Indo para Tão Tão Distante •

Vejamos... Onde parei? Ah, sim. Com Kotah ao lado, Astrid não partiu imediatamente para longe, como a maioria acredita. Se bem me lembro, assim que saiu do laboratório do Professor Oak junto à raposa branca e vermelha, a morena acabou cedendo aos instintos, decidindo que apenas cinco pokeball não eram o suficiente para sua jornada. Foi primeiro ao Centro Pokemon, onde usou um dos computadores para resgatar o ovo Sweet Venonat que enviei-lhe de presente ao descobrir sua louca ideia de viagem. Também comprou mais cinco pokeball, dobrando a quantia inicial lhe ofertada pelo cientista de Pallet.

Mesmo na época, nova como era, a Yoakum já conhecia bem a natureza. Era apegada à flora tanto quanto era com a fauna e, por tanto, desprezou as potion. Oras, se fosse preciso curar seus pequenos, ela o faria de maneira agradável e natural, não com remédios que não sabia a procedência. Pokegea lhe daria o que precisasse, contanto que soubesse como buscar, esse era seu lema. Assim, a visita ao estabelecimento acabou se mostrando bem rápida. Na verdade, demorou mais tempo explicando à enfermeira sobre a diferente Vulpix que seguia seus passos do que estabelecendo relações comerciais por si só.

A última tarefa foi observar um pálido mapa disponível em uma das paredes próximas à porta. Não revelava muito, tendo Pallet como centro, e apenas permitia uma rasa noção de direção para facilitar sua escolha. Pelo lado direito acabaria alcançando uma ponte e aparentemente atravessando o que imaginou ser o desenho de um rio. Pelo oposto, a região que já bem conhecia, com florestas e caminhos muito mais agradáveis para seu estilo de viagem, apenas confirmando o que já sabia: a rota um era a melhor opção. Então balançou a cabeça em sinal de afirmativa e acariciou docemente o topo da cabeça de sua companheira antes de sair.

Mal andara mais que um metro para fora do centro quando a vertigem lhe atingiu em cheio. Uma sensação estranha de que suas pernas enfraqueciam e seu corpo todo começava a ligeiramente estremecer. Com medo do que quer que fosse, puxou a pokébola de Kotah e, por mais que soubesse que a criaturinha odiava ser aprisionada, forçou seu retorno, não desejando que nada de mal lhe acontecesse. Uma decisão bastante sábia se considerarmos que, no segundo seguinte, sua cabeça começava a girar - ou seria o mundo girando muito rápido? - e seu corpo cedia à pressão, caindo de quatro enquanto tudo o que conhecia se tornava um borrão outra vez. A única coisa que conseguiu pensar, ela me disse, foi que estava passando por um novo Cataclisma e que toda a segurança que ganhara nos últimos dois anos escorreu entre os dedos.

E então a pequena morena simplesmente sumiu, como se nunca estivesse estado ali. Sumiu de Pallet. De Pokegea. Do tempo em que conhecemos. Partindo, curiosamente, para um lugar muito muito diferente desse.

Resumo: