Naquela noite ela sonha com um sorriso astuto, olhos preguiçosos e presunçosos e mãos firmes, apesar das cicatrizes e da pele marcada pela idade, que guiam suas próprias mãos pelo tronco de uma árvore. É áspero e acidentado, com marcas de garras traçadas na madeira profunda. Os dedos longos pressionam o seu na lasca profunda e a garota precisa girar seu rosto e erguê-lo para tentar entender o que tudo aquilo significa.

   Os olhos escurecem e o sorriso se repuxa nos cantos, tornando-se mais amargo.

—O que é isso? —Ela pergunta, ainda traçando os dedos nas três marcas de garra.

—É um sinal de morte —Ele diz, soltando-a —É um pesadelo.

   Seu tutor se distancia, desvanecendo-se em névoa e deixando-a mais uma vez. Heiwas não tem tempo de ficar tão frustrada quanto quer. A confusão do pesadelo é abafada pelo vazio angustioso que sente, a sensação de estar abandonando alguém. Apesar de ter seguido os conselhos de Nayra e vindo procurar o Livro da Alma, a pesquisadora não sente que está fazendo a coisa certa. Que procurar seu tutor desaparecido era mais importante que achar um pedaço de papel velho.

  Uma parte dela raciocinou que Apolo já era velho demais para se cuidar sozinho e que havia alguém endemoninhado pokémon e dando vida a objetos para ela impedir. Sussurrou em sua mente com ferocidade que se ela já o estava traindo, então deveria pelo menos fazer algo certo e terminar logo com aquilo.

 Então, sem muitas opções, Minkah arrumou suas coisas, acordou seus parceiros e voltou a caminhar, seguindo a direção contrária do rio.

   A route 002 penetra Santalune Forest, cedendo o caminho de areia pela folhagem espessa e amassada, oriunda das folhas caídas das árvores curvas e frondosas. A passagem é irregular, pontuada por raízes grandes que eclodem do chão e pedras recheadas com musgos que aparecem aqui e acolá. Eevee se diverte ao subir nelas, saltando como um macaquinho de um lado para o outro enquanto que Chárysso prefere se agarrar ao ombro de Minkah, não gostando nada da área fechada em que se meteram. Alattí está dentro de sua bolsa, o calor tropical e a brisa fria do inverno passageiro deixando um ar abafado e sonolento nos viajantes.

    Eles perdem a noção do tempo que estão caminhando, já que Heiwas está confiando mais em seus movimentos automáticos e inexperiente e a trilha mais ou menos reta e aberta para se manter em movimento para se preocupar com algo como horas. Seus olhos apreciam o ambiente novo e sua mente cutuca e guarda cada detalhe, ansiosa para esquecer o pesadelo e qualquer um dos sentimentos que ele trouxe. O pesadelo, entretanto, não parece deixá-la quando marcas de garras, exatamente iguais com as de seu sonho, aparecem em seu campo de visão, entalhadas na madeira de forma pouco natural.

    Ela se aproxima dos três riscos grossos e uma inspeção mais próxima faz sua testa franzir. Há lasca nos troncos das árvores e os cortes de garras são irregulares, cavados, como se tivessem sido arranhado várias vezes até penetrarem o tronco grosso.

—Que estranho... —Heiwas toca o tronco com os dedos. Um dejá-vú inexplicável toma sua visão e a textura áspera e levemente úmida faz sua pele coçar de ansiedade. Ela vira a cabeça para o lado para procurar alguém que não está lá, mas, ao invés disso, encontra outra série de arranhões —Mas que droga é essa?

   Ela segue a trilha de garras, passando por mais duas árvores antes de se deparar com a coisa mais macabra que vira em sua tenra vida.

   Ali, usando um cajado grosso e pontiagudo de madeira para cravar as marcas nas árvores, está um velho. Um velho muito alto. De quase dois metros, encapuzado e cabelos brancos (a única coisa além das mãos esqueléticas que ela consegue ver). Ele se vira em um movimento duro e silencioso, a escuridão projetada obscurecendo sua face, e pousa o cajado com força no chão, fazendo um som seco ecoa pela floresta assustadoramente silenciosa. Minakh pode sentir as penas de sua pidgey se arrepiarem e os murmúrios de medo de eevee.

—O-o que você está fazendo?

   A única resposta do velho é apontar um dedo magro e trêmulo em sua direção e grunhir. Heiwas tem exatamente dois segundos para puxar uma pokébola antes que três figuras obedeçam à invocação muda e saltem da grama ou desça dos galhos por fios de teias. Com o sangue se tornando gelo a cada respiração, a pesquisadora puxa a pokédex para escanear as novas figuras ao mesmo tempo em que lança para o campo seu slowpoke. Drákvma não se agita ao ver a figura misteriosa, olhos racionais organizando o cenário em sua mente.

   A cara sorridente da spinarak muda para uma feia careta quando a aranha dispara uma teia complexa feita de um fio branco e lustroso e extremamente grudento, que prende o urso rosa, grudando suas patinhas ao chão. Ela grunhe, acho extremamente desconfortável a sensação em sua pele lisa e úmida, principalmente depois que a lagarta parece se juntar a eles com outro conjunto de fios brancos e grudentos. Foongus, no entanto, escolhendo uma abordagem mais segura, apenas dar mais alguns passos para trás enquanto vibra, uma luz esverdeada banhando-o e explodindo em um brilho verde.

   Drákvma, já irritada, se força a se levantar em suas patas traseiras, rompendo algumas das teias viscosas, e cair contra o chão com as dianteiras com toda a sua força. Todo o solo chacoalha com a força, explodindo em rachaduras profundas e longas e abalando os pokémon presente. Heiwas quase tropeça, contudo o ancião nem ao menos se move, mantendo-se estoico como sempre. É de arrepiar.
 

Round 1:

—Queime isso! —Heiwas grita, a mão coçando para puxar alguma pokébola para ajudar seu filhote. No entanto, a sensação do olhar da figura encapuzada a faz parar em suas ações e travar seus olhos com o determinado de slowpoke.

   Caterpie se lança contra ela e Drákvma nem ao menos pisca, forçando as patas no chão e balançando o corpo para receber o impacto. Ela se distrai apenas o suficiente para spinarak disparar um laço de fio de seda forte, que se prende ao pescoço do urso d’água com facilidade, e puxar para trás com três de suas patinhas, quase como se fosse um cowboy enlaçando uma vaca particularmente brava. Heiwas range os dentes para isso, claramente ofendida, e sibila ainda mais quando foongus continua em seu lugar, imóvel, produzindo a mesma luz cintilante de antes. A pesquisadora percebe, muito tardiamente, que eles estão coordenados. Com Caterpie e Spinarak desacelerando e prendendo o oponente e foongus se transformando em uma verdadeira ameaça, acumulando status atrás de status.

—Drákvma!

   Ao invés de reagir por instinto como qualquer outro pokémon faria, slowpoke reina no pensamento racional e cospe uma rajada de fogo em direção ao cogumelo que pretendia se esconder até que pudesse acabar com aquilo com um único ataque. Ao invés disso, é o cogumelo que desmaia, incendiado, e gritando de dor e horror. Isso faz os outros recuarem.
 

Round 2:

—Lá se foi seu campeão! —Minkah provoca, com um sorriso de presunção. Caterpie recua com outro String Shot, prendendo o braço direito de slowpoke e puxando na direção contrária que Spinarak está puxando, quase como se quisessem sufocá-la em um garrote. Drákvma ruge de dor, lágrimas de esforço surgindo nos cantos de seus olhos e isso trás a careta de novo no rosto da pesquisadora. O velho parece apreciar todo o sofrimento alheio, entretanto —E aqui está a minha!

   Outra rajada de fogo é disparada. Ela lambe os fios, rompendo-os e percorrendo até a aranha venenosa, onde a abraça em um abraço queimante e agonizante. A criatura se dissolve em um conjunto inquietante de membros soltos e queimados.
   

Round 3:

    Caterpie, revoltado, solta um grito de vingança e se lança com ímpeto contra a oponente. Pela última vez e mais uma vez, slowpoke recebe o ataque com determinação antes de encerrar aquilo com outro jato de fogo. A coisa toda termina com um rugido de orgulho de Drákvma, que chama a atenção do velho. Ela parece provocá-lo e desafiá-lo de alguma forma que Heiwas não entende.

   

Round 4:

     Depois de segundos excepcionalmente longos apenas encarando-se mutuamente, o velho simplesmente se vira e começa a ir embora, ignorando completamente as perguntas gritadas de Heiwas.

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Alattí {05/10}
Eevee {05/10}
Pidgey {05/10}

Heiwas não demorou muito para deixar o círculo de árvores arranhadas, visto que o próprio ancião que fizera as marcas havia desaparecido nem dez minutos antes. Com a testa franzida e os pelos da nuca arrepiados, ela deu as costas e voltou a caminhar, perdendo completamente o estranho acontecimento que ocorria com os três pokémon que o velho invocou.

Uma luz brilhante, porém, ao mesmo tempo, escura, tomava o corpo de dois das três figuras desmaiadas. Uma delas, a lagarta, era totalmente engolfada pela luz, que modulava seu corpo, expandindo-o e solidificando-o em uma massa dura e afiada. O outro, o cogumelo em forma de pokébola, apenas sugava o brilho pelo “centro da pokébola” até que ela desvanecesse e os olhos se abrissem em um vermelho doentio.

Infelizmente, Heiwas não vira nada disso. A pesquisadora apenas seguiu seu caminho, crendo que alcançaria o fim da floresta em alguns poucos dias. Talvez, a essa hora, já fosse tarde demais pra fugir.

A vingança não teve demora.

Minkah havia acabado de alcançar uma enorme raiz que se projetava do chão —eevee, escalando-a com felicidade ao passo que Pidgey esvoaçava mais alto, procurando um bom galho para pousar. Alattí, empoleirado em sua cabeça, murmurava de sono, reclamando que sua posição fora roubada pelo corpo macio e úmido de slowpoke.

—… então, não precisa ficar com ciúmes… —Heiwas zumbiu, rindo para a careta do pichu —Eu apenas que…

Sua fala é rudemente cortada pelo estalo de um galho. De cima da enorme raiz, Heiwas se levanta, alerta. O silêncio reina por um tempo dolorosamente longo e, então, de repente, algo está saltando das sombras contra ela, quase a derrubando.

Slowpoke é a primeira a reagir, abrindo sua boca e cuspindo uma rajada de fogo intensa que manda o atacante de volta para o chão. O cogumelo geme um barulho medonho, se contorcendo e disparando um raio vermelho contra treinadora e pokémon. O Absorb acerta em cheio Drákvma e está, em pânico, empurra a pesquisadora para que não seja afetada pelo ataque.

Heiwas tropeça e cai duramente para trás, mas slowpoke não se move da sua frente. Cuspindo mais um jato de fogo, ela termina com a ameaça de Foongus.

Round 1:

Isto é, se uma fumaça escura não emergisse do pokémon desmaiado, moldando-se em uma bola de gás risonha e macabra. A coisa sorri, fazendo a pesquisadora engolir em seco e pichu tomar a dianteira da situação. Pois eram quando as coisas estavam assustadoras e confusas, que Heiwas confiava em seu melhor campeão.

Gastly o encarou com olhos vermelhos, perfurando a alma do roedor enquanto uma sombra arroxeada se projetava à sua volta. Pichu titubeou, no entanto não recuou. Pelo contrário, sua cauda escureceu até assumir um tom metálico e ele mergulhou contra o fantasma, ferro cortando o gás e golpeando a cabeça no solo tal qual uma bola de basquete é quicada contra o asfalto. O rato pousou com graça, rosnando uma ameaça ao pokémon desnorteado.

Contudo, não havia acabado. Gastly flutuou e voltou a encarar o rato com os olhos que, dessa vez, brilhavam como duas chamas, vermelho vivo. Houve um lampejo de brilho e, então, um raio multicolorido que foi disparado contra Alattí, bagunçando sua mente e deixando-o confuso o suficiente a ponto de correr na direção de uma árvore próxima e esmagar sua cabeça contra o tronco.

Round 1:

—Alattí! Você precisa se acalmar!

Gastly zumbiu, rindo da situação do parceiro de Heiwas. Ele zombou enquanto tentáculos arroxeados brotavam do chão e ascendiam ao seu redor, balançando-se e enrolando-se ao seu redor, aumentando sua força e deixando-o mais alerta.

—Alattí!

Com um grito furioso, pichu se afastou do tronco e correu em direção ao fantasma, bochechas explodindo de eletricidade. O raio que disparou foi mais que suficiente para acabar o trabalho e assassinar a alegria de gastly. Depois disso, não houve mais riso.

Round 2:

Com a situação controlada, Heiwas levantou-se e apressou-se para sair dali, esperando que não visse mais daquelas coisas.

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Alattí {10/10} +1 Happiness
Eevee{10/10} +1 Happiness
Pidgey {10/10} +1 Happiness

Se levantar e voltar a caminhar tinha sido a parte mais difícil. O susto de ser atacada de repente pelo foongus que o velho jazia invocado, e que agora estava possuído, foi forte o suficiente para fazer os joelhos enrijecerem e os dedos cravaram na areia com tanta força que ela sentiu queimar a palma da mão ao mesmo em tempo que sua mente espiralava, carregando flashbacks de todas as situações que encontrou pokémon possuído. Na verdade, que encontrou surtos de possessão.

Aquilo não era bom.

Ela não estava pronta para enfrentar outra onda de pokémon assustadores, contudo a vida não parecia estar nem aí para o que ela estava ou não pronta para enfrentar. Heiwas não tinha alcançado nem alcançado metade do trajeto de viagem antes de outro problema despencar do céu.

—Tá de brincadeira?! —Heiwas gritou ao mesmo tempo em que um grunhido horrível e perturbador ecoou das copas das árvores.

Ela recuou com os olhos travados lá em cima, discernindo o vulto verde e negro em movimento que parecia muito familiar.

A batalha contra metapod foi bem anticlimático. Foi, em palavras mais simples e literalmente, uma descida para o inferno, onde o tipo inseto havia se jogado de um galho alto contra slowpoke, investindo sobre ela com toda a força de seu corpo. Em oposição, o pokémon rosa e macio apenas virou seu rosto na direção do casulo caído e disparou uma rajada de fogo que o incendiou até que não houvesse mais nada a queimar. Metapod estava capturado em apenas alguns segundos.

Round 1:

No entanto, a figura familiar e encapuzada que se projetou dele não foi tão fácil de abater. Ele se materializou, como se solidificando de uma fumaça escura, e, então, gritou horrivelmente, fazendo o barulho agonizante retumbar por toda floresta.

Seu único olho brilhou de maneira perversa, deixando Drákvma nervosa. O hipopótamo soou, não gostando nada de como a atenção predatória do fantasma estava completamente sobre ela. Por este motivo, a fêmea apressou-se a cumprir as ordens de sua treinadora, cuspindo, dessa vez, um jato de água quente que banhou o crânio e o encharcou até os ossos.

Desgostosa e não gostando nada da brincadeira, ela chiou e jogou os braços de tecido velho para cima, ondas sombrias emergindo de sua figura e estendendo-se ao seu redor. Drákvma se assustou com o movimento repentino e agiu, pela primeira vez desde que nasceu, por puro instinto, atirando outra rajada de água quente em duskull. Desta vez, porém, ele não pode reclamar, já que nem ao menos conseguia ficar de pé.

Round 2:

Drákvma estava começando a odiar aquela floresta e Heiwas estava começando a entender isso.

—Chega de assombrações por hoje.

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Hapiness escreveu:

Alattí {05/10}
Eevee {05/10}
Pidgey {05/10}

É meio dia quando Heiwas finalmente cede e o estresse não consegue mais fazê-la continuar. Ela desaba no chão, sentindo as costas doerem e as pernas tremerem, respiração ofegante saindo em ondas dolorosas de seu peito, como se não conseguisse respirar. Tudo parece alto e até mesmo tocar nas coisas é demais.

—Estamos presos com assombrações! Isso é um grande pesadelo!

Pidgey não responde às exclamações, suas penas fofas e estalar de bico impaciente sendo sinal mais do que o suficiente do desconforto dela. Ìlléos, por outro lado, está grunhindo enquanto a cerca, como se não entendesse que a dor estava dentro dela ao invés de ser causado por algo exterior. O eevee quer lhe trazer paz, mas não há como fazer isso quando não tem quem enfrentar. Ìlléos é um guerreiro do único jeito que sabe.

É pichu que a conforta, encontrando-a no chão e esfregando suas bochechas em seus dedos enrolados, forçando-a abrir suas mãos e acariciar suas bochechas. Os olhos negros como azeitonas encontraram os olhos vermelhos brilhantes de lágrimas e se manteram, travados, como se segurassem uns nos outros como se forem à tábua de salvação um do outro. Talvez realmente fosse.

Suas auras enrolaram-se e dançaram, estendendo e ampliando os instintos e as sensações das coisas ao seu redor. Acalmada pelo conhecimento de não estar só, Minkah relaxou, desabando contra uma árvore com a respiração mais suave. Foi só aí que a chama apareceu e as auras das coisas ao redor se perturbaram, retorcendo-se e silenciando-se. Com olhos grogues, a pesquisadora avistou o fogo azul se projetando ao redor de uma casca de sorvete?

Parecia ser algum sonho louco quando a pokédex gritou "Vanillite", mesmo que ele estivesse usando Mystical Fire para incendiar as árvores ao seu redor. .

O dito doce de gelo gritou, olhos roxos e fuscos encarando-a garota, e seu peito inflou antes dele cuspir uma rajada de vento frio que saiu congelando cada pedra e folha em seu caminho. Slowpoke encontrou o ataque no meio do caminho, saltando do lado de Heiwas e confrontando a casquinha de neve.

Quando o frio cessou, foi à vez das chamas de Drákvma engolfar Vanillite, consumindo-o em seu jato de fogo.

Round 1:

Quase que imediatamente que fora abatido, uma fumaça eclode do doce, materializando-se em uma adorável vela emo. Era muito fofinha. Heiwas quis gritar pela adorabilidade dela.

Slowpoke, no entanto, não se importou.

A vela cuspiu uma sequência de fagulhas que cutucaram a pele rosa e mole do hipopótamo, quase não causando dano por causa da umidade de seu pelo. A torrente de água fervente varreu a vela, abatendo a fofura quase que instantaneamente.

Round 1:

Assim como fizera com o ataque anterior, Heiwas lançou duas esferas e capturou ambos os pokémon. Sonho ou não, as duas esferas sumiram —Talvez indo para box — e Heiwas voltou para o chão, onde pretendeu ficar ali por muito tempo.

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Alattí {10/10} +1 Happiness
Eevee {10/10} +1 Happiness
Pidgey {10/10} +1 Happiness

Deitada e exausta, Heiwas se encontra presa entre a consciência e a dormência. Ela suspira pesadamente e pisca, entrando no branco leitoso de sua mente, no aliviante nada. Lá está silencioso, quieto demais para sequer poder sentir algo, e seu coração cede, como se alguém houvesse acabado de cortar as cordas que o mantia funcionando.

—Você não pode estar aqui.

   Uma voz grunhe, tão estática e sombria que Minkah não consegue discerni-la. Isso a faz tremer e uma névoa roxa rapidamente a cerca, espiralando e formando paredes inteiras de sombras que a cercam. Ela recua, mas não há para onde fugir. Cada pedaço daquele branco imaculado tornou-se negro como breu.

    Olhos humanos e vazios moldam-se à sua frente, deformados e torcidos, como se fossem feitos de tecido. Eles a perseguem com um olhar sufocante. Heiwas quer gritar.

—Você não pertence aqui.

  As sombras se tornam tão fortes que a engole.

   Heiwas pisca e o contorno da floresta entra em foco. A luz do dia está baixa, quase não conseguindo entrar pela folhagem espessa das árvores. A areia pinica em seu braço dormente, pousado abaixo dela de onde havia se virado, deitada de costa contra uma extensa raiz. Seus joelhos estão dobrados contra o peito e todo seu corpo se curva, encolhido contra a figura preocupada de seu pichu. O pelo fofo de eevee faz cócegas, a cauda marrom enrolada no pescoço enquanto o resto do corpo faz o possível para sustentar sua cabeça. Minkah não consegue ver sua pidgey, no entanto ela sente um arrepio tomar conta de seu corpo quando avista as marcas de garras de antes.

   São as mesmas árvores.

   Ela está de volta ao começo.

   Está presa, como um rato em um labirinto.

—Alattí… —Ela murmura e o pichu balança as orelhas em atenção. Isso a faz sorrir. Ele sempre a ouviu.

   Seu sorriso morre quando uma criatura de olhos vermelhos rubros surge em sua visão. Ela rasteja rapidamente com um chiado. É dourada, parecendo uma lagarta, e tem um chifre no meio da cabeça. Um pokémon muito comum e Heiwas nem precisa da pokédex para descobrir o que é. O bicho, no entanto, é estranho o suficiente para agir de maneira desequilibrada e atacá-la.

   Slowpoke, que ela não havia visto até aquele momento, salta de trás dela e recebe o laço de seda no pescoço. O hipopótamo se arrepia, chiando por estar presa de novo, entretanto o medo dura pouco quando uma rajada de fogo explode de sua boca e serpenteia pelo fio até consumir weedle.

Round 1:

   O inseto desmaia quase que instantaneamente, entretanto, seu corpo abatido dá lugar a outro, e outro e outro. Asas batem com tanta força que começam a zumbir e os beedrill emergem das copas das árvores, vingativos e furiosos. Heiwas se levanta aos tropeços com seus pokémon a cercando. Ela prepara-se, tensa, pronta para retornar seus amigos para a pokébola —onde, pelo menos, ficariam seguros —e encarar seu destino.

   Seu Destino toma forma diante de seus olhos, surgindo em uma tempestade sombria de roxo e negro. Uma rajada de vento forte golpeia as abelhas, lançando-as longe, antes da figura esguia e ondulante materializa-se na sua frente.

   A coisa parece uma nuvem negra, com braços longos e um cabelo branco flutuante. Um cachecol vermelho espetado esconde olhos afiados de um azul cintilante. A criatura é silenciosa, esticando um de seus braços e apontando para ela com um de seus longos dedos. Sua mão tem três dedos que, lentamente, se transformam em três garras extremamente afiadas. Elas combinam com as marcas que Old One fez. As mesmas marcas que a esteve perseguindo.

—O pesadelo…

     Ambos se encaram fixamente por vários segundos. Minkah quer esfregar os punhos nos olhos, se beliscar ou até se aproximar para tocá-lo, mas sua mente está em branco, travado em pura surpresa e terror que só uma criatura mítica pode causar. Então, antes que as coisas fiquem estranhas demais —como se pudesse —eevee se lança contra ele, atacando com um Quick Attack feroz.

    Ele atravessa a figura sombria, caindo no chão do outro lado, e o pokémon se dissipa em uma nuvem de fumaça, como se nunca tivesse existido. Heiwas pensaria desse jeito se o registro em sua pokédex e as pequenas gemas negras não lhe dissesse o contrário.

—Darkrai!

    O grito ecoou por toda floresta.

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Alattí {05/10}
Eevee {05/10}
Pidgey {05/10}

Heiwas vira a cabeça e a reta sobe, cortada por espaços grandes e pequenos; distorcidos. Ela volta a endireitar, observando a folhagem perfeita das plantas rasteiras e a escuridão incólume que preenche os ditos espaços referidos anteriormente. Franzindo a testa, a pesquisadora se ergue da pedra que havia tomado como assento e se aproxima, tocando a lasca na árvore. É um único corte, ao invés das marcas de garras que o velho gigante havia lapidado e que, por coincidência, combinava com os dedos esguios de Darkrai. Agora, esses arranhões viraram uma única linha reta que percorria as árvores, traçando um caminho com final desconhecido. Cada árvore no raio de aparecimento do Darkrai tinha uma indicação...

—Mas para onde isso leva é a verdadeira pergunta. —Afirmou, ainda de costa para seus pokémon.

Pidgey estava pousada em um galho acima da cabeça ruiva da jovem e eevee se encolhia contra a rocha que Minkah havia usado para se sentar, orelhas caídas e cabeça apoiada no chão úmido; desanimado por não ter perdido sua chance com um pokémon lendário. Alattí parecia perdido, atirando olhares tanto para a treinadora quanto para o raposo, como se não soubesse qual era o mais estúpido. Slowpoke, claramente a mais inteligente daquele time de aberrações, apenas virou-se de barriga para cima e curtiu a pouca paz que lhe restava. O hipopótamo sabia que mais cedo ou mais tarde Heiwas decidira seguir aquele estranho caminho e eles mergulhariam, mais uma vez, em uma confusão de caos.

Até lá, Drakvma tomaria sol e relaxaria.

Isto é, se a pequena criatura parecida com um rabanete a deixasse em paz. Ela havia estado ali, parada, olhando para ela com pequenos olhos fascinados, nos últimos minutos e não parecia ter indicação nenhuma que pararia com aquilo. Drákvma, no primeiro momento, tentou ignorar, esperando que o bicho logo se cansasse e fosse procurar outro ser para atazanar. Oddish, entretanto, parecia muito determinado em permanecer a fitando, uma língua rosada lambendo seus lábios famintos.

Slowpoke se arrepiou com a ação e suspirou pesadamente, desconfortável, mas com preguiça demais para se mover. Mentalmente, ela torceu para que algum de seus companheiros se virasse e viesse lhe ajudar.

Então, vendo que sua presa não lhe escaparia, o rabanete cintilou, disparando no pokémon rosa uma luz vermelha que sugou parte de sua força vital. Drákvma grunhiu de irritação e, sem pena nenhuma, disparou de sua boca uma rajada de fogo. As chamas engolfaram o tipo planta que saiu correndo em desespero e gritos até que acertou a pedra perto de eevee e desmaiou.

Round 1:

Com um sorriso, Drákvma fechou os olhos e foi dormir.

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registros:

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Alattí {10/10} +1 Happiness
Eevee {10/10} +1 Happiness
Pidgey {10/10} +1 Happiness

No final não foi preciso de muito para convencer Heiwas a seguir em frente. Querendo ou não, Darkrai havia lhe salvado do enxame de beedrills e não parecia plausível para a pesquisadora que um mítico aparecesse do nada apenas para zombar de sua vida e lhe conduzir para um fim terrivelmente irônico —não que não fosse possível, dado a sorte de Minkah, mas ela realmente esperava que Darkrai não tivesse um humor tão negro... Quem ela está enganando? Ele era literalmente puro Dark!—, então, logicamente, havia apenas um objetivo para sua aparição misteriosa: ele queria lhe mostrar algo. E com o histórico de possessão da floresta e o comportamento estranho dos pokémon da região, ele poderia muito bem está lhe conduzindo até a fonte do problema. A pessoa que estava procurando.

—O policial sempre pega o bandido —Heiwas afirmou, arrastando os dedos pela marca única na árvore.

   Ela afastou-se da planta só o suficiente para alcançar o próximo tronco, sua mão direita rapidamente fazendo contato com a madeira áspera. A textura lhe trazia um sentimento de deija-vú, uma lembrança do sonho que tivera naquela manhã, e, agora, com o sol da tarde banhando seus cabelos ruivos em uma luz opaca e o ar abafado a castigando, tudo parecia fazer um pouco mais de sentido.

—Encontre o ladrão do Livro da Alma, devolva a Nayra em Solaceon, suba para as ruínas e salve o imbecil de meu tutor. Sim. Prioridades —Ela recitou, finalmente conseguindo colocar sua mente em algo que não fosse o desespero crescente em seu peito e a dúvida de estar fazendo a coisa errada; de estar no lugar errado —Fácil como evoluir um Magikarp!

—Piii iii ichu —Alattí se virou para olhá-la, uma sobrancelha levantada em desdém.

—Sim, eu sei. Estou sendo sarcástica, okay?

   Não estava okay para Alattí, no entanto ele decidiu ser o responsável de seu relacionamento e ignorar isso, correndo atrás do eevee bagunceiro que parecia ter superado sua depressão momentânea para latir para uma árvore. Sim, ele realmente era uma criatura que tinha suas prioridades em ordem. Pidgey, que estivera na dita árvore apenas olhando com olhos escuros e aborrecidos para o raposo incansável, guinchou alto e espancou com seu pé esquerdo o galho em que estava pousada, como se imaginasse que a cabeça marrom e felpuda de Ìlléos fosse aquele ramo e suas garras fosse um martelo bem pesado. Chárysso estava realmente irritada.

  Juntos, eles desceram ainda mais para dentro da floresta, saindo da trilha principal e seguindo a linha de árvores marcadas. Em determinado momento, Heiwas encontrou escombros em uma clareira, onde pedras cinzentas, quebradas ao meio, empilhavam-se umas sobre as outras, mantendo-se presas pelo musgo que crescia por entre os espaços e acima delas. Lembrava um altar. Velho, destruído e esquecido, mas, ainda, um altar.

    Ela parou, meio hipnotizada, sua mente borbulhando com a ideia de que talvez fosse aquilo que Darkrai quisesse que fizesse: que erguesse um altar a ele. Contudo, as árvores marcadas não cercavam a clareira. Pelo contrário, seguiam sem nenhuma interrupção para o destino que só elas pareciam saber. Minakh deu de ombros, murmurou um adeus e voltou a caminhar.

    O silêncio imperou na floresta depois disso. Nenhuma única criatura viva poderia ser ouvida ou vista e isso fez a pele de Heiwas se arrepiar terrivelmente.  O silêncio trouxe uma onda de sons diferentes: os ruídos ficaram mais altos, ecoantes e facilmente perceptíveis. O chacoalhar das folhas, o assobio do vento, o barulho da areia sendo esmagada pelos passos apressados da trupe. Tudo isso preencheu cada espaço da mente da pesquisadora, arrastando seus nervos à flor da pele. Apesar disso, foi só por causa dessa falta de som inquietante que Anttochí conseguiu captar um assobio cantarolante. A melodia de alguma música chiclete e popular moldada em uma série de silvos alegres.

   A música só se tornou ainda mais persistente conforme a pesquisadora seguia. Ela tocou os nervos aflorados de Minkah, a tensão enrijecida em seus membros pelos pensamentos assustadores que a tomou. A origem daquele som podia vir de qualquer figura macabra existente naquele plano terreno. Ou, talvez, só de algum pokémon estranho.

    Bem, de qualquer forma, a realidade era mais estranha que isso.

    Um velho familiar, de barba branca comprida, cabelo alvo que atingia os ombros e vestindo uma túnica verde comprida por cima de vestes soltas e leves. Ele possuía um par de olhos escuros inteligentes, que estavam travados na oran berry em sua mão como se aquela fosse a coisa mais interessante que já vira em sua vida. Quando Minkah entrou em seu campo de visão, o senhor parou de assobiar e aqueles olhos subiram para encontrá-la. Como o Mestre dos Magos, Mr. Dyce parecia brotar nos lugares mais estranhos, sem dúvida arrastando charadas estranhas e tentativas de ajuda que nunca, realmente, ajudariam ninguém com ele. Apesar disso, Heiwas não pode deixar de ficar feliz em vê-lo. Ele era melhor que um monstro horrível. Ele era...

—Meu amigo! —Ela exclamou, correndo para aproximar-se dele.

—Jovem Heiwas! Não esperava vê-la por aqui!

—Eu que deveria estar te dizendo isso, afinal você não é muito velho para estar brincando de chapeuzinho vermelho perdido na floresta?

—Suponho que agora sejamos como João e Maria —Retrucou, divertido —Venha se sentar. Sinto que você tem muita coisa para contar.

—Você não imagina o quanto… —A frase morreu em sua garganta quando percebeu que o velho não estava sozinho.

  Havia dois pares de olhos escuros, escondidos atrás de uma confusão de pelo ziguezagueante. Orelhas bagunçadas estavam eretas e patas com três garras cada abraçavam as calças das pernas do velhote, meio tímidas e meio ousadas em suas ações. Apesar de, em essência, serem o mesmo pokémon, um era preto e branco e transpirava um ar de delinquência, ao passo que o outro, marrom e bege, não passava de um cachorrinho empolgado —Seus novos amigos?[/color]

—Sim, eles são parte do motivo pelo qual eu estou aqui. Na verdade, tive uma ideia melhor ainda! Iremos batalhar e eu mostrarei do que são capazes!

—Ééé?! Mas eu não…

—Será uma batalha de dois contra dois e…

—Não estou muito a fim de entrar em outra…

—Perfeito! Eu começo! —Gritou, estendendo o dedo magro e ossudo em sua direção —Galarian Zigzagoon!

    Como não havia pra onde fugir e, sem absolutamente nenhum estímulo, eevee saltara para frente do zigzagoon —que a pokédex de Heiwas acusou ser outra versão do zigzagoon usual —, Minkah simplesmente suspirou e sorriu, se entregando, mais uma vez, as vontades insanas de um velho pouco senil.

—Eu não acredito que estou fazendo isso. Ìlléos, Work Up!

—Leer.

   Uma aura vermelha rapidamente cercava a criatura marrom, arrepiando seus pelos e aumentando seu foco. Imediatamente, os instintos de predadores se aguçaram e eevee sentia-se mais confiante e infinitamente mais agressivo em seus movimentos. Zigzagoon, tentando diminuir sua força de vontade, lhe lançou um olhar mortal, olhos vermelhos estreitos piscando contra os roxos do raposo. Eevee sentiu a ansiedade se acumular e seu corpo se curvou, as patas cavando mais firmemente na areia para aumentar o contato da superfície e estabilizar o corpo. Atento.

   Avançar de maneira bruta talvez não fosse mais uma boa ideia, então a pesquisadora apelou para a velocidade. Com uma ordem rápida, Ìlléos saltou no céu e girou, dando uma cambalhota e balançando com força a calda. Um brilho dourado se apegou ao pelo, cintilando, e, de repente, estrelas inteiras explodiram dela e voaram na direção do zigzagoon. Elas o arranharam, cortando como lâminas e estourando contra a pele do outro pokémon. Ele não ficou de pé depois disso.
   

Round 1:

—Ele não conhecia esse movimento antes.

—Digamos que gastamos um bom tempo aprendendo truques novos!

—Bem, este aqui também é novo. Zigzagoon, Headbutt!

—Swift, vamos lá!

    Outro guaxinim tomava o lugar de seu antecessor, contudo a batalha foi ainda mais curta para esse do que para o outro. Com movimentos velozes, o raposo repetiu o ataque da rodada anterior, disparando outra rajada de estrelas cadentes. Elas caíram como meteoros cairiam sobre a terra, arrasando e destruindo tudo abaixo delas.
 

Round 2:

—Isso foi… inusitado —Mr. Dyce ecoou enquanto Heiwas pigarreava com força, meio constrangida por ele —Você ficou mais forte, jovem. Que tal você sentar comigo e dizer como chegou aqui?

   Mesmo com as árvores marcadas seguindo em frente, Minkah não poderia negar outro pedido. Assim ela se deleitou em traçar uma narrativa confusa e com pouca continuidade de todos os locais que visitou. Desde sua ida a Novus até sua passagem pelas rotas 1 e 2. Claro, ela não explicou exatamente o porquê de ter viajado para lá, no entanto Mr. Dyce não parecia se importar com o motivo. Ele tinha a estranha ideia de viajar apenas por gostar de viajar.

—É um bom pensamento. É por isso que você está vagando por essa floresta?

—Capturei esses dois a pouco tempo —Ele gesticulou para ambos os filhotes que dormiam aos seus pés, enrolados ao redor de suas botas marrons. Um deles, sentindo que estava sendo chamado, levantou a cabeça e abriu um de seus olhos escuros —Eles possuem habilidades muito úteis —O velho balançou a Oran Berry em sua mão —E qual seria o melhor lugar para desenvolver o Headbutt que não fosse uma floresta? Aqui, talvez eles não tenham se saído muito bem na batalha, mas isso com certeza pode te impressionar!

    Ele se levantou com agitação e se aproximou de uma árvore. Não havia nada de anormal nisso, mas o zigzagoon de Hoenn, que estivera ouvindo até agora, partiu com velocidade assombrosa e se jogou contra o tronco da árvore, investindo com uma cabeçada contra o pé de planta. A árvore chacoalhou com tanta força que um inseto caiu de seus ramos, despencando de cara no chão.

   Ledyba, de acordo com a pokédex, subiu em seus pés com o rosto vermelho e uma careta de raiva. Um zumbido irritado ecoou e precedeu o ataque. Então, agindo por puro instinto, Heiwas atirou a pokébola de Drákvma e invocou o slowpoke para a batalha.

   Enraivecido, ledyba correu contra ela, jogando o peso de seu corpo em uma investida. Entretanto, ele era leve demais para causar qualquer dano sério e sua aproximação serviu apenas para maximizar a pontaria do Flamethrower, que atingiu em cheio a joaninha.

    Chocado e machucado, o inseto parecia finalmente se acalmar o suficiente para. Montar uma estratégia. Recuando, ele estendeu todas as suas patas na frente de seu corpo e criou uma tela de luz multicolorida. Sua barreira, embora impressionante, não foi suficiente para parar outra rajada de fogo e impedir seu fim.

Round 1:

    Com o desmaio, Heiwas não perdeu tempo para capturar o pokémon, já que Light Screen era um move bem interessante de se ver.

—O Headbutt deles é bem legal, hein. Não esperava ver um Ledyba assim.

—Você gostou? Serve para colher berries. Aqui, talvez ele tenha mais sorte na próxima árvore!

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Alattí {05/10}
Eevee {05/10}
Pidgey {05/10}

Parecia infantil, mas ambos, velho e jovem, tremeram de pura animação quando observaram o zigzagoon se preparar para atacar. Primeiro ergueu a cabeça, procurando um bom alvo —a árvore mais cheia, frondosa, com algumas oran berries penduradas em seus galhos mais altos, parecia ser a vítima ideal —e, então, curvou todo o corpo, tencionando-o enquanto abria suas patas e balançava a cauda, procurando o equilíbrio perfeito. Era como se fosse uma mola bem prensada, prestes a estourar. De repente, a mola se rompeu e ele explodiu contra a árvore com uma cabeçada tão forte que Heiwas temeu que tivesse rachado seu crânio.

Felizmente, nada disso aconteceu. Na verdade, a única coisa que rachou foi a copa, que se abriu para cuspir um esquilo. O novo jogador caiu de costas, sibilando de dor, antes de girar e ficar de bruços. Era cinza, com uma cauda fofa e bochechas cheias. Seus olhos redondos vagavam de um lado ao outro, sondando os arredores em confusão. A semelhança de um delirante, nada para ele fazia sentido, exceto a oran berry nas mãos de Mr. Dyce.

Com o mesmo ímpeto que zigzagoon teve para derrubá-lo, skwovet —nome recitado pela pokédex de Heiwas e ecoado pelo próprio pokémon —atacou, escalando o homem pelas suas calças até que pudesse se agarrar a suas costas e usar o ombro para saltar para a mão travada envolta da fruta. Durante todo o processo o velho milionário gritou e se agitou como se suas vestes estivessem pegando fogo. Se dependesse do olhar hiper focado de slowpoke, elas certamente estariam em chamas Minkah, com as mãos estendidas, pairadas no ar na vã tentativa de pegar o esquilo sem machucá-lo; tentava segurar o riso e fazer algo para salvar seu amigo.

Era uma batalha perdida.

Uma batalha que terminou com skwovet saltando, dando uma cambalhota no ar e engolindo a berry em uma única mordida. Agora no chão, o ladrão preparou-se para correr, no entanto ele estava onde Minkah queria.

—Drákvma, Scald!

O esquilo viu o slowpoke dando alguns passos para frente e, por isso, avançou com fúria, os dentes pontiagudos brilhando em um tom platinado antes de se fecharem ao redor da cauda rosa do hipopótamo. Drákvma balançou com a agonia, atirando o esquilo no ar e esguichando um jato de água fervente em seu pequeno corpinho.

O pobre ladrão teve dificuldade para se levantar, mas conseguiu fazer isso de qualquer forma. Debochado, ele virou-se e agitou a cauda na direção do pokémon rosa, provocando e desafiando-a; fazendo-a baixar sua guarda. No entanto, o slowpoke não ia se defender. Ao invés disso, ela levantou-se em suas patas traseiras e caiu pesadamente contra o chão, abrindo fendas enormes e chacoalhando todo o terreno.

Round 1:

Skwovet desmaiou e Minkah aproveitou aquele momento para colocá-lo em outro galho da mesma árvore da qual havia caído. Depois disso, ambos os amigos resolveram dar o teste com Headbutt como encerrado e sair dali antes que a criatura acordasse.

—Depois disso você está indo para se inscrever na expedição que Santalune está fornecendo? —Mr. Dyce perguntou quando eles chegaram a um caminho bifurcado —Dizem que pesquisadores de todo a região estão mirando desbravar essa floresta.

—Eu não ouvi nada disso. Meu plano era me encontrar com, hum, alguém aqui então voltar.

—Achei que como pesquisadora seria uma boa ideia. Pode ser uma boa oportunidade.

—Não prometo nada, mas pensarei sobre isso. Obrigada pelo aviso!

E com isso eles se despediram, embora Mr. Dyce insistisse em marcar aquela cartela de bingo estranha que ele a havia dado com a desculpa de “marcar suas vitórias”. Depois disso, decidiram continuar seguir em frente. O coração de Heiwas estava infinitamente mais leve.

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Alattí {10/10} +1 Happiness
Eevee {10/10} +1 Happiness
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Depois de ter visto o Headbutt de Mr. Dyce em primeira mão, Heiwas lembra que, bem, ela está em uma floresta. Uma floresta com árvores frondosas cheias de berries que ela poderia estar coletando. Okay, talvez ela não seja a bolacha mais inteligente do pacote, mas isso geralmente é algo que ela nota logo de cara, principalmente porque possui a tendência irritante de se distrair com a paisagem.

   No fim, ela culpa seus pesadelos tenebrosos e a constante ansiedade que paira em sua mente e dedica sua próxima hora a localizar uma árvore fácil de escalar. Ela procura galhos baixos e grossos, dispostos em ascendência para que pudesse subir com mais facilidade. Uma planta entroncada e baixa seria o ideal, no entanto há poucas assim e o pé que realmente chega perto dessa descrição não parece conter nada demais. Isso teria feito Minkah seguir em frente, pela linha de troncos cortados, contudo, em sua procura, algo mais chama sua atenção.

   Uma flor muito familiar: rosa, enrolada, quase como se estivesse cristalizada; nascia de dentro de um tronco de uma árvore enorme, de galhos altos e folhas amareladas. A pesquisadora sabe que há uma memória guardada dentro da flor e, a semelhança de um beija-flor faminto, ela se apressa a abrir a rosa, fazendo-a desenrolar sob a influência de sua aura e projetar uma cena um tanto pacífica.

   Heiwas ver um skowvet escalar a dita árvore com as bochechas cheias. No topo, há um buraco, como uma toca, onde ele esconde três frutas de tamanhos e cores diferentes. Por um momento, ele parece satisfeito com suas ações, acenando para si mesmo, mas, de repente, algo chama sua atenção lá embaixo e ele rosna, arrepiando-se de raiva. A memória termina com skowvet saltando para o próximo galho e descendo com pressa com grunhidos de ameaça.

    Alattí, seu pichu, e Ìlléos, o eevee, estão aos seus pés, inquietos, procurando seja lá o que fosse que assustou skowvet. Pidgey voa acima deles e slowpoke se entretém ao continuar olhando para o topo da copa. Heiwas sabe que ela quer as frutas. A pesquisadora pensa em como o skowvet, que os atacara anteriormente, havia prontamente roubado a oran berry de Mr. Dyce e rapidamente concorda com os pensamentos da slowpoke.

—Não é roubo se for justiça —Ela sorrir para Drákvma e recua alguns passos, preparando-se para ganhar impulso o suficiente para alcançar o galho mais baixo.

   Ela consegue por pouco, puxando seu corpo magro para cima e se equilibrando precariamente. Lento e desajeitadamente, Heiwas sobe, sempre procurando a rota mais rápida ao invés da mais segura. Em poucos minutos ela consegue se pendurar onde deveria estar a toca, aberta no tronco por algo pontiagudo, e enfiar a mão onde deveria estar as frutas. Ela consegue guardar duas antes de um chiado de eletricidade soe acima de sua cabeça. Heiwas se assusta e quase deixa cair a cheri berry que está segurando, seus olhos voando para os olhos negros e redondos que guardavam uma raiva intimidante.

   Heiwas conhece a figura imediatamente, pois ele esteve em seus pesadelos durante muito tempo. Como em seu pesadelo, o som de eletricidade volta e ela sente a carga de energia percorrer seu corpo antes mesmo de ver o raio ser disparado das bochechas do atacante. Ela cai, trombando com galhos e plantas todo o caminho até o solo. Seu corpo tenciona, os músculos endurecidos e a dor nublando sua mente de tal forma que ela precisa travar os dentes para não gritar.

    Apesar de todo o queimor e espasmos que estava sentindo, Minkah se forçou a se virar para o lado e, nem mesmo se tivesse uma mente clara, poderia acreditar no que estava vendo.

    Drákvma estava lá, a poucos metros à sua frente, como se estivesse a protegendo do oddish que cambaleava do outro lado do campo. Levando em conta que o tipo planta tinha olhos fundos e quase predadores e estava sujo com uma substância luminosa, muito parecido com musgo; era compreensível que estivesse tão alerta.

     Então, enquanto Heiwas se sentava com a cabeça rodando e pescava da sua bolsa sua filmadora para registrar aquela criatura estranha que estava se movendo como se fosse um bêbado, balançando as folhas de sua cabeça ao liberar um doce cheiro que pairou por todo o campo. Slowpoke ficou um pouco distraída com o odor doce, a adrenalina se esvaindo de seu corpo e ela relaxando visivelmente.

  Então, de repente, algo saltou da árvore e caiu perto deles, assustando todos de tal forma que Heiwas sentiu sua pele se arrepiar e sua alma querer fugir de seu corpo —slowpoke disparando um jato de fogo que cortou o ar em uma linha até incendiar o corpo do rabanete. A pesquisadora virou-se para ver que foi o pikachu que havia a derrubado que tinha saltado e que, agora, farejava a cheri berry que deixara cair.

Round 1:

—Ei! —Ela exclama e o pikachu olha para o pichu que se aproxima com desdém, balançando a cauda lentamente ao passo que rastreia com os olhos todas as suas inúmeras rotas de fuga; certamente maquinando algo.

    A garota troca o disco de gravação bem na hora de filmar seu pichu saltando no ar e caindo no solo, escavando um buraco e desaparecendo. Pikachu tenta alcançá-lo com um ataque rápido, mas o roedor menor ainda não apareceu. Pelo contrário, apenas quando ele para confuso que a terra sob ele se abre e Alattí explode, golpeando bem no queixo.

Round 1:

    Heiwas encerra a gravação, colhe o musgo do oddish e, em seguida, o captura antes de colher a cheri berry e sair dali. Três era o suficiente. Na verdade, três era demais.

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Alattí {05/10}
Eevee {05/10}
Pidgey {05/10}

O gigante de pedra se ergue contra ela, uma cobra ameaçadora e perturbada. O coelho o olha com seus olhos de botão, deixando-se parecer menor, mais inocente. A criatura hesita por um momento, no entanto a fofura da pelúcia não é o suficiente para impedir a descida da cauda. O pedregulho quase que a acerta, golpeando o chão com tanta força que ele chacoalha, jogando buneary para fora de seus pés.

Buneary recua, desajeitada, e salta para cima da cauda, percorrendo todo o corpo de onix até em cima, onde, em uma onda de agitação, ela pula, girando em um arco e golpeando o queixo de onix com seus punhos envoltos de uma luz roxa. A criatura chia e a cauda volta a cair contra o chão, produzindo mais rachaduras e rasgos na terra.

Round 1:

O punho de sombras ainda está queimando em uma imensidão de tons escuros quando buneary volta a usar o corpo da serpente para se impulsionar para cima e golpeá-lo com outro de seus socos. Onix cambaleia com o impacto antes de invocar uma enxurrada de pedras que cercam o tipo fantasma, encarcerando-a em uma tumba de rochas.

A plush procura uma brecha para sair, arranhando-se ao escapulir por uma fenda na lateral. Assim que está livre, ela curva-se, projetando uma sombra longa e macabra que se ergue parar arranhar a lateral do corpo pedregoso. Onix agitasse, irritado, e tenta golpeá-la, acertando o chão mais uma vez e causando, novamente, um terremoto.

Round 2:

Cansado de mal conseguir parar em suas patas e ansiosa para terminar com aquilo logo, a coelha apenas se lança para mais um último soco, abatendo-o de forma brutal.

Round 3:

Ela tinha coisas melhores para fazer.



Heiwas realmente não sabia como havia chegado ali. Quer dizer, uma hora ela estava seguindo tranquilamente a linha de árvores marcadas com garras que, por algum motivo estranho, faziam uma espiral —já que Heiwas havia virado para a direita mais vezes do que podia contar —; e, no próximo segundo, plush buneary estava se libertando da sua pokébola e correndo à sua frente, sua aura vermelha explodindo em uma confusão agressiva de sombras. A perseguição a levou para uma cena caótica que ela não poderia imaginar nem em mil anos.

Havia alguns pokémon que emergiam de portais de bordas avermelhadas, tão confusos e furiosos quanto qualquer um estaria ao ser rudemente arrancado de seu lar e ser jogado em uma clareia qualquer. Eles pareciam rosnar e gritar, como se estivessem em agonia, mas, entre seus rugidos, havia uma voz fina que se destacava. Buneary, jogando sua autopreservação de lado, havia ignorado totalmente o onix e tentado passar por ele, embora a serpente, claramente não gostando de ser esquecido, impediu-a de continuar.

Depois de colocar onix para dormir, Heiwas seguiu seu pokémon por uma zona de guerra literal, desviando-se de ataques e se jogando para direita quando uma Energy Ball passou voando por cima de sua cabeça. Chárysso, a pidgey, como se invocada pelo ataque de pânico de sua treinadora, mergulhou para combater o morelull que sibilava terrivelmente para ela.

Sua aura se intensificou e, em seguida, estourou em uma rajada de fogo que percorreu todo o caminho, deixando um rastro de chamas, até atingir a planta. O pequeno fungo gritou antes de erguer sua cabeça e criar uma esfera de pura energia no centro de sua testa. Ela girava em verde com puro poder e fez um barulho de vento quando foi disparada como um projétil contra o pássaro. Mas esse não pareceu muito afetado, mergulhando contra o adversário com outra onda de fogo.

Round 2:

Tudo isso Heiwas teve apenas um vislumbre, visto que seu pokémon fujão havia encontrado outro obstáculo em sua busca por… Alguma coisa. A tipo fantasma parecia realmente irritada pela intromissão e Minkah se sentiu fisicamente doente pela escuridão que emanava de seu pokémon. Era como se estivesse chamando algo, clamando, disposto a tirar tudo de todos para conseguir a dita coisa. Heiwas piscou, meio confusa sobre o que estava vendo e o que estava sentindo.

No campo de batalha um woobat tirava a vara curta, visto que a escuridão presa dentro do boneco de pano se soltava com um estalo e tomava a forma de uma garra, desprendendo-se do solo e agarrando o corpo do morcego. Este, corajoso, apenas grunhia enquanto seus olhos se enchiam de um brilho azul e uma luz suave cercava a coelha, tirando-a do chão e erguendo no ar. Com um simples movimento, o morceguinho atirou o inimigo no chão.

A plush continuou deitada de bruços por alguns segundos. Os segundos necessários para projetar sua sombra de novo e acabar o que começou. Antes mesmo que começasse, já havia acabado.

Round 1:

—Buneary! Espere!

Eufemismo seria dizer que buneary não esperou. Pelo contrário, quando mais dois pokémon saltaram na direção da garota com rosnados ferozes e olhos vermelhos, a pequena roedora deu um jeito de escapar, saltando por cima deles como uma verdadeira acrobata. Seria impressionante, se Heiwas não estivesse tentando não ser morta pelo impidimp e pelo teddiursa que se aproximavam. —Alattí!

Pichu olhou-a com olhos julgadores e rapidamente balançou sua cabeça em negativa. Minkah travou seus olhos com os dele e rangeu os dentes ainda mais. Trinta segundos depois o pichu estava disparando atrás da parceira de time com pidgey lhe dando cobertura aérea, confiando que Heiwas sabia o que estava fazendo. Spoiler: ele sabia que ela podia estar cometendo o maior erro de sua vida e estar se colocando entre a cruz e a espada, no entanto ela havia pedido que ele confiasse nela e, bem, era isso que significa confiar.

Quando ela falava, ele sempre a ouvia.

Por isso, quando impimdimp finalmente se aproximou com um sorriso cheio de dentes afiados, Heiwas não hesitou quando apontou para ele. Eevee a acompanhou, saltando com ímpeto e pousando pesadamente em cima do peito do tipo dark. O raposo se levantou tão rápido quanto havia atacado e recuou, virando as costas para olhar para sua treinadora, e Impimdimp o provou por fugir, chamando-o e esbravejando atrás dele.

Ìlléos virou suas íris roxas para ele e, em um piscar de olhos, acabou com a diversão do encrenqueiro.

Round 1:

Livrar-se de um era um alívio, embora a garota não pudesse sentir outro sentimento além do puro estresse e ansiedade para sair dali e correr atrás de seus pokémon. Infelizmente, teddiursa acabara de terminar sua corrida até ali e estava muito impaciente para deixá-los passar. Eevee grunhiu e se arrepiou quando o urso desnudou os dentes e logo ambos estavam dançando ao redor uns dos outros, procurando uma brecha ou tentando fazer o outro baixar a guarda.

De repente, Ìlléos saltou sobre o urso e ambos se embolaram, girando na areia e arranhando-se mutuamente. Uma hora ele estava sobre o inimigo, pressionando-o contra o chão, e, no minuto seguinte, estava experimentando o gosto da sujeira. Eles rolaram, estapeando e gritando em uma bola de confusão até que, com um movimento súbito, que lembrava muito um elástico sendo esticado e soltado, Ìlléos prevaleceu e esmagou o inimigo com um golpe poderoso de suas patas.

Round 1:

Assim que terminou a pesquisadora estava correndo, estendendo o braço direito para eevee saltar para seus ombros. Ela esperava que não fosse muito tarde.


Alattí quase havia perdido a plush buneary, entretanto o destino parecia estar jogando do seu lado naquele dia. Seus olhos voaram para cima, cumprimentando o pidgey que mergulhava à sua frente contra um céu que escurecia a cada minuto. Laranja e rosa pintaram o solo de grama alta e tingiram o horizonte de tal forma que parecia um mar de sangue.

Podia muito bem ser isso se a cena diante dele fosse real.

Havia uma confusão de portais girando ao redor de dois seres: um deles era alto, encapuzado e agressivamente persistente. O outro era… Bem, era um mítico. Na verdade, o pichu não sabia onde Hoopa se encaixava nas lendas sobre os lendários que aprendera enquanto crescia e nem, exatamente, o quanto ele era forte, embora não devesse ser muito, já que o ser humano estava o segurando com luvas de couro ao passo que a criatura gritava e se debatia.

Buneary parou em seus pés, ofegante. Os olhos se iluminaram com uma aura vermelha e todo o seu corpo se agitou como havia feito na primeira vez que pichu a viu. Ela parecia ser aquela bola de raiva e incoerência. Ela se encolheu antes de gritar alto, chamando a atenção dos dois. O ser humano, esguio e vestido de branco, parecia usar também uma máscara, o que dificultou a leitura de expressão.

Hoopa aproveitou-se do momento para se desvencilhar e recuar, criando outro portal com um de seus anéis e trazendo para o campo um sableye. O ser humano mexeu em suas luvas e apontou para a Buneary então, com um simples movimento de pulso, ela estava se jogando na batalha contra sableye, apontando um punho sombrio e atingindo-o na bochecha. O tipo dark não deixou barato e retribuiu o favor com um raio de escuridão que acertou o boneco de pano em cheio e atirou-a longe.

Ela caiu duramente no chão, rolando todo o caminho até parar nos pés da pesquisadora. Heiwas havia acabado de chegar para testemunhar seu pokémon ser abatido por outro boneco fantasma ao mesmo tempos em que uma pessoa encapuzada parava seus esforços de tentar agarrar uma lenda viva para olhá-la fixamente.

Minkah queria morrer. Na verdade, sob o olhar pesado dele, ela nem sabia se estava respirando.

Round 1:

Chárysso ignorou qualquer crise de pânico que a pesquisadora estava tendo em favor de atacar o inimigo com uma onda de fogo. Com suas garras afiadas, o monstro roxo segurou a ave pelas asas e a arranhou uma, duas, três, quatro vezes. Tantas que sangue escorria de sua pele sensível e a pele se abriu em várias marcas longas e feias.

Apesar disso, um brilho intenso tomou o corpo do pássaro. Minkah nunca havia visto isso antes, mas agora aquela luz prateada se transformava em uma esfera de energia, focada pelas suas asas, que era atirada com um movimento de balanço, tal qual um arremessador no beisebol. Surpreendendo a todos, a esfera viajava todo o caminho até a cabeça de sableye, onde explodiu em uma explosão de luz desenfreada.

Round 2:

O desmaio dele trouxe Heiwas de volta a ativa. Ele era a última carta de Hoopa e a pesquisadora conseguia ver isso no olhar desesperado do outro. As íris estavam dilatadas, os dentes desnudados e as mãos erguidas, como se quisesse atacar, mas não conseguisse. Seus anéis brilhavam em dourado sob a luz do sol poente e isso era a única coisa que chamava a atenção do encapuzado. Como uma boneca sendo manipulada pelo mestre de marionetes, Minkah se mexeu sem mesmo notar que estava fazendo isso.

Suas mão direita retornou o corpo de buneary para a pokébola e seu corpo se lançou para frente. Tudo parecia em câmera lenta quando ela saltou para a figura misteriosa e segurou um de seus punhos, impedindo-o de tocar no mítico. Ele tentou se soltar de seu aperto, mas Heiwas estava presa a ele, olhos travados na máscara em formato de cordeiro em seu rosto.

—O que você está fazendo?! —Ela gritou no topo de seus pulmões, puxando o braço dele de volta quando ele tentou se soltar. Ambos dançaram uma dança perigosa, tentando derrubar um ao outro. A garota realmente não era alguém de briga, entretanto seus instintos pareciam responder perfeitamente às ações de seu par —E-ei!

—Você não é nada.

De repente, o atacante a empurrou, erguendo o punho para lhe dar um soco no rosto. Assim como fizera até agora, Heiwas respondeu por puro instinto ao levantar as mãos para amparar o impacto. Não aconteceu do jeito que esperava: não houve dor, não houve grito e também não houve o sentimento de ser atirada ao chão —que, infelizmente, estava se tornando tão familiar. Pelo contrário, apenas um som de “crack” ecoou pela floresta silenciosa e o queimor que surgiu em seus dedos que se espalhou pelos seus braços como uma praga, disseminando-se por todo o corpo em questão de segundos. Uma barreira transparente, tingida de um brilho azulado, cintilou entre a treinadora e o agressor, impedindo-o o suficiente para que pichu entrasse em ação e disparasse um Thunder Shock.

Na confusão de poeira, e com Heiwas presa seu próprio estupor, a figura se retirou, desmanchando-se nas sombras das árvores e partindo como se nunca tivesse existido.

—Hoo?

O som confuso que Hoopa fez e o anel que ele lhe deu como gratidão eram provas de que aquilo realmente aconteceu. Que, talvez, fosse por isso que Darkrai a guiou até ali.

—Droga.

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Eevee {10/10} +1 Happiness
Pidgey {10/10} +1 Happiness

Hoopa sumiu, como uma ventania passageira, levando consigo todos os pokémon derrotados e os arranhões nas árvores. Não havia inquietação, aura turbulenta ou natureza morta crescendo compulsivamente. Ela jazia silenciosa e morta, uma guardiã para um predador. A ilusão estava quebrada e o que sobrava era apenas medo e receio do que os próximos metros poderiam guardar.

Mas não havia ilusão para começar. A buneary desmaiada em sua pokébola era prova o suficiente de que o que eles viveram era real.

—Não consigo ver nada além de árvores —Suspirou, olhando para o pidgey que esvoaçava a direita —Chárysso, procure mais ao leste! Precisamos encontrar o caminho de volta!

Pidgey lhe lançou um olhar cansado e grunhiu algo que soou muito como uma reclamação antes de dar a volta e sumir do outro lado da árvore. Heiwas passou mais um minuto observando a imensidão de copas a sua frente antes de decidir começar sua descida, apanhando uma Green Apricorn no caminho e coletando os pequenos resíduos de musgo que estavam presos entre os galhos.

Pichu a recebeu lá embaixo com preocupação, as bochechas faiscando de ansiedade. Ele havia ficado pra fazer companhia ao pequeno eevee que ainda estava um pouco avariado da batalha anterior. Uma parte de Minkah pensava que Alattí podia estar se sentindo culpado por não ter se machucado tanto quanto seus companheiros. Slowpoke, que estivera deitada ao lado deles, morta para o mundo; parecia achar que o pichu era idiota por pensar assim. Heiwas, francamente, se sentiu inclinada a pensar isso também.

—Okay, não temos tempo a perder. Vamos…

Os cabelos da nuca de Heiwas se arrepiam e ela se cala, jogando-se para a esquerda no exato momento em que um fio de seda passa zunindo por ela. Ele atinge o slowpoke, amarrando-a e desacelerando-a. Uma careta feia rompe a copa da árvore que Minkah havia acabado de escalar, bem atrás da pesquisadora. Drákvma a marca como alvo assim que desponta sob as folhas e sua boca se abre em um jato de fogo que consome tudo.

Round 1:

Depois de abater o spinarak, Minkah apenas respira e reúne o resto de seus pokémon, pronta para sair dali. Ela estava começando a ficar cansada daquela floresta.

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registros:

Happiness escreveu:

Alattí {05/10}
Eevee {05/10}
Pidgey {05/10}

Chárysso não encontra a estrada, seja porque a floresta é muito densa ou porque Heiwas deve estar muito longe dela. Isso a deixa inquieta e aflita, pois ela pode sentir a aura de sua buneary enfraquecer a cada minuto que passa, se soltando, como um fio que, por estar sendo muito repuxado, está se rompendo. Ela sabe que o tempo é crucial para a saúde dela assim como ela sabe que não suportará perdê-la. Okay, ela saiu correndo, lutou contra três bestas insanamente ferozes e desafiou uma figura mítica e, claro, parecia ter retornado ao estado feral que Minkah apenas havia visto uma única vez, quando se encontraram no início de sua jornada; mas, apesar de tudo ela ainda era aquele coelho meio tímido e meio protetor, que parecia perdida sobre seu lugar no mundo. Heiwas estava começando a entender, compreender o sentimento de pressa e desespero que a plush buneary sempre parecia ostentar —já que era quase isso que ela sentia hoje em dia. Ela não podia perdê-la agora.

  Nenhum deles.

 Então ela caminhou e se esforçou, parando a cada hora para subir em uma árvore e brechar por entre os galhos na esperança de ver a fina linha serpentina que era o caminho de areia. Na última vez ela houvera coletado outra Cheri Berry e mais daquele musgo estranho, no entanto não vira nada mais importante.

—Espero que aquele louco não esteja mais por aqui —Disse, embora parte dela queria que a figura estivesse. Ela sentia a estranha vontade de socá-lo para aliviar seu estresse —Esqueça o que eu disse. Espero que o encontremos de novo.

  Pela careta de desagrado de pidgey, Heiwas sabia que não estaria sozinha em sua vingança.

   O universo, sendo o pacifista sarcástico que é, decide castigar seu pensamento maldoso jogando na sua cara uma armadilha de teias brancas e gosmentas. É realmente muito injusto, se você perguntasse a Heiwas. Em um passo ela está presa na armadilha de alguma aranha aleatória, mãos e pernas sendo enroladas por fios de sedas resistentes. Como, no entanto, ninguém perguntou, tudo que a pesquisadora podia fazer era puxar com força até que conseguisse se soltar. Heiwas estava quase atirando o resto de sua paciência pela janela e mandado pichu usar seu iron tail para libertá-la quando o autor da armadilha apareceu, descendo de tirolesa por outro fio como se fosse alguma espécie de anjo-caído-vingador.

—O que diabos?! —Minkah gritou no mesmo momento em que a pokébola de Drákvma se abriu em seu casaco, trazendo para o campo sua slowpoke.

   Aranha verde levantou o abdómen, a pintura se transformando em uma careta azeda conforme disparava um laço de seda contra o pescoço do hipopótamo rosa. Ela se agitava sob a prisão, ficando cada vez mais enrolada a cada movimento de puxão. Drákvma não parecia querer se acalmar, nem mesmo quando a constrição do laço quase cortou a pele fina do pescoço.

—Flamethrower!

   Com esse único comando, slowpoke abriu sua boca e cuspiu um jato de fogo que consumiu o pokémon quase que imediatamente.

Round 1:

  Tudo teria se acalmado se outro inseto não se lançasse para o resgate, caindo de uma árvore diretamente nas costas do pokémon de água. Drákvma gritou de susto e de dor quando as pequenas pinças da aranhinha negra cutucaram o espaço entre seus ombros com uma energia quente e iridescente.

    Então, em um ato de inteligência e pânico, ela jogou-se de costas, amassando a aranha e desalojando-a antes de se virar e cuspir outra rajada de fogo.

Round 2:

   A esta hora, Alattí, despreocupado com sua parceira de equipe, estava pronto para soltar sua treinadora. Com um simples balançar de sua cauda de ferro ele abriu a teia no meio e soltou Heiwas, que caiu para frente em suas mãos. Teria ficado por isso mesmo se o mundo não fosse tão cruel e não parasse de girar.

   Como ele dá voltas, não foi surpresa nenhuma que mais duas criaturas, uma de cabeça de bolha e pernas finas e outra peluda e amarela, saltassem dos arbustos e a cercasse, protegendo seus outros companheiros.

   Alattí grunhiu e faiscou e Minakh teve apenas o tempo o suficiente para puxar sua câmera para filmar o momento exato em que ele sumia debaixo da terra, dando zoom e atenção extra ao jeito que ele saltava e se preparava para cavar. Joltik parecia bem surpreso com aquilo também, já que ficou estático. Uma luz vermelha emanava de seu pelo felpudo, entretanto ela era silenciosa. Uma arma sem alvo.

   O alvo, contudo, apareceu segundos depois. Com um soco, pichu atirou joltik para longe, jogando-a contra uma árvore. Apesar de ferida, o tipo elétrico não pareceu desanimar. Pelo contrário, estava animado o suficiente para saltar sobre o roedor e cravar suas garrinhas, manchadas em um tom verde elétrico, no peito do pichu, que gritou e recuou, quase tropeçando em seus pés.

Round 3:

  O turno seguinte se repetiu sem muita alteração. Pichu sumia debaixo da terra ao mesmo tempo em que o tipo elétrico errava sua Electro Ball, emergindo logo em seguida com um soco violento contra a pequena felpuda.

Round 4:

Enquanto isso acontecia, eevee se envolvia com sua própria batalha. Na verdade, o raposo já conhecia bem aquele capacete de bolha e olhos arregalados, já tendo o visto na rota anterior. Por causa disso, ele não hesitou ao saltar sobre a cabeça, colocando toda a sua força no movimento. O capacete não estourou e Dewpider aproveitou-se de sua posição para disparar uma rede de fios contra Ìlléos, que caiu no chão, preso.

—Ìlléos, quick attack!

   Um brilho branco envolveu o raposo antes dele explodir contra a teia, rompendo com pura força bruta antes de se jogar contra o oponente. Dewpider mal conseguiu segurar o peso estrangeiro, caindo desmaiado contra o chão.

Round 5:

—Humpty Dumpty sentou-se em um muro. Humpty Dumpty caiu no chão duro —Heiwas recitou a rima infantil com um sorriso sarcasticamente humorado. Ela abraçou eevee quando ele voltou ao seu lado, acariciando a cabeça de seu amigo antes de retornar Drákvma a pokébola.

  Contudo, quando estava prestes a sair dali, pronta para se afastar daquela trupe de bandidos; uma voz melódica ecoou até seus ouvidos.

"E todos os homens e cavalos do Rei
Não conseguiram juntá-lo outra vez"

    Minakh se arrepiou da cabeça aos pés quando discerniu uma figura escura e bruxulenta, alta e esguia como um anjo negro. Seus olhos se arregalaram, a memória do atacante de Hoopa voltando, contudo aquela mulher não estava vestida com um capuz. Seu vestido era negro e ondulante e muito comprido, escondendo sua pele branca e feições misteriosas. Parecia algo sobrenatural.

—Uma assombração!!! —Gritou, quase derrubando eevee e pisando em pichu.

—Esse apelido é novo —Os lábios da mulher se contraíram pra cima, como se prendesse um sorriso —Não sei se devo me ofender ou me lisonjear com isso.

—O-oh, me desculpe! Eu... apenas estou um pouco ansiosa —Gaguejou, enrolando-se ao explicar —Mas está tudo bem! Eu só vou, er, indo…

—Na verdade, eu que devo me desculpar pelos meus amigos —Gesticulou para os pokémon abatidos —Eles realmente não sabem quando parar.

—Não se preocupe com isso! Sério! Eu que estou só um pouco…

—Perdida? De fato, você tem os olhos de alguém perdido.

   Heiwas ficou olhando, sem entender se aquilo era um elogio ou xingamento. A outra pessoa parecia ainda mais divertida com isso e, observando como ela retornava seus pokémon e se fazia mais confortável perto da garota, a pesquisadora sentia como se as palavras não fossem coincidência. Que ela havia devolvido sua própria frase para provocar sua confusão. "Manipulação"

—Venha, talvez eu possa ajudá-la a tirar um pouco dessa confusão.

   Como não havia mais nada melhor pra fazer, Minkah se entregou ao destino e agarrou sua melhor oportunidade, seguindo obedientemente a moça —Arachne, pelo que havia lhe dito depois dos primeiros quinze minutos de caminhada em um silêncio desconfortável, era seu nome, embora alguns a chamassem de bruxa e outros de santa.

  Heiwas resolveu chamá-la de salvadora quando ela a conduziu para fora da floresta e a presenteou com duas gemas verdes. A pesquisadora tentou recusar o presente, alegando que poder se livrar da floresta era o suficiente e estava contente por sua buneary poder ver mais um dia.

—Estou em dívida com você.

—Não, estamos quites.

  E, com isso, ela saiu da floresta e correu rumo à cidade, tendo a inquietante impressão que acabara de cair na teia de uma aranha.

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