Por mais nervosa que a zumbi estivesse, ela tentava esconder todos os sentimentos ruins dentro de seu coração. Seu sorriso carregava um peso enorme, seu cheiro apodrecido e aparência cadavérica chamava a atenção das pessoas que lá estavam. Performers e Coordenadores bem enfeitados observavam a garota com os olhares enjoados, náusea vinha a tona para alguns enquanto outros apenas sentiam nojo. As falas mal educadas junto de risos estranhos começavam a aparecer, Skull ignorava a situação e levava seu objetivo até o fim.

Seus Pokémon já não podiam dar-lhe o suporte necessário, por receio, os pequenos fantasmas e ratinha eram mantidos dentro de suas Pokéballs. Ela aguentavam os insultos junto de toda maldade do ser humano, ela via suas mãos tremendo e o suor descendo de seu rosto. As pessoas zombavam de suas roupas, de seu corpo e de seu estado. Tudo parecia pronto para desmoronar, só que a garota permanecia forte. Ela segurava a tira de sua bolsa com ambas as mãos com toda sua força, admirava a parede que estava em sua frente tentando ignorar todo o rebuliço que continha seu nome.

Cada vez mais próxima do Hall, mais e mais Coordenadores iam surgindo a cada esquina. Ela rezava para que seu convite ainda tivesse validade, começava a apressar seus passos temendo pelo pior. As coisas sempre davam errado, mas naquela noite tudo teria que caminhar como seus sonhos e sua imaginação. Os suspiros ofegantes combinavam com sua mente que trabalhava arduamente em uma ansiedade complexa, situações que nunca ocorreram começavam a aterroriza-la. As memórias de sua jornada até o momento atual começavam a corroer seu cérebro de pouco em pouco, todas as coisas falhas que ocorriam desde o momento de seu renascer eram lembrados pelo consciente. As lágrimas que desciam de seu rosto tentavam lavar o azar que a acompanhava desde então, o Hall de Santalune daria a ela uma nova chance de seguir em frente e uma era de boa sorte poderia ser iniciada com sua apresentação.

Os portões do Hall ainda estavam abertos, a garota conseguia enxergar seu futuro dentro do pequeno palácio. O sino da meia noite tocava com um som oco, forte e rústico. O portão começava a se fechar, as apresentações já estavam se iniciando. Ela corria o máximo que conseguia, seus ossos batiam uns nos outros e um de seus olhos ficava dependurado pelo nervo ótico. Com as grades se fechando quase que completamente, Skull se esgueirava entre as frestas que sobravam deixando para trás sua bolsa e duas Pokéballs. Sortuda, uma das esferas se prendia entre as portas mantendo o portão aberto e se apertando com a força do mesmo. A bola era disparada pela força das grades que se fechavam por completo, a esfera voava e caía sobre o chão. A zumbi olhava a situação com certo rancor, recolhia a esfera que sobrava enquanto continuava observando suas coisas arremessadas do lado de fora. Shedinja surgia ao perceber que sua amiga não estava por perto, ele a olhava do outro lado enquanto a zumbi fazia o mesmo. Eles se olhavam soturnos, abaixam suas cabeças e permitiam que se distanciassem. Ela prometia a ele que retornaria logo, e com mais uma vítoria em suas mãos.

Os jardins do Hall eram enormes e suas fontes magníficas. Ela subia as escadas solitária, seu vestido balançava com o evento da noite que estava em seu auge. Seus cabelos curtos sobrevoavam seu rosto, seu corpo refletia com a luz do palácio. Ela adentrava o recinto, via a enorme sala vazia que lá estava e apenas uma atendente ficava no balcão. Um lugar chique com escadas bloqueadas por barricadas de metal, uma enorme mansão de vários quartos e muito espaço sendo focada em apenas um corredor que levava até o palco das apresentações. Skull suspirava.

A única funcionária que lá estava julgava a aparência da menina em silêncio, a zumbi observava a desconhecida com um sorriso no rosto. Elas não trocavam palavras, mas a mulher aceitava o bilhete da garota deixando-a participar da competição. Skull agradecia recolhendo as abas de seu vestido e inclinando seu corpo para frente, os olhos da garota estavam repletos de lágrimas. A atendente não entendia o que era a menina ou o que ela procurava ali, mas torcia por ela. Skull ia na direção das luzes que a levavam até o fundo do palco. Um lugar escuro e rústico, com poucos detalhes e muitos Coordenadores se preparando para suas devidas apresentações.

Sua aparência monstruosa chamava a atenção de todos, seu cheiro os enojava e seu corpo traziam a eles terror. Aquela noite terrível teria um final feliz, e ela sentia seu futuro em seu coração. As pessoas prosseguiam comentando sobre a aparência da morta viva, mas ela permanecia focada e com apenas uma PokéBall em suas mãos. Naquele momento, ela não havia nada e nem havia se preparado. Ela faria um espetáculo utilizando o que tinha ali. A sorte tinha que estar ao seu lado. Skull sentia o dever de provar a Santalune seu valor, e ela faria questão disso.

Seu nome era chamado, chamado de forma pejorativa e maldosa, da forma na qual a atendente havia colocado: "O Palco é seu, Menina Morta". As palavras cortavam-na de dentro para fora como facas bem afiadas, o público ficava curioso com o que estava para acontecer. Ela respirava o mais fundo que conseguia, olhava para um lado e depois para o outro percebendo que já não havia mais ninguém ao seu lado. Um passo foi dado e depois outro, sem que ela percebesse já estava no centro do palco. Acompanhada de um estranho, um piano e um pequeno microfone. Metrônomo estava por lá, o homem que a acompanharia nesta apresentação e a desafiaria a encantar o povo de Santalune. Skull sentia um enorme peso sair de suas costas, ela via a quantia de pessoas na plateia e não se intimidava. Ia na direção do microfone, o recolhia com suas mãos frias e mortas. Deixava sua cabeça de lado por poucos segundos, suspirava fora do apetrecho e depois voltava seu rosto.

Com charme, ela balançava a aba de seu vestido deixando uma Pokéball escorregar no palco. A esfera rolava com certa simplicidade, como um acidente proposital. Drifloon surgia em um raio embranquecido, o cuspe clássico de uma bola básica. O balão surgia em um grito fantasmagórico, ele se chacoalhava olhando para o público se mostrando para todos que lá estavam. O silêncio se mantinha sobre o palco, enquanto a criatura dançava em um ritmo único. Drifloon, ele não perdia o foco de sua entusiasta mantendo-se próximo a zumbi. A esfera do balão continuava rolando, chegando até o piano e se escondendo por debaixo do instrumento. A apresentação se iniciava em silêncio, em um lançar de Pokémon simples e nada satisfatório. Skull mantinha um sorriso em seu rosto e uma respiração ofegante.

O palco simples domado pelo tom verde chamava atenção, ele era simples para não ser o foco. Seu piso era laminado, feito com uma simulação de madeira e recheado com concreto bruto. Seu fundo - para a apresentação de Skull - era apenas uma parede de tijolos acinzentada, Coordenadores utilizavam cenários holográficos na mesma dando ainda mais emoção para suas apresentações. As cortinas tinham a cor verde escuro, e seus holofotes focavam-se na cor esmeralda. Um palco bastante simplório, formado para trazer mais atenção aos Entusiastas e seus Pokémon. Na frente do cenário, a plateia estava bastante cheia com pessoas de todos os lados de PokéGea. Estava escuro, todos escondiam seus rostos em meio a escuridão. Apenas suspiravam em conjunto, alguns tossiam e até comentavam sobre a apresentação medíocre que estava para a acontecer.


As vestes de Skull eram as clássicas que ela usava em seu dia a dia, um vestido rasgado com diversos acessórios marcantes em sua costura e combinação. Se iniciando em um corselete vermelho bem apertado em linhas brancas - agora amareladas pela sujeira - acompanhadas de um grande broche em forma de caveira que se localiza sobre os seios da menina. Nos braços da morta viva, estão duas mangas cortas finalizadas em cores vermelho e branco, na ponta das mangas estão rasgos que simulam babados decorativos. O vestido combina o corselete vermelho com uma saia preta de cetim, a saia longa é rasgada em suas pontas e suja por conta das várias aventuras. Skull não utiliza sapatos, mas em seus pés estão dois pares de meia 7/8 que combinam com suas mangas, as meias estão imundas. Um detalhe importante que é a marca da zumbi; além do broche, é uma gargantilha feita de couro e costurada brutalmente em sua garganta. Os cabelos da garota estão secos, mas ainda possuem uma cor viva entre o azul e o preto. Este é enfeitado em um penteado com dois rabos de cavalo em cada lateral.


Metrônomo apertava a primeira tecla, o som gentil do piano se iniciava trazendo uma melodia para o silêncio. As mãos do homem eram grandes e rápidas, tocando o instrumento com uma grande maestria e paciência. Uma canção desconhecida, dada como algo depressivo e solitário. O som invadia os ouvidos da cantora, ela sentia sua espinha tremer com a sinfonia. Drifloon ouvia e sentia o som em seu corpo incorpóreo, ele apaziguava seu espírito dando foco a apresentação e em seus sentimentos. As notas eram tão puras que pareciam palpáveis, como se estivessem saindo dos dedos rapaz para o instrumento e assim se espalhando pelo ar. Skull não conhecia aquelas notas, não sabia de qual canção se tratava... mas ela começava a trabalhar com o que tinha em suas mãos.

 
Em uma técnica repleta de amor e alegria, um tom suave era liberto de sua garganta para o Hall. Seus olhos se fechavam e sua mão travava ao toque do microfone, os pontos de seus lábios se abriam gentilmente transformando sua voz em algo extremamente sedoso. O Pokémon bexiga ouvia a voz de sua treinadora em seu auge, ele pensava em uma forma de aperfeiçoar ainda mais a apresentação. Com seu Hex, o fantasma iniciava uma feitiçaria benéfica distorcendo seus olhos e os colorindo no azul. A zona em volta do corpo de Skull se deformava com energia negra, enquanto Drifloon mantinha seus olhos presos na garota. A voz da morta desafinava brevemente e de forma suave, dois reflexos da guria surgiam da deformidade no espaço cantando em conjunto com a garota. A canção ia tomando forma com o piano, a magia apimentava a relação entre instrumento e sinfonia.

 

Hex ia crescendo com o ritmo da canção, Skull retirava o microfone do apoio e rodopiava com seu vestido. Em um salto elegante finalizado nas pontas de seus pés, a garota se atirava no chão espalhando o efeito de seu Pokémon. Drifloon e ela dançavam em união, eles encostavam-se de costas girando seus corpos em um movimento básico. Hex transformava o palco com sua poeira arroxeada, uma neblina era formada pela brincadeira que invadia todo Hall. Algo começava a ser criado, era o momento de dar emoção para a melodia, o momento de colocar força em sua voz e transmitir o seu melhor. Skull se levantava com delicadeza, mantinha o microfone nos lábios e liberava o que tanto guardava em um verso complexo.

 

Pétalas eram a palavra chave para Drifloon, ele sorria com seus olhinhos e flutuava próximo dos holofotes. Ele circundava seus tentáculos formando um Shadow Ball rápido. Aproveitando o ar amaldiçoado de Hex, a bexiga lançava a esfera contra o gás transformando-a em uma explosão de brilhos. Com a energia formada pela canção, os brilhantes subiam no ar e alcançavam o topo do cenário; sentimentos transformavam a magia. Pétalas arroxeadas surgiam dos fragmentos de Shadow Ball, estas caíam sobre o cenário como o fim de uma primavera. O pianista vislumbrava os resultados da combinação, ele sentia a graça das flores tocando seu corpo com a melodia entristecida. As cinzas eram brilhantes vindas de uma cremação, pétalas negras em um palco fúnebre que enfeitavam um túmulo. A cantora e seu Pokémon prosseguiam com a poesia, estavam preparados para domar o público e mostrar ainda mais de seus talentos.

 

Lágrimas derramavam do rosto da cadáver, sua memória desbloqueava um rosto familiar que trazia foco para sua canção. O piano de notas finas causavam um alvoroço em seu corpo, sentimentos surgiam rapidamente e ela sentia seu tronco cada vez mais pesado. Ela cantava com seu ser, com sua voz e com sua alma. Estava viva para aquilo, se o universo lhe trouxe de volta havia sido para aquele momento. Algumas pessoas da plateia se levantavam para aplaudi-la, se impressionavam com a grande voz que ouviam e vivenciando uma experiência única de pura elegância sombria. O piano tinha seu destaque, silenciosa, a menina dançava com passos de ballet com animação. Ela saltava de um lado para outro, deslizando sua perna sobre o ar sentindo-se leve.  

 
Em torno de seu corpo, um grupo de chamas azuladas apareciam. Os fogos dançavam com a menina, ela deslizava-se apagando cada labaredas com seu próprio ritmo. As brasas envolviam-se na feitiçaria, ela cantarolava manipulando as bolas de fogo com suas próprias mãos. Seu corpo entrava em combustão de forma básica, seu vestido tomava os tons da chama e brilhava se destacando no palco. Drifloon utilizava Will-o-Wisp com cautela contra sua companheira, as vestes da zumbi iam ficando cada vez mais vivas e repletas de cores vibrantes. Seu corselete tornava-se azul vivo, sua saía tomava o preto do abissal e suas meias ficavam escarlates como sangue. Os olhos e a pele da zumbi ficavam também mais vivos, eles se distorciam com rastros de luz que a acompanhavam a cada movimento.


Em um grito ela trazia o ponto forte da canção, Skull cantarolava com suas forças o que sua alma dizia. Os efeitos do palco iam sumindo de pouco em pouco, a pressão desaparecia enquanto o ar ficava cada vez mais frio. A neblina de Hex se misturava com Omnious Wind de Drifloon, o piso e as cortinas do pequeno palco se congelavam levemente. Toda a feitiçaria se agrupava, o vento sombrio atraía todos os movimentos do tipo fantasma para seu núcleo e os encerrando em uma explosão de pétalas negras.  Da voz da garota, o ar frio era assoprado ao mesmo tempo em que as mãos do pianista iam congelando. Eram nove ponto oito graus, a sensação térmica de um cadáver, de uma vida que chegava em seu fim. Ela encerrava a canção no frio, no cinza, uma canção sobre dois amantes que se foram. Ela largava seu microfone sobre o palco, deixando-o deslizar sobre seu vestido e colidindo sobre o piso congelado.

Skull e Metrônomo encerravam seu dueto, observavam a reação da plateia que permanecia paralisada e com o olhar chocado. Eles aguardavam pelos resultados dos jurados. Drifloon estava ofegante, o pequeno balão havia dado o seu melhor dentro da luta. A ansiedade tomava conta de todos, o público parecia dividido. Muitos procuravam os concursos pela carga emotiva positiva que estes traziam, já naquela apresentação, o fúnebre liderou a dança do começo ao fim. Alguns se mantinham pensativos conversando com suas próprias mentes, refletindo entre a vida e a morte. Outros aplaudiam com lágrimas em seus olhos trazendo uma recepção calorosa para a cantora e seu Pokémon.

Drifloon #425:

Com seu peito repleto de bons sentimentos, Skullgirl via-se em uma nova experiência. As pessoas mais elegantes a aplaudiam com muito fervor, estavam alegres com os resultados que foram apresentados; até lançavam flores para a menina esquentando ainda mais seu espírito. Ela recolhia um buquê de Madressilvas que caía sobre seus pés, acenava para seus espectadores enquanto recolhia seu vestido finalizando a apresentação. Drifloon se encantava com o que havia feito, toda sua obediência junto de maturidade naquela apresentação enchiam-no de orgulho para consigo mesmo. O balão dançava com o ritmo dos aplausos, ele não se aguentava com tanta alegria fazendo questão de se mostrar para todos.

Já uma das peças fundamentais para aquela apresentação dava sumiço em meio poucos segundos, Metrônomo, o pianista e Mestre em Jazz deixava seu imenso instrumento para trás. Skull desejava agradecê-lo por aquele sonho, todas aquelas palmas também possuíam sua autoria. Sem o homem, nada teria sido possível. Deprimida, a garota tentava esconder sua infelicidade por de trás de um sorriso de plástico. Ela estava alegre com todos os resultados, mas poderia ser bem melhor com o velho ao seu lado.  

Sobre o simples palco um pequeno terremoto se iniciava, das paredes de tijolos vinhas naturais surgiam em seu tom esverdeado, as paredes se abriam pelas laterais revelando pilastras esmeraldas. O piso do local se abria em uma pequenos córregos extremamente rasos. Alguns segundos se passavam, o palco ia se transformando em uma arena verdejante e natural. Uma selva, um lugar perfeito para insetos e de muita cor. Sons de várias criaturas iam surgindo, bater de asas ecoavam por todos os lugares. O cenário mudava de um segundo para o outro, a plateia era afastada da confusão por uma barreira transparente colorida no tom verde.  Pedras apareciam, paredes se auto destruíam e poeira voava. O odor de um delicioso dia chuvoso chegava na arena, tudo estava refeito em um bioma artificial quase que perfeito feito para criaturas de pequeno porte.

Battle Arena:

Grandes crateras surgiam do chão, o piso era quase que totalmente obstruído pelas decorações. Por lá existia vinhas, raízes, água, buracos, rochas e muito mais. Um ambiente perfeito, pequeno e muito tecnológico. Uma engenhosa arena bastante resistente, bruta e claro elegante. Outrora um cenário fúnebre guiado pela cadáver e seu fantasma, agora um bioma selvagem natural formado pelos insetos e muita natureza. A vida lideraria naquela paisagem, a morte era invasora e clamava por um desafio. Skullgirl e Drifloon contra um portador do tipo inseto, quem seria digno de tal batalha tão poética?


– O que está ocorrendo, é algum tipo de trote? – Perguntou a menina, ela recolhia sua saia de dentro d'água enxugando-a com as próprias mãos. Ela olhava sobre a construção arruinada, uma sombra de uma pessoa esguia acompanhada de algum Pokémon.
 
De voz suave, a pessoa se relevava dentre as sombras. Skull olhava para o rival e se admirava, ela tinha noção que seria um grande desafio. Ela agarrava as cordas de Drifloon dando-o mais fé, um desafio grandioso estava logo em sua frente e eles não desistiriam.

Drifloon #425:

Surgindo em uma vestimenta casual de tirar o fôlego, Viola se apresentava para a elegante cadáver viva. Poderosa, simples mas onipotente em palco, a Mestre dos tipos insetos não se intimidava com a apresentação fúnebre mas refinada de Skullgirl.

Viola e Vivillon aparentavam ser ótimas parceiras, conectadas por um laço poderoso moldado por um único sentimento. Grandiosas, elas dançavam com os aplausos enquanto mostravam em seus rostos sorrisos repletos de criatividade. A treinadora recolhia sua câmera disparando um flash único sobre a paisagem, sobre sua oponente e seu Pokémon. Ela se alegrava com os resultados de suas fotografias, desfilava até a defunta e depois a cumprimentava com frases bastante empolgadas.

Olá, é um grande prazer lhe conhecer. Desconheço seu nome e seus talentos, dotes ou profissão, mas sei que deve ser uma grande Entusiasta Pokémon. É uma honra enfrentá-la. – Admirada com a nova conhecida, Skullgirl apresentava-se de forma elegante e humilde. Drifloon se locomovia pelas sombras que se projetavam das árvores, como uma assombração brincalhona, ele surgia com um gargalho fofo e uma aparência agradável. Os voadores se enxergavam como semelhantes, mas estavam prontos para se enfrentar em uma luta honrosa.

Bem, a plateia continuava com seus gritos animadores. A batalha se iniciava naquele instante, o Juiz levantava sua bandeira avermelhada e assobiava com seu apito dando início aquela briga. Preparadas, as meninas fixavam seus olhares e permaneciam inertes focadas. Ambas quase que ao mesmo tempo ordenavam seus Pokémon com seus movimentos graciosos.

Certo, utilize o seu Shadow Ball e logo em seguida Omnious Wind. Faça uma combinação de tirar o fôlego, uma brisa cadavérica e sofisticada; o som de um violino em uma brisa mórbida. Vamos dar conta deste concerto, nada de uma nota por vez. – Drifloon acenava com seu rosto pequenino, partia para cima da oponente que também estava pronta para atacar. A borboleta e a bexiga, quem sairia na vantagem?

Drifloon #425:

Viola mostrava-se envergonhada, seu corpo corava com a recepção de Skullgirl deixando claro que havia perdido a etiqueta no passar dos anos. Não podíamos culpa-la, a mestre dos insetos passava tempo demais com as criaturas e raramente encontrava contato humano fora das batalhas. Além do mais, Treinadores e Coordenadores iam e viam de sua vida sem ao menos cumprimentá-la, seus Pokémon se digladiavam quase que sem sentido atrás das insígnias ou fitas da entusiasta. Ela até acenava com um sorriso tentando manter a educação sem que pudesse perder o foco na luta. Skull... ou melhor Candy, como Viola havia a chamado, entendia toda a correria e não queria fazê-la perder seu precioso tempo. Enfim.

Ao ver sua oponente sucumbindo com as fraquezas do Orbe Sombrio, Drifloon sentia um caroço de alegria em seu corpo borrachudo. Insetos pairavam sobre o fantasma, beliscando e mastigando-o de pouco em pouco. Aquela situação o irritava, como também lhe causava coceiras. Vivillon poderia ser rápida, mas não aparentava ser tão experiente quanto o balão fantasma. A bexiga não subestimava sua oponente, e também não chegava a temê-la... mas deixava claro que estava em guarda, receoso e com peso em sua consciência.

A luta prosseguia com elegância e inteligência, narrada pelo próprio tema da apresentação: O estilo Clever. O conceito, as canções, o fúnebre e o estranho dançavam com o palco. Os sons e as cores contavam para o público uma odisseia simples em uma batalha extravagante, traziam diversos sentimentos para a plateia fazendo-os tragar uma dose frajola com pitadas de bizarrice, um conceito único vivenciado por Skull e seu Pokémon. Algo simples e anormal; conceituado no fim para todos. Os insetos se balançavam dentre as vinhas assistindo com atenção o que ocorria, era um sentimento único para quem lá estava.

Os suspiros secos viam da boca de Skull, ela estava nervosa e não sabia como esconder tudo que seu corpo trazia. Indelicada, ela se limpava com as mangas de suas vestimentas passando o tecido sobre sua testa. Respirava o mais fundo que conseguia, sentia o tempo passar com certa leveza ao mesmo tempo em que seu coração batia de forma acelerada. Mil e um planos surgiam escancaradamente em seu cérebro apodrecido, seu consciente apertava o órgão contra seu crânio obrigando-o a tirar a menina daquela situação. Cansada de todo caos que se desenrolava dentro de si, a menina tomava uma decisão imprudente.

Tudo bem, vamos acalmar... Drifloon, argh... utilize o Focus Energy e depois Astonish! Libere sua voz em uma canção sinistra, cuspa fogo com Focus Energy moldando a energia dentro de si. – Ela planejava com cuidado, sabia que Drifloon era um péssimo cantor mas excelente em emitir sons estranhos. O balão faria um pequeno estrago na oponente, se o plano fosse um sucesso é claro.

Drifloon #425:

A situação se complicava a cada segundo que se passava, em um instante Drifloon possuía todas as vantagens em suas linhas e no outro seu corpo já incorporava com a fraqueza. Skull precisava de tempo para responder aos movimentos de Vivillon, a borboleta estava liderando toda a luta com uma precisão sensacional. Experiente, bem treinada e elegante a inseto não desistia de seus objetivos seguindo as ordens de sua treinadora com um afinco sem igual.

A plateia aplaudia aquele turno, os Pokémon se desprendiam da luta e davam espaço um para o outro. Drifloon parecia ofegante, sua energia estava baixa e sua moral afundada. O fantasma pensava em jogar a toalha, só que o rosto morto mas inspirador de sua Entusiasta enchia o ar dentro de seu corpo. Skull lançava até a criatura uma pequena Chesto Berry, ele aproveitava aquele momento de calmaria enquanto sua oponente já preparava um movimento do tipo psíquico. Alimentado, o balão sentia o veneno sair de seu corpo. Agora estava saudável e com as energias recarregadas.

Fique calmo, respire e tome alguns segundos. Utilize o Payback no segundo instante, deixe que Gust o acerte em cheio e devolva com todos os seus sentimentos! – Suas mãos iam para seus seios, ela apertava seu peito ficando um pouco desesperada. Aquela luta estava rendendo emoções fortes que se espalhavam por toda Santalune.

Drifloon #425:

Toda a drama se desenrolava de forma lenta mas ainda sofrida para o fantasma, por mais que ele estivesse se esforçando a falta de experiência de sua companheira estava o puxando para baixo. Algumas estratégias vazias viam da menina fazendo com que seus pontos caíssem como folhas no outono. Skull era elegante, sua apresentação foi bem executada e seus movimentos bem aplicados... mas em contrapartida, a morta viva não sabia reagir de forma eficiente em Batalhas Pokémon. Drifloon persistia graças a sua força de vontade, o amor que ele sentia por sua Entusiasta servia como apoio até o fim daquele "vexame".

Vivillon e Viola seguiam a luta como mestras, dominavam o campo com uma precisão sem igual. Acalmadas pelo fervor da vitória, Viola via naquele momento a hora certa para uma boa foto. Flashes e mais flashes surgiam de seu lado do campo, sua câmera disparava luzes capitando cada emoção de sua rival e de Drifloon. Ela podia sentir o sabor daqueles sentimentos, o puro suco de uma entusiasta novata em seu auge de euforia. Todas as emoções formavam uma mistura fantástica no coração da cadáver, era como se seu ser estivesse mudando ali mesmo. Viola captava tudo com muito orgulho.

Sou grata por seus ensinamentos, e não desistirei. Estou viva neste estado por apenas um motivo, me falta membros mas a desistência não faz parte de mim. Lute comigo como se fosse sua última batalha, vamos dar ao público o que eles merecem! Viola! – Energizada com a positividade, seu coração pulsava de forma livre.

Ao receber o pedido de sua oponente, Skullgirl aceitava a fotografia. Ela posava com elegância recolhendo as beiras de seu vestido, abaixava sua cabeça e fechava seus olhos. Intrigante, elegante e inteligente a zumbi não perdia a postura de uma dama cadavérica. Animada pelo restante da luta, Skull enchia-se com bons sentimentos e não perdia a fé na vitória. Ela fechava seus punhos, finalizava sua pose e já ordenava seu pequeno Pokémon tragando um pouco de sorte.

Seu corpo ainda pulsa com o Focus Energy, vamos contar com a nossa sorte... mesmo que não seja muita. Lide com Vivillon utilizando um Shadow Ball e depois vamos de Will-o-Wisp. Não vamos desistir.

Drifloon #425:

Em uma explosão arroxeada, os pontos de Viola iam para o chão junto de sua parceira Vivillon. Surpreendentemente, os planos da zumbi iam como o esperado e Drifloon saia como vitorioso ao lado da sorte. O público perdia sua elegância, se levantavam e gritavam, aplaudiam Skull enquanto chamavam por seu alcunha. Milhares de palmas iam para a garota, rosas negras eram jogadas ao palco e flashes surgiam em meio a multidão. Chocada, a cadáver e o fantasma nem se quer sabiam como reagir a todo aquele amor.

Viola aplaudia sua oponente em conjunto com toda audiência, ela se orgulhava com os feitos da novata e via nela grande futuro. Skull não sabia como agradecer, apenas abraçava a bexiga que a acompanhava agradecendo pelo resultado na batalha. Estavam sendo ovacionados pelo povo conceituado de Santalune, todos os apreciadores da arte e do estranho dentro da cidade. Aquela apresentação se tornava um prato cheio e inesquecível para todos os amantes do esquisito. Seu objetivo em Santalune estava concluído.

Após toda a euforia desaparecer de pouco em pouco, Viola retornava Vivillon para dentro de sua Pokéball. Após isso, aconselhava Skull dando-lhe dicas valiosas para que ela utilizasse no futuro. A mestra do tipo inseto era uma Entusiasta focada em Batalhas Pokémon, mas ainda possuía um grande entendimento em Concursos e demais apresentações. Ela disparava mais uma selfie com Skull ao seu lado, agradecia pela batalha e por todo feito até agora. A fotografa tentava por passar seu contato para a zumbi, só que Skull não possuía Rotomphone. Ela anotava todo seu número em uma pequena folha e a entregava para sua nova amiga, Skull com toda certeza entraria em contato.

Por fim, Skull recebia sua primeira fita; A fita dos Insetos, a Bug Ribbon. O pequeno prêmio era moldado por uma joia viva e esverdeada em forma de um pequeno besouro, uma esmeralda cheia de vida adornada a ouro. O cetim em sua fita era vivo, verdejante e bastante elegante. A cadáver coloca o broche em seu peito, aplaudia a si mesma e observava os olhos orgulhosos de Viola.

Você foi uma grande oponente, estarei levando todos estes ensinamentos comigo. Drifloon também está bastante orgulhoso. Viola, você verá meu nome estampado em grandes placas... eu prometo. – Entusiasmada, ela apertava as mãos da líder e se despedia com bastante respeito.  


Ao sair do palco, Skull era fotografada por mais alguns repórteres enquanto eles faziam várias perguntas para a defunta. Eles admiravam as vestes envelhecidas da morta, admiravam sua maquiagem sem imaginar que tudo que ela usava fazia parte de si mesma. Skullgirl era acompanhada até a porta do hall por vários e vários fãs que surgiam após sua vitória, seu rosto estava se estampado por várias manchetes dentro de Santalune. Sua apresentação havia sido uma das melhores na pequena cidade dos insetos. A garota nunca havia sentido tanta felicidade quanto naquele momento, até seu Pokémon se chacoalhava de tanta alegria.

Surgia dentre a multidão, o homem misterioso que havia a acompanhado em toda trajetória na cidade. Metrônomo, o talentoso pianista aparecia para prestigia-la em conjunto de seu amigo Shedinja que havia ficado para trás. Ver a casca vazia era tão animador, o Pokémon em si não tinha muitas emoções em seu rosto mas com toda certeza estava bastante feliz de ver sua entusiasta. Acompanhada deles, Rattata também aparecia já escalando as costas da zumbi com um sorriso largo. A dentuça também sentia falta de sua amiga e ansiava pelas novidades que haviam ocorrido dentro do Hall. Todos se uniam ao lado de Skull, seus Pokémon a apertavam em um abraço amigável e Metrônomo se mantinha ao seu lado com o rosto sério. Um grande flash surgia e uma nova imagem surgia nas revistas; O Espetáculo de uma Zumbi, uma bexiga e um Musicista.  

Drifloon #425:

- Encerrado o Hall.
- Recebeu a Bug Type Ribbon.
- Recebeu um Buginium Z.
- Recebeu a TM Pin Missile.
- Recebeu HM Rock Smash &  Ride Pager Ride Pager Rock Smash.
- Recebeu 10.000§.
- Recebeu 1 de Fama Global como 3° colocado em Santalune Hall.