Aquela corrida parecia não ter fim, mesmo com a desistência de alguns dos participantes tudo ainda parecia muito embolado, como se uma cidade inteira estivesse participando daquele evento. Os competidores estavam dando o seu melhor, alguns para conseguir a primeira colocação e alguns apenas para ajudar seus amigos tentando segurar os adversários o quanto pudessem nas posições mais inferiores. A diversidade de pokémons era linda, ali podíamos observar uma grande ambiguidade. O público que nos observava parecia ter seus favoritos, seja baseado pela fama dos competidores ou pelos pokémons que eles haviam levados. Alguns cartazes com o desenho de Gyarados me deixavam bastante contente e me impulsionavam a tentar vencer a disputa, mas algo inusitado começava a ocorrer.

A constante mudança de clima criadas pelas habilidades especiais dos Vaporeons existentes no local e especialmemte pelas orações que eu fazia para Moltress pareciam já não fazer mais efeito. Uma chuva extremamente violenta que caia sobre nós estava ficando cada vez mais forte, as gotas que caiam do céu estavam mais grossas e nossa visão era prejudicada. Meu cabelo estava ensopado, caindo sobre meus olhos. Ao mesmo tempo que aquilo potencializava os pokémons, também acabava sendo um tormento para os treinadores. Impossibilitado de ver o que estava na minha frente enquanto estava sobre a cabeça de Gyarados, apenas observava uma luz branca muito forte vindo do fundo do mar e se aproximando da superfície, bem na frente de todos ali presentes na corrida, enquanto as ondas ficavam cada vez mais agressivas. Aquilo tirava a atenção de todos que decidiam parar seus pokémons e não avançar. Eis que para surpresa geral Kyogre, um pokémon lendário conhecido por sua habilidade de expandir os oceanos. A preciosa criatura se revelada e então todos podiam entender da onde aquela chuva estava vindo. A criatura marinha parecia extremamente revoltada com a bagunça climática que havíamos causado e certamente eu seria um de seus alvos caso ele pensasse em vingança, pois eu era a razão do sol forte aparecer constantemente no local.

— Não acredito no que estou vendo... Kyogre. — Extremamente incrédulo com o monstro marinho, retirava minha pokedex de meu bolso esquerdo e posicionava na direção do aquático que misteriosamente estava começando a voar. Aquele marcava o quarto encontro que eu tinha com uma criatura lendária. Ela parecia olhar atentamente na minha direção e isso me assustava, mesmo tendo bastante conhecimento sobre ela. William McCarthy, meu tio paterno sempre me ensinou muito sobre pokémons aquáticos e especialmente sobre lendários. Kyogre é um de seus monstrinhos favoritos e um de seus sonhos era poder capturá-lo. O mesmo já disse tê-lo visto anteriormente algumas vezes, mas nunca havia conseguido capturá-lo, apesar de ter criado um certo tipo de laço de amizade com ele. Kyogre parecia me conhecer e por isso decidia não me atacar, apenas demonstrava insatisfação por eu ter trago a energia de Moltress ao local. Enquanto isso, Gyarados parecia admirar o lendário, mas de uma forma bastante defensiva, preparado para enfrentá-lo caso necessário. Com a mão direita, fazia um carinho no topo da cabeça de meu companheiro para que ele pudesse relaxar.

Enquanto a organização do evento resgatava os outros competidores e um quarteto ia em direção de Kyogre para combatê-lo, eu decidia me aproximar do mesmo, passando na frente daquele quarteto ao pedir para Gyarados acelerar. Ao me aproximar da baleia voadora, podia olhar no fundo de seus olhos e de forma respeitosa chegar bastante perto dele, tocando em seu rosto e sentindo sua energia, que estava em contraste com o que ele estava causando. Aquele era um momento único e que certamente me marcaria para todo o sempre. Aos poucos a criatura se afastava ao perceber a aproximação do quarteto de treinadores que estavam ali para combater o selvagem. — Vamos, Gyarados. — Com cautela, dava o comando para que minha serpente marinha saísse da corrida e desse espaço para que aqueles treinadores afastassem Kyogre. Enquanto meu parceiro me levava embora, olhava para trás sobre meu ombro observando Kyogre voltar ao fundo do mar enquanto a chuva ia parando aos poucos e o mar se acalmando.

Ao me aproximar da estrutura construída para o evento, desço de cima de Gyarados e lhe agradeço por sua braveza e pelo ótimo desempenho na corrida. Ao colocá-lo de volta em sua pokeball, me viro e assim vejo diversas pessoas me encarando. Elas estavam surpresas com minha aproximação de Kyogre. Tudo aquilo havia sido transmitido pelos canais de TV de toda a Pokegea. Nesse momento, já era do conhecimento de todos o fato de eu ser sobrinho de William McCarthy. A equipe técnica então se aproximava, me dando toalhas secas para que eu pudesse me enxugar enquanto me encaminhavam para um local mais reservado, onde eu não fosse sofrer assédio dos fãs que queriam saber mais sobre mim e sobre Kyogre. Seriamente pensando sobre aquele acontecimento enquanto me enxugava e trocava de roupa, podia ouvir pelos rádios que ficavam espalhados por todos os locais a mensagem da organização da corrida sobre os competidores serem recompensados com alguns prêmios, incluindo o valor da viagem e uma festa que teria ali mais tarde. Quando a festa chegava, decidia ficar mais no meu canto bebendo um drink antes de ir embora. Tudo aquilo havia mexido comigo e eu precisava de um tempo sozinho para refletir sobre o acontecimento.

-> 50 de Fama Local em Alto Mare
-> 7 Pontos de Fama Global
-> Registro de Kyogre na Pokédex
-> 1 Ponto no Sistema de Metas
-> 3 EXP Candy XS
-> 10 Water Gems
-> 2 Isco de Alto Mar + 1 Isco Tropical + 1 Isco Escama Dragão
-> 2000§
-> 2 Rare Candies

Ekans e eu sentíamos o céu ficando cada vez mais escuro e, então, a batalha climática tinha uma vencedora: a chuva, intermitente, transformava-se numa tempestade. Um dilúvio. A sua implacabilidade se mostrava ao deixar tudo invisível. As águas se tornavam raivosas e ondas colossais se formavam, inundando violentamente os canais de Alto Mare. O que era aquilo?

Em segundos, eu estava encharcada e não conseguia sequer ficar em pé. Eu me segurava fortemente ao palanque, já derrubada e com metade do corpo dentro d’água, vivendo um dos momentos mais difíceis da minha vida. Eu estava desesperada, a água do mar me cobria algumas vezes e Ekans estava perdido, por mais que ele fosse um Pokémon que lidaria bem com esse tipo de situação. Ele parava um pouco e pensava em tudo o que tinha acontecido, principalmente nas palavras que eu havia lhe dito antes de começarmos a corrida e decidia deixar o seu orgulho de lado. Ele submergia, aumentando a sua velocidade, mas dava de cara com uma enorme baleia de cor azulada e listras vermelhas por todo o seu corpo, brilhantes, com um tamanho colossal nadando na direção da cidade.

A cobra usava a sua maior velocidade debaixo d’água para se afastar, utilizando a sua melhor carta na manga para a corrida, agora, para salvar a sua vida. Ele deixava todo o ressentimento de lado, focando todos os músculos do seu corpo em achar terra firme. Estávamos no meio do mar, levados pela correnteza, e eu esperava que algum milagre pudesse me salvar naquele momento.

Eu lutava para não soltar da prancha e para não ser largada para trás. Ekans dava o seu melhor para carregar o meu peso, retirando forças sabe-se lá de onde para não fraquejar. Talvez, a adrenalina da fuga e da sobrevivência. Eu mantinha o meu pulso firme naquelas horas que pareciam uma eternidade.

“Se esse negócio de dobra e elementos existem, eu espero que me tire desse terror!”, pensei. Como um chamado de ajuda para mim mesma ou para qualquer energia que quisesse me ajudar perante toda aquela água. Realmente, todo o conhecimento científico que eu havia angariado por toda a minha vida não tinha nenhum uso agora. Eu precisava apelar para o elemento que eu dominava, mas eu nunca tinha dobrado uma gota d’água sequer. Justamente naquele momento, as minhas mãos começavam a fraquejar e, já machucadas, ameaçavam a soltar a corda. Uma delas não resistia, soltando-a e me deixando ainda mais à mercê do mar revolto. As minhas emoções ficavam a flor da pele, eu começava a sentir os padrões da água manipulada pelo próprio Kyogre e respirava fundo, cerrando o punho solto e repelindo a água com ele, ajudando na fuga da cobra submersa como o motor de um barco em água.

No meio daquela névoa criada pela chuva, as luzes de uma embarcação apareciam. Uma lancha da organização do evento vinha atrás do dispositivo de Ekans, nos avistava perdidos no mar e vinha nos resgatar. Também pudera, afinal nem sabíamos quanto tempo aquilo tinha durado. Nos atiraram um bote salva-vidas preso a embarcação, com um pessoal especializado para nos retirar da água e nos colocar sãos e salvos na área protegida. Alguns competidores estavam comigo, mas não pude dar tanta atenção para eles. A aura de trauma era compartilhada por todos e precisávamos de um tempo para processar a situação. Eu recebia uma toalha seca para me enxugar e recolhia Ekans para que ele pudesse relaxar um pouco. Meu corpo não respondia, apenas tremia de frio.

De repente, escutávamos o som de algo bater no mar, a lancha balançava violentamente e rezei para que ela não tombasse. Daquela vez, eu poderia ter uma melhor visão daquele que apenas o réptil tinha conseguido ver: Kyogre era colossal e realmente personificava os mitos, trazendo consigo tanto as tempestades, quanto aquele agito violento do oceano. Eu não conseguia ver direito, mas algumas silhuetas conseguiam afastá-lo e gradativamente Alto Mare ia ficando mais calma, deixando o resgate retornar à cidade com uma condição de tempo um pouco melhor.

A organização do evento estava visivelmente preocupada. Eles jamais imaginaram que isso poderia acontecer e nos presentearam com um convite para a cerimônia mais a noite, sugerindo retornarmos ao Centro Pokémon até que tudo estivesse pronto.

Cheguei no Centro Pokémon e decidi tomar um banho escaldante para retornar ao meu estado normal. Como a chuva tinha acabado, a noite da cidade parecia como qualquer outra. Alto Mare era preparada para esse tipo de evento, afinal contava com um sofisticado sistema de drenagem para que situações assim não comprometessem a integridade da cidade com inundações.

Eu me arrumava para a festa noturna de forma clássica, mas elegante, com uma camiseta sem mangas branca e uma calça de alfaiataria preta, combinando com o meu colar da Tribo da Água, que tinha se tornado uma peça principal dos meus looks recentes. Uma bota preta e estava pronta.

Desci para encontrar outros participantes da Tour para um chocolate quente e conversarmos um pouco, agora já tranquilos. Quando chegava a hora marcada, fomos até o lugar combinado. Eles haviam feito uma arrumação bem bonita e convidativa, até mesmo bem feita e pensada pelos organizadores. Conversei com alguns outros competidores enquanto não éramos chamados para a coroação.

Para a minha surpresa, todos fomos chamados ao pódio e recebemos as premiações. Cada um estava com o seu Pokémon ao lado e comigo não era diferente. Nada mais justo que Ekans estivesse presente naquele momento, apesar do seu cansaço, afinal ele tinha sido primordial em manter-nos vivos durante todo aquele sufoco. Ele recebia uma medalha pela sua bravura e eu me sentia orgulhosa depois que a poeira baixou. Nos juntamos para uma foto com todos e, então, aquela aventura tinha tido um ponto final.

Na saída, eu abaixei e o elogiei, com um sorriso. — Não pude fazer isso antes, mas eu te agradeço por não ter desistido de mim. Você foi incrível hoje e mal posso esperar para ver do que você é capaz. — O Pokémon sorria de volta, de forma amigável, sofrendo uma transformação permanente nos seus sentimentos. Era hora de virar a página e seguir um novo rumo com sua nova mestra.

1030 Palavras.

- Ganhou 2 Rare Candy
- Registrou Silvally (Visto)
- Registrou Kyogre (Visto)
- Ganhou 10 Water Gem (Evento Lendário)
- Ganhou 3 EXP Candy XS (Evento Narrativo)
- Ganhou 2 Pontos de Meta (2 Lendários Vistos)
- Ganhou 4 Pontos de Fama Global (2 Lendários Vistos)
- Ganhou 50 de Fama em Alto Mare
- Ganhou 1 Isca Dragão + 1 Isca Slowpoke + 1 Isca Tropical + 1 Isca Alto Mar

A chuva se intensificava de maneira repentina, eu não conseguia acreditar no que meus olhos estavam vendo, como se o mar tivesse vida seu temperamento rapidamente mudava e os competidores diminuíam suas velocidades naquele caos que começava a se agravar, Venus sabendo que o importante agora era minha segurança deixava de lado seu senso de competitividade, tentando manter a pequena embarcação que eu estava firme contra as atormentadoras ondas que iam e vinham – Assim de repente?- eu falava meio incrédulo enquanto o meu longo cabelo e as escamas em meu corpo se desfaziam em um pó brilhante, tal fenômeno que acontecia com Venus também, deixando ambos em nossas formas padrões enquanto eu me segurava bem nas beirada da pequena embarcação, observando os céus e o mar.

Não demorava sendo sincero para que uma das lanchas se aproximassem de mim e conseguisse com um tipo de corda com gancho “pescar” a minha embarcação e me puxar, Venus claramente auxiliando para que eu chegasse rapidamente na Lancha sem nenhum risco de eu cair no mar agitado, eu estava frustrado igual Venus sobre a corrida ter sido anunciada como cancelada. Todavia outra coisa agora prendia minha atenção enquanto eu ia subindo na Lancha com o auxilio de escadas que estavam em suas laterais, no horizonte era impossível não ver provavelmente o ser mais honrado e conhecido do mares – Kyogre...- eu deixava escapar de meus lábios quase como um sussurro observando a lendária fera que era afugentada aos poucos, minha Rotomdex ambiciosa pelos dados não esperava eu chama-la, simplesmente saltando de minha bolsa que estava na lancha e registrando o lendário pokémon.

A beleza da fera era estranhamente cativante, não só eu mas Venus ignorava as ondas e os ventos fortes do clima repentino, observando por segundos que pareciam minutos aquele grandioso adversário que talvez eu pudesse ter em algum futuro, mas eu era rapidamente cutucado sendo solicitado para retornar meu pokémon, eu simplesmente assentia enquanto fazia oque me era pedido, mas não podendo evitar de continuar olhando para Kyogre a medida que a Lancha ia me levando de volta para Alto Maré, agora a corrida ter sido cancelada sendo sincero era a menor de minhas preocupações, mas no fim de tudo aquilo eu simplesmente estava cansado fisicamente quanto mentalmente por culpa do Burst Mode, me sentando um pouco e respirando fundo tentando reduzir a dor de cabeça que me emplacava por deixar os impulsos de Venus tomarem controle durante a nossa transformação...

Quando a festa de cerimonia começava eu evitava ficar desgostoso com toda aquela situação, pelo menos recebíamos bastante coisas em compensação, o suficiente para eu sentir que a corrida ter sido cancelada não tinha sido uma perda total para o meu lado. Bebendo um pouco e comendo minha cabeça ficava principalmente presa sobre Kyogre, era uma cena difícil de se esquecer igual o dia que eu tinha conhecido Victini – Quantos lendários venenosos existem?- Eu soltava para mim mesmo, com Venus parando momentaneamente de comer sua pokeração para me olhar curioso, mas depois voltando a comer como se eu não fosse importante o suficiente para ele parar de se banquetear. No final de toda aquela festividade eu aceitava de bom grado tudo e me despedia logo em seguida, finalmente me vendo livre para usar Venus caso necessário em minhas aventuras.

Observações escreveu:- 50 de Fama Local em Alto Mare
- Registro de Kyogre na Pokédex
- Premiação de Evento Narrativo comum + Encontro com Lendário
- 1 Isca Tropical + 2 Isca Alto Mar + 1 Isca Dragão
- 2000§ (reembolso)
- 2 Rare Candies