Estava chateado por não conseguir chegar a tempo do evento em Solaceon. Meu táxi aéreo deu problemas demais na viagem e quando cheguei, Burgh já não estava mais hospedado na cidade e as abóboras estavam todas podres. Fiquei uns dias conferindo alguns documentos da Imperium, tentando acordos e verificando a necessidade de contratar uma equipe mais decente para subverter a imagem negativa da empresa. Talvez fosse necessário uma reunião com Dracma... Foi assim que pensei e enviei o convite. Não imaginei que fosse ser respondido tão prontamente. Ela estava numa vila natalina para compras de final de ano e me convidou para juntar-me a ela. Sempre fui muito ingênuo e ainda continuo sendo, mas aquilo não parecia legítimo. Parecia alguma cilada... Nem mesmo líderes de estado respondem tão logo. Agendas apertadas, conflito de interesses e outras coisas moviam as pessoas para VERIFICAR se iriam responder ou não, quem dirá realmente conceber o encontro. Todavia, como tinha sido eu a convidar a mulher para conversar, não poderia voltar atrás por medo.

Depois da passagem no CP e ter sido julgado por ser rico e mimado por querer um quarto exclusivo, mesmo sabendo que o governo mantinha um acordo com esses estabelecimentos para oferecer abrigo seguro aos aventureiros e aventureiras cadastrados, portando uma Pokédex ou o APP autorizado por um professor licenciado, prefiria evitar esses perrengues ao máximo. Quando fui encaminhado, simplesmente não acreditei no que ouvi na recepção.

- Como assim vocês não tem mais quartos disponíveis e esse é o único hotel da cidade? - Questionei, arregalando os olhos e soltando minhas malas no chão. Cleffa, que me acompanhava, ficou confusa com a reação. Lopunny, por outro lado, fez o trabalho e carregar as bolsas.

O choque da superlotação de Kiloude e a possibilidade de dividir um quarto com um completo estranho me causavam arrepios imensuráveis.

- Fique calmo senhor. Não precisa pedir abrigo no Centro Pokémon, caso não se sinta confortável por lá. Temos também a Casa da Lareira. É certo de encontrar pessoas gentis e turistas com o mesmo espírito natalino, querendo passar uma temporada na vila natalina de Kiloude nessa época do ano. É certeza que fará novas amizades e terá uma experiência incrível.

Ele falava e tudo que eu conseguia pensar era em alguém soltando flatulências na madrugada e usando meus cremes sem permissão.

- NÃO, EU ME RECUSO! - Aquilo saiu mais alto que o esperado. - Por favor, deve ter outro lugar mais reservado, não?

Ele fez uma expressão pensativa, como se imaginasse um lugar, mas tivesse receio de indicar. Por fim, chegou mais perto e disse "as antigas cabanas de emergência" como se isso não fosse sinistro o bastante, ele indicava que ficava dentro dos bosques. Era explorar uma antiga casinha de ranger abandonada em estado deplorável ou caber em um espaço minúsculo com pessoas aleatórias... Eu prefiro o deplorável e abandonado.

Agradeci a indicação de.. Lorenzo, como chamava o atendente, e fui em busca da minha própria cabana. Antes de me permitir sair, ele disse que ligaria para um administrador me encontrar na entrada do bosque com os papéis de registro.

- Ainda não estou acreditando nisso - comentei com Cleffa.

Olhei para ela flutuando ao meu lado. Era besteira, mas sentia falta de quando ela podia se comunicar com Ila. Já fiz o teste de me travestir novamente para verificar se era esse o motivo da conexão, mas aquela experiência mágica foi o que foi. Um momento mágico e único.

- Agradeço por estar me ajudando, Lo. Ainda acho um descaso não ter um sistema decente transporte por aqui, mas nem mesmo outros hotéis eles tem! Quem dirá serviço de táxi. Os ancestrais deles devem estar envergonhados.

Percebi que Lopunny estava rindo da nossa desgraça. Eu realmente estava agindo como um príncipe mimado. É, talvez tenha alguma graça nisso tudo.

O administrador ainda não tinha chegado e estávamos perto de uma loja de doces raros, segundo a vitrine. Pedi para Lopunny ficar de olho nas coisas e fui lá dentro conferir. Sério. Nunca tinha tido contato com uma quantidade de açúcar tão absurda como aquela na vida. Não sabia se configuraria como doces raros, porque sempre fui muito limitado a quantidade de sacarose ingerida, mas com toda certeza era bem diversa. De bengalas doces a balas de caramelos. A loja tinha de tudo. Quem me atendeu foi Alice, doce como tal. Ela me ajudou a escolher. Ao sair, chamei para fora das esferas Swanna, Crustle, Shiinotic e Vulpix. Tinha um doce especial de natal para cada um, incluindo Lopunny e Cleffa.

Todos gostaram muito dos doces que receberam, mas quem mais curtiu foi Cleffa seu docinho cor de rosa. Era, do time, quem mais era apaixonada por essa sabor. Isso me deixou contente a ponto de agarra-la e afofa-la, lhe dando um chamego apertado. Todoroki parecia com ciúmes, mas depois de uma piscadinha, ele sentou aos meus pés e aguardou sua vez, enquanto chupava um pirulito enfeitado. Cleffa comia um biscoito doce todo decoradinho com granulados e cremes feitos para a saúde Pokémon - sem lactose, eu conferi - quando pareceu me agradecer com um sorriso tão iluminado que quase me cegou. Ela tinha acabado de evoluir nos meus braços. Não tinha palavras para completar aquele fenômeno. Estava absorto com aquela lindinha em meus braços quando algo me chamou de volta à realidade.

- Senhor Malik?

Ao levantar o rosto, via algum bem vestido com um sobretudo vermelho, suéter branco e um gorro vermelho de natal. Os sapatos eram próprios para neve, em tom negro e o rosto dele era de alguém saudável com noites bem dormidas.

- Sou Bronx, patrulheiro ranger e também administrador da casa da lareira. Vim para acompanhá-lo ao seu novo casebre. Podemos?

O vento gelado já tinha secado meus olhos, úmidos com o que acabara de viver. Retornei todos, com exceção de Lopunny para a esfera, e fomos seguir o guarda-florestal. O bosque não era tão denso quanto imaginei. Passamos por algumas cabacinhas bonitas, com aspecto de reformada, cada uma diferente da outra, até que Bronx parou em uma área aberta, com mais árvores típicas cercando a propriedade que...

- Sem condições disso ser considerado uma cabana. Não é possível. Vocês estão falando sério? - Perguntei incrédulo, achando que o atendente do hotel era um apresentador de programa de pegadinhas e eu estava numa delas.

- Sim senhor. Ela costumava ser usada por Rangers em momentos de ataque de selvagem ou condições climáticas ruins. Como não temos mais necessidade de manter elas, acabaram se deteriorando, mas nada como uma reforma para deixá-la bela como as que vimos no caminho. É isto, ou aceitar uma das beliches da casa da lareira.

Ele disse aquilo me estendendo um formulário, com um sorrisinho de conquista no rosto. Eles conversaram mas do que o necessário, certeza. Simplesmente arranquei a prancheta da mão dele e assinei, meio abusado com a audácia de me sugerir aquilo.

- Eu faço a droga da reforma. - Entreguei os papéis assinados a ele.

- Ótimo. Retornarei antes de anoitecer para verificar se terá condições de passar a noite na cabana. Boa sorte na empreitada, senhor Malik.

Eu queria dirigir-lhe palavras de desafeto, mas minha educação não permitia.

- Certo. Lopunny! Temos muito o que fazer! Swanna! - Chamei o cisne. - Vamos fazer uma faxina antes de verifica as avarias? Botem tudo pra fora que vou triturar e tacar fogo.

Eu que não entraria dentro da cabana com poeira e possíveis selvagens nem que me pagassem, quanto mais de graça. Portanto destinava essa tarefa as mais fortes da equipe, que se tivessem algum encontro com inquilinos, os colocariam pra correr. Além do mais, as asas de swanna e suas habilidades aquáticas fariam o serviço mais rápido, assim como o corpo fofinho de Lopunny para tirar os excessos.

Enquanto elas traziam restos de mobilias, telhas quebradas, vidros de janelas partidas, A PRÓPRIA PORTA com partes carbonizadas, livros e outros resíduos, chamava Crustle, aproveitando para retirar a Comet Shard que se transformou em algum momento, guardando-a na bolsa para não ser carbonizada com o lixo, e pedi para que ele usasse suas pinças para reduzir o lixo - Use o X-Scissor para fazer picadinho desses materiais, quanto mais quebrado, melhor. - Assim que foi feito, era a vez de Todoroki incendiar o material para reduzir ainda mais o lixo, mas claro que aquilo foi feito dentro de um buraco para que o guardinha não chegasse com uma ordem de despejo, rodeado por pedregulhos. - Vamos cavar um buraco pequeno para tacar essas coisas dentro, depois cercar com Stone Edge e por fim tacar fogo com Incinerate. E assim que carbonizadas, o vulpix usava um vento frio, sob o comando de Icy Wind, para apagar as chamas. Por fim, tapas o buraco com a terra cavada e o excesso de pedras criadas pelo inseto rochoso.

Assim que o problema do lixo foi resolvido, tinham se passado boas duas horas. Estávamos suados e um pouco famintos. Dei-lhes um bom descanso, cada qual em sua esfera, prometendo um bom lanche mais tarde, em agradecimento. A limpeza da casa estava feita, pelo acúmulo de água do lado de fora, que descia as escadinhas, contando três degraus. Ao subir pelas escadas... CRACK!! Uma delas cedeu e quase me fez torcer o pé. Por sorte, saltei e subi na sacada. Com o susto, tive que fazer uma força para retirar aquilo e colocar de lado para descartar e substituir mais tarde. Acabei deixando duas farpas entrarem na minha mão ao fazer força para retirar a tábua do lugar. Já eram duas madeiras substituídas. Ao menos o chão não tinha buracos nem sinal de podridão, e estava limpo e brilhante. Lopunny, por outro lado, estava mais suja que tudo. Ri da situação. Swanna, por outro lado, estava bela como sempre.

- Swanna, lá fora, dê um banho na sua amiga e coloque ela pra secar, por gentileza.

Lopunny não gostou muito da ideia, mas preferia menos ainda ficar suja, então aceitou a máquina de lavar e secar improvisada.

Aproveitei para ver como a cabana estava por dentro. Lopunny e Swanna tinha retirado os elementos móveis, já me fazendo o trabalho de trocar a porta de madeira que estava carbonizada e boa parte da neve acumulada na faxina geral, colocando toda para fora, junto dos destroços, mas encontrei um quarto fechado com neve dentro. Elas não devem ter conferido esse cômodo. Estava louco para deixar aquilo para outro dia, mas queria muito terminar aquela parte da limpeza para depois ficar livre para os remendos e móveis novos... Olhava para trás antes de decidir de fazia isso agora ou deixava para depois. Por enquanto o espaço principal estava bom para passar a noite. Só que quando me encontrava diante da montanha de neve, imaginava ela escorrendo pelos móveis novos ou derretendo de noite e me molhando, fazendo com que eu ficasse doente... DROGA!

Fui procurar um dos vizinhos e peguei uma pá emprestada, tendo que pedir mil perdões pelo incômodo (eles estavam preparando um almoço festivo). Ao retornar, só via os olhinhos das duas que se banhavam, me acompanhando, sem dizer nada, apenas com minha nuvem de estresse pairando sobre a cabeça.

- Quem mandou ser tão metido a rei que não sabe dividir nem um quarto de pousada? Agora aguenta! - reclamei comigo mesmo.

Entrei novamente na cabana e comecei a jogar a neve acumulada pela janela, sem vidro, por sinal. Foi um trabalho pesado. Acho que o maior até hoje, porque até mesmo quando ajudava a retirar os pedregulho de frente das rotas novas, eu tinha mais ajuda do que agora. E de pouquinho em pouquinho, conseguia ver melhor o espaço do quarto. Aos poucos identificava por onde ela tinha entrado. Um buraco no teto, onde deveria estar as telhas. Agora faz sentido os pedaços de cerâmica que foram encontradas no lixo. Foi necessário um pouco mais de esforço até que pudesse enxergar o chão e toda a parte branca tivesse sido arremessada, com força, para longe da casa, e o restante tivesse sido transformado numa poça de água suja, que já estava marrom. Assoviei para Swanna e ela veio para me ajudar a lavar o cômodo, deixando ele com aspecto menos sujo.

Ao final da faxina, peguei o rotom-phone e fiz uma lista das coisas que precisava repor para passar uma noite minimamente confortável. Porta. Vidro de janelas. Telhas novas. Madeiras fortes para substituir a escada da entrada.

- Certo, vamos encomendar essas coisas na cidade e almoçar por lá. Shiinotic, fique de olho e não deixe ninguém invadir!

Retornei todos os outros e fui voando para o centro com Swanna. As compras de natal não poderiam esperar.

MISSÕES ATIVAS
Christmas Coins [1/7]: Experimentou doces típicos!
As Cabanas de Natal: Cabana Deplorável
[2/3] Trocar as madeiras carbonizadas
[2/2] Retirar o excesso de neve no interior da cabana
[0/2] Reconectar os fios elétricos
[0/2] Trocar telhas quebradas
[0/2] Trocar vidros das janelas
[0/1] Desentupir a chaminé

Progressos:

Mandava mensagem para Dracma perguntando se poderia encontrar ela de noite, enquanto Swanna nos levava voando ao centro de Kiloude.

Enquanto aguardava uma resposta, procurei as lojas de materiais de construção e uma loja em específico me atendeu super bem no quesito versatilidade. Lá encontrei todos os recursos, desde a matéria bruta aos acabamentos. Portanto procurei um atendente para me auxiliar, dei a indicação de quantos vidros ele tinha que separar, bem como as medidas. Também passar quantas telhas, e assim ele separou para que eu pudesse levar. Só que quando fui pedir a porta, ele disse que aquelas que estavam na loja eram apenas de mostruário e demoraria até 3 dias úteis para me enviar a que gostei mais... Talvez meu espanto tenha sido bem maior externamente do que em minha cabeça, pois a feição do atendente fez ele se afastar por dois passos.

- Quando? Não, eu preciso disso pra hoje, se não vou dormir no relento e se eu morrer e virar um Gengar, pode ter certeza que venho te assombrar pelo resto da vida!

Para minha sorte, ele também era o gerente da loja, por isso falava de forma mais firme. E desesperada.

- Eeei, calma lá, campeão. Não precisa tanto. A gente pode mandar quando encerrar o expediente. De cinco horas ta chegando lá. É o melhor que consigo fazer.

Meus olhos piscaram em tique nervoso, mas respirei fundo. Era melhor isso que dormir sem porta ou com um tapume improvisado.

- Mande alguém que saiba instalar, por gentileza. Nunca fiz isso na vida!

Acrescentei pregos, martelo, parafusos, cola, silicone e uma tábua nova à lista, ele me fez a notinha de pagamento e quando estava tudo certo, me liberou.

No caminho de volta, recebi uma mensagem de Dracma dizendo que me aguardaria por volta das seis da noite de frente ao café natalino, da vila natalina. Talvez não fosse tão difícil encontrar o lugar, só queria ver como daria conta do moço da instalação da porta a tempo... Já de frente pra cabana, Shiinotic passava o relatório de que algum selvagem estava rondando o território, mas não apresentou nenhuma postura ofensiva. Bom, mas preocupante. Retornei o fungo e Swanna me ajudou a descarregar as compras.

- Vamos começar? - Perguntei, olhando com um sorriso esperançoso apenas para ela.

Peguei uma carona e fui para o telhado com as telhas novas. A coloração era mais vívida que as antigas, que, aliás, também precisavam de uma atenção especial, mas ou eu arrumava o buraco para passar a noite, ou eu limpava telhas e calha. Infelizmente a beleza e a manutenção ficariam para uma próxima vez. Havia algo mais urgente para ser feito. Além do mais, se molhasse o exterior agora, não teria como instalar a cerâmica nova. Portanto, votei pelo básico. Swanna me ajudava segurando os acessórios, enquanto eu procurava encaixar a primeira das telhas em um buraco que parecia ser o cômodo do centro. Já podia imaginar um sono quentinho aos pés da lareira acesa, como nos filmes de natal. Passei um pouco da cola e selei com silicone para que a chuva não estragasse meu natal. Fiquei segurando por alguns segundos até sentir fixar e então partia para o próximo.

- Me dá uma asinha? - pedi ajuda.

Estava com muito medo de escorregar e quebrar uma perna. Como iria me apresentar em Dewford sem poder dançar? Ainda mais em um Hall de Luta, onde minha única ideia era usar e explorar o corpo? NÃO! Definitivamente não iria abusar da sorte. Swanna me socorreu e carregou-me planando até o outro lado, dando para o quartinho que também estava com um buraco no teto. Fiz uma limpeza básica com as mãos, retirando folhas velhas e restinho de gelo preso para então fixar a peça no local correto com a cola. Segurei mais alguns segundos e coloquei o silicone para vedar. Esperei mais um pouco e dei umas batidinhas para conferir se estava presa o suficiente para me fazer descer de lá na certeza de que não teria surpresas se chovesse ou nevasse. Perfeito!

- Querida, agora o teste derradeiro. EU vou descer e você vai fazer um vento forte para ver se as telhas novas aguentam e se mais alguma precisa ser substituída.

Ela fazia que entendia, me ajudando a chegar no solo com segurança e batendo as asas usando Tailwind. As telhas vibraram, balançaram, inclusive as novas... mas ficaram firmes, fixas e belas em seus lugares!

- Perfeito! Muito obrigado, meu bem. Já pode descansar. Agora os vidros!

Após retornar a bailarina para sua devida esfera, retirei as placas de vidro para substituir as quebradas e fui para dentro da casa. Lá, as duas janelas tinham um quadrado cada faltando. Ao invés de substituir a janela inteira, era mais fácil substituir os vidros, por isso levei foto do tipo e consegui a espessura certa para tocar. Fui substituir a lateral direita primeiro e tomei muito cuidado na retirada das canetas... ao menos eu acho que é esse o nome do filete de madeira fininho que prende o vidro na janela. Limpei a poeira acumulada, assoprando bem, mas precisava de uma atenção maior. Fui mexer nas minhas coisas e peguei uma camiseta mais antiga que poderia fazer de trapo e tirei melhor a sujeira com ela, passando o pano não apenas naquele cantinho que estava acumulado, mas no restante dela toda. Depois disso apenas coloquei um pouco do silicone e fixei o vidro na janela de madeira. Aguardei alguns minutinhos cantando uma música de natal e Todo surgia de sua pokébola para cantar comigo. Ele me fazia rir de vez em quando. Depois de duas músicas, soltei o material transparente e voltei a colocar a canaleta, terminando a primeira troca do vidro.

Arrumei o material de um lado e fui para o outro. Todoroki me ajudou carregando o silicone e o paninho - que antes era a camiseta com uma banda nela, que comprei numa noite em Spikemuth - e assim que chegou do outro lado, depositou ao lado da sacola com outros itens de finalização, ou acabamentos. Fazia o mesmo com esse lado da janela, com exceção de que agora tinham ainda alguns cacos de vidro presos no espaço semi-vazio. Retirei com cuidado para não me cortar e as coloquei em uma sacola plástica para realizar o descarte correto na sequência. A limpeza foi feita como a outra e a instalação da mesma forma. Com calma e cuidado, apliquei uma generosa quantia de silicone, fixei a chapa de vidro e aguardei o tempo de mais duas músicas, vendo Todo dançar enquanto cantarolara cantigas antigas de natal.

Logo estava pronta. Janelas, OK. Teto, OK. Porta...? Não okay... Ainda eram três e tantas. Não dava para culpar o cara da loja se ele poderia me ajudar apenas mais tarde... Resolvi me adiantar e tomar um banho. Separei meu kit de limpeza, algumas roupas quentinhas, me despi e quando coloquei no quente para me limpar a água queimou minha pele de TÃO FRIA que estava! O grito agudo que eu dei assustou até o vulpix que saiu correndo do banheiro como se tivesse tomado um choque.

Sai correndo e me tremendo do banho, indo conferir a caixa de energia e percebia que tinha algo errado. DROGA! Mais coisa pra concertar? Respirei fundo e pedi pro rotom-phone ligar para um eletricista. Em meia hora ele chegaria... Ok. Ok. Teria que aguardar.

Todo tinha sumido, mas o avistei, tremendo perto da lareira. Não era frio, pela ausência da porta, afinal, ele era do tipo Ice e Fire. Estava com medo pelo meu grito. Esqueci que ele tem essa natureza tímida e medrosa. Já passamos por tanto que nem parece mais que ainda é assim.

"Era Rodolfo a rena" - comecei a cantar com voz mansa.
"Que tinha o nariz
vermelho como tomate
igual ao do Herói"

Já tinha atenção de Todoroki. Sorria para ele, esperando que se aproximasse.

"Todos seus coleguinhas
Riam sem parar
Do nariz tão vermelho
que parecia brilhar"

Fazia palhaçadas para que ele se alegrasse e confiasse em mim. A bobeira o conquistou e veio brincar. Eu gargalhei e continuei:

"e o Natal chegou
veio o Papai Noel"

Brinquei fazendo a barrigona do Noel, andando para lá e para cá, para depois apontar para Todo e continuar:

"o Rodolfo ele escolheu
pelo seu nariz legal"

Então o abracei, tomando no colo o lupino, afofando-o, porque era sua vez. A música na versão original se repetia e ficava mais acelerada, então continuei do início, agora rodopiando com Todo nos braços, como se fosse uma valsa. Ele estava curtindo e parecia cantar comigo. Aquele momento me enchia de esperança. Como o mundo poderia ser cruel com criaturinhas tão mágicas e cheias de amor incondicional assim ao seu lado? Ainda não compreendia a humanidade e seus desejos. Talvez nunca compreendesse. Só sabia que aquele momento ficaria marcado na minha memória como o lembrete de nunca mudar minha natureza gentil, mesmo quando o mundo quiser me dominar.

MISSÕES ATIVAS
Christmas Coins [2/7]: Outros: Cantar músicas natalinas com aqueles que ama
As Cabanas de Natal: Cabana Melhorada
[2/3] Trocar as madeiras carbonizadas
[2/2] Retirar o excesso de neve no interior da cabana
[0/2] Reconectar os fios elétricos
[2/2] Trocar telhas quebradas
[2/2] Trocar vidros das janelas
[0/1] Desentupir a chaminé

Progressos:

Uma vez um seguidor perguntou se eu era do tipo de magnata que usava meus recursos financeiros para facilitar minha jornada ou se era um aventureiro raiz. Não entendi a pergunta e contratei uma equipe de mídia para me assessorar. Agora tem alguns jovens cuidando das minhas redes sociais em Spikemuth enquanto apenas faço os conteúdos. Isso provavelmente vai explicar o motivo de eu ter contratado um eletricista para cuidar da parte elétrica ao invés de ter assistido um vídeo de DIY e acabar explodindo o único transformador que devia ter em quilômetros. Eu não precisava que meus novos vizinhos de temporada me odiassem pelos próximos 50 natais que vierem.

Enquanto ele não chegava, Vulpix queria brincar. Como meu banho estava adiado até termos água quente, não tinha mais o que fazer, então talvez um exercício fosse me aquecer. Acontece que Todoroki queria brincar de que? Boneco de neve! Quase podia ouvi-lo cantando: VOCÊ QUER BRINCAR NA NEVE? UM BONECO QUER FAZER??? Meu bumbum gelado cancelava aquela brincadeira antes mesmo de começar. Sem condições de deitar no gelo e ficar puxando trenó! Quem sabe outra hora. A única coisa relativamente ok para se fazer agora era montar bonecos. Deixa eu explicar. Não nevava em Massai. Já tinha visto neve antes, mas era suja e parecia terra. Aquela era fofa e tinha a mesma presença daquela vista nos filmes. Deu vontade de brincar mesmo. Mas só 1 boneco!

- Ta bom, Todo, vamos fazer isso, mas com uma condição... Tem que ser o boneco de neve mais lindo desse mundoooo! - falei como se fosse um personagem de desenho animado e ri no final da minha própria bobeira.

Começamos pela base, rolando uma montanha de neve em formado circular. Assim... chamar aquilo de redondo era uma ofensa bem grave para as formas geométricas, mas foi a tentativa que um jovem desajeitada e uma raposinha meio quente, meio fria, conseguiram. Todo parecia contente com a brincadeira. Eu achava fofo e até bem único ter um boneco de neve em frente à cabana, no natal. Um clichê para recordar.

- Agora precisamos de um punhado menor! - Disse, já procurando mais neve limpa para arrumar a bolinha.

Buscamos e acumulamos uma boa quantidade e até que a forma dessa segunda ficou mais parecida com uma bola de basquete que a outra. Dei um sorriso ao perceber que estava no caminho certo. Depois que a bolota branca estava feita, foi levantar e colocar no topo da maior sem quebrar. Foi então que senti o gelo na barriga e tremi como se levasse uma descarga elétrica. No entanto, não soltei a segunda parte. Fui firme e continuei levantando e a depositei em seu devido lugar. Todoroki saltitou de alegria.

- Ainda falta a parte crucial, Todo. A cabeça!

Agauchei perto dele e formamos juntos uma bolota menor.

- Busca um galho engraçado pra gente fazer de nariz - pedi.

Enquanto ele entrava nessa jornada sozinho, eu ia colocando a último bola no topo para simular a cabeça e ao me afastar pensei em algo para os olhos. Carvão! Fui para dentro da cabana e encontrei alguns pedaços debaixo da lareira. Foi então que percebi como estava suja e precisaria de uma limpeza na chaminé. Mais trabalho... Retornei ao lado de fora e Todo vinha com um pedaço de madeira fina retorcida na boca. Fui ajudá-lo e o peguei no colo para colocar o "nariz" bem no meio da bolota da cabeça, enquanto eu colocava os olhos pretinhos.

- Com licença, é a cabana do senhor Malik?! - uma voz por detrás chamou.

Nos assustamos, pois o homem baixinho de uniforme que surgia sem ser anunciado interrompeu nosso momento. Que bom que tínhamos finalizado.

- Pois não? Sou eu, Ali Malik. - Respondi, colocando Todo no chão, que corria para dentro do chalé.

- Sou o eletricista que contratou. Qual o problema?!

- Toda vez que penso estar mais próximo de deixar essa cabana em bom estado, ela simplesmente me surpreende de uma forma a me fazer arrepender de tê-la pegado para arrumar, esse é o problema! - Reclamei, nitidamente não tendo sido essa a pergunta. O eletricista me encarava como quem não tinha resposta para aquilo. - Fui tomar banho e percebi que a energia estava desligada. Quando fui ver o quadro de energia, senti cheio de coisa pode e vi alguns fios desencapados. Pode consertar?

- É para isso que estou aqui! - Ele respondeu, aguardando que o guiasse até o local do serviço.

O convidei para entrar e lá mostrei a caixa com o disjuntor. O rapaz conferiu e concordou com minha análise prévia. "Tem razão" - Ele disse. - "Deve ter havido algum curto que estourou alguns fios." Era possível ver isso pela divisão dos que estavam soltos no quadro de energia. Ele ainda afirmava que precisaria trocar aquele disjuntor, pois poderia estar comprometido e vir a explodir novamente. Pediu-me licença para começar a troca. Retirou os fios que ainda estavam conectados a ela e então substituiu por um novo. Inseriu positivos, negativos, terra e então, com a energia ainda desligada, pediu para fazer uma vistoria nas tomadas e outros pontos de energia. Eu ainda não tinha tanta familiaridade com a cabana. Apesar de ser pequena e não ter muito o que ver, era necessário, sei lá, mais que um dia para decorar todos os pontos do chalé. Apesar disso me esforcei e tentei seguir com o técnico pelas tomadas à vista. Percorremos os principais pontos de energia e quando entramos no banheiro, ele chegou no chuveiro, que era elétrico, e fez um "AHÁ" típico de quem encontrava o que buscava. Ele mostrou um fio solto.

- Ta vendo isso daqui?! - Ele mostrou dois fios soltos, um dentro da tampa e outro fora, que levava para dentro de uma caixa na parede. - Provavelmente foi a causa do curto. Banhos quentes são ótimos, principalmente nessa época do ano, o que todo mundo esquece é que uma casa muito tempo fechada pode gerar esse tipo de problema quando se é exigido demais, assim, do nada.

Minha reação de espanto deve tê-lo preocupado. Já estava imaginando que tinha sido minha culpa por querer ficar cheiroso sem ficar me tremendo de frio.

- Ah, não se preocupe, não foi de hoje. Se fosse, estaria com cheiro forte de borracha queimada. Deve ter sido da última pessoa que passou por aqui. Não deve ter se dado conta ou ter ligado para essa questão. É muito comum ter que fazer esse tipo de manutenção anual, porque muitos Rangers aparecem apenas uma ou duas vezes por ano para passar poucos dias. E quando aparecem, a menor preocupação deles é com as condições da casa. Só querem um teto para se abrigar e dormir. - Comentou ele.

Balancei a cabeça, só querendo tomar meu banho. Ele finalizou de ligar os fios no lugar certo e me pediu para ligar o disjuntor agora. Fui e acionei a chave. Ao retornar ele explicou que tinha trocado a resistência por mim. Abriu o chuveiro na água gelada primeiro e quando passou uns dois minutos escorrendo água, ele passou para o quente e a energia não pipocou. Graças aos Ancestrais! Tudo em paz.

- Muito obrigado. Saltou minha noite. Não sei se conseguiria tomar um banho tão gelado pra sair no frio ainda hoje. - Agradecia, antes dele partir.

O homem arrumou todos os seus materiais, que mais envolviam fitas isolantes e chaves testes, e foi-se embora, depois de me dar um papel para assinar e uma cópia da ordem de serviço.

Agora era só esperar minha porta... E finalizar a limpeza da bendita chaminé.

Já estava planejando tomar meu banho quando o eletricista foi-se embora, mas aquela lareira com a chaminé preta estava me incomodando. Seria muito confortável tomar um chocolate quente com a lareira acesa ao anoitecer, principalmente pela ausência de móveis na cabana, que deixariam o espaço ainda mais frio. O aquecedor era parte primordial. Olhei para o relógio e logo o rapaz da construtora chegaria com minha porta para fazer a instalação da minha tão esperada porta. Tudo bem recebê-lo um pouco sujo, já que estávamos nesse processo de manutenção.

- Ufff... Tudo para não dividir uma beliche com estranhos que não sabem o valor de um cosmético de pele - lembrei a mim mesmo em voz alta para gerar motivação.

Fui procurar os utensílios de limpeza que recém adquiri, isto porque o chalé detinha um espaço de armazenamento para esse tipo de material, mas portava apenas um treco de puxar folhas do quintal. NEM TINHA FOLHAS NESSA ESTAÇÃO DO ANO!!! Então com balde, pano, produtos e um cabo extensor, fui fazendo o possível para futucar o buraco da chaminé, e retirar a fuligem acumulada. Caiu tanta coisa preta que me arrependi de não ter contratado alguém.

- BLEH - disse entre tossidas. - Deveria ter pedido pra minha Lopunny fazer isso. Ela caberia direitinho.

Agora que já estava lá, iria terminar. O excesso de sujeira foi para uma sacola e o acúmulo nas lajotas era removido com o pano, que de branco já estava acizentado, mesmo com lavagens e produtos. E era um esforço de remover e remover. Remover das lajotas e remover do pano. Limpar para manter limpo. Se não fizesse essa dupla limpeza, do tijolo do interior da chaminé e do pano com os acúmulos de fuligem, era o mesmo que engraxar ela por dentro. Só espalharia a sujeira. Ao menos era o que achava. E esse serviço durou tanto tempo que nem notei o caminhão do lado de fora da cabana. Apenas quando gritaram meu nome fui perceber que era minha entrega. Como estava quase finalizado, larguei as coisas e fui receber.

- Encomenda de uma porta de madeira para Malik Ali.

- Sou eu. Aqui - peguei os papéis para assinar e os devolvi, pegando minha via. - [color=#cc99ff]Pedi ao gerente que me ajudasse na instalação. Nunca fiz isso sozinho e não posso dormir sem ela se não.../color]

Olhava por cima do ombros do empregado da loja e apontava para lá.

- Se não, AQUELE senhor não vai deixar eu dormir na minha cabana hoje.

O ranger, também administrador da Casa da Lareira, se aproximava, conferindo as melhorias que fiz na cabana. A julgar pelo olhar esbugalhado e o assobio que fez, estava impressionado.

- Uau. Senhor Malik, estou assustado. Digo, surpreso que realmente deu conta da reforma em tão pouco tempo. Mas... O que aconteceu com a porta? - Ele apontava com a prancheta em mãos.

Olhava para o homem da empreiteira e então fazia uma ênfase.

- Estamos substituindo ela agora mesmo. Minha porta estava carbonizada, sem condições de permanecer no lugar e promover segurança, mas encontrei o pessoal certo pra fazer a instalação de uma nova. Vamos?

Tudo bem, meu olhar agora era suplicante. O rapaz fazia que sim e então os dois trocavam sorrisinhos de pessoas que já se conheciam, mas estavam fingindo que não. Eu conhecia aquele jogo. Preferi não comentar. Me movi para ajudar a descer com o material e perguntei ao ranger - Vai ficar só olhando? - Fui rude? Talvez, mas ele não queria parecer imprestável na frente do colega, que quase deu uma gargalhada.

Deixamos a porta no lugar e ele separou as dobradiças, maçanetas e afins. Era um trabalho que não exigia minha presença.

- Vou terminar de limpar minha chaminé pela parte de cima. Qualquer coisa me avisem. - Disse.

Deixei-os lá e voltei pra minha limpeza. Já estava quase no fim, mas a noite se aproximava e queria finalizar isso ao mesmo tempo que os últimos detalhes necessários para receber o aval daquele homem. Portanto peguei o extensor e mesmo sem jeito, mas com cuidado, fiz a limpeza da parte de cima como pude. O pano quase não existe mais. Tenho que jogá-lo no lixo com o excesso de fuligem.

Ao retornar para a instalação da porta, eles estavam a finalizando. Foi rápido com os instrumentos certos. Eu demoraria mais de duas horas, de certeza. Como o rapaz estava acostumado, ele separou o que era necessário e foi fazendo tudo em uma ordem que só ele sabia explicar. Fez o teste da transa pelo lado de dentro e ao finalizar me convidou para conferir o serviço. Fiz o mesmo, fui para dentro e me tranquei. Abria com a chave e repetir o serviço do lado de fora.

- Perfeito. Estamos liberados, então?

A pergunta era para o Ranger. Só os liberaria quando eu fosse liberado...

Ele olhou para mim, olhou para o colega com um risinho frouxo, verificou a casa, e por fim disse:

- Só está faltando uma coisa - ele comentou.

Estava para pegar minha lança e expulsar ele da minha propriedade quando tirou o cachecol que usava e colocou no boneco que eu e Todoroki fizemos, dizendo:

- Isso. Agora sim está tudo liberado. - A cara lisa dele me fez sentir tanta coisa que preferi rir para não ser preso. - Caso queria melhoria nos registros, passe amanhã na casa da lareira para conversarmos.

Fiz que sim, mas para irem embora e me permitirem descansar que qualquer outra coisa. Depois veria essas questões burocráticas. Ainda tinha um encontro e estava quase na hora.

MISSÕES ATIVAS
Christmas Coins [3/7]: Construção de Bonecos de Neve
As Cabanas de Natal: Cabana Melhorada
[3/3] Trocar as madeiras carbonizadas
[2/2] Retirar o excesso de neve no interior da cabana
[2/2] Reconectar os fios elétricos
[2/2] Trocar telhas quebradas
[2/2] Trocar vidros das janelas
[1/1] Desentupir a chaminé

Progressos:

Depois do meu merecido banho, tudo o que eu queria agora era deitar e só acordar amanhã. Só tinha um problema. Esqueci de encomendar os móveis...

- Ta. A próxima viagem que eu fizer, meu assistente tem que estar comigo, obrigatoriamente. Mas que droga! - reclamei sozinho.

Ao menos estava limpo e cheiroso. Na minha mala, avistava alguns modelos prontos, mas decidia montar algo novo. O clima da Vila de Natal pedia isso. Só não iria andar por ai com um gorro vermelho e uma bolinha branca na ponta. Isso é cringe! Abri uma live para um GRWM (Get Ready With Me, ou Arrume-se Comigo) e comecei pela calça de camurça vinho que comprei durante viagem à Spikemuth, próximo do Concert Hall, quando desafiei Beyoncé da primeira vez. Contava essa história para os fans online e eles comentavam querendo saber o nome da loja, mas como não era publi, não iria dizer. Depois mostrei um suéter de lã branco que foi presente de Santalune. Eles sempre foram muito gentis comigo e aquela peça era especial. Por fim um sobretudo negro que comprei na vinda para Kiloude, sabendo que era frio e que necessitaria de acessórios quentinhos. Nos pés, coturno piano black próprio para neve com meias brancas para combinar com a neve que se acumularia na parte de cima do sapato. Arrumava as madeixas de cabelo todas para trás e colocava um gorro branco para proteger as orelhas.

- Sei que vocês gostam de me ver cheio de joias, mas hoje pretendo me misturar. Então por isso também não vamos exagerar em nada.

Dito isso, sentava e começava a fazer uma maquiagem básica jogando um bronzer em pontos estratégicos no rosto para dar uma sensação de que há algumas horas atrás estive na praia, corretivo para apagar as manchinhas de pele e olheiras, de forma bem leve, esfumando bem e iluminação no rosto, apenas para acentuar minha beleza. Mandava um recadinho curto para os seguidores online no espírito natalino e desligava a transmissão.

- Iai Todo, gostou do meu look natalino? - Perguntei, já pronto.

Todoroki, que estava na porta, começou a ficar agitado. E não era pela minha produção.

- O que foi bebê? - questionei, indo guardar as coisas de beleza.

Abri a porta e ele passou correndo por entre minhas pernas. Estava para gritar seu nome outra vez, mas percebi do que se tratava. Havia uma criatura do lado de fora da cabana, entregando... presentes? Apontei o app da dex e vi que era um Delibird.

Delibird

Spoiler:

- Então era esse o Pokémon que Shiinotic avistou querendo invadir nossa nova casa? Pois bem, vamos dar um jeito nele. Todo, will-o-wisp e incinerate!

O vulpix gêmeo assentiu e usou as labaredas vivas para causar uma queimadura no pássaro que tacava presentes como se fossem bombas. Assim que ferido e queimado, ele ficou com raiva, mirando uma sequência de presentes REALMENTE explosivos no vulpix neném. Aquilo doeu, sei que sim. Apesar disso, minha raposinha se recuperou e incinerou o pássaro, contudo, não foi o bastante para deixar o Delibird nem de longe tão fraco quanto imaginei. Muito pelo contrário... Era o Vulpix quem estava a ponto de desmaiar.

log 1:

Quando vi que o pássaro estava dando mais uma volta para desferir outro movimento normal no meu gêmeo, substitui ele por Lopunny, que levou o presente numa boa, já que era meio fantasma e evadia com perfeição movimentos normais.

- Thunder Punch! - comandei para acabar logo com aquilo.

O voador ficou abismado. Como podia o presente dele não surtir efeito? Enquanto ele ficava confuso com a informação, Lopunny saltava entra as árvores e chagava tão próximo dele, num espaço de tempo tão pequeno que o assustou. O punho carregado de energia super efetiva contra seu tipo o espantou. E o golpe? Ah, o explodiu! Delibird foi nocauteado.

log 2:

Não queria capturar o Delibird, mas o item que ele carregava muito me interessava, então peguei a Snowball para mim.

Estava com pena de Vulpix. Eu poderia cuidar dele sozinho, mas os danos foram graves. Preferia trancar tudo e ir ao centro Pokémon, já que estava para sair mesmo.

- Querida, pegue minha bolsa e tranque a porta por favor. Vamos sair! - Pedi para Lopunny enquanto eu terminava de pegar o item do nocauteado, encontrando ainda algumas árvores frutíferas que deixaram frutos cair no meio da batalha.

Logo ela retornava e poderíamos ir. Já estava escurecendo e a mata do bosque ia ficando mais... estranha. Era como se a atmosfera da manhã fosse perdendo o encantamento e desse lugar ao perigo das sombras. Uma sensação estranha tomava conta de mim. O medo me fez chamar mais uma para caminhar ao meu lado. Lilligant surgia e com suas chamas místicas iluminava nosso caminho. Eu estava com muita saudades dela, ainda teríamos a noite para colocar os assuntos em dia, mas aquele não era o momento. Me sentia vigiado. Lopunny também sentia algo. Então avistei olhos vermelhos passando de forma depressa pela esquerda antes de um muro se colocar em nosso caminho.

"RAAAAAW" - O BARULHO QUE FEZ AO SURGIR DIANTE DE NÓS.

- UAAAA! O QUE É ISSO? - questionei, caindo pra trás no processo.

O rotom phone o identificou como Beartic e sugeriu fugir. Ignorei por completo a sugestão. Eu não era um daqueles Rangers que se escondiam em cabanas em ataques de selvagens fortes demais.
Beartic

Spoiler:

- Minha dama, vamos mostrar para esse urso e todos os outros dos arredores que não somos visitantes qualquer. Magical Flaming Leaves

O urso branco vinha para cima com suas presas brilhando em azul quando Lilligant invocou um portal de fogo e fez suas chamas flamejantes atingi-lo com perfeição, dando-lhe um dando excepcional. Contudo, a violência não o parou. Com as presas de gelo, gravou nas folhas da minha inicial e a fez Lilligant gelar. Por sorte não a congelou.

- Aproveite que ele está perto e exploda Mystical Fire!

A bruxa invocou então um portal por detrás do urso que o queimou a queima-roupa, fazendo com que o dano fosse o suficiente para o nocaute.

log 1:

Joguei uma greatball. Diferente do Delibird, aquilo era um perigo pairando por ai. A captura foi realizada, mas agora mais que nunca precisava correr para o CP e recuperar mais do que um Pokémon.

MISSÕES ATIVAS
Christmas Coins [4/7]: Montar Look de Natal
Transform Battery [02/50]: Evento contra selvagem - 1 Ponto; Evento contra NPC - 2 Pontos; Vitória em Raid - 5 Pontos; Boss de PV - 5 Pontos.
CONTAGENS:
S. Garbodor - EXP. Candy XS [1/3]

Progressos:

Procurei me camuflar entre os turistas, mas aparentemente eu ainda me destacava por ser um homem negro, alto e bem vestido no meio de um monte de gente baixa e branca. Sem contar no mal gosto para suéteres. Arceus não teve dó. Independente disso e dos atrasos provenientes da remodelação da cabana em estado deplorável que me arrumaram para passar a noite, tinha finalmente encontrado o tal café do qual Dracma estava me aguardando. Aquele encontro estava me causando uma séria crise de ansiedade. Não sabia o que esperar. Fora os capangas fuleiros que vencia em no máximo dois turnos, nunca havia encontrado outro Imperium de patente alta. Eu era o único que conhecia e isso tinha acontecido pouco mais de uma semana atrás.

Ao entrar no café, era impossível não reconhecer sua persona, mesmo nunca tendo a encontrado ou visto foto. Dracma era uma mulher que emanava uma presença e atraia os olhares dos curiosos, principalmente homens. Ela estava sozinha em uma mesa próximo da janela.

- Senhorita Dracma?!

Ela erguia os olhos do celular lentamente, avaliando a quem deveria responder.

Ela usava o cabelo verde trançado em uma grande mecha estilo Elsa, na frente do corpo pelo ombro esquerdo. As roupas eram bem modestas como se a intenção fosse se misturar. "Grandes mentes pensam iguais" - lembro de ter ouvido uma vez. Tons neutros em bege e marrom. Quando a chamei pelo nome, ela voltou a olhar o telefone, então o guardou.

- Está atrasado. - A voz era fria e tinha um pouco de irritação. Sua expressão era de descontentamento e ela parecia prestes a se levantar e ir embora. Eu estava para abrir a boca para me defender quando sua feição muda e ela da uma risadinha meiga. - hihihi É brincadeira, seu bobo. Sente-se! Também acabei de chegar. Achei que seria engraçado já que somos ambos empresários e muito ocupados.

Ela dizia aquilo como se fôssemos amigos a muito tempo. Quer dizer... como se fossemos AMIGOS. Balancei a cabeça e procurei me sentar.

- Desculpe meu atraso de todo modo. Não tinham mais hotéis disponíveis nessa época do ano e não tenho costume em... dividir quartos. Deram-me a opção de reformar uma cabana, só não disseram que estava em um estado lastimável e que se eu não finalizasse uma reforma básica ainda hoje, não seria autorizado a passar a noite lá, tendo que dividir um quarto de todo modo.

- Nossa. Isso parece um problemão. - Ela disse, mostrando nítido interesse com os cotovelos apoiados na mesa e o rosto sobre as mãos.

Meu rosto ficou quente.

- Sei que parece fútil, mas é o mínimo que exijo em minha jornada. Um quarto privativo no melhor hotel da cidade. Eu evito parar no meio de rotas justamente por odiar o desconforto que acampar e a insegurança promovem. Enfim, fiquei organizando essa reforma e acabei esquecendo os móveis.

- Entendi. Não precisa se explicar. Cada um de nós tem a sua história. - Ela disse, de forma bem gentil. - Ainda bem que marcamos de fazer compras!

Assenti, um pouco envergonhado. Ela era uma mulher linda e aparentemente amável. Não sabia se acreditava naquela primeira impressão, mas também não queria sentir que estava sendo enganado. Eu mesmo não tinha uma índole ruim. Essa fama de criminoso não combina comigo. Imaginava que tão pouco a ela.

Dois chocolates quentes, para viagem chegaram, Dracma pagou por mim e estava de pé, se dirigindo à porta, aguardando minha companhia. Já do lado de fora do café, ela disse, sem contato visual:

- Tenho que admitir. Não sabia se entraria Ila ou Ali, visto a nossa... relação.

Não sabia o que dizer. Ila Kilam era um alter-ego um tanto quanto peculiar. Além da mudança de gênero ela era menos inocente e mais impositiva. A líder que meu pai desejara como primogênito.

- Performar o masculino o tempo inteiro sempre me cansou. Ainda estou me acostumando com a assumir uma persona feminina. Não é como se me sentisse assim todos os dias como Ali. Sempre estive entre um e outro, mas depois de uma experiência no Carnaval de Alto Mare, ela simplesmente... nasceu. Não sei explicar muito bem, apenas tem dias que me sinto mais Ali e dias que me sinto mais Ila.

Ela assentia conforme eu falava.

O chocolate acabou e ela me puxou para patinar no gelo, com tanta empolgação que não tive como dizer não. Alugamos os patins e, de mãos dadas, pois nunca tinha feito isso, fomos juntos patinar no lago gelado que a vila natalina tinha a nos oferecer. Não havia muitas pessoas próximas a nós, apesar das luzes estarem lindas decorando a vila e uma canção no clima festivo estar tocando em algum auto-falante no alto de um poste de energia. Algumas poucas crianças se divertiam, correndo pelo gelo em seus mini patins e outros casais brincavam, patinando de mãos dadas. Fique com vergonha de pensarem que estávamos em um encontro. Enquanto pensava assim, Dracma interrompia meus pensamentos com uma fala que me pegara de surpresa.

- Fiquei sabendo que Ila devorou um homem, antes de virar administradora. - Ela ria do boato.

Quase me desequilibrei e cai no chão. Dracma provavelmente não era do tipo que acreditava em tudo que ouvida, mas estava nitidamente curiosa para saber de onde aquilo saiu. Ao invés de perguntar, ela induzia o outro a falar, sem a necessidade de questionar. E com seu jeito meigo, quase não percebia a sutileza. Como não era algo do que tinha vergonha, foi a fama que Ila Kilam decidiu construir, revelava a ela esse "segredo", pois tinha história por trás.

Tentei me equilibrar melhor, usando minha espertize em dança e nas passarelas para controlar as pernas no gelo e comecei a falar:

- Eu sei que parece bobo, mas tinha que impor respeito ao capangas que estavam me desafiando, questionando minha autoridade por começar como executivo sem ter provado nada a ninguém. Por acaso um policial apareceu na base e me deu a oportunidade que precisava.

Ela assentiu.

- Então você devorou o homem! - Ela insistiu, querendo saber de onde surgiu isso.

Eu ri.

- Meu Shiinotic tinha acabado de evoluir e eles são conhecidos por serem plantas carnívoras que quando pegam uma presa, as dissolvem em seu ácido, ou algo do gênero. Eu coloquei o cara dentro do Shiinotic e disse que o próximo a me desafiar teria o mesmo destino. - Ela ficou surpresa, arregalando os olhos, mas não apavorada ou com medo. - Claro, depois que foram embora, liberei ele e o mandei para Colress. Não sou um assassino. Mas foi assim que consegui minha promoção logo na primeira semana.

Ela ficou surpresa, mas assentia.

O gelo de repente não parecia mais tão desafiador. Eram poucos os momentos em que eu vacilava. Era mais quando alguém chegava muito perto e me fazia sentir inseguro de bater e machucar alguém. No entanto, durante todo esse tempo, Dracma esteve segurando minha mão.

- Dracma - disse seu nome com um pesar na voz. Ela me olhou com curiosidade e afeto ao mesmo tempo. Ela não parecia muito mais velha, mas já era uma jovem adulta. - Por que aceitou fazer parte disso?

No mesmo instante ela soltou minha mão e sentia a distância pela primeira vez. Me desequilibrei e tive que fazer muita força para não cair. Eu tinha entrado num campo perigoso sem saber pela primeira vez em nosso encontro ela ficou sem expressão, de verdade. Todavia, em seu olhar havia mágoa e uma pontinha de... esperança?

- Acho que todos temos nossos motivos pessoais e mesquinhos, até mesmo fúteis, para fazer coisas que nunca faríamos se tivéssemos outra escolha. Eles sempre dizem que há outra opção, mas na verdade isso envolve matar ou morrer, e, bem como você disse, também não sou uma assassina.

Aquilo era tão vago, mas tinha muita verdade em sua voz. Era até triste.

- Estão te chantageando? - deduzi.

Ela se virou em um sorriso inesperado.

- Não precisa se preocupar comigo. De onde eu venho, é tudo uma troca. É assim que nosso mundo funciona. Como num jogo de interesses. Você vai descobrir. É nesse momento e consigo mesmo que vai precisar se preocupar. Ninguém oferece nada de graça nesse mundo. Principalmente no lugar onde estamos.

Assenti, pedindo desculpas por entrar naquele assunto. Eu tinha noção do que ela dizia e até o momento não tinha sido cobrado. Apenas estava realizando algumas movimentações e mandando relatórios. Nunca chegara uma missão que pedisse minha colaboração direta, mas já imaginei que um dia viriam cobrar, usando meu status e posição social em favor da sociedade.

Dracma estava observando demais as crianças que estava brincando e isso me vez observar elas também. A maioria estava patinando no gelo, rindo e dando uns gritos uns com os outros, mas havia um em específico que estava quietinha na beira do lago, abraçado aos joelhos, sem poder brincar. Ficava pensativo e percebia que ele não tinha como brincar, justamente por ser o único sem o equipamento da brincadeira. Os patins.

Pedi um momento e fui deslizando até a beira do lago, onde estava aquela criança solitária e quando me aproximei, abaixei na sua altura e lhe entreguei alguns itens dizendo:

- Essas coisas parecem bobas, mas se conseguir vender vai poder comprar o melhor patins que existe na cidade e ainda comprar um presente de natal pra alguém que você gosta muito.

Eram coisas bobas para mim. Acumulei tantos itens que não tinha interesse de usar em jornada e outros que eram facilmente substituídos por dinheiro que fariam mais bem a uma criança triste que aos meus poucos interesses. Pois então deixei a criança sozinha, com seus pensamentos e voltei patinando até Dracma que estava de pé sem reação.

- O que foi isso? - Ela questionou ainda sem entender.

- Apenas dando de graça pelo espírito natalino.

Pude ver um sorriso bobo se formando em seu rosto, seguidos de uma revirada de olhos e um balançar de cabeça.

- Você é realmente cheio de surpresas, não é mesmo, Prince Ali? - Ela disse entre um sorriso bobo e segurando meu braço para voltar a patinar.

MISSÕES ATIVAS
Christmas Coins [5/7]: Patinagem no Lago
Espírito Natalino! [1/3]
Transform Battery [02/50]: Evento contra selvagem - 1 Ponto; Evento contra NPC - 2 Pontos; Vitória em Raid - 5 Pontos; Boss de PV - 5 Pontos.
CONTAGENS:
S. Garbodor - EXP. Candy XS [2/3]

Progressos:

Dracma era divertida. Gostava muito de fazer comprar e tinha um senso bom de moda. Vez ou outra eu pegava ela olhando para algumas roupas com decotes grandes demais. Ela fingia que não tinha dado importância e então aparecia com uma sacola da loja, de algo comprado sem ao menos ter experimentado. Aproveitei o período de comprinhas e passamos em lojas de cama, mesa e banho. Precisava de uma cama, lençóis e travesseiro. Não haviam muitas opções, mas fiquei satisfeito em saber que entregariam ainda hoje os itens.

- To tão feliz que não to nem ligando pro lençol ter Stantler de estampa.

Estávamos na frente de uma lojinha de gorros e suéteres feios quando algo chamou a atenção da moça para o centro do comércio. Acontecia uma manifestação cultural dentro de um coreto. Algumas pessoas estavam circulando o lugar, mais ouvindo que assistindo. Era um coro natalino. Que pavor! Já estava para tecer um comentário sobre o estilo quando vi os olhos de Dracma brilharem sob o encanto das vozes juntas em uníssono. Na sequência ela me observou com olhos esperançosos quando eles convidaram alguém da plateia para se juntar a eles no "palco" improvisado.

- Não! - Ergui um dedo e me afastei um passo para trás.

Parecia que era tarde demais.

- Ué, você não é artista?! Vem! - Ela disse como se aquilo bastasse.

Senti que ela não aceitaria um não como resposta. De todas as minhas habilidades artísticas, cantar não era uma delas. Dracma abria espaço por entre as pessoas a nossa frente, pedindo licença e dizendo que a loja de doces estava com 90% de desconto. Assim que fui puxado para perto do coro e tive que fazer meu máximo para não passar vergonha ou sujar meu nome em meio a uma multidão.

- Querida, uma ajudinha aqui. O Prince Ali vai cantar! - Ela dizia pra assistente de produção que estava com a prancheta e um comunicador.

Calado estava e calado fiquei, apenas sendo movido junto de outra menina, que também não parecia estar muito alegre de subir ao palco. Dracma dava gritinhos e saltinhos de alegria, batendo palmas em torcida positiva. Forcei um sorriso e suspirei.

- Vamos acabar com isso. JINGLE BELL ROCK. Versão Mean Girls! - pisquei pra guria de cabelos loiros, que seria minha Regina George e eu a Lindsay Lohan.

O Jingle tinha começado e enquanto o coro fazia sua parte na cantoria de forma mais afinada, eu e a moçoila nos revezamos para a dancinha meio desengonçada e sensual. Em um momento comecei a bater palmas e exigir que os espectadores cantassem conosco. Claro que Dracma seria a primeira a elevar a voz. Meu rosto estava ardendo, mas continuava e cantava ainda mais alto. Olhava para a menina que perfurava comigo e rebolava com ela. No ato final ficamos de costas e fomos aplaudidos, mesmo sendo um horror. Aparentemente as pessoas eram menos criteriosas no natal. Ainda bem que não registrei isso online.

...

Dois minutos depois estava Dracma me mostrando que tinha gravado e postado no grupo privado dos administradores da Imperium.

- Espera, vocês tem um grupo?! - Me senti ofendido por não estar nele.

Nem sabia se queria fazer parte disso, mas não entendi o preconceito.

- Eles ainda não sabem se podem confiar em você. Seus valores são fortes demais. E não acho que é algo a se desejar. Quanto menos se envolver, melhor!

Ela falava isso com expressão séria, sem me olhar nos olhos, como se soubesse de muita coisa que preferia nunca ter tido conhecimento.

Antes de saírmos da praça, uma criança me parou pedindo um presente de natal. Fiquei tocado e entreguei alguns itens bonitinhos e desejei feliz festas.

MISSÕES ATIVAS
Christmas Coins [6/7]: Participar num Coro de Natal
Espírito Natalino! [2/3]
Transform Battery [02/50]: Evento contra selvagem - 1 Ponto; Evento contra NPC - 2 Pontos; Vitória em Raid - 5 Pontos; Boss de PV - 5 Pontos.
CONTAGENS:
S. Garbodor - EXP. Candy XS [3/3]

Progressos:

Tive que engolir o choro e aceitar que não estar entre os administradores da Imperium, sendo o novato, era sim um privilégio. Não conseguia imaginar Colress me fazendo um pedido e eu acatando sem motivo algum para isso. Se Dracma se movia pelos interesses de alguém, eles deveriam saber algum segredo para manipular alguém tão estável quanto ela se mostrava ser. Eu tinha feito o dever de casa. Nos registros oficiais, ela era uma empresária de sucesso. Conseguiu montar um negócio do zero. Já nas folhas da sociedade, ela deu fim ao Team Delta para ser absorvida pela Imperium. O motivo? Um escândalo que terminou em denúncia. Ao menos era o que constava nos registros internos de acesso superior. O que eu duvidava ser totalmente verdade.

Enfim, as bolsas começavam a pesar. Compramos tantos presentes e tantas coisas doces que já estávamos quase sem braços. Tive que pedir para minha Plush Lopunny carregar algumas mais pesadas. Aproveitei a ocasião para usar a Red Scarf, pensando que ficaria com um ar mais natalino, combinando com meu look de hoje. Passou pouco tempo e eu já estava comprando acessórios decorativos pra cabana quando recebi a mensagem de que em poucos a loja de artigos de casa chegaria com minha cama e afins.

- Vamos pra minha cabana? Podemos decorar enquanto meus móveis não chegam. - Perguntei, meio distraído.

Ela me olhou meio surpresa e desconfiada. A expressão depois mudou para algo provocativo.

- Sabe que tenho idade pra ser sua mãe, né?

Não sabia. Mas a insinuação me fez corar. Não imaginava que ela receberia o convite dessa maneira.

- Não se preocupe. Sem segundas intenções, eu juro. - Disse, preocupado com o desentendimento. Ela riu. - Eu preciso ir para aguardar as encomendas e seria legal ter companhia e decorar o chalé enquanto aguardo.

Ela concordou em silêncio e fomos caminhando na direção do bosque. No meio do caminho, uma criança olhava, encantada para uma das vitrines de uma das lojas que já passamos para comprar artigos de casa e decoração. Ela parecia fissurada nos pisca-pisca. Seus olhos brilhantes contagiavam quem quer que trombasse naquele perímetro. Retirei alguns itens da bolsa, abaixei e dei a ela dizendo - Aqui tem um musgo que brilha, e outras coisas que podem enfeitar o seu natal, mas se não quiser, pode vender, eles valem um bom dinheiro e da pra comprar o que eles vendem nessa loja. - Dito isso, os olhos da criança passaram de confusão para êxtase. Me deu um abraço, pegou os itens e saiu correndo chamando alguém para ver o que tinha ganho.

Era uma noite iluminada pela lua e alguns bloquinhos de neve caiam, mas sem muito alvoroço. Não queria, mas comecei a confiar em Dracma pela personalidade que ela mostrava e a importância que dava para coisas que não precisava, como essas inquietações com a Imperium que deveriam me causar algum transtorno. Ela tinha razão, no final das contas. Refleti por alguns momentos e era melhor ficar na minha, sem despertar o interesse dos outros administradores, principalmente Colress, antes do tempo. Eu não precisava necessariamente deles para agir conforme gostaria. Apenas precisava usar os recursos que tinha com cautela para não ficar devendo nada a ninguém.

Estava tão distraído em meus pensamentos que quando chegamos próximo da cabana quase não reparo no pedregulho diante de mim. Por sorte, Lopunny, que caminhava ao meu lado, sentiu a presença do bloco quadrado e me alertou, impedindo que eu avançasse, e consequentemente me machucasse ao trombar com aquilo que... estava se mexendo? Aparentemente a pedrinha também sentiu nossa presença e se tratava de um Pokémon. Ao ver informações, era um Nacli, um pedregulho de sal, por isso que se camuflou tão bem com a neve e quase não o percebo. Eu poderia simplesmente ter desviado, mas o bixinho nos estranhou e começou a atacar.

- Ei! Está invadindo meu território. Ao menos tenha modos! - Reclamei, chamando Garbodor para resolver. - Vamos tirar o lixo fora, mas de maneira doce. Docinho, use Overfood e Draining Kiss!

Fazia algum tempo que não batalhava ao lado do meu time principal. Meu Garbodor docinho é um bobão! Grandalhão, mas muito gentil. Ao ver o pequeno bloco de sal que teria de enfrentar, ficou meio receoso, mas quando viu o invasor ameaçar com um movimento, ele se adiantou com uma investida faminta, aterrando Nacli com guloseimas (-38/-1spd). Este ficou estranho, mesmo depois do golpe efetivo, ficava estático como se estivesse lançando uma maldição (-1spd/+1atk/+1def). Garbodor não estava precisando de energia, mas tinha imaginado que será bonito finalizar assim, com um beijo doce (-29). O pesadelo veio depois, quando Nacli saltou alto, com o corpo prateado, caindo sobre meu docinho, naquele movimento de esmagamento pesado (-17).

- Isso não vai terminar bem pra você Nacli. Draining Kiss!

Nacli não se movia muito rápido. Então, pela velocidade reduzida, foi fácil para Garbodor finalizar com aquele golpe feérico (-29/+19). Nacli estava moído, soltava muito sal, mas não se dava por vencido. Sobravam alguns mínimos pontos de vida. Estes que ele usou para esmagar outra vez meu docinho com o golpe metálico. Só agora vim perceber que era um movimento efetivo em Garbodor (-25).

- Não se preocupe, use um Toxic que deve servir!

Ainda mais veloz, Garbodor usava o golpe de ultimato. O veneno que atingiu Nacli o fez se retorcer de dor, mas não antes do Nacli usar recuperação (+50).

- Ora essa... Docinho, Overfeed e Draining Kiss!

Agora não teve jeito. O golpe lutador de Garbodor pegou Nacli, mesmo com suas defesas melhoradas e o deixou com 1/4 de vida (-26/-1spd). Nacli por sua vez repetiu o movimento de ferro (-25) e não conseguiu evadir do golpe fada (-29/+19). Desta vez ele permanecia de pé por conta da habilidade, as o veneno fez a graça de providenciar o nocaute. Lancei uma greatball e capturei o Nacli briguento.

Pedia desculpas para Dracma pelo contra-tempo e a convidava para entrar...

Nacli

Spoiler:

Christmas Coins [6/7]: Ajudar a colocar Decorações Natalinas (em progresso)
Espírito Natalino! [3/3]
Transform Battery [03/50]: Evento contra selvagem - 1 Ponto; Evento contra NPC - 2 Pontos; Vitória em Raid - 5 Pontos; Boss de PV - 5 Pontos.
CONTAGENS:
S. Garbodor - EXP. Candy XS [3/3]: Transformada em EXP. Candy S!

Progressos:

Aquele dia estava sendo bem intenso, pelo trabalho e pelas emoções. A Vila Natal tinha Pokémon muito poderosos ao redor. Talvez por isso os Rangers se escondiam nas cabanas. Todos incompetentes. Nem da pra acreditar que são os defensores dos biomas. Quero acreditar que existam melhores dos que eu já encontrei.

Subindo as escadinhas do chalé, algo alcançava minha vista. Havia um pinheiro na varanda. Não lembro de ter encomendado isso. Olhei para Dracma e apontei, quase questionando se era coisa dela, mas ela negou, não fazendo ideia do que se tratava. Cheguei mais perto e vi um bilhete do Ranger que administrava a casa da lareira, desejando boas festas e uma ótima estadia. Tudo bem, era um presente.

- Fofos - comentei, passando o cartão para Dracma ler.

Entrei na cabana, joguei as bolsas na entrada e fui acender a lareira com ajuda de Todoroki, meu vulpix neném. Dracma limpava a neve dos sapatos e pedia licença para entrar. Os olhos dela passavam por uma vistoria rápido pelo salão principal, sem ter muito o que ver, além dos reparos e das minhas malas jogadas.

- Que.. pitoresca, não é mesmo?

- Não precisa buscar por adjetivos, eu sei. - Poupei ela do trabalho. - Ao menos não terei que dividir um espaço com um estranho qualquer. Venha, vamos colocar uma música e começar a decorar esse lugar!

A noite fria e estrelada abraçava a pequena cabana de madeira situada no coração do bosque. De certa forma eu estava ansioso para celebrar o Natal de uma maneira especial. Podia sentir que meus olhos brilhavam com a promessa de uma noite mágica enquanto me preparava para decorar a cabana com a recente... amiga, Dracma.

Com a lareira acesa, a sala foi envolvida com um calor reconfortante. Uma seleção cuidadosa de músicas natalinas começou a tocar suavemente, criando um ambiente festivo. Enquanto eu estava na função de ajustar as luzes piscantes, Dracma, uma mulher que mostrava ser muito mais que uma burocrata gostosona, começou a desembalar enfeites coloridos e brilhantes. Em algum momento abrimos um vinho tinto e começamos a compartilhar risos enquanto desenrolávamos guirlandas, espalhando luzes pela cabana. A atmosfera estava impregnada com alegria e camaradagem. Tomei a liberdade de pegar Dracma pela mão, convidando-a para dançar no meio da sala. Todo estava próximo à lareira com seu lado de fogo próximo às chamas. Com graciosidade, nos perdemos na melodia encantadora da melodia na voz de um cantor qualquer.

Durante a dança, comecei a discutir sobre minhas tradições natalinas em Massai, compartilhando histórias de infância e memórias especiais. Dracma, com um passado público e outro muito bem privado, tinha uma coleção de ornamentos de diferentes culturas, cada um contando uma história única. Sua profissão fizera com que viajasse o mundo e descobrisse magia em diversos lugares.

- Me ajuda a decorar a árvore que deixaram lá fora?

- É para isso que eu vim, não é mesmo? - Ela sorria enquanto virava sua taça por inteiro e organizava a caixa de decoração para finalizar com o Pinheirinho de Natal!

Então, juntos, decidimos adornar a árvore de Natal com essa mistura de lembranças, dando a devida importância a essa peça central, repleta de significados para o dia de natal.

Lá fora a neve caía suavemente do céu, transformando o mundo em um manto branco de pureza. O crepitar da lareira preenchia a pequena cabana de madeira, onde eu me preparava para realizar aquela tarefa especial: decorar o pinheiro natalino. Uma nova tradição que sempre me trouxe alegria, mas este ano, com a adição de uma nova amiga, Dracma, a antecipação era ainda mais intensa. Ainda mais porque não era costume em Massai. Meu pai, o imperador da nação, dizia que essas tradições estrangeiras eram pura bobagem para fazer as pessoas gastarem dinheiro e consumirem coisas que normalmente não eram prioridade. Um período de perdição, mascarada por biscoitos e velhinhos sorridentes. Eu, por outro lado, achava lindo e não tinha que me preocupar com dinheiro. Cada um pode assumir seus planos e novos costumes podem ser feitos.

Enfim. A sala estava iluminada por uma luz suave, criando um ambiente acolhedor e, agora depois da ajuda de Dracma, bem festivo. O pinheiro, majestoso na parte de fora da casa, esperava pacientemente para se tornar o epicentro de nossa celebração natalina. Dracma estava ao meu lado, ansiosa para começar a tarefa que, para muitos, poderia parecer rotineira, mas para nós, significava criar memórias preciosas. Nos aproximamos do pinheiro para investigá-lo. Ainda parecia pegadinha alguém se dar esse trabalho para me presentear com algo tão bonito... Era um exemplar robusto, com agulhas verde-escuras que pareciam gotejar neve. Eu sempre me encantei com a ideia de que cada enfeite que penduramos na árvore carrega consigo uma história, uma lembrança.

Começamos nossa tarefa desenrolando cuidadosamente as luzes pisca-piscas, que emitiam um brilho suave e caloroso. As luzes eram como pequenas estrelas que seriam dispostas por todo o pinheiro, criando uma atmosfera mágica. Conectamos as luzes com antecipação, observando enquanto a árvore começava a se iluminar gradualmente. Entre elas haviam dois tipos. As coloridas em RGB e outras brancas/amareladas. As tinha comprado para o exterior da cabana, mas poderia repor o estoque na manhã seguinte, até porque o breu da noite não me permitiria subir no telhado para fazer mais essa tarefa, nem se meu corpo permitisse muito. Então, no teste piloto, a variação de cores dos pisca-pisca me enchia o peito de orgulho.

O próximo passo era escolher os enfeites. Dracma sacou de uma de suas bolsas um embrulho e dela desdobrou uma manta delicada, revelando uma coleção eclética de ornamentos. Ela dizia que cada peça contava uma história. Ela dizia que tinha comprado para enfeitar a árvore do escritório, mas que faria muito mais sentido decorar aquela comigo. Eu admirava a diversidade e a singularidade de cada objeto, sabendo que a árvore se tornaria um reflexo de nossas experiências compartilhadas.

Um ornamento de porcelana pintada à mão representava a Prism Tower, de uma cidade da antiga Novus, uma lembrança de Dracma de sua visita a Lumiose. Outro, feito de conchas, lembrava uma praia paradisíaca que ela havia visitado nas ilhas laranja. Cada ornamento era como uma janela para o mundo, conectando-nos a lugares distantes e histórias fascinantes.

À medida que começamos a pendurar os enfeites, nossos risos ecoavam pela cabana e consequentemente pela floresta. Dracma e eu trocávamos histórias por trás de cada peça, compartilhando não apenas os destinos, mas as emoções associadas a cada memória. A árvore, agora enfeitada com enfeites de diferentes formas e cores, começava a contar a história da nossa amizade. O aroma de bordo e pinho pairava no ar enquanto acrescentávamos ramos de pinheiro e pequenos cones à árvore. Era como se estivéssemos trazendo a natureza para casa, acentuando a beleza rústica da temporada. Com cada toque, sentíamos uma conexão mais profunda com a tradição natalina e com a natureza que nos cercava.

Quando a última peça foi cuidadosamente colocada, demos um passo para trás para admirar nosso trabalho conjunto. A árvore de Natal brilhava, não apenas com luzes e enfeites, mas com as histórias que contava. Era uma obra de arte única, refletindo não apenas a magia do Natal, mas também a diversidade e riqueza de nossas experiências compartilhadas.

Sentamos perto da árvore, contemplando o esplendor da cabana agora iluminada pela luz suave das decorações natalinas, e com o toque final que destacava a construção no meio do bosque de noite. O pinheiro tornou-se mais do que uma simples árvore enfeitada; era um testemunho da amizade que florescia entre mim e Dracma. Naquela Vila Natal, a data ganhou um significado mais profundo e especial, marcando o início de uma tradição que poderia continuar por muitos anos vindouros, caso nossa parceria continuasse a mesma.

Ao final da noite, enquanto relaxávamos perto da lareira, uma buzina tocou do lado de fora. Era a cama e outros acessórios de casa que tanta aguardava, como colcha, lençóis, travesseiros, etc. Enquanto descarregavam e ajudavam a montar o que precisava de suporte, Dracma se despedia, dizendo ter que ir ao seu hotel.

- Foi divertidíssimo passar esse momento com você. Juro. - Ela dizia enquanto segurava minhas mãos, com o rosto corado da bebida quente. Ao me abraçar sussurrou brevemente. O tom de sua voz mudava e era bem mais sério. - Pequeno ou grande, estamos sempre sendo vigiados. Tenha cuidado.

Então se afastou, mantendo o sorriso no rosto e me dando um tchauzinho. Ela pegaria carona com o caminhão de entregas, que estava mais para trator de neve que qualquer outra coisa. Bem, devia ser o que passava por entre as árvores do bosque sem chamar atenção dos selvagens.

Com essa despedida, meu coração enfiava não sabendo se devia dormir tranquilo ou alerta. Coloquei meu Berry pot na quina da janela e o podei, colhendo as frutas que estavam maduras na incubadora. Meus pensamentos eram muitos. Não sabia o que fazer. Ao experimentar a cama nova, meu corpo preferiu a primeira opção.

CONTAGENS:
Christmas Coins [7/7]: Ajudar a colocar Decorações Natalinas.
Transform Battery [03/50]: Evento contra selvagem - 1 Ponto; Evento contra NPC - 2 Pontos; Vitória em Raid - 5 Pontos; Boss de PV - 5 Pontos.
S. Garbodor - EXP. Candy S [1/5]

Progressos:

Despertei na manhã seguinte com uma dor de cabeça horrorosa. Todo estava dormindo encima das minhas costas. Fiquei com o coração pesado de me mover e acorda-lo, por isso fui bem devagarinho e o peguei no colo, despertando junto com meu neném.

- Bom dia meu amor - dei um beijinho no focinho dele.

A casa estava bem fofa, mas com os novos móveis eu vi a necessidade de reorganizar a decoração para ficar uniforme. Acho que a árvore lá fora exigia isso. Levantei da cama e me espreguicei, despertando de vez.

- Todo, coloca água no fogo. Vamos fazer um chá enquanto decoramos a cabana!

Retirava o plástica da cama - sim, eu dormi com ela da forma que entregaram - e joguei o lixo de lado. Procurei em uma das bolsas o jogo de cama que tinha comprado com Dracma na noite anterior e...

- ACHEI!

Era uma colcha vermelha com detalhas brancos nevados, flocos de neve e montanhas de neve. Antes de colocar a roupa de cama decorada, um lençol de elástico. Era necessário para evitar alguma coisa, segundo a moça da loja. Mofo? Feiura? Não sei. Mas como nunca fiquei responsável pelas minhas próprias coisas, queria fazer isso direito. Depois do lençol de elástico, cobri a cama com a colcha nova. O tamanho da cama não era de casal, mas não era de solteiro comum. Ela bem mais larga.. Apesar disso, consumia muito espaço no chalé. Por isso reorganizava ela debaixo de uma outra janela, que fazia a passagem para o banheiro mais orgânica. Os travesseiros, comprei dois, precisavam da capa protetora e depois o conjunto que vinha junto da colcha. Elas já eram brancas com detalhes da silhueta da hatenna de natal em vermelho. Kiloude era realmente bem orgulhosa de seus costumes.

Assim que a cama estava de acordo com todo o restante, fui organizar a lareira. Tinha esquecido de pendurar meias de natal. Sempre via isso nos filmes, mas nunca tivemos chaminé para pregar coisas no seu pé. Por isso tirei da minha bolsa uma meia para cada um de nós. Então eram 7 ao todo. Escrevia o nome de cada um de nós e observava o que mais necessitava decorar.

- Queria trazer a árvore aqui pra dentro, mas acho que ela precisa ficar lá fora por conta da luz e o ambiente mais aberto...

Começava então a recolher o lixo para jogar fora e a cabana ficar com aspecto mais agradável. Ainda tinham enfeites quebrados pelo chão, papéis picados e plástico jogados pelos cantos. Fui buscar no banheiro a vassoura e a pá e comecei o desserviço da tentativa de usar aqueles utensílios. Falhando miseravelmente, chamava Lopunny, que me ajudava a brinca de casinha. Como sua antiga criança a instruir sobre esses assuntos domésticos, ela normalmente sabia fazer mais dessas coisas que eu. Nunca entrei em detalhes, porque foi um momento traumático ser abandonada quando ainda era uma pequena Buneary, mas eu agradecia de alguma forma por essa experiência de vida.

Depois que finalizamos a limpeza do espaço, conseguia ver melhor a cabana e toda a decoração que Dracma e eu fizemos ontem, junto com os acabamentos que dava hoje.

Para finalizar, iria no banheiro e trocava a toalha por uma temática. Tinha as escritas "Vila Natal" com a paisagem do lago, a casa da lareira e o bosque com aquele pinheiro gigante no meio. De resto, os panos de chão, com aspecto da árvore natalina, em verdes e vermelhos, decoravam o banheiro de madeira e ainda faziam o favor de remover a umidade pós-banho.

- Acho que acabamos, Todo. - Disse, enquanto tomava meu chá, que já tinha esquentado até demais.

Ao finalizar minha bebida quente, buscava fazer minha higiene pessoal matinal e me agasalhava. Tinha que repor os itens de decoração que eram para o exterior e usei na árvore. Preparei Vulpix para passear e lá fomos nós, mais uma vez, por entre as árvores do bosque, seguindo a trilha que nos levaria para a área urbana.

Antes de chegarmos nas imediações das lojas, crianças e adolescentes corrias para a casa da lareira dizendo que era o último dia para mandar a carta de natal para o Delibird do Norte. Dracma tinha comentado sobre. Por algum motivo eu também quis participar. Fingi costume e corri junto deles. Lá, havia mais gente que imaginado. Alguns escreviam suas cartinhas na hora. Eu pegava um dos pedaços de papel lá disponibilizadas pela organização e escrevia um desejo de todo o coração.

Malik Ali escreveu:SE NÃO FOR PEDIR MUITO, DESEJO QUE ESSE PRÓXIMO TÍTULO DE TOP COORDENADOR SEJA MEU
abri mão de muitas coisas para correr atrás dos meus objetivos, desisti da vida fácil sob as riquezas da minha família e conquistei tudo o que tenho hoje por mérito próprio
agradeço imensamente pelas pessoas que encontrei no meio do caminho, todas belas amizades que cultivo sempre que posso
sou eternamente grato pelos meus companheiros Pokémon que assumiram meus objetivos como deles também
por fim, peço proteção...

Quase que escrevo mais do que devia, mas tinha que lembrar que era uma figura pública e ainda viam a Imperium como criminosos. Apenas entreguei a carta e fui fazer minhas compras.

CONTAGENS:
Transform Battery [03/50]: Evento contra selvagem - 1 Ponto; Evento contra NPC - 2 Pontos; Vitória em Raid - 5 Pontos; Boss de PV - 5 Pontos.
S. Garbodor - EXP. Candy S [2/5]

Progressos:

Continuando a missão que tinha assumido, precisava repor o estoque de decorações para a parte externa da cabana. Conforme mencionei anteriormente, a parte destinada a esse fim fora utilizada no pinheirinho surpresa. Sendo assim, após a passagem na casa da lareira, retornei nas lojas de itens decorativos, que ainda estavam abertos nessa época do ano (amém, capitalismo, quando não é você o assalariado).

Gastei alguns bons minutos fazendo compras matinais. Fala sério, gastar dinheiro é bom demais!

- Todo, acho que já temos o necessário. - Comentei com meu Twin Vulpix, que me acompanhava nessa saga, ao sair da última loja.

Retornava da Vila Natal, onde a magia do inverno transformava o simples em extraordinário, e já me encontrava diante da minha modesta cabana no meio do bosque, imerso na tarefa de decorar o exterior para a noite especial que se aproximava. A neve caía em flocos suaves, envolvendo a paisagem em um manto branco e puro, enquanto eu ajustava as luzes coloridas que contornavam a varanda da cabana.

A pequena cabana, cercada por árvores cobertas de neve, parecia um refúgio acolhedor no coração do bosque. Queria eu acreditar que a minha era a mais bonita e também especial, de alguma forma. E por mais belo que fosse essa paisagem, o ar gelado da Vila Natal tornava cada respiração uma explosão de vapor, e eu me aconchegava mais no meu casaco enquanto admirava o trabalho árduo da noite anterior. Ao meu lado, Todoroki abanava o rabo com entusiasmo, ansioso para explorar a camada branca e fofa que cobria o chão.

A varanda exibia orgulhosamente o pinheiro adornado com enfeites cintilantes e luzes intermitentes. Na noite anterior, com a ajuda de Dracma, mergulhamos na tarefa de dar vida ao nosso próprio pedaço de Natal no bosque. Dracma trouxe consigo uma habilidade extraordinária para decorar, e juntos transformamos o pinheiro em um espetáculo de cores e brilhos. Os ornamentos pendiam como jóias reluzentes, capturando a luz das estrelas que espiavam entre as nuvens.

A manhã estava tranquila, nada de selvagens ao redor para atrapalhar a tarefa, apenas o suave farfalhar das folhas congeladas interrompia o silêncio mágico. Sentindo-me inspirado pela atmosfera natalina, comecei a enfeitar a varanda com grinaldas para compor com as luzes piscantes. Aproveitava para pregar os pisca-piscas nos lugares mais altos que conseguia, pois queria destacar a parte externa.

À medida que eu finalizava os toques finais, Todoroki brincava animadamente na neve, correndo em círculos e cavando pequenas trincheiras com o focinho. Seu entusiasmo era contagiante, e eu não pude deixar de sorrir enquanto observava seu comportamento brincalhão. Ele era um lembrete constante de como a simplicidade podia ser a essência da alegria. Todoroki, agora coberto de pequenos flocos de neve, sacudia-se, enviando espirais brancas pelo ar. Parecia um pequeno espírito de inverno, aliado à magia da temporada.

Ao terminar a parte da frente, quis destacar as janelas. Contava três, ao todo. Uma próxima da porta de entrada e outras duas, cada uma em uma lateral da cabana. Para elas também tinha reservado mais luzes coloridas. Já imaginava que se não fossem pelos painéis solares, a conta de energia viria imensamente alta. Prender os acessórios na parte externa da madeira que bordava os vidros das janelas não foi nenhum pouco complicado. Foi difícil apenas ornamentar as folhinhas plásticas de visgo e os adereços de pinhos, mas com um pouco de tempo e dedicação não foi impossível de concluir.

Assim que finalizei com as luzes e já estavam todas conectadas na energia, fui atrás da caixa surpresa.

- Eu não faço ideia de como instalar isso... - disse comigo mesmo, abrindo o manual de instruções.

Dizia que precisava estender o material plástico por toda a região onde seria instalado, tendo noção de que ocuparia um diâmetro de 6metros. Ok. Depois que realizei essa parte, dizia no manual para inserir a válvula de sopro no buraco A. Ok. Depois disso, era só conectar na energia e ligar. Ok... Preferi desligar todos os pisca-pisca para evitar um curto circuito. A cabana estava melhorada, mais ainda era velha. Não acho que aguentaria tanto gasto de energia de uma vez só. Por isso decidi fazer dessa forma. Assim que possível, liguei o soprador e comecei a ver a coisa crescendo...

Não sei como descrever o que tinha comprado para decorar o exterior do chalé. Sabe quando aquelas famílias em subúrbios compram peças soltas de cenários para compor a decoração de frente de rua? Então. Achei que seria uma ótima ideia e comprei um presépio inflável, que quando começou a tomar forma, me mostrou personagens Pokémon no lugar de pessoas, misturando profano com sagrado. Era quase uma cena furry na frente de casa. Para piorar, acima da pequena manjedoura, um Delibird do Norte...

- Os ancestrais que me perdoem, mas isso é muito cafona. Vai ser a primeira coisa que vou destruir quando esse período terminar.

Todoroki estava assustado. Não sei se pelo sopro ou se pela estética horrenda daquele artigo de... ele pode ser chamado de decoração? Enfim. Por aquilo! Tomava o vulpix neném no colo e desligava o equipamento que preenchia de ar a coisa inflável. No manual, dizia que deveria vedar com a peça B. Assim o fiz e guardei o restante das coisas na caixa, assim como o lixo excedente em outra caixa, mas esta última iria para a pilha de descarte imediato.

Por fim, sentava-me na varanda, acendendo as luzes de pisca e observava todo o trabalho feito, com Todo no meu colo.

CONTAGENS:
Transform Battery [03/50]: Evento contra selvagem - 1 Ponto; Evento contra NPC - 2 Pontos; Vitória em Raid - 5 Pontos; Boss de PV - 5 Pontos.
S. Garbodor - EXP. Candy S [3/5]

Progressos:

Passei o restante da manhã com Lilligant, colocando o assunto em dia enquanto fazíamos guirlandas com folhas especiais, produzidas por ela. Era com confirmar que minha família continuava a mesma e que minha irmã estava bem na minha ausência. A prática manual ajudou a focar e no final produzimos duas lindíssimas guirlandas com aroma fresco das ervas daquela espécie mágica. Sabia que Liligant tinha propriedades curativas, mas depois da evolução não me atrevi a testar em receitas. Talvez fosse a hora de me aventurar por esse mundo místico, sem grandes medos.

Uma das peças foi pendurada na porta da cabana. A outra foi doada. Lembro-me de ter visto que a Casa da Lareira estava recolhendo algumas, então pedi para que um dos funcionários viesse buscar. De bom grande, mandaram algumas daquelas moedinhas que ainda não sabia muito bem como gastar.

Depois do almoço eu cochilei e passei o restante do dia inteirinho dando o devido descanso que meu corpo necessitava. Além da ressaca de trabalho e diversão do dia anterior, vinha também a ressaca da bebida a qual eu não estava acostumado. Ainda assim, valeu muito a pena. Não me divertia assim com alguém havia muito tempo. Dracma realmente sabia como festejar.

Ao despertar, já era noite. A neve não mais ofuscava a beleza das estrelas em uma cidade com pouca iluminação. No bosque dos pinheiros, rodeado por cabanas comuns, com excessão de uma mais acima da trilha que mais parecia um palacete, era possível ver os astros estrelares dando um verdadeiro show. O som da natureza com o farfalhar das árvores dançando com o vento, os selvagens reunidos em horas de três ou mais para ecoar seus cânticos, e até mesmo o ronronar de Todoroki, que ainda dormia próximo da lareira, que estava apagada a essa hora.

Levantei arrumando a lenda no espaço a ela destinada, fazendo uma ilha com as madeiras secas e jogando papel jornal no meio. A essa altura o vulpix neném tinha despertado e me aguardava dar o sinal. Assim que fiz o sinal de positivo ele salvou uma labareda pequena que incendiou o quadrado. As chamas se reduziram e concentraram-se apenas no que era inflamável naquele perímetro. Em poucos instantes a madeira começava a ceder.

Fui checar o lado de fora e quando me dou conta, haviam presentes debaixo do pinheirinho.

- Será que foi engano? Eu não postei meu novo endereço pra receber presentes ou mimos de empresas ou fãs. - Falei em voz alta, mais para mim que para Todo, mas depois fingindo que era com ele, que não entendia o que eu queria dizer.

Dei de ombros e recobri as caixinhas. Eram três ao todo. Não havia bilhete, apenas a textura fina e o aspecto enevoado que pairava sobre os objetos. Duas delas tinham efeito esfumaçado como carvão e símbolos que lembravam o tipo... psíquico (!) e o outro era bem óbvio que era o elétrico. Ao abria uma, via um kit com pokéblock. Sorria. Quem me enviou aquilo realmente me conhecia. Elas fariam algum dos meus companheiros felizes. O outro era uma técnica de paralisia. Também útil, só precisava encontrar quem usar.

Deixei descansarem os itens das outras duas e fui abrir aquela com um brilho especial. Ela rebolava como uma pérola banhada em água cristalina. Ou melhor... como uma aurora boreal. Sim. As cores suaves e ao mesmo tempo místicas me davam a impressão de ter essa experiência que só poderiam ser experimentadas em ambientes gélidos. Ao abrir, duas garrafas de suco com pode de duas rare candies em uma garrafa. Era um item bem exclusiva, fabricado de forma caseira. Muito fofo, mesmo!

O mais curioso disso foi ver que, após abrir e contemplar os presentes, as caixinhas começam, aos poucos, a se desfazer em uma espécie de pó fino e subir com o vento para os céus, na qualidade das primeiras caixas. Minha cabeça acompanhava o movimento ascendente até alcançar as estrelas. A última, que ainda estava em minhas mãos, roubava a cena, pois, diferente das outras, de dispersava em um brilho perolado, não.. boreal! Revelou-se um show a parte, me fazendo perseguir por alguns passos a magia que se dissipava a poucos metros acima do meu rosto.

A magia do que estava acontecendo não terminava aqui. Do lado de fora da cabana, sem ninguém a vista, nem mesmo na companhia de um dos meus Pokémon (Todo voltou a dormir aos pés da lareira), uma das estrelas que tando admirei parecia tão brilhante que quase... quase sentia que podia tocá-la. Estiquei os braços e a estrela abriu os olhos. E então me entregou um sorriso.

O rotomphone saiu do meu bolso e anunciou a presença de um pokémon mítico, conhecido apenas por meio de lendas e visto por poucos.

POKÉDEX escreveu:

Jirachi #385

Uma lenda afirma que Jirachi realizará qualquer desejo que esteja escrito nas notas anexadas à cabeça quando acordar. Se este Pokémon sentir perigo, ele lutará sem despertar.
Diz-se que tem a capacidade de conceder qualquer desejo por apenas uma semana a cada mil anos.

Observava Jirachi e percebia que ainda estava com os braços estirados como se pudesse alcançá-lo.


- Eu não mereço, mas posso desejar ser o melhor líder que puder ser? Tanto para meu povo em Massai, quanto para meus Pokémon em concurso e para os que me seguem como Administradora na Imperium. No que depender de mim, não pouparei esforços...

O lendário vinha ao meu encontro procurando entender e no final sorria. Simplesmente sorria. Então explodia em luz, me fazendo forçar a visão e quando voltei a enxergar a noite, ele tinha desaparecido, dando lugar a algumas joias que lentamente flutuavam para que eu pudesse capturar com minhas mãos, antes de tocarem o manto branco que cobria o chão de terra. Eram presentes do deus do desejo.

Acho que me comportei bem esse ano.

CONTAGENS:
Transform Battery [03/50]: Evento contra selvagem - 1 Ponto; Evento contra NPC - 2 Pontos; Vitória em Raid - 5 Pontos; Boss de PV - 5 Pontos.
S. Garbodor - EXP. Candy S [4/5]

Progressos:

Após a breve visita de Jirachi, sentia-me... Poderosa! Como se o desejo que fiz tivesse despertado o meu melhor. Ou bem dizendo, aos olhos dos que gostam de julgar por seus pré conceitos... O pior...


O Palco da Vila Natal.

Toda a atenção estava voltada para o palco. E quando digo atenção, não era referência apenas aos olhares, mas os ouvidos, os sentidos e sentimentos.

Ila Kilam, alter-ego do Prince Ali, auto proclamada como a Estrela Negra, um breve lembrete de sua passagem como Magic Girl, do qual teve uma experiência extra-corpórea de troca de gênero e persona. Ali sempre teve noção de que não era uma pessoa binária, que assume somente a masculinidade por por homem ou somente o feminino por ser mulher. Tão pouco se via na necessidade de passar por um processo de mudança de gênero. Ele se via como um menino. As vezes. Mas também se sentia mais feminino. As vezes… Quando passou por essa experiência não autorizada, durante um evento em Alto Mare, coisas foram reveladas.

Neste noite natalina, o brilho era outro. A lace ondulada em tons de castanho e loiro-avermelhado, dançavam até o quadril bem preenchido e volumoso, torneado por um vestido colado. O corpo esbelto e definido que suportava aquela nova forma ganhava seios não tão fartos pelo sutiã pp, apenas o necessário para ser sensual sem ser vulgar. A pele negra ganhava um bronzer corporal que casava com o vestido vermelho paixão curto de seda. O cumprimento era o bastante para confundir os homens e ganhar a simpatia das senhoras. Nos pés, uma bota negra de vinil.

Os olhos dourados de Ali davam espaço para as lentes verdes de Ila. Não era como se fossem duas pessoas. Portanto, a vaidade com a aparência e atenção aos cuidados eram onde dedicava seu precioso tempo. Os cílios levemente prolongados. A maquiagem leve com aspecto natural, com excessão do delineado nos olhos. Uma capa do mesmo tom e material do vestido finalizava a montagem.

E lá estava aquela mulher altiva e poderosa, diante de uma multidão que esperava ouvir um coro ou ver uma apresentação de coordenação. Malik teria adorado se exibir. Kilam, no entanto aproveitaria para chamar atenção para sua causa, sem aviso prévio.

— VILA NATAL — começou o discurso de introdução. — HOJE ME APRESENTO PARA O MUNDO. 25 DE DEZEMBRO, NASCE UM SER MÍTICO, TOCADA PELA ESTRELA DO DESEJO. CONTEMPLEM SUA NOVA IMPERATRIZ. A FADA DO LESTE. O PODER DO FUTURO.

— ILA. - Dizia o nome, girando entre as palavras, para soltar a capa e ficar disposta para o efeito especial. — Fucking. — Começava a amassar algumas essências de fadas e continuava. — KILAM.

A magia liberada de minhas mãos vinha com uma prece aos meus ancestrais e produzia uma cortina de névoa purpurinada, produzindo um vento leve, balançando as madeixas do cabelo e atingindo o público, criando uma atmosférica mágica. Para muitos, aquele parecia um misty terrain comum, no entanto, ele era mais denso que um usado por Pokémons. A noite iluminada e o clima natalina deixavam a performance ainda mais atrativa e chamativa.

Todoroki que estava pronto em sua esfera, escondido no capuz. Ele sabia de sua deixa e o que estava prestes a acontecer. Depois de um dia inteiro na Vila Natal, foi possível reparar que o Twin Vulpix ficou mais animado e bem mais valente que o comum. Ele dormia com a parte albina apontada para o exterior e a parte ferrugem próximo da lareira. Quando soube da ice rock que mascava presença no local, tive certeza, ainda mais de não vê-lo evoluir por conta própria após tanta exposição a uma legítima pedra de gelo.

Uma lasca da ice rock aparecia na minha mão esquerda e na direita repousava uma fire stone. O brilho das pedras evolutivas chamavam por ele. Esse era o sinal para que o vulpix das chamas gêmeas surgir. Ao ser exposto diretamente ao minerais de poder, um fenômeno evolutivo acontecia nas minhas costas, longe dos olhos do público. Apesar de não estarem vendo a evolução do pequeno vulpix em ninetales, observavam o brilho da evolução, somados ao terreno feérico.

As caudas de gelo e chamas surgiam lentamente timidamente, cada qual de um lado, como se estivesse criando asas e elas fossem se abrir para o público. Por enquanto, ainda eram envolvidas por aquele brilho da evolução. Impedia uma lágrima de descer. Não estava vendo meu vulpix neném crescer. No entanto, a máxima era: o nascimento de um ser mítico no natal diante de uma plateia curiosa. Alguns me chamariam de anjo. Outros, de profano. Em instantes as caudas de muitas faces irrompiam com a aura evolutiva e apareciam em seu explendor, com tamanho, forma e cores característicos, arrancando o fôlego de quem assistia. Elas balançavam como se realmente fossem asas. Nossas asas.

— Encerro minha passagem desejando boas festas e tecendo um convite aos jovens talentos de pokégea. Coordeno um projeto piloto dentro da Imperium que pode ser a sua chance de ganhar o mundo. A Imperium não é mais o lar de criminosos. — Os comentários interrompiam minha fala. Isso era esperado. Pequenas movimentações também. — O setor sob minha administração fará os índices de criminalidade diminuirem através do incentivo à educação, ao esporte e à cultura. Os investimentos estarão direcionados para a evolução da juventude. Errar é o que faz de nós humanos e todes merecem uma segunda chance. Encontre-me e deixe-me fazer o possível para tornar seu sonho, realidade.

Dito isso, me retirava antes que a polícia fosse acionada e conseguisse irromper a multidão acumulada na praça. Voltava para os bosques montada na Swanna, observando com pesar o preconceito ao falar uma só palavra.

“Pequeno ou grande, estamos sempre sendo vigiados.” - Disse Dracma.

Então que me vejam brilhar.

CONTAGENS:
Transform Battery [03/50]: Evento contra selvagem - 1 Ponto; Evento contra NPC - 2 Pontos; Vitória em Raid - 5 Pontos; Boss de PV - 5 Pontos.
S. Garbodor - EXP. Candy S [5/5]

Progressos:

Dia 76 - 8:59 P.M.

Enquanto voava com Swanna sobre o bosque de pinheiros, procurando a trilha que daria em minha cabana, algo passou voando por nós, deixando um rastro de luminosidade perigosa, desestabilizando Swanna e me fazendo cair.

Swanna nunca que conseguiria se recuperar e mergulhar entre as árvores a tempo. Precisava de ajuda! Saquei a esfera de aroma doce.

- Decorate!

Comandei ao liberar o Sweet Garbodor, que nos poucos segundos que teve, entendeu o que acontecia e me cobriu com uma camada espessa de marshmellows, ao menos foi o máximo que conseguiu até os galhos dos pinheiros começarem a nos atingir e darmos de encontro ao chão.

Minha cabeça girava. Estava nauseado. Haviam alguns cortes bo braço esquerdo e rasgos no vestido. O cabelo não estava no lugar. Preferi me despir, tirar os acessórios e usar apenas a capa vermelha para me proteger do frio do que ser reconhecido e estragar o disfarce. Nesse meio tempo, Swanna se juntou a nós.

- O que aconteceu? Fomos atingidos por uma estrela?

Questionava se Jirachi tinha tido algum problema nos céus e retornou para pedir ajuda. Não era difícil de imaginar onde o objeto ou pokémon foi parar porque o rastro de destruição deixado pela queda fora grotesca.

Precisei de suporte para me reerguer e quando pensei nisso, lembrei do docinho. Olhei pro Garbodor e tentei me aproximar.

- Você ta bem? Me desculpa por agir assim - abracei ele, que tinha perdido alguns doces e estava catando para juntar ao seu corpo.

Depois de se recompor, peguei uma carona com ele para não pisar na neve e encontramos no final da trilha de árvores e arbustos destruídos um pokémon altivo e três outros menoress ao redor. Ao erguer o rotor-phone, tratava-se de um Sawsbuck, mas era diferente das demais imagens da versão Winter. Aquele tinha o nariz avermelhado. Os outros eram um vulpix das neve, um cubchoo e o outro se chamava glimmet.

Observando mais de perto, avistei um trenó vermelho e sussurrei - No Way! - como se alguma coisa nos contos natalinos se revelasse diante de mim. Aquele era o Rudolph? O Sawsbuck parecia bem forte, mas com a queda ele estava tomando uma bronca dos selvagens que agora estava para começar a maltratá-lo pelos estragos causados à floresta, que parecia ser seu lar.

- Você vai me odiar por isso, eu sei, mas vamos ter que desistir de um movimento Cute. Esse eu tenho há muito tempo e estava relutante em te ensinar. É o golpe terrestre mais poderoso e consequentemente mais perigoso. Ele causa terremotos e machuca muitas pessoas próximas, amigos e rivais, sem distinção, mas sem isso não sei se conseguiremos vencer. Confia em mim?

Era besteira perguntar aquilo. Garbodor escolheu me proteger ao se defender da queda há pouco tempo atrás. Sendo assim, substituia Recycle por Earthquake e chamava atenção dos selvagens.

- Overfeed no Cubchoo e depois no Vulpix.

Rudoph já estava no chão, com a pata ferida, só tomando nos chifres quando intervimos. Garbodor pulou no meio do trio e começou entupindo o cursinho de açúcar, causando além do dano físico, lentidão pelo excesso. Em resposta, Garbodor levou um corte voraz que poderia muito bem ter sido crítico se não fosse pelas balas.

Vulpix e Glimmet também desviaram sua atenção para Garbodor e atacaram de longe com uma maldição e um golpe de pedra.

Na sequência, Garbodor esmagava a raposa albina com doces, ficando bem fraca. Ela respondia com um frio supremo, daquele capazes de fazer estrago até mesmo em aquáticos! Cubchoo se debatia, usando da pouca vitalidade como motivação, mas quem mais deu dano ao meu docinho foi o Pedroso com as rochas antigas. Deu para ver ele se fortalecendo depois do ataque.

- Earthquake.

Mesmo com efeito do Ancient Pode ativo, a habilidade do Sweet Garbodor não deixava que uma evasiva prejudicasse a perfeição de um golpe bem executado. Glimmet apegas cometia suicídio com self-destruct antes de ser atingido com o tremor super efetivo. Apenas o melhor para o futuro Top Coordenador, sem erros.

E com o novo golpe, o gigante rosado pisava tão forte no meio da floresta que não só os feridos caíram. Eu também tinha dificuldade para ficar de pé e Rudolph parecia incomodado e sofrendo com o movimento. Algumas árvores caíram no processo e Swanna teve que me proteger. A floresta já estava frágil e aquele golpe só piorou as coisas.

LOG:

Caminhei devagar até o Sawsbuck ferido. Começava a ouvir algo mais se aproximando. Ou era algo grande, ou vinha em grupo. Não queria estar ali para ser responsabilizado, como o Rudolph foi, assim que cheguei. Tão pouco tinha intenção de deixar-lo sozinho ali.

Larguei Swanna e pedo para Grabador ficar de prontidão. Caminhei pela neve fria, deixando o manto vermelho se arrastar pelo branco neve e me agachei assim que estava numa distância segura, apesar de próximo.

- Então foi você que esbarrou conosco no céu? - Questionei para ter certeza. Ele abriu os olhos, arregalados, como se não tivesse notado. - Ta tudo bem. Não me machuquei sério. Foram só alguns cortes leves.

Ainda não tinha reparado, mas meu braço parou de sangrar, apesar de ter uma mancha de sangue fresco acumulada lá.

- Me permite te ajudar?

Rudolph me encarava nos olhos, tentando decidir se sim ou se não. Não era do meu caráter sumir sem prestar socorro. Como ele não se absteve, mostrava a única super potion que tinha comigo e aplicava em sua perna ferida e no focinho machucado.

- Em breve estaremos melhor. Nós dois! - Prometi.

Olhei pra trás e Rudolph parece ter percebido.

- Logo chegarão mais curiosos ou furiosos... Não quer vir comigo? Pode ficar o tempo que precisar, mas eu não vou poder ficar muito aqui.

Esticava uma premier ball pra ele e aguardava a resposta.

- O que acha?

Pensei ter visto Rudolph sorrir, mas bem rápido. Ele apenas tocou com o nariz vermelho na esfera e permitiu ser sugado pra dentro. Meu coração se aqueceu, mas meus pés estavam azuis de frios.

Corri até Swanna, mas não sem antes recolher a Snowball de Cubchoo e olhar pro Vulpix, imaginando que Todo gostaria de um amigo. Sendo assim, lancei uma greatball, capturando o pequenino. Retornei Garbodor e fomos embora, direto pro chalé, nos aquecer...

CONTAGENS:
Transform Battery [06/50]: Evento contra selvagem - 1 Ponto; Evento contra NPC - 2 Pontos; Vitória em Raid - 5 Pontos; Boss de PV - 5 Pontos.
S. Garbodor - EXP. Candy S [5/5]

Progressos: