Quando Ivan perguntava sobre a certeza, parece que a bebedeira de Hermes voltava, e junto dela suas divagações. Cambaleando e apoiando-se em uma mesa no Centro Pokémon, começa a divagar sobre a certeza das coisas. Com uma expressão perdida e voz arrastada, ele fala para Ivan com uma voz tão alta que todos podiam ouvir:

Ah... sabe... hic!... a vida é cheia de incertezas, meu amigo. Vejam só, quando começamos nossa jornada... com aquele primeiro Pokémon, a gente não sabe se vai vencer a Liga Pokémon ou se vamos acabar num centro Pokémon toda hora, enchendo de poções e revives... hic!

A certeza, meus amigos... hic!... é uma ilusão. A gente pensa que vai encontrar só Caterpies na floresta, e de repente... PÁ! Um Pikachu aparece. A vida é assim... cheia de surpresas e golpes críticos inesperados. A única certeza que temos... hic!... é que o próximo passo é sempre incerto.

Olhem para mim! Eu, um grande pesquisador... hic!... já tive minha cota de vitórias e derrotas. Já enfrentei os melhores, e já perdi para um Magikarp que só sabia usar 'Splash'. Vocês entendem? Mesmo o mais fraco dos Pokémon pode surpreender.

Mas lendas... hic!... as lendas que a gente ouve, sobre os lendários e míticos, como o Arceus... essas lendas são mais certeiras do que a própria história. Pois se por um lado não podemos saber se Arceus criou tudo, ao menos eu posso garantir que os Lendários Solgaleo e Lunala tem poder sobre a natureza... pois eu já treinei um Solgaleo! ... hic! Curioso né?

A única certeza verdadeira que tenho... hic!... é o carinho que temos por nossos Pokémon. Esse vínculo, essa amizade... isso sim é real e inquebrável. Não importa quantas batalhas a gente perca, nossos Pokémon estarão sempre ao nosso lado... hic!... nos apoiando e nos amando, assim como amamos eles.

Então, meus amigos... quando acharem que têm certeza de algo, lembrem-se: o mundo Pokémon é cheio de mistérios e surpresas. Deixem a vida lhes surpreender, como um Critical Hit no momento mais inesperado. E nunca, nunca subestimem o poder de um abraço de um Snorlax depois de um dia difícil... hic!

Então manda logo esse Shuckle pra mim porque eu quero ver como fica esse suquinho fermentando com um saque junto... hic!

Assim que faz um Happy Juice de verdade.

Bard, sem precisar ninguem solicitar, já gravava o contato de Ivan, sabendo que Hermes acabaria esquecendo. E com isso, ele se aproxima para efetivar a troca e dar um abraço de despedida, deixando os presentes no Centro Pokémon refletindo sobre suas palavras confusas, mas estranhamente sábias, sobre a incerteza da vida e as certezas que realmente importam.

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Depois que Ivan ia embora, Hermes podia dar mais atenção a Ryu, e ao ouvir sua explicação sobre o curry, Hermes finalmente entendia o processo. Ou quase.

- Ahhh... Entendi... Hic... Então só precisa do rabo. Se é assim, sim... -  ficava pensando e cofiando sua barba, até que um segundo depois ele gritava, assustado com sua própria frase.

- Não!! Tem que arrancar o rabo dele? A gente não pode arrancar o rabo de um Pokémon só pra isso. Dá pra fazer apenas com os Slowpokes que morrem naturalmente? Não!! Por todos os deuses Pokémon. Você até passou minha brisa agora. Ladrão de Brisa! - falava o acusando de algo que talvez ele nem soubesse o que significa, e só tinha valor para o velho mesmo. Obviamente ainda tava bêbado, só achava que não. Ou ser louco assim era seu estado normal.

Ouvindo então sobre os ratinhos, ele logo ficava sério, olhando em seus olhos. - Não faça isso. Os Roedores elétricos são usados pelas empresas de bateria de maneira abusiva. Eles ficam esfregando suas bochechas exageradamente para aumentar o a tensão voltaica em seus corpos e gerar mais energia. Não é um trabalho digno, não é feito com a permissão dos Pokémons. Você não pode Ryu... Você não pode descartá-los assim... Eles são uma vida tão linda!   - dizia ao começar a chorar. Aparentemente o velho mestre embriagado tinha passado do estágio do bêbado filósofo para o bebado chorão. Se aquela continuasse por muito tempo talvez ela descambasse para o estágio do bêbado violento, mas Hermes nunca havia chegado até essse ponto.

- Me deixe ficar com ao menos um deles. Leve esse Skwovet, me deixe com este pequeno Pichu! Vou cuidar para que ele seja bem cuidado.

Tome, fique com essa Pokebola. Esse pequeno ratinho virá comigo... Obrigado jovem Ladrão de Brisa. Você é uma pessoa boa. Me deixe seu contato e antes de descartar qualquer pokémon, fale comigo. - falava ao agradecer ele de pés juntos e tronco curvo. E como era de se esperar, ele caia pra frente, tendo que ser segurado por Bard, que rapidamente o apoiava em seu corpo. De barriga pra baixo, sendo equilibrado no cajado de Bard, ele erguia um punho para cima e mostrava um joinha. Ele estava bem no fim das contas.

Com Bard tendo pegado o contato de Ryu, e Hermes indo embora com a pokebola do pequeno Pichu, Bard se despedia dos presentes com um pedido de desculpas geral e levava o velho embora com ele em seu lombo de madeira e metal, o equilibrando de forma circense, levando ele pra fora do local e se preparando para poder usar por si mesmo o poder do Talismã de Novus para se teletransportar par alonge dali.


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