isso, tratam meu Deus como mais um Pokémon. O que é descrito em escrituras, de fato, nunca foi provado... mas Arceus é o ser mais poderoso. Por que não crer nele? — Seus hashis grudavam no Onigiri mais próximo, o bolinho ia direto para sua boca com grande velocidade. Ele mastigava rapidamente e continuava — Novus é mágica, é futurista, é sagrada. Ela é maravilhosa, se assemelha a Arceus. É grandiosa, não sei nem dizer se foi criada por humanos. Bem, mas reza lenda que ela vai ser o berço de uma Guerra Sagrada. Onde Alfas e Ômegas vão sangrar.

Yoshino já estava sentada ao ouvir sobre a "guerra". Seu coração apertava, mas o sentimento passou pois ela entendia que poderia ser uma falsa profecia. Ela entendia que o "Livro Sagrado Alfa" era misterioso e cheio de charadas — Não quero saber sobre essa guerra, mas fico feliz que você respeita a ciência e os Ômega... bem, você os respeita... né? — Olhou fixamente para Ryota que não expressava emoção ou se quer respondia — Novus, ela existe, é um fato. Mas só a Elite do mundo tem acesso a ela, se quisermos ter acesso ao que... peço perdão pela palavra, mas ao que restou de Hikaru. Vamos ter que arranjar muita grana. Em um trabalho da Faculdade, eu estudei sobre Economia Alfa! Sei que o maior templo Alfa está por lá, você não tem nenhum contato? Os Alfa são numerosos.

Para acessar o Templo Alfa, você teria que ser canonizada pela Igreja e declarar seu corpo a Arceus. Sangue, pele e tudo mais ao Grandioso, viver para ele. Acho que você não faria isso para mim. Faria? — Seu prato estava mais que limpo, sem nenhum resquício da comida. Ele parecia mais calmo e menos triste —Eu amava Hikaru, mas as vezes precisamos deixar algumas coisas para lá. Ele deve estar em um lugar melhor. — Yoshino se levantou as pressas, agarrava o homem por trás o abraçando. O ato assustava os Pokémon que estavam a mesa. Ela o abraçava bem forte, encostava seus cabelos em suas costas e sussurrava o quão estúpido parecia ser desistir — Você é muito gentil, pequena... existe uma lenda, é somente uma lenda é claro. Freiras, Noviças, Monges e Noviços Alfa. Os puros, virgens, enfim os que testaram a fé de Arceus. Eles andam com um amuleto esverdeado que pode os levar com uma oração para o templo. Mas é só uma bobagem. — Ele apertava gentilmente os braços de Yoshino, o abraço estava bem gostoso.

Ela virava o homem para si, olhava bem para o seu rosto — Não vou desistir, nem agora e nem nunca. — Ela cerrou seus punhos e deu um curto soco no ar — Toda cidade, vila e rota... todo lugar existem Alfas. Há uma comunidade pequena de Alfas em Pallet. Você sabe me dizer onde eles estão? Se esse boato for verdade, eu arranjo esse amuleto e consigo um para te levar ao seu amado! Uma aventura! Vai ser irado! — Estava mais animada a arranjar encrenca do que realmente ajudar seu amigo.

Yoshino já havia causado muita confusão por Pallet após invadir a prefeitura e agredir a arquivista. Pessoas estavam procurando por ela e logo uma recompensa pequena poderia surgir por sua cabeça. Destemida, ela não parecia ligar e a regra de fugir por quarenta e oito horas para ser perdoada não parecia valer para ela. Tudo por uma boa aventura e ajudar um amigo em sofrimento.

Você pode ser presa por isso, mas... pode funcionar. Yoshino! — Ele abraçava a garota e a levantava do chão, apesar de Ryota ser um velho ele ainda era bem forte e encorpado — Podemos conseguir, talvez... seja hora de agir! — Ele corria para a sala de estar, remexia em uma velha caixa de madeira e tomava um velho broche Alfa do recipiente. O símbolo era estranho, reluzente e sagrado — Muitos mas muitos treinadores devem estar atrás de você. Você deve estar custando cinquenta ienes ou menos, mas todos querem dinheiro. Siga pela avenida inferior, e vá pelos becos. Você vai encontrar uma pequena capela feita de pedras, próxima a entrada da Rota Um. Siga a trilha de cascalhos, desça o matagal em torno da cidade e você deve encontrar um lugar onde se alimenta pessoas de rua e Pokémon. Procure Freiras ou Monges, os apresente este brasão. — Os olhos de Ryota tomavam um brilho inexplicável, sua mente estava tendo um tornado de ideias malucas. Yoshino se animava com a confusão, até mesmo seus Lickitung pareciam prontos para causar outra farofada.

O brasão era pontudo, o Símbolo de Arceus moldado com aço pintado de ouro e bijuterias verdes. Aquele item só era entregue aos fiéis batizados na Igreja Alfa, pessoas que não eram tão importantes mas faziam parte da religião. Com aquele Item, Yoshino poderia facilmente se infiltrar em meio aos crentes.

Eu prometo, amigo, vou partir imediatamente com os dois linguarudos. Pallet não vai nem sentir minhas cocegas. O plano vai ser: Ir a Capela, pegar o suposto Amuleto Verdinho Mágico, retornar a você e rezar para que ele funcione. Essa noite, você vai a Novus e vai poder se despedir de Hikaru. Vamos fazer isso juntos. —  Louca, a palhaça havia prometido. Ryota não aguentava e entrava em um choro alegre, ele voltava a abraçar Yoshino.

Senhorita Hikaru... você é pura luz! — Estavam se tornando grandes amigos.

Eles se preparavam para  iniciar a traquinagem. Estava na hora de ir ou voltar.


Eram por volta das três horas e Yoshino já estava nas ruas, sem capuz ou disfarce, seus Pokémon também estavam em suas costas seguindo-a fielmente. Eles tentavam não chamar muita atenção entre as praças de Pallet. Assim dito, as ruas estavam repletas de pessoas, todas em movimento apressado. Alguns caminhavam com a cabeça baixa, focados em seus celulares, enquanto outros carregavam sacolas cheias de compras ou caixas com mercadorias. O barulho das conversas, dos passos rápidos e dos veículos ecoava por entre os edifícios. Os vendedores ambulantes aproveitavam o fluxo constante de pedestres, oferecendo de tudo, desde comidas rápidas até pequenos artigos de moda.

As vitrines das lojas brilhavam com cada peça feita a mão, atraindo os olhares curiosos dos compradores. O ar estava impregnado com uma mistura de aromas de comida de rua – desde o cheiro forte de especiarias até o doce aroma de doces e sobremesas.

No meio desse caos, um grupo de pessoas se destacava pela urgência de suas ações. Elas se moviam com uma determinação visível, seus rostos mostrando uma mistura de foco e desespero por dinheiro. Estavam à procura de Yoshino, que havia se envolvido em um roubo de documentos pessoais. Essas pessoas, algumas vestidas com roupas comuns e outras com uniformes de segurança, se espalhavam pelas ruas, conversando em tom baixo e trocando informações sobre possíveis encontros. A busca por Yoshino estava se intensificando. Eles se dirigiam para áreas onde ela poderia se esconder, verificando os lugares mais improváveis e conversando com os lojistas e transeuntes. A ideia de entregá-la à polícia era uma prioridade para eles, e o peso da responsabilidade estava claro em seus gestos apressados e olhares preocupados.

Do nada, um moleque de roupas listradas entre branco e amarelo, equipado com um boné azul e um band-aid em seu nariz gritava para todos — A safada tá ali! Ela e aqueles dois Lickitung feios! Peguem ela! Tá valendo dez ienes! — A polícia, a população, os vendedores, os rattata selvagens e até os moradores de rua olhavam para Yoshino e um silêncio pairava por poucos segundos — Vocês... me perdoam? — Foram essas três palavras e a multidão enfurecida já iniciava a caçava. Vários Pokémon surgiam de diversas Pokébolas; Charizard, Lopunny, Shedinja, Steelix, Spearow, Zigzagoon, Swablu, Arbok e muitos outros partiam para cima de Yoshino e seus amigos. O barraco estava armado.

No meio do caos, o imenso Lickitung rapidamente levantava o filhote que estava no chão, segurando-o com carinho em seus braços robustos. Yoshino, com um movimento ágil, pegava a mão gigante do adulto, tentando encontrar um pouco de apoio em meio à confusão. O cenário era uma verdadeira bagunça: gritos e clamores se misturavam em um turbilhão de desordem, enquanto todos se apressavam para garantir as dez notas que estavam em jogo.

Charizard, imponente e majestoso, voava sobre a confusão, carregando sua treinadora nas costas. Determinado, o dragão tentava agarrar a cauda de Lickitung, mas o repolho rapidamente reagia, usando seu próprio rabo como uma marreta. Com um golpe forte e preciso, ele lançou o lagarto contra uma parede próxima, fazendo o muro estalar e rachar sob o impacto.

Steelix surgia do chão, a minhoca de aço achava que havia encurralado aquele grupo. Yoshino se assustava mantendo-se paralisada com toda a confusão, Lickitung tomava a liderança engolindo o filhote que parecia estar se divertindo, e logo depois engolia sua própria treinadora puxando-a com sua longa língua cor de rosa. Com seus amigos dentro do seu largo corpo, a iguana linguaruda tomava a forma de uma bola e como um pneu quicava pelas paredes passando por Steelix sem muitos problemas.

O rosado cuspia seus amigos ao mesmo tempo, o ritmo rápido fazia com que a treinadora continuasse correndo na mesma velocidade. A paz durava pouco pois Shedinja, surgia repentinamente de uma parede, ele era foi seguido por Lopunny, que saltava de um edifício com um pulo tão poderoso que quase passava raspando pelo grupo. A coelha acertava o chão com um impacto que fazia a terra tremer, enquanto Shedinja, com sua forma peculiar, disparava raios Bug Buzz em direção a Koharu.

Lickitung gargalhava alegremente, completamente alheio ao perigo iminente ao seu redor. Spearow, voava rapidamente, carregava Zigzagoon em suas costas. Com um movimento preciso, o gambá saltava de seu aliado e se lançava em direção ao grupo como um torpedo peludo, mas sua tentativa de ataque não saiu como planejado. Zigzagoon, em sua pressa, errava o alvo e caía de cara no chão, criando uma cena cômica e desajeitada. Já o pequeno gavião, perdido em meio ao frenesi, não conseguia mais enxergar o grupo, que se dispersava em becos, bloqueando sua visão. Frustrado e sem sucesso em sua missão, Spearow se via forçado a desistir e retornar ao seu treinador, reconhecendo que a busca era um esforço em vão.


Talvez fosse o momento de descansar. O grupo se encontrava em uma pequena favela de madeira, um lugar abandonado por Pallet e com muitos sem teto. A natureza estava ali viva, mas ainda era suja. De fato, haviam muitos irmãs e monges de Alfa por lá. Eles alimentavam todos que precisavam e as orações voavam juntamente com o vento.

Descansem por aqui, eu vou voltar. — Ela acalmava seus Lickitung deixando-os sentados sobre a grama ao lado de uma cabana de pano abandonada. Yoshino olhava nos olhos de cada Alfa procurando o certo. Os homens eram atraentes, bem cuidados e puros, aquilo acendia uma chama pecaminosa na treinadora mas ela precisava manter o foco. Todos aqueles rapazes de corpo magro mas definido e cabelos aparados deixavam-na confusa. Sua mente estava começando a ser tomada pelo errado, Arceus a abençoe.

Você... você é a Procurada? A Ladra? — Uma voz grossa, madura e feminina surgia — Sinto muito, devo chamar as autoridades. — Era apenas uma freira de cabelos castanhos longos, um véu fino em sua cabeça e de roupas casuais comportadas. Em seu pescoço estava um pingente com o símbolo de Arceus, estava com um sobretudo curto de cor branca e seus olhos eram de tom castanho escuro. Ela era mais alta e mais madura que Yoshino, provavelmente seria cinco anos mais velha que nossa heroína.

Yoshino investia contra a mulher segurando seu braço — Por favor, me ajude, não faça isso. — A garota torcia o pulso da irmã, seus olhos fúcsia demonstravam muita sinceridade e tristeza — Eu só quero ajudar um amigo, não sou criminosa, só quero ajudar uma pessoa... qual é o seu nome? —Perguntou com a respiração ofegante.

Arm... m-me desculpe. Oh. Arceus... — Ela puxava seu braço soltando Yoshino de sua cola — Meu nome é Heiko, Noviça Heiko. O que você deseja? — Perguntou com a voz tremula.

Eu... eu... e-eu... eu preciso ir até a Capela, eu sei que há uma Capela escondida nessas planícies fora da visão do povo. Eu preciso rezar pela alma de uma pessoa. Eu roubei os documentos de um amigo, seu nome é Hikaru Ishikawa. Minha avó era amiga dele e ele me criou, eu preciso me despedir dele. — Respondeu. Estava cansada e desesperada, ela se agarrou aos braços da noviça seguindo-a como se fosse uma amiga muito íntima. Ela mostrava o brasão para a noviça.

Fale baixo e com calma... oh! Olá Irmã Setsuka, como vai? — Cumprimentava uma colega ao mesmo tempo em que passeava com Yoshino ao seu lado — Me fale seu nome, e fale baixo. Imediatamente.

Sou Yoshi. Yoshino Koharu, mas pode me chamar de Yoshi. — Os cochichos começavam a chamar atenção das pessoas.

Heiko levava a estranha penetra a um ponto sem saída, ela recolhia de sua bolsa um véu simples colocando-o sobre a cabeça de Yoshino. A noviça pedia perdão a Arceus e falava que seria por uma boa causa. Heiko não costumava mentir.

Com esse véu, você é uma noviça assim como eu. Venha comigo, eu te peço e em silêncio. Desgrude de mim, irmãs não andam juntas dessa forma. Que vergonha. — Heiko e Koharu andavam lado a lado, não trocavam se quer olhares.

Elas avançavam pela multidão de fiéis que se reuniam para o culto, a atmosfera carregada de devoção e respeito. Os devotos, com expressões de reverência, faziam uma pequena pausa em suas orações para cumprimentá-las, acenando com gestos de saudação e palavras murmuradas de admiração. Entre eles, Yoshino passava quase despercebida, seu rosto não levantando qualquer suspeita. A sua presença, ao contrário do que poderia se imaginar, não provocava alvoroço; ao contrário, ela parecia se integrar perfeitamente ao ambiente de adoração. O olhar atento de Yoshino se voltava frequentemente para trás, onde seus Pokémon a seguiam de perto, movendo-se com a mesma destreza e respeito que ela demonstrava para com os fiéis.

O grupo continuava sua jornada através das planícies que cercavam Pallet, seguindo um caminho serpenteante de cascalho que cortava a paisagem. As pedras pequenas e irregulares formavam um caminho áspero sob seus pés, contrastando com a suavidade da grama ao redor. O céu de um azul profundo, aquecido pelos raios do sol da tarde, brilhava intensamente, refletindo em seus cabelos e aumentando a sensação de calor. Yoshino, que não estava acostumada a usar um véu nesse calor escaldante, sentia o peso e o desconforto do tecido sobre sua cabeça, e a sensação de cansaço começava a pesar sobre seus ombros. Apesar da dificuldade, ela mantinha uma postura firme e decidida, seus passos constantes e seguros.

O grupo cruzava uma área de matagal denso, onde a vegetação se tornava cada vez mais espessa. Heiko, a noviça que acompanhava Yoshino, não demonstrava qualquer desconforto com a presença dos dois Lickitung que caminhavam ao lado delas. Ela parecia agir de modo natural, até porque que mesmo que eles fossem feios ainda eram criaturas de Arceus.


A capela era uma construção interessante, criada a partir de uma caverna simples e úmida. As paredes eram deformadas, algumas pedras eram encaroçadas e outras pontiagudas. Um lugar gigantesco, mas ainda escondido com estandartes decorando por todas as partes. Arceus estava estampado em cada centímetro, haviam tochas para iluminar e alguns Pokémon do tipo fantasma conviviam em meio aos fieis. Heiko e Yoshino atravessavam as salas por um corredor enorme, muitas salas abrigavam feridos. Estava frio, o teto gotejava e as orações estavam surgindo pelas paredes. Espíritos, não Pokémon fantasmas, pareciam assobiar por todos os lugares. Era um ambiente escuro, mas sagrado que carregava o nome do Digno.

A noviça e os três desajustados chegavam a sala principal, onde mais preces ocorriam. Heiko pedia para que os Lickitung ficassem na porta, ela agarrava na mão de Yoshino levando-a até um altar onde havia muitas velas acesas. A noviça demonstrava como funcionava; ela acendia uma vela, unia as mãos e rezava em silêncio. Logo, a treinadora fazia o mesmo. Esperta, a de cabelos rosa olhava para o cenário ao seu redor.

Os grandes pilares se erguiam até o alto revelando que a estrutura era alta, um tapete vermelho era esticado de início ao fim levando ao começo da sala até o altar onde ambas estavam. Haviam muitos bancos de madeira por lá, tochas e decorações religiosas. Em uma estatua de um Padre, um amuleto esverdeado se destacava do cinza. A decoração detinha do amuleto enrolado em suas mãos, como um terço Alfa. Seria complicado pegar o amuleto, pois este era protegido por muitas velas em torno da escultura.

Yoshino se levantava sem causar muito barulho, como uma serpente ela atravessava a sala e ia ao encontro com o Padre de Pedra. De forma desrespeitosa, Yoshino começava a apagar algumas velas com sua mão e outras com seu sopro. Desesperada para pegar o medalhão, ela só notava que havia sido pega com um estrondo vindo do imenso portão da sala sacramental. Do corredor onde haviam vindo, um homem de calças sociais, cabelos pretos e um terno repleto de estilo surgia. Ele olhava fixamente para os olhos da treinadora, ela sabia que estava enrascada com aquele pequeno agente.


Acho que já esta na hora de acabar com isso, você já foi longe demais Senhorita Koharu. — Ele caminhava calmamente na direção da garota, enquanto a porta abaixo estava sendo espancada por uma multidão — Eu não sei por qual motivo, mas você está mexendo com a fé das pessoas e isso está irritando todas elas

Lickitung, proteja a porta. Deixe o corredor livre, não deixe os fiéis entrarem. Lickitung, pequenino, fique comigo. Quem é você, rapaz? — Perguntou apreensiva, a situação que se formava não era nada agradável. Ela estava sendo coagida.

Você está em uma sala de pregação, senhor. Peço que vá lá fora e a acuse por lá. Este lugar é de luz e paz. — Heiko tomava uma força que não lhe cabia, ela não sabia o que Yoshino havia feito mas sabia que havia sido grave. Ela começava a desconfiar se a garota realmente só queria rezar em nome de um amigo, mas ainda ela exigia respeito para com aquele lugar.

Irmã. Ela provavelmente é uma Alfa querendo apossar de algum segredo de sua Capela, eu não ligo para sua maldita guerra religiosa. Mas o que essa garota está fazendo, é errado e cruel. — A situação se tornava cada vez mais grave, era assustador a proporção que tudo tomava. Heiko observava Yoshino descontente, e agora ela estava se sentindo enganada — Heiko, amiga, irmã, você sabe que isso é mentira. Eu juro... argh... Lickitung! Ataque agora! — Ela pedia que o pequeno atacasse, o mesmo já preparava um jato d'água com um de seus movimentos.

O agente sacava rapidamente uma esfera, um pequeno cachorro azulado e bípede surgia. O ladino peludo interceptava o movimento com apenas uma pata Você fez uma péssima escolha, Riolu é hora de lutar! — O cão corria como um ninja para cima de Yoshino, o pequeno bebê Lickitung saltava das mãos da garota e colocava sua língua para fora. Aquela era hora de lutar.

Vocês... vocês... NÃO VÃO LUTAR, AQUI NÃO! AGORA NÃO! — Heiko saltava em seu centro, girava seu próprio corpo em torno de si mesma no ar e então caía de joelhos. Rezando com as mãos unidas, uma flor arroxeada surgia do chão em torno de seu corpo. A flor pulsava em energia cósmica e sagrada, tomando conta de Lickitung e Riolu. Os Pokémon eram trancafiados em um selo juntamente com seus treinadores.

Trainer Battle

Vs. Riley | Riolu

De repente, a sala mergulhava em uma escuridão profunda e quase palpável, como se a luz estivesse sendo engolida por um buraco negro invisível. O ambiente que antes era familiar e sólido se transformava em um cenário que desafiava as leis da realidade. O chão de tijolos de pedra começava a brilhar com uma tonalidade arroxeada, como se os tijolos fossem feitos de cristais iridescentes que refletiam uma luz etérea.

As paredes ao redor, antes rígidas e imutáveis, começavam a se contorcer e distorcer como se fossem feitas de pura energia. Essa energia não era comum; emanava uma aura sagrada e intemporal, criando um efeito visual que misturava o brilho celestial com sombras profundas e misteriosas. O espaço parecia estar em constante transformação, uma fusão entre o sobrenatural e o sublime.

Apenas a voz de Heiko era transmitida no lugar, uma oração violenta mas sofrida acompanhada de uma orquestra fantasma. Violino, pianos e tambores estavam presentes. Aquela prece era majestosa apesar de ser bastante sinistra. Heiko citava uma reza que parecia eterna, uma canção depressiva sobre uma infância amedrontada e uma fé venenosa. Um juramento desconhecido sobre alguém que retornava mas não encontrava seu par.

Riolu #447:

No meio desse cenário surreal e mutável, dois Pokémon estavam prestes a se enfrentar. Lickitung e Riolu estavam posicionados para uma batalha que prometia ser tanto fascinante quanto intensa. A estranha beleza do ambiente refletia a magnitude da luta iminente, onde cada movimento poderia ser tanto um ataque quanto uma dança em um palco de luzes e sombras. Não havia escape ou alternativa; o único caminho era enfrentar o desafio que estava prestes a se desdobrar.

Me chamo Riley. E você ofendeu minha fé em tantas camadas, agora... estamos em Consacrated Terrain. Isso vai ser complicado de resolver. — Ele tentava entender ao mesmo tempo em que percebia que seu Pokémon também estava bastante confuso.

E como vamos sair daqui? Que lugar é esse? Que música sinistra é essa? Argh... — Ela comia as unhas em um ato de ansiedade.

O hino que está ouvindo é uma das Canções de Guerra de Arceus, aquela freira deve ter lançado a gente para este plano para que não quebrássemos a capela.  A única forma é se você desistir ou perder uma luta contra mim, a Canção só se encerra com um dos lados sendo derrotado. — Colocava as mãos na cintura e fixava os olhos para Yoshino.

A gente não tem medo de vocês. Lickitung, se prepara! — Koharu e seu Pokémon se colocavam em posição de luta. O pequeno emitia um pequeno som fofo "tic" e depois colocava sua língua para fora. A luta iria começar.

Uma flor castanha em seu desabrochar...
Em algum momento vai oferecer o escudo a Você...

Baby Lickitung

Level: 9 | Speed: 10 | Obliv. | HP: 34 / 34 - 100%

.:Vs:.

Riolu

Level: 5 | Speed: 40 | Steadfast | HP: 20 / 20 - 100%

Mesmo que meu corpo fique arruinado...
Que eu seja cercada por árvores mortas...
Eu vou superar isso com orações e luz...

Novata em batalhas, Yoshino sacava sua Dex para entender quais eram as Tipagens de Riolu e o que ele poderia oferecer ofensivamente naquela luta. Curiosa, a treinadora sabia que Lutadores podiam sair na frente contra tipos Normais. A batalha seria acirrada, mas Riolu não ia aguentar tanto tempo quanto o gorducho Lickitung.

Amiguinho, somos mais lentos mas temos força bruta! Vá com Muddy Water duplo!  — Yoshino sabia que Riolu era bem mais experiente, ela sabia que aquele cãozinho podia intimidar seu filhote.

Riolu, Vacuum Wave. Agora. — Ele parecia confiar em seu lutador.

Riolu fechou os olhos por um momento, concentrando-se. Suas mãos começaram a brilhar com uma energia azulada, que rapidamente se intensificou. A energia formava um padrão espiralado em torno de suas mãos, criando uma pressão palpável no ar. Durante os preparos de Riolu, Lickitung saltava contra o chão de cristal criando lama em seus pés. Ambos se preparavam para ver quem atacaria primeiro.

Rapidamente uma onda de vácuo se lançou em direção a Lickitung com uma velocidade estonteante. O ataque parecia quase invisível, mas sua força era inegável. Lickitung tentou levantar um dos seus braços para bloquear, mas a onda de energia chegou antes mesmo de ele ter chance de reagir. A força do golpe foi suficiente para empurrá-lo para trás, interrompendo sua seu movimento e fazendo-o cambalear. Vacuum Wave causada um dano moderado e pouco preocupante contra o gorducho.

(Vacuum Wave = 100 - 23,5% = 76%)

O Pokémon do tipo Normal parecia concentrado, sua língua enrolava-se em torno do corpo enquanto uma densa nuvem de água se acumulava à sua frente. A energia de Lickitung era tangível, o ar ao seu redor começando a se tornar pesado com umidade. Com um movimento amplamente circular, Lickitung disparou uma onda massiva de água turva em Riolu. A água não era apenas volumosa, mas estava misturada com sujeira e detritos, criando uma torrente de lama que avançava com força e velocidade. O grude acertava o rosto de Riolu em cheio. Muddy Water conseguia virar a luta com apenas um turno.

(Muddy Water = 100 - 70% = 20%)

Riolu estava sujo, já muito cansado e com um grande hematoma em seu rosto. Riley não esperava que aquela pequena criatura fosse tão forte, mas ele ainda tinha um plano em sua mente. Riley concentrava sua energia sobre Riolu criando uma Aura avermelhada sobre as manoplas espinhosas do pequeno, o fiel Alfa e o Guardião das Auras estava usando tudo que tinha naquela luta.

"No castelo quebrado, você não está...
Agora, eu quero orações e fé...
Se você disser que seus olhos tem ódio...
Com Arceus eu vou mudar tudo isso..."

Baby Lickitung

Level: 9 | Speed: 10 | Obliv. | HP: 26 / 34 - 76%

.:Vs:.

Riolu
+1 Attack | Aura Ofensiva

Level: 5 | Speed: 40 | Steadfast | HP: 5 / 20 - 25%

No castelo quebrado, você não surgiu...
Agora, eu não preciso de orações ou fé...

O lugar continuava tão mistérioso quanto em seu ínicio, os Pokémon trocavam sopapos sem que afetassem o cenário exterior. Aquela benção realmente funcionava. Yoshino, notava o que Heiko dizia em sua oração e ela parecia estar machucada com alguém, ou quem sabe estava triste com Arceus. Bem, não era hora de pensar naquilo.

Riolu, a Aura do Ódio está com você. Acabe com isso com outro Vacuum Wave. Agora. — Riolu realmente queimava com um ódio que não havia sentido.

— Lickitung, use novamente o Muddy Water!

Desta vez, o Vacuum Wave produzia um som alto e uma onda avermelhada. Riolu batia suas palmas liberando toda a energia acumulada, o golpe conseguia ferir Lickitung de forma mais grave lançando-o contra o buraco negro sólido. Ele se recuperava, mas sentia muita dor.

(Vacuum Wave = 76 - 36% = 40%)

Estressado, o filhote chicoteava Riolu com sua língua lançando uma bola de lama contra o mesmo. Não dava outra, Riolu era nocauteado e Lickitung se tornava o vencedor. Muddy Water finalizava a luta.

(Muddy Water = 70 - 00% = 00%)

Baby Lickitung

Level: 9 | Speed: 10 | Obliv. | HP: 14 / 34 - 40%

.:Vs:.

Riolu

Level: 5 | Speed: 40 | Steadfast | HP: 00 / 20 - 00%

A bênção finalmente se dissipava, e a oração chegava ao fim. O cenário mágico se desintegrava como uma garrafa de vidro ao despencar de uma bancada, fragmentando-se em mil pedaços brilhantes que se desfaziam no ar. A névoa mística, antes densa e impenetrável, começava a se enredar em si mesma, torcendo e contorcendo-se até se desintegrar completamente em uma nuvem etérea de brilho e sombras.

O azulejo roxo encantado, que antes emanava um brilho profundo e enigmático, estourou em uma explosão de luz e cor, lançando cacos reluzentes por todos os lados. O encantamento invocado em nome de Arceus foi finalmente rompido, como um grito de liberdade surgia pelo ar.

Os treinadores e seus Pokémon estavam agora livres, a prisão mágica que os mantinha cativos se desfez diante deles, permitindo que respirassem e se movam com a leveza de quem retorna ao plano sem alterações. Riolu estava ao chão e Lickitung, mesmo vitorioso, se mostrava cansado.

Yoshino, Riley, Riolu e Lickitung voltavam mas não encotravam a paz. Muitos policiais estavam presentes no centro da Igreja, Heiko estava ao chão ajoelhada cansada de recitar a Oração de Guerra. O que estava acontecendo ali?

O Lickitung mais velho estava cercado por Arcanines, e Heiko, completamente exausta, mal conseguia se mover. Riley havia se juntado aos policiais na tentativa de capturar Yoshino. O plano havia saído pela culatra, e agora, tanto os fiéis quanto os agentes da lei estavam em volta da garota. Sem alternativas, Yoshino se via sem saída, forçada a tomar uma decisão arriscada...

Lickitung, MUDDY WATER NAS VELAS! — O filhote Pokémon obedecia, com um bolor de lama ele apagava as velas em linha reta. Yoshino olhava para os olhos do seu parceiro grandalhão antes de subir no pedestal da estatua que estava com o amuleto — Amigão! Tem que dar certo, eu prometo que vamos voltar! — Ela gritou.

Yoshino derrubava as velas ao seu redor, provocando pequenas chamas que começavam a se espalhar. Os Arcanines latiam freneticamente, enquanto os policiais exigiam que a garota se entregasse. Riley estava confuso, sem entender o que Yoshino pretendia, até que viu a jovem tentando arrancar o Amuleto de Novus das mãos do Padre de Pedra. Yoshino por pouco era pega pela chama, ela escalava a estatua e ficava nos ombros da escultura enquanto o pequeno filhote de Lickitung ficava em sua cabeça.

Leve a gente pra Novus, leva a gente pra Novus! Leva! Leva! Leva! Caramba! Leva! — As chamas começavam a subir pelas pernas da garota, ela e seu Pokémon tiveram que ficar em pé sobre os ombros da coisa. Os policiais continuavam pedindo para que ela se rendesse e outros tentavam apagar o fogo — Ry-ryota... eu não posso morrer aqui. A gente não pode morrer aqui... Arceus, me ajude... — Uma lágrima descia de seu rosto, as chamas subiam de uma só vez devorando seu corpo e o de seu Pokémon. Um feixe verde surgia dentre as chamas, uma explosão de jade aparecia repentinamente apagando todo o fogo de uma só vez. Yoshino havia desaparecido juntamente com o pequeno Lickitung.


A jovem se lançou através do Buraco de Minhoca, um túnel temporal de um verde vibrante que pulsava com uma energia quase hipnótica. À medida que avançava, seu corpo parecia se esticar e contrair, distorcendo-se como se estivesse sendo moldado por uma força invisível. O ambiente ao seu redor girava em um turbilhão caleidoscópico de luzes e cores, como se o próprio espaço-tempo estivesse se contorcendo em resposta à sua travessia.

Lickitung, seu fiel parceiro Pokémon, não estava imune à turbulência. O corpo roxo e viscoso do Pokémon serpenteava e rodopiava como um pequeno tornado azul, girando freneticamente enquanto lutava para manter-se estável no caos ao seu redor. A velocidade com que avançavam era alucinante, um borrão de verde e azul que se fundia e se separava em um frenesi de movimento.

De repente, o vórtice os engoliu completamente, uma sensação de compressão rápida os envolveu, e então, em um instante quase surreal, foram regurgitados em um novo cenário. O ambiente agora era um vasto e silencioso oceano de estrelas, flutuando no infinito. A sensação de estar suspenso no vazio era tanto sublime quanto desorientadora. Por cinco segundos eternos, ambos levitaram no espaço intergaláctico, cercados por uma profusão de estrelas cintilantes e nebulosas distantes, um vislumbre de um cosmos imenso e indomável.

Mas a pausa era breve. Antes que pudessem realmente processar a magnitude do cenário estonteante ao seu redor, a viagem reiniciava com uma intensidade renovada. O Buraco de Minhoca os puxava novamente, lançando-os para outra sequência de alta velocidade e distorção temporal, como se cada viagem fosse uma dança vertiginosa entre diferentes realidades.

Cada travessia era uma experiência quase transcendental, uma jornada que beirava o limite entre o tempo e o espaço, levando-os a lugares que desafiam a própria compreensão. O contínuo movimento e a constante transformação criavam uma sensação de estar constantemente à beira de descobrir algo novo e extraordinário.

De repente, eles se encontravam em um lugar. Uma cidade grande. Um lugar lendário e de ar puro.

GENTE? Novus existe MESMO?! — gritou empolgada.

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Ficha: Aqui
NPC Riley: Aqui
Baby Lickitung está fora da Pokéball podendo receber 1 de Happiness logo [2/2].
Yoshino e Baby Lickitung derrotaram Riley e Riolu.
Baby Lickitung [136/141] recebeu 101 de exp. Subiu para nível 10 96/182.
Riley entregou a Yoshino 150§ + 125§[BÔNUS] = 275
* Ícones estranhos? Passe o Cursor por cima.