Laboratório do Professor Laventon.
> Antecedentes:
FURWOGVERSE |
OUTRA PERSONA!— Esse sou eu? Estou acabado, olha pra isso, sou literalmente um velho... — ao ver meu próprio reflexo me assustei instantaneamente pela aparência tão desgastada ao ponto de paralisar-me por segundos, não estava acreditando no que via diante dos meus olhos...
— Que porra que esse viajante fez comigo... — sinais de velhice, marcas de expressões eram tão notórias quanto um grifo de um marca texto em uma página branca.
Meus cabelos tinham crescido assim como minha barba, por fora era um adulto e por dentro um adolescente espavorido, não tinha ideia de quantos anos tinha se passado ou em qual data exatamente me encontrava, precisava recolher informações e pra isso precisava sair daquele cubículo onde estava.
— Não consigo me lembrar de nada... Aah, que dor de cabeça. — um incomodo constante se instalou na minha cabeça como se uma agulha estivesse entrando lentamente no meu cérebro sem parar, respirava fundo pois precisava me acalmar. No encosto da pia, havia pílulas de medicamentos, não sabia se era por efeito delas ou por estar "sã" novamente.
Precisei sair urgentemente do lugar que estava para respirar um ar puro que pudesse encher meus pulmões de oxigênio, quando observei o que estava a minha volta desacreditei...
— O quê? Voltei pro tempo das carroças e das palhas? Uns cem anos atrás? Não podia ser pelo menos no futuro? — reclamei deixando escapar minha insatisfação.
— Olha quem acordou, venha aqui nos ajudar! — gritou uma senhora de roupas beges simplórias.
Ajudar? Ajudar no que? Devem estar me confundindo com um agricultor, francamente, não conhecia essas pessoas. Pensei encarando não só aquela senhora e sim todos a minha volta, visto que não passavam de camponeses sujos de terra.
— Onde estou? — sendo direto ao ponto questionei aquelas pessoas querendo que fosse respondido o mais rápido possível.
— Não é hora pra tuas brincadeiras, venha! — voltou a insistir a senhora puxando um amontoado de palha por uma corda.
— Eu não sou essa pessoa quem pensam que é, me chamo Chinamura de Pokégea! — minha voz ficou num tom mais grave, nunca imaginei que isso aconteceria, estava estranhando até a minha voz...
— Bateu com a cabeça foi? Deixa eu dar uma olhada. — dizia uma mulher de cabelos grisalhos que nunca tinha visto na vida.
"Preciso entender o que aconteceu nesse período, não me lembro de nada e essa dor que não vai embora..." pensei encobrindo meu rosto com a mão...
— o ROWLET! cadê ele? — como pude ser tão egoísta e ter esquecido a companhia do meu Pokémon todo esse tempo?
— O que vocês fizeram com ele? — um tanto perturbado e agressivo aquelas pessoas a minha volta se amedrontavam ficando quietas e reclusas.
Foi aí que percebi que aquelas pessoas não estavam brincando...
Inexpressivo não sabia como proceder, estava realmente louco? quem eu era? precisava procurar por respostas, caso contrário, iria subitamente enlouquecer, me retirei diante tal cena grotesca e fui respirar novos ares.
"É igual mas diferente de outras lugares que vivi, não sei explicar esse sentimento" passava pelo lugar repleto de relevos e em certos pontos haviam rochas, a paisagem seguia uma paleta semelhante de cores, a vegetação não era tão densa e as árvores eram afastadas uma das outras, era tão estrambótico, de certa forma me preocupava, tinha várias questões a serem resolvidas.
Ao caminhar por alguns minutos notava a presença de criaturas conhecidas, era a única coisa que era comum da minha região só que estes eram mais usados como ferramentas para trabalho, agricultura era o forte deles por sinal.
Quando reparei estava um pouco longe da área residencial, sentei ao lado de uma rocha mediana e dali refletia com mais seriedade.
"E se eu nunca descobrir a verdade ou pior? nunca voltar pra casa...?" chateado só queria alguma dica que me desse um ponto de partida, não sabia por onde começar.
— Busquei por liberdade mas continuo me sentindo preso... — encarei a grama como fosse minha inimiga.
As horas se passaram, o Sol já estava quase se pondo e sem perceber havia me apoiado a uma rocha e nesse meio tempo caia de sono batendo minhas costas direto no chão, estava deitado na grama observando o céu, um céu repleto de estrelas tímidas. Meu rosto declinou pro lado quase que sozinho e um objeto circular me chamou atenção, era semelhante a uma Pokébola, ela tinha detalhes mais rústicos e seu material não era igual a tradicional... Com o objeto em mãos me levantei do chão e sentado começava a analisa-la melhor.
— Tem um botão aqui... — ao aperta-lo, um flash de luz me assustou e uma criatura dela saiu ainda mais agitada...
— Pera, você é um Rowlet!! — surpreso pela aparição do Pokémon gritei eufórico.
— Ei, não fuja! — a criatura batia as asas como estivesse prestes a ser abocanhada por um predador, não queria perde-la então me levantei todo atrapalhado e corri em sua direção, seguindo a criatura.
Tentei a acompanha-la mas conforme os passos que dava percebia que estava ficando cada vez mais pra trás...
"Já sei, a Pokébola!" com o objeto em mãos mirei na direção do pássaro de grama e apertei novamente o círculo dela e um feixe de luz fez o trabalho de suga-lo pra volta pra Pokébola, Rowlet precisava de um tempo assim como eu para assimilar as coisas.
— E agora? o que eu faço com esse Pokémon? — outro problema tinha caído sob mim feito uma bomba, não tinha tempo nem para resolver os meus...
— O meu Rowlet tinha pego num laboratório, quem sabe não encontre um nesse lugar, e fazer uma devolução. — sussurrava enquanto caminhava para a direção contrária...
[ .. ]
— Quem diria que um lugarzinho desses teria um laboratório... — ao encontrar depois de ter caminhado bastante me deparava com uma placa escrita: fechado! Era um banho de água fria que havia tomado, pois queria resolver tal problema naquele inicio de noite.
"Posso esperar aqui, quem sabe o tempo não voe?"Me sentei do lado de fora do laboratório e mal havia percebido que meu corpo estava completamente cansado afinal tinha caminhado pelo lugar todo e fora os acontecimentos anteriores que não me recordava. Em minutos caia num sono profundo, tudo se apagou repentinamente...
[ ... ]
— Acorda homem! Não está muito velho pra dormir do lado de fora do laboratório pra pedir um Pokémon? haha. — uma voz masculina despertou-me do sono, não o conhecia e nem sabia quem ele era, ainda estava letárgico por conta da noite mal dormida.
— Você é o Professor daqui, correto? — indaguei-o mesmo que fosse obvia a resposta queria ter a certeza...
— Positivo, me chamo Laventon, e você? como se chama? — confirmando a minha dúvida o respondia logo em seguida.
— Chinamura. — Preciso que fique com esse Rowlet, encontrei a Pokébola dele perdida pelo oeste e não faço ideia de quem seja, mas deve estar preocupado e procurando por ele. — falei entregando o objeto para o homem.
— Não acho que tenha saído daqui, enfim, não custa nada ajudar. — esboçando um sorriso o Professor recebeu a Pokébola e me chamou pra entrar pra dentro do laboratório, não pude recusar pois era um laboratório diferente dos quais conheci...
— Aqui vocês só tem livros? Além da poeira é claro... — pencas de livros davam lugar aos computadores e tecnologias de análises, não me remetia nada de um laboratório.
— Bom, não tem nada demais, já vou me indo. — E você? já foi um treinador? — ignorando completamente minha fala o Professor novamente tentou buscar assunto comigo.
Laventon liberou a criatura da Pokébola para se juntar a outros Rowlet's que tinham no lugar, era como tivesse entre amigos, conseguia se familiarizar com o ambiente e com o todo restante, isso descongelou meu coração encubado, fiquei observando-o com os olhos parados e fixos, e quase que ia esquecendo de responde-lo.
— Não oficialmente, eu e meu Rowlet vivíamos juntos explorando o mundo a fora, não focava em derrotar os líderes de ginásios, isso era tão chato, batalhas seguidas de batalhas, só de ver já me desgastava. — superficialmente me abria com Laventon, ele parecia ser uma boa pessoa mas não tirava o fato de estar com pressa.
— Entendo... — disse pausadamente.
— E você não gostaria de ficar com esse Rowlet até acharmos o dono dele? você já tem toda experiência de cuidar de uma criatura desta espécie, leve-o com você e faça disso um objetivo, infelizmente não posso sair daqui pra procurar... — completou jogando uma responsabilidade destas no meu colo.
— É-é claro, posso sim! — impulsivamente firmei a decisão.
Diante disso, o homem me entregava algumas coisas que seria úteis no decorrer da minha jornada embora não sabesse como usaria tais coisas.
Iniciais entregues.
Tenham uma boa jrnada.