Combates .001.

Fechando a porta atrás de si, Inkka solta um longo suspiro, mal podia acreditar que estava em um lugar completamente desconhecido e nada por ali lhe parecia ser familiar. Também não tinha ninguém que a conhecesse ou que pudesse lhe dar qualquer pista sobre o que estava fazendo ali, muito pelo contrário, era como se ela fosse a estranha ali, como se não fizesse parte daquele mundo, mas que de alguma forma havia conseguido chegar naquele lugar. Ela se afasta a passos lentos do laboratório, sua mente estava confusa e a única coisa que conseguia pensar antes de despertar era de algumas risadas de crianças... Não sabia dizer se aquilo era importante ou se era só algum detalhe inútil, mas era a única coisa que tinha para usar de pista ou pelo menos como um começo.

A jovem perdida em seus próprios pensamentos não percebe que alguém estava se aproximando e leva um susto ao sentir uma mão tocando seu ombro. De forma repentina, Inka dá um salto e acaba por soltar o pequeno Riolu que estava em seu colo, o pokémon habilmente aterrissa no chão e se volta para a pessoa que lhes tinham abordado. Felizmente não se tratava de nenhuma ameaça, era apenas Oak, o professor parecia mais surpreso que a dupla pelo susto, ele recua alguns passos e começa a dizer alguma coisa repetidamente, pela expressão dele e a situação no geral, a jovem deduz que ele estivesse apenas se desculpando pelo susto que acabou dando neles. O homem então se aproxima de Riolu e os dois começam a conversar, eles não demoram muito e assim que terminam o Pokémon vai até a garota e sobe em seus ombros. Ficando mais confortável a criatura ativa sua aura conectando se a jovem, calmamente ele explica o que os dois tinham acabado de discutir e revela o pequeno plano que o professor havia feito para que Inkka pudesse conhecer melhor a cidade. Como não tinha nenhuma pista concreta sobre sua situação, a garota aceita a oferta, assim pelo menos poderia aprender sobre aquele mundo enquanto ainda buscava pistas sobre seu passado.

O trio não precisou se afastar muito do laboratório, na verdade eles só caminharam até o final da rua e atravessaram para o outro lado da calçada, chegando a um pequeno café. O estabelecimento tinha dois andares e por mais que parecesse pequeno o interior, a área externa era bem grande, meio que induzindo o cliente a escolher se sentar do lado de fora, talvez uma pequena estratégia para os Pokémon não fizessem confusão do lado de dentro. Lentamente eles se aproximam de uma mulher ruiva que estava sentada em uma das mesas, ao lado dela havia uma criatura rosa que parecia segurar um ovo em um tipo de bolsa. Quando chegam mais perto, Riolu lembra Inkka que um dos aparelhos que havia recebido no laboratório poderia dizer para eles o nome do novo Pokémon que tinham acabado de encontrar e sugere para que a garota tentasse dessa vez. Ela então abre a bolsa e pega o item enquanto Oak conversava com a mulher, apontando a câmera pro monstrinho o mesmo apenas sorri de volta, mostrando já estar acostumado com aquilo. A tela do aparelho se ilumina ao identificar o ser a sua frente e passa algumas informações na tela com o alfabeto que a jovem não conhecia. O Pokémon azulado lê o que estava aparecendo e transmite tudo a Inkka, explicando o que aquilo significava.

[+] Chansey Registrada
A garota fica encarando a tela por alguns segundos até que a mesma escurece e o aparelho entra em modo de espera. As informações ficam dançando em sua mente enquanto ela tentava de alguma forma associar o significado com as palavras que tinham aparecido. "Não adianta... pra conectar eu vou ter que estudar o alfabeto..." Frustrada, ela guarda a Pokédex na bolsa e acaricia Chansey como uma forma de agradecimento pelo registro fazendo o pokémon rosa sorrir em resposta. Inkka olha na direção dos dois humanos que estavam conversando e percebe que ambos já tinham terminado, estavam apenas sentados a esperando. Por algum motivo ela fica envergonhada, sabia que os dois estavam ali para ajudá-la e que tinham bastante paciência, mas mesmo assim, simplesmente não queria abusar da boa vontade deles. A moça ao lado do professor se levanta e com uma voz doce diz algumas palavras indo em direção ao seu pokémon bolota, ela então volta sua atenção pra jovem e aponta pra Riolu. Sem entender uma única palavra, Inkka olha pro Pokémon azulado em seu ombro e espera que o mesmo traduza o que lhe tentaram falar para que pelo menos pudesse saber do que se tratava o gesto.

Rapidamente o pequeno organiza as informações em sua mente e transmite para a garota, ele também tenta usar algumas palavras no meio da linha de raciocínio na intenção de que ela já pudesse se acostumar com a língua local. "... Daisy...neta... pediu... ajudasse... o básico... necessário... se adaptar... Inicial... batalhar... capturar... convidar... combate..." Embora não recusasse o gesto de ajuda que Riolu estava fazendo ao incluir as palavras, Inkka ainda se via perdida em seus significados. Ela então decide seguir pelo caminho de completar as linhas de raciocínio e no lugar das palavras ditas colocar o que se encaixasse melhor para formar o pensamento. Pela forma que foi apresentada, Daisy era o nome da moça e ela é uma parente próxima de Oak, como a jovem não conseguia definir qual seria o grau de proximidade dos dois ela apenas definiu como família. Por ordem ou pedido do professor, a moça iria ajudar Inkka em algumas coisas que eram consideradas importantes nesse mundo, para que a mesma pudesse se acostumar mais com o local. O inicial não serve apenas para ser companheiro, ele tem outros papéis importantes e é possível conseguir outros Pokémon para compor um time. Um desses papéis seria lutar e Daisy estaria disposta a ensinar caso a jovem aceitasse. "Quem em sã consciência deixaria seu companheiro lutar contra outro monstrinho?" A dúvida paira pela sua mente quando finalmente termina de ligar os pontos e entender as informações. "Bom... tanto faz, não estou aqui pra julgar outra civilização... Só acho que quem tem que aceitar é você mesmo Riolu, não quero te obrigar a isso." Ela olha pro pequeno em seu ombro lhe dando a opção para que ele mesmo pudesse escolher se aceitava ou não aquele combate. Sem hesitar o Pokémon azulado se vira em direção a Daisy e acena positivamente, estava disposto a lutar principalmente se isso ajudasse Inkka a entender melhor como as coisas funcionavam por ali.

Deixando a cafeteria pra trás as duas se despedem de Oak, o professor precisava retornar às suas pesquisas e as suas atividades no laboratório, ele sai deixando Inkka sob os cuidados de Daisy sabendo que ficaria tudo bem com elas. A moça ruiva caminha até uma área mais aberta onde o chão já estava desgastado quase sem grama, era nítido que naquele lugar já havia tido batalhas antes e pelas marcas no local não teria feito muito tempo desde a última. Ao chegarem no local, Riolu corre pra uma das extremidades e aponta indicando para que sua treinadora ficasse logo atrás dele, a criaturinha estava bem agitada e animada, mal podendo esperar para começar. Quando enfim todos se colocam em seus lugares, Daisy lança uma Pokéball na direção de seu espaço do campo. A esfera se parte em dois em pleno voo, libertando um feixe de luz que rapidamente toma forma de um pokémon completamente peludo, o pequenino se sacode se livrando do restante das partículas que ficaram à sua volta. Nesse meio tempo, o Pokémon canino de Inkka a lembra de usar novamente o aparelho de identificação, a jovem busca rapidamente o objeto em sua bolsa e o utiliza antes de perder a chance.

[+] Zigzagoon Registrado
Como Riolu estava apostos para a luta, Inkka ficou sem entender o que estava escrito no tela da Pokédex, mas pelo menos o monstrinho estava registrado e ela poderia voltar a suas informações mais tarde quando tivesse seu companheiro de volta. Enquanto a garota terminava de guardar o aparelho na bolsa, Daisy começa a dizer algumas informações importantes sobre as batalhas. Embora o Pokémon azulado passasse tudo o que era dito, o mesmo ressalta que eram coisas que se pegavam na prática e que para aquele momento, Inkka só precisava assistir. Sem questionar a decisão do pequeno, ela deixa com que ele fizesse da melhor forma que preferisse, afinal, ela seria a última a saber o que fazer ali de qualquer modo. Assim que a ruiva termina suas considerações, os dois Pokémon se colocam em formação de batalha prontos para começar. Daisy começa dizendo algumas palavras para o seu pokémon e então olha em direção a Inkka. Sem ter muito o que fazer, a jovem apenas olha para Riolu na esperança de que tudo acabe bem.


Zigzagoon começa a correr em direção ao pokémon azulado fazendo um trajeto em zig-zag, o corpo do felpudo começa a brilhar em tons de rosa dando a impressão que todo o seu pelo estava mergulhado em energia enquanto se movimentava. Riolu por sua vez permanece no lugar e ergue uma de suas patas dianteiras, uma luz branca se concentra na palma da pata e em um veloz movimento ele corta o ar a sua frente. Uma lâmina branca se forma com a energia e rapidamente voa em direção ao pokémon normal, o golpe acerta de forma certeira no focinho fazendo o pequeno guaxinim rolar no chão até perder a velocidade. (Vacuum Wave) Determinado, Zigzagoon se levanta e sacode seu pelo removendo a terra do corpo, a energia rosada retorna a envolve-lo e ele aproveita sua aproximação para jogar seu corpo contra o pokémon canino, fazendo-o cair pra trás. (Covet)
(Inkka sente uma leve dor de cabeça no momento que Riolu cai no chão, sua conexão com o pequenino a fez sentir o dano, mesmo que não tenha sido fisicamente. A dor faz ela se preocupar com seu pokémon, mas de alguma forma ainda queria creditar que o pokémon canino tinha tudo sobre controle.)

Enquanto Riolu levantava, o pokémon normal retorna a sua posição inicial e começa a se sacudir novamente, dessa vez de forma brusca, como se algo o incomodasse. De repente uma bola azul salta do meio de seus pelos e para a sua frente, Zigzagoon cheira o objeto antes de simplesmente o morder sem nem se importar com o combate que estava acontecendo. (Oran Berry) Um frio passa pela espinha de Inkka e quando ela olha para seu Pokémon o mesmo parecia um pouco apavorado com o que estava acontecendo. O canino levanta a pata invocando a energia branca mais uma vez e a lança o mais rápido que podia contra seu oponente quase que em um ato desesperado. A lâmina branca se choca contra o pokémon normal, mas já era tarde a fruta que estava a sua frente já havia sido consumida em uma velocidade assustadora. (Vacuum Wave) Felizmente o golpe não foi em vão, o pequeno guaxinim parecia ainda mais cansado que antes e cambaleia um pouco antes de se estabilizar em pé. Com mais uma sacudida, Zigzagoon retoma o foco e mais uma vez começa a correr, seu pelo toma a coloração rosada outra vez enquanto o mesmo faz o seu caminho em zig-zag até Riolu. O pokémon azulado tenta esquivar, mas as feridas em seu corpo o faz tropeçar e levar mais uma investida certeira. (Covet)
(A dor de cabeça começa a piorar na jovem, a mesma fica alguns segundos sentindo dificuldade de respirar e um pânico percorre seu corpo. Ela já não sabia dizer de quem eram os sentimentos, se vinham dela ou de Riolu ela só queria que aquilo parasse e estava quase invadindo o campo para acabar com aquilo ela mesma...)


Inkka com dificuldade dá alguns passos pra frente, seu corpo doía mesmo que não estivesse machucada fisicamente, ela ultrapassa uma linha inexistente, que servia supostamente para limitar até onde os Pokémon poderiam lutar sem acertar seus donos. Ela já não estava se importando com as regras, só queria parar aquela luta e proteger seu companheiro daquela loucura. Zigzagoon, focado em seu oponente, não percebe a invasão no campo e começa a correr na direção de Riolu fazendo seu clássico zig-zag enquanto seu pelo toma uma coloração rosada. O Pokémon azul se assusta ao ver a aproximação da garota e em um ato de desespero ele invoca sua energia branca mais uma vez na palma da mão. Rapidamente ele lança a navalha branca contra a criatura marrom fazendo-a parar seu ataque e cair no chão vendo estrelas. (Vacuum Wave) Soltando um suspiro de alívio, o pokémon lutador desaba no chão exausto, mas pelo menos sabia que sua treinadora não iria correr mais nenhum perigo invadindo o campo.



Desabando ao lado de seu Pokémon, Inkka abraça Riolu e começa a chorar. O pequenino tenta acalmá-la explicando que era assim que funcionava naquele mundo, que essa era a forma de ficar forte e evoluir para então conseguirem lutar contra criaturas mais poderosas e jamais ficarem em perigo. "Não... Não é justo... Não posso simplesmente ficar assistindo assim... não vou deixar você fazer isso sozinho mais!" Ela aperta o abraço e fica repetindo pra si mesma que aquilo não era justo de nenhuma forma sem deixar que seu companheiro a contestasse ou se explicasse de novo.  

Assim que conseguiu se acalmar, a jovem solta o Pokémon canino e tenta desesperadamente lembrar se tinha recebido alguma informação sobre primeiros socorros ou algo que pudesse ajudar naquela situação. Vendo a movimentação, Chansey aproveita a chance e se aproxima da dupla, sem esperar qualquer reação deles, ela pega seu ovo da bolsinha e o mesmo começa a brilhar intensamente. A luz faz todos ali fecharem os olhos por alguns instantes, a jovem então sente sua dor de cabeça passar de uma forma instantânea e ao abrirem os olhos novamente, todos os arranhões e feridas de Riolu estavam curados, assim como a energia de ambos. O pokémon rosa sorri satisfeito com seu trabalho e antes de guardar seu ovo, ele retira uma pedra da bolsa e entrega a Inkka. Ao perceber que item era aquele, o pokémon azulado pula no ombro da jovem totalmente animado e se atropelando um pouco nos pensamentos o pequeno explica a utilidade daquele pequeno ovo azul. "Não mesmo, não vou deixar você lutar mais, não quero incentivo pra isso!" A garota balança a cabeça e joga o item em sua bolsa não querendo ter que passar por aquilo de novo, não ia deixar mais seu companheiro se ferir sem motivo algum. Ela então se levanta ainda com o monstrinho no ombro e sai do campo improvisado indo em direção a outra ponta do terreno onde Daisy estava esperando. Inkka sabia que não era justo jogar a culpa do que aconteceu na moça, ela ainda queria ajuda, mas não iria lutar mais sem ter um motivo plausível para isso, Afinal sua ligação com Riolu ia muito além de simplesmente amizade, os dois já perceberam que estavam ligados quase que fisicamente também, se ambos se machucavam, que fosse justo os dois lutarem juntos...

[Continua...]

Selvagens .001.

No mais completo silêncio, Inkka e Daisy caminham por algum tempo pelas ruas de Pallet, a jovem achava que estavam apenas andando em círculos, mas de alguma forma a moça a sua frente parecia saber exatamente aonde estavam indo, então ela apenas a seguia sem questionar. Mesmo que prestasse atenção a sua volta, a mente da garota entrava em uma pequena guerra contra Riolu, ela mantinha a calma por fora enquanto seus sentimentos e emoções lutavam contra seu companheiro por dentro. Os dois basicamente ficaram o tempo todo discutindo os acontecimentos do combate anterior. Por um lado, o pokémon lutador ficava irritado pela irresponsabilidade de sua treinadora ao invadir o campo, frisando que algo muito ruim poderia ter acontecido se ele não tivesse acabado com o combate a tempo. Do outro lado, Inkka pontuava o quanto aquilo era errado e que não fazia sentido nenhum em os monstrinhos lutarem entre si apenas por ordens, eram dores reais, eles não deveriam seguir comandos cegamente colocando a própria vida em risco a troco de nada. Mesmo que cada um respeitasse o ponto do outro eles ainda não estavam de acordo com as ações tomadas e não estavam dispostos a ceder sem pelo menos um aceitar o lado do outro.

De repente, Riolu que estava no ombro de Inkka, desce para o chão e fica de frente pra garota fazendo ela parar de andar. Daisy se assusta com a movimentação, sem entender nada do que estava acontecendo, assim como algumas pessoas que estavam passando pela rua. O pokémon canino bateu o pé no chão olhando com raiva para a sua treinadora, ele estava disposto a faze-la entender o problema mesmo que tivesse que fazer uma cena para isso. A garota então cruza os braços e vira a cara, se ele podia fazer cena então ela também iria, não concordava nem um pouco com aquela ideia e não iria aceitar de jeito nenhum mesmo que fosse "normal" naquele mundo. Para ela não era justo que os monstrinhos tinham que lutar entre si apenas por entretenimento, não fazia o menor sentido em deixar seus companheiros/amigos lutarem para "proteger" alguém que fica ali parado só vendo o combate sem fazer nada. Era uma crueldade que Inkka não queria ver de novo, ou pelo menos que ela mesma não iria fazer nunca mais.

"Mas eu preciso treinar para ficar mais forte! Aqui dentro da cidade é calmo, mas lá fora o perigo é real... como eu vou te proteger se eu for fraco?" O pequeno continuava passando a mesma mensagem na mente da jovem, enquanto ela mantinha sua afirmação que aquilo era cruel e que se fossem lutar que pelo menos fossem juntos. "Eu não preciso de um cão de guarda... eu quero ajudar! Não vou deixar você fazer tudo sozinho! Eu... eu não quero ninguém se ferindo... por minha causa..." De algum modo a última frase teve um peso muito grande em sua mente e um sentimento de angústia lhe invade. Ela dá alguns passos para trás se afastando e sua respiração começa a acelerar, antes que qualquer um pudesse ter alguma reação, a jovem se vira e começa a correr meio sem rumo. Assim que se afasta seu vínculo com Riolu é rompido e a imagem de uma poça de sangue passa por seus pensamentos. Ela começa a sentir uma forte dor de cabeça e a angústia se transforma em pânico, fazendo com que corresse o mais rápido que podia. Lágrimas escorriam por seu rosto enquanto que de uma forma desesperada ela tentava entender o que estava acontecendo e o que aquela visão significava... se era alguma lembrança ou alguma imagem aleatória. "Não tem como ser aleatória... tem que ter alguma conexão... mas com o que?"


Bem distante quase nos limites de Pallet, Inkka desaba contra um muro de uma casa e fica sentada olhando o bosque à sua frente. Já estava completamente cansada, desde que acordou naquele mundo ela não havia parado nem por um segundo, estava sempre tentando relembrar de seu passado ou simplesmente aprendendo algo novo sobre o lugar em que estava. Ela só queria parar por um tempo e não pensar em absolutamente nada, apenas descansar e ficar olhando as árvores balançando e as criaturinhas se movendo pelo espaço. Como estava esgotada, não foi muito difícil desligar sua cabeça e observar a paisagem em completo silêncio, apenas admirando o ambiente. Sua tranquilidade era tanta que nem percebeu a aproximação de um pequeno Pokémon, o pequenino se parecia com uma mosca amarela e ficou por alguns segundos pairando na frente da jovem. Ela então estende a mão e a criaturinha pousa entre seus dedos, os dois ficam se encarando por um tempo até que o pequenino volta a voar e segue em direção a uma árvore. Aproveitando que estava sozinha, a garota pega seu caderno e começa a fazer alguns rabiscos tentando desenhar a mosquinha que tinha acabado de ver.

— Credo... eu tenho um grande problema, não é possível... — Falava para si mesma olhando o "desenho" completamente frustrada com suas habilidades. Ela pega suas coisas novamente e volta sua atenção para a árvore em que o pokémon amarelado havia se dirigido. Com calma ela se aproxima, de alguma forma tinha uma certa esperança de achar o monstrinho novamente mesmo que havia uma grande chance dele já ter sumido de vista. De repente dos galhos da árvore, Inkka vê algumas patas descendo do tronco e leva um grande susto com a descida repentina do Pokémon. A jovem rapidamente se afasta e de forma automática ela segura mais forte o seu pincel na mão, o objeto reage ao movimento e brilha fracamente. Uma forte corrente de energia passa pelo corpo da garota e sua mão começa a esquentar, por impulso ela apenas solta o item, fazendo o mesmo voltar ao normal no momento em que toca o chão. Ela mal teve tempo para entender o que estava acontecendo quando o aracnídeo que estava na árvore simplesmente salta sobre seu corpo em uma forma de ataque. Por instinto a garota consegue se defender com os braços e logo depois joga o pequeno no chão. Ela rapidamente se afasta em saltos e pega seu pincel do chão sem tirar sua atenção da aranha esverdeada.

Recuperando-se rapidamente da queda, o pokémon de 6 patas se levanta e avança outra vez contra a garota, dessa vez suas presas ficam com uma coloração roxa e a medida em que corria alguma coisa parecia escorrer. Inkka se prepara para o avanço e então gira o corpo usando sua cauda pra chicotear o inseto, infelizmente o mesmo não iria desistir facilmente e finca suas presas na cauda da garota no momento que a toca. (Poison Sting) Ela sente a picada mas graças as suas escamas a dor não passava de um pequeno beliscão e a ferida sequer chegou a fazer algum furo. A aranha se solta e salta para o chão buscando outra forma para poder atacar novamente. Antes que pudesse ter qualquer iniciativa a jovem sente sua conexão com Riolu se restabelecer e não demora muito pro pequenino surgir correndo deixando uma Daisy e um Chansey completamente sem folego para trás. O canino se coloca ao lado de sua treinadora e a olha preocupado como se buscasse qualquer sinal de ferimento. "Juntos então... mas cuidado..." Os sentimentos invadem Inkka e ela entende perfeitamente o que aquelas palavras significavam. Concordando com os "termos" a garota abre a bolsa e retira de forma rápida o ovo azulado que havia ganhado antes, ela então joga o objeto para Riolu e o mesmo tem seus olhos brilhando por alguns segundos admirando o que estava em suas patas. Deixando o item um pouco de lado, o pokémon lutador toma sua posição de combate pronto pra mais um pouco de exercício.


Spinarak percebendo do que se tratava a movimentação, avança contra a dupla focando na garota que de certa forma já era seu alvo antes. Sem hesitar a jovem espera a aproximação do inseto e assim que ele se aproxima o suficiente, ela o chuta com toda força jogando-o para o alto. Em um girada estratégica, a aranha se estabiliza no ar e uma nuvem negra se forma em torno do seu corpo, rapidamente ela lança o que seria um enxame negro de pontinhos contra Inkka. (Infestation) Mesmo que não fossem insetos de verdade, o ataque ainda causava pequenas mordidas pelo seu corpo e força a garota a recuar alguns passos enquanto usava as mãos para afastar a nuvem. Enfim, caindo no chão o aracnídeo mal teve tempo de ver a aproximação de Riolu. O canino já surgia atrás do oponente envolvido com uma aura branca. Ele então se joga contra seu alvo e o faz derrapar no chão por alguns centímetros, mas nada que não aguentasse. (Quick Attack) Recuperando-se rapidamente, o pokémon verde avança contra o canino enquanto suas presas são envolvidas com uma coloração roxa. Ele morde o braço do lutador e se afasta um pouco, de alguma forma era visível que o inseto parecia desapontado, só não era possível saber o motivo e nem o que ele estava esperando. (Poison Sting)

Rapidamente Spinarak pega uma distância da dupla e encara os dois por alguns segundos, o pequeno parecia tentar bolar algum plano já que estava em desvantagem, mas ainda assim não iria desistir tão cedo. Aproveitando a brecha que lhe foi dada, Riolu corre na direção de seu oponente na ideia de não deixar nenhuma vantagem para a aranha. A pata direita do lutador então começa a brilhar em um tom branco mas assim que se aproxima o suficiente de seu alvo, o membro fica com uma aparência metálica e é usado para acertar o inseto de forma certeira. (Bullet Punch) Já que estavam próximos outra vez, o pokémon verde se recupera do impacto o mais rápido que conseguia e novamente usa suas presas roxas para morder mais uma vez o braço do canino. (Poison Sting)
(Enquanto Riolu sacudia o braço logo depois da segunda mordida, Inkka sentia a dor do movimento novamente em seu próprio braço. Nesse momento ela percebe que os ataques que acertava Riolu doíam mais nela do que nele mesmo e de alguma forma curiosa nem mesmo quando ela era atacada sentia tanto dor...)


Depois que a dor de seu braço diminuiu, Riolu se aproxima de seu oponente e erguendo seu pé dá um chute no inseto. Para a surpresa do pokémon, Spinarak desvia do movimento saltando pra trás e por consequência faz o lutador perder o equilíbrio caindo no chão. Percebendo que seu companheiro estava em apuros, Inkka se aproxima dos dois e usa sua cauda para afastar a aranha. Novamente o pokémon verde desvia saltando, mas seu movimento o fez se afastar exatamente como a garota queria. Visivelmente irritado com a jovem, Spinarak avança contra ela e novamente morde sua cauda com as presas roxas, dessa vez apertando o máximo que conseguia para que não se soltasse. (Poison Sting) A força do pequenino acabou transformando o que antes era só um beliscão em uma verdadeira mordida, fazendo Inkka sentir dor e por instinto começar a balançar a cauda para soltar a praga. Felizmente a jovem consegue e lança a aranha para o alto com o balançar de seu rabo. Riolu já recuperado da queda, salta na direção do inseto e com sua pata mais uma vez metálica, soca seu oponente o forçando a cair no chão com força. (Bullet Punch) Atordoado, o pokémon verde se ergue com certa dificuldade, ele já dava sinais claros de fadiga, mas por pura teimosia não queria desistir. Ferozmente ele avança contra o pokémon lutador e fazendo suas presas ficarem roxas novamente ele morde dessa vez uma das enormes orelhas de seu alvo. (Poison Sting)

A dor fez o corpo de Riolu estremecer como se fosse um frio na espinha. Assim que o aracnídeo volta a tocar no chão, o pokémon lutador ergue sua pata e envolvendo ela mais uma vez em uma aura de tom metálico, soca o inseto para longe de si. (Bullet Punch) Spinarak derrapa por alguns centímetros e para de ponta cabeça. Ele leva alguns segundos para conseguir se virar e levantar mais uma vez. O pequenino já estava em seus limites e bastante machucado. Permanecendo determinada a aranha corre contra seu oponente e volta a mordê-lo usando suas presas roxas, dessa vez acertando uma de suas pernas. (Poison Sting)
(Inkka sente a própria canela doer e percebe que seu próprio Pokémon já estava ficando cansado. Ela mesma permanecia bem mesmo que algumas áreas específicas de seu corpo doíam. Aquela luta parecia bem tranquila para ela, mesmo que não conseguisse atacar muito bem seu oponente... Por alguns segundos a reação de seu pincel passa pela sua cabeça, mas rapidamente afasta esses pensamentos para se focar na luta que ainda estavam.)


A breve lembrança de Inkka fez Riolu se interessar no ocorrido. Uma onda de adrenalina então passa pelo canino e ele se anima para terminar aquele combate o mais rápido possível. Ele se foca em Spinarak e avança correndo em sua direção. Uma aura branca cobre seu corpo e o lutador surpreende a aranha desaparecendo por alguns segundos. Sem conseguir ter alguma reação por estar exausto, o inseto recebe o ataque pelas costas e cai no chão sem forças. (Quick Attack)

Vitorioso, Riolu olha para Inkka e aponta para a bolsa que a jovem sempre levava com ela. O pokémon então relembra a garota de que ela tinha um item bem importante que servia para coletar monstrinhos e assim formar um time para ajudá-los. Confusa sobre como aquilo funcionava, ela procura o item em suas coisas e retira a esfera bicolor da bolsa. Sob a orientação de seu companheiro, ela faz algumas tentativas de lançamento, mas acaba errando as cinco chances de acertar a aranha. Felizmente o Pokémon parecia desacordado, o que lhes deu tempo suficiente de recolher as bolas e tentar mais uma vez. Já na terceira vez, Inkka percebe que não levava jeito para aquilo e simplesmente se aproxima de Spinarak com uma Pokéball em mãos. Ela então toca o inseto com a esfera e leva um susto com a reação do item. A criatura é sugada para o interior da esfera e depois de balançar uma vez, algumas estrelas saem para fora.



Maravilhada com o que acabou de ver, a garota senta ao lado da esfera bicolor parada no chão e fica a observando tentando entender o que tinha acabado de acontecer. Através da parte vermelha, ela conseguia ver um mini Spinarak adormecido, era impressionante como a aranha que antes parecia ter meio metro, agora era uma minúscula criaturinha dentro de uma bola. Riolu surge ao lado de sua treinadora e coloca dentro de sua bolsa as Pokéball's que tinham sido lançadas anteriormente. Cansado, ele senta ao lado dela e simplesmente a deixa com seu momento de descoberta, aproveitando o tempo para descansar.

Alguns minutos se passaram e depois de varias folhas rabiscadas com tentativas de desenho da Pokéball, os dois recolhem as coisas e voltam para a parte da frente da casa. Lentamente eles vão de encontro com Daisy e Chansey, as duas haviam ficado para trás e apenas aguardavam em um banco na calçada. Elas sabiam aonde Riolu e Inkka estavam, então apenas optaram por aguardar e não se intrometer nos assuntos da dupla, dando espaço para os dois se entenderem. Quando o quarteto se reúnem outra vez, o Pokémon rosa de imediato percebe as feridas da garota e seu pokémon, sem hesitar ele usa seu ovo para cura-los assim como fez logo depois da luta contra Zigzagoon. No segundo em que eles se recuperam, a Pokéball que estava nas mãos de Inkka treme e de repente se abre libertando Spinarak. O Pokémon aranha surge no meio do grupo e depois de avaliar brevemente o que estava acontecendo ele salta na direção de sua treinadora. Rapidamente o inseto se acomoda agarrado na cauda da garota e fica ali mordiscando as escamas completamente satisfeito. Por alguns segundos Inkka pensa em tira-lo dali, mas como parecia feliz e não incomodava de fato, apenas permite o Pokémon ficar ali desde que suportasse os movimentos que ela faria ao caminhar.

[Continua...]

Linhas pt.1 .001.

Retomando o caminho original, Daisy retorna a guiar Inkka e Riolu pelas ruas de Pallet, voltando para o plano principal da moça. Agora que a dupla estava mais calma e até certo ponto se entendendo melhor, eles não demoram muito para chegar ao local que sua guia tinha planejado. Para a surpresa da garota, eles estavam mais uma vez em frente ao laboratório da cidade, de alguma forma ela sentia que veria muito aquele lugar ainda. Não que estivesse reclamando, só parecia que de alguma forma não estava progredindo. "Mas afinal, progredindo com o que? Não sei nem o motivo de estar aqui..." A dúvida passa pela sua cabeça e seus sentimentos chegam a Riolu através do vínculo que tinham. O canino se acomoda nos braços da jovem e lhe transmite um sentimento tranquilizante como quem dizia que estaria tudo bem e que ele iria ajudar ao máximo que podia.

Com a garota respirando fundo, eles entram na construção mais uma vez e são levados até o que parecia ser uma sala de espera com várias cadeiras. Daisy indica para que sentassem e logo depois deixa a sala sendo acompanhada de sua Chansey. Sem saber o que deveria aguardar Inkka senta no chão mesmo, ficando de frente a uma mesa de centro. Ela então acomoda sua cauda com o Spinarak, ainda preso nela, de uma forma que o pequeno pudesse permanecer ali sem ser incomodado. Seu Riolu se senta ao lado da jovem e a observa colocar todos os seus itens na mesinha, separando na ordem que julgava ser os mais importantes. Quando acaba, ela puxa seu caderno e começa a fazer algumas anotações, registrando principalmente o que já tinha aprendido daquele mundo. Seu companheiro a ajudava com detalhes e informações que podiam ter sido deixadas de lado ou esquecidas.


Enquanto registrava tudo, Inkka tentava digerir todas as informações da melhor forma possível e embora Riolu estivesse lhe ajudando muito, ela não queria ficar dependente do pequeno o tempo todo. Isso lhe incomodava, mas não de uma forma negativa, ela sentia apenas que ele estaria fazendo até mais do que precisava por ela. Assim que termina de escrever a garota observa seu companheiro pegar uma das folhas completamente confuso com a língua utilizada. De alguma forma isso lhe deu a ideia de que se ele pudesse lhe ensinar sobre aquele lugar, ela poderia ensiná-lo pelo menos a sua língua nativa e assim pelo menos ambos estariam aprendendo juntos, sem que um fosse um peso pro outro. Rapidamente esse sentimento é transmitido para o canino e ele se anima muito com a ideia, eles poderiam até ter uma comunicação única quando precisassem em alguma situação futura.

Nessa pequena agitação dos dois, o pincel da garota deu uma leve reação, brilhando fracamente as marcas cravadas em um tom azulado. Isso acaba lembrando ambos sobre o pequeno incidente que a jovem passou com o objeto. Como sabia que seu Pokémon estava curioso, Inkka explica o que tinha acontecido antes de Riolu a encontrar de frente com Spinarak. Parecia que o pincel reagia diretamente às emoções da garota e ao entrar em combate o mesmo correspondia a sua vontade. Ela conta como o objeto havia esquentado em sua mão e como ela própria o pegou de forma rápida ao perceber o perigo. Não foi muito difícil para os dois chegarem a conclusão de que aquele item era algo muito especial e essencial para Inkka, mesmo que a mesma não lembrasse disso, o próprio pincel lembrava e reagia a sua dona. Olhando mais de perto o objeto a jovem repara que no tubo de tinta havia além da grande quantidade de preto, duas minúsculas linhas de cores diferentes. Ela tenta balançar o pincel e até girar, mas não fazia ideia do que seriam aquelas duas cores, se eram tintas ou se eram algum detalhe. Depois de algumas tentativas sem sucesso ela deixa de lado esse mistério, pelo menos por enquanto. Eles ainda tinham um ponto maior para resolver, a sua própria comunicação com outras pessoas daquele lugar.


A dupla já estava se planejando como iriam iniciar os estudos quando Daisy retorna a sala de espera, acompanhada de Oak e seu Lucario. De forma instantânea Inkka e o lutador se conectam pela aura e a faz lembrar de que ela ainda não conseguia controlar aquilo. Seu inicial rapidamente sentiu uma forte dor de cabeça, indicando que o Pokémon não tinha forças suficientes para suportar duas confecções tão poderosas. Vendo o perigo que aquilo poderia causar, Lucario rapidamente corta seu vínculo com a aura da garota, fazendo com que ela própria ficasse levemente tonta pela forma bruta que o rompimento foi feito. Ele então a puxa para fora da sala sem que ela pudesse protestar e a leva até outro cômodo. O movimento repentino fez com que a pobre aranha, que dormia na cauda da jovem, fosse lançada para o chão, deixando a pequena completamente irritada vendo sua mestra sendo levada embora.

Ao entrarem, Inkka rapidamente reconhece a biblioteca onde encontrou pela primeira vez Lucario antes de ter recebido seu companheiro. O lutador se senta no chão com as pernas cruzadas e retorna sua conexão com a garota. Ele então indica que ela deveria fazer o mesmo e afirma que teria algumas coisas para lhe ensinar ou que pelo menos iria tentar. Inkka rapidamente se acomoda de frente para ele e o observa curiosa enquanto o Pokémon parecia se preparar. Calmamente ele começa a controlar sua própria respiração e fecha os olhos entrando no que parecia ser uma espécie de meditação. O monstrinho pede para a jovem que fizesse o mesmo e que só assim ela iria conseguir entender o que ele tentaria lhe explicar. Não entendendo direito aonde aquilo iria parar, a treinadora repete os movimentos do Pokémon sem questionar.

"Concentre-se! A aura que nos conecta é uma energia que fica presente em todos os seres, mas apenas alguns de nós pode senti-la e manipulá-la" A voz de Lucario invade de forma repentina a mente da garota, dando-lhe um leve susto. Mesmo que não conseguisse entender exatamente a língua, sua conexão com o Pokémon lhe permitia entender o que as palavras significavam e ela tenta se concentrar nesse próprio ligamento. É necessário algumas vezes até conseguir de fato perceber uma leve mudança no ambiente. O Pokémon a sua frente lhe guiava para que pelo menos a garota conseguisse visualizar as "nuvens" de aura, mas de alguma forma ela não conseguia enxergar, seu único avanço foi de apenas sentir as energias.

Mesmo se esforçando ao máximo, a jovem não conseguia acompanhar as instruções de Lucario fazendo até com que ele próprio se perguntasse se o problema estava com o modo que ele explicava. Em mais uma chance, Inkka volta a meditar e dessa vez apenas esvazia a mente, sem se concentrar em nada específico apenas no ambiente ao seu redor. Sua própria cabeça começa a desenhar a sala em várias linhas coloridas, algumas em tons mais cinzas para objetos e uma em tom mais forte para o Pokémon a sua frente. De todas as linhas que "visualizava" apenas o seu próprio contorno era branco, todo o resto estava colorido. A própria linha do Lucario era um vermelho vinho bem forte e havia uma ponta que saia dele e se conectava com uma ponta dela, mas as cores não se misturavam, apenas criavam um curto efeito em degradê.


O Pokémon azulado fica chocado com como a garota enxergava aquele mundo, mas ao mesmo tempo não estava tão surpreso, afinal era de se esperar que alguém de outro lugar teria uma visão diferente dos nativos dali. Como não fazia ideia de como explicar o que cada coisa significava pela visão de Inkka, ele apenas resumiu o que seriam as auras presentes nos Pokémon e em alguns humanos. Deixando para que a própria descobrisse como aquilo funcionava em sua própria perspectiva. Para ele, era estranho que ela conseguisse enxergar os objetos pela meditação também, afinal não tinha como eles terem aura, eram apenas móveis.

Os dois passam um longo período ali treinando principalmente uma forma de ativar e desativar as conexões. Normalmente, o guardião precisaria apenas imaginar uma barreira ou uma maneira de dissipar a "nuvem" de aura. Já Inkka precisou inventar outra forma, como enxergava linhas uma simples parede não iria romper a ligação. Ela tentou de diferentes formas, a primeira foi uma grande borracha para apagar a ligação, mas a linha voltava a se formar logo em seguida. A segunda foi uma linha preta cortando no meio, mas acabava que depois de uns segundos a linha sumia e as que as voltavam a se conectar. Depois ela tentou puxar a corda pro seu lado na esperança que rompesse, mas só esticou a conexão. Por fim, já com raiva, ela apenas imagina que o ponto em que as duas que as auras se encontravam ficasse em preto assim como o resto da visão, isso foi o suficiente para cortar a ligação e as duas linhas voltassem para seus respectivos donos. Felizmente para retomarem a conexão era mais fácil, a garota só tinha que imaginar uma ponta de sua linha indo até o contorno de Lucario.


Já próximos à sala de espera, Inkka se certifica de desligar sua conexão com o Pokémon ao seu lado para não causar nenhum mal estar em seu companheiro novamente. Assim que entram no cômodo, se deparam com uma Chansey correndo com um item brilhante em mãos e logo atrás dela um Spinarak visivelmente se divertindo com a perseguição. A aranha rapidamente para quando vê Lucario e simplesmente muda seu alvo, mas dessa vez com raiva nos olhos. Muito provavelmente por ter sido ele o responsável pela pequena ter sido acordada anteriormente. O Lutador acaba nem se incomodando e só deixa o inseto morder seu braço, ele logo lança um olhar para o pokémon como se perguntasse se agora estavam quites. Sua resposta foi apenas o monstrinho usando suas patas para se prender no membro, seguido de algumas mordidinhas quase que amigáveis, indicando que permaneceria ali por um bom tempo. Inkka não contém o riso ao ver a cena dos dois tentando se entender, lembrando que aconteceu o mesmo com ela quando capturou a aranha.

Deixando os dois se resolverem, a garota vai até a Daisy. A moça estava sentada em uma cadeira bem ao lado de Oak, e em seu colo acomodava Riolu. O Pokémon recebia uma massagem que se focava principalmente em sua cabeça. Talvez foi a melhor forma que encontraram para aliviar a dor que o monstrinho sofreu na forte conexão que teve anteriormente. Inkka senta ao lado deles e restaura a ligação com seu companheiro. No momento em que faz isso, o pequeno se assusta de leve mostrando que não havia percebido sua presença ali ainda. Os quatro passam um tempo ali conversando sobre o que a jovem havia descoberto com Lucario. Riolu traduzia tudo o que era dito em ambos os lados fazendo a ponte entre eles da melhor forma que conseguia. Assim que a garota termina o relato, ela sente seu pequeno Pokémon orgulhoso dela. Querendo ou não sua forma de ver o mundo era um avanço para ambos, tanto para se entenderem quanto para ela entender melhor as pessoas à sua volta.

De repente um aparelho do professor começa a tocar e ele sai apressado da sala, Daisy segue o mais velho deixando Inkka e seu companheiro confusos com a correria. Felizmente não demora muito para a moça retornar, ela se aproxima da dupla e fala algumas coisas para Riolu antes de retornar para a entrada. O lutador estava prestes a traduzir para sua treinadora o que lhe foi dito quando é surpreendido pelo o Pokémon rosa de Daisy. Chansey retira seu ovo da bolsa e coloca na mesa um pedaço de papel e por cima coloca o item brilhante que Spinarak havia perseguido mais cedo. Por alguns segundos Inkka fica se questionando como que aquela criatura tinha tantos itens naquela bolsa em sua barriga. Ela olha para Riolu e ele apenas devolve um olhar igualmente confuso, no fim os dois acabam apenas rindo da situação sem de fato entender a lógica.

Linhas pt.2 .001.

Sendo deixada a sós na sala de espera apenas com 3 Pokémon, Inkka retorna à mesa de centro onde seus itens permaneceram espalhados. Estava na hora de arrumar toda a bagunça que fizeram naquele cômodo e planejar seus próprios planos assim como seus objetivos. Ela não pretendia depender dos outros por ali, tinha que achar uma forma de recuperar suas memórias e encontrar seu lugar. Riolu se senta ao seu lado mais uma vez e de relance a jovem vê Lucario e Spinarak brincando com um osso brilhante. Como o lutador manejava o item com mestria, a garota apenas deduziu que o item pertencia a ele e deixou ambos se divertirem no canto deles.

Com cuidado ela pega o papel e o item que Chansey havia deixado na mesa, como não sabia o que aquele objeto circular fazia ela apenas o deixa de lado naquele instante focando sua atenção apenas no bilhete. De imediato ela já percebe que não entendia o que estava escrito e já naquela altura, nem estava surpresa por isso. Ela entrega o papel para Riolu na expectativa que ele traduzisse o que estava escrito, mas o Pokémon apenas a encara com um olhar determinado. "Porque não aproveitamos que estamos aqui e já começamos os estudos?" Os pensamentos do monstrinho chegam até a garota fazendo com que a mesma sorrisse e fizesse um cafuné no companheiro. Era uma ótima ideia já começar e aproveitar que estavam dentro do laboratório, certamente ali teriam algumas vantagens.

Depois de organizar melhor seus pertences e liberar um pouco de espaço naquela pequena mesa, a dupla vai até a biblioteca do laboratório com a missão de achar alguns livros que pudessem lhes ajudar. Ao chegarem lá, era notório a grande quantidade de estantes lotadas de enciclopédias, cadernos, livros e até alguns pontos com revistas. Inkka solta um longo suspiro, pela visão inicial já dava para ter uma noção de que ficariam muito tempo ali procurando por livros que pudessem lhes ajudar. Por entre todas as prateleiras haviam muitas enciclopédias e vários textos de pesquisa que em sua maioria continham uma linguagem difícil e acadêmica o que certamente dificultaria muito para eles principalmente pelo motivo de que nem Riolu parecia conhecer a maioria das palavras e ficava confuso a cada livro que abria. Eles ficaram por muito tempo tentando achar alguma coisa mais simples, mas a única coisa que conseguiram encontrar foi apenas um dicionário e algumas revistas antigas, todo o resto parecia de certa forma confuso e muito complexo para o que estava buscando.


Voltando a sala de espera eles encontram Spinarak adormecido e uma pequena mensagem de Lucario dizendo que estava voltando para Oak. Felizmente Riolu não se importou de traduzir o bilhete dessa vez, afinal não tinha motivos para não fazê-lo e o conteúdo era de certa forma importante. Eles então se organizam mais uma vez na mesa e Inkka já pega seu caderno e algumas folhas avulsas para anotar tudo, de alguma forma ela sente que isso era bem familiar, quase como se fizesse isso sempre. Eles então decidem que a primeira coisa a se fazer é justamente achar o ponto em conjunto das duas línguas, ou seja, o alfabeto. A garota começa anotando em um papel as próprias letras de sua língua e junto de Riolu começam a achar as letras semelhantes através do dicionário.

"Mesmo línguas diferentes tendem a ter pontos em comum, não sei ao certo explicar, mas sinto que já vi isso várias vezes em outros lugares. Talvez de outros mundos?...
Enfim, nesse lugar assim como qualquer outro tem um alfabeto que se encaixa quase que totalmente no que eu conheço. Também reparei que algumas coisas aqui tem nomes com um início semelhante: Pokémon, Pokédex, Pokeball… é quase como uma marca local… Dá até pra chamar esse mundo de apenas Mundo Poké de tanto que vejo esse início. O que não é pra menos, logo quando cheguei já havia reparado que quase tudo aqui se envolve nesses monstrinhos chamados de Pokémon. Quem sabe só chamar o mundo de Mundo Pokémon já basta para identificar, sem nomes complexos ou com abreviações de significados gigantes.

Analisando alguns pontos na língua, sinto que existe uma variação na linguagem daqui, algumas palavras são escritas de uma forma diferente e as pronúncias dessas palavras claramente não fazem parte da fala local. Pelo o que me foi dito, esse mundo comportava várias regiões anteriormente, talvez a junção delas tenha feito as línguas se misturarem de uma forma que ficassem quase como uma grande mistura, preservando as duas línguas em uma única. Riolu não parece sentir essa diferença, mas acredito que seja costume. Essa variação está claramente presente nos nomes dos monstrinhos e em quase tudo que os envolve, como nomes de ataques, habilidades e até uma coisa chamada de "tipos"... nao entendi ainda do que se trata, mas é quase uma forma de classificação ou grupos, vale um estudo só pra isso mais pra frente. É notável também essa variação nos nomes dos locais ou cidades, nos itens no geral e claro em alguns termos. Não sei exatamente como explicar o motivo, mas certamente essa variação já está bem presente no vocabulário, ao ponto de que nem devem notar as mudanças.

Como era de se esperar, o estudo de uma língua não é nada fácil e muito menos rápido. Embora seja bem simples traduzir um texto quando se sabe o alfabeto, ainda leva muito tempo para se aprender a ler e interpretar em outro idioma. Decorar um alfabeto não é tão complexo quanto parece, principalmente quando você é obrigado a ver ele o tempo todo, em casos assim é necessário em torno de dois dias até reconhecer  cada  letra. Felizmente, minha conexão com Riolu me permite ter uma rápida checagem caso sinta alguma dificuldade nisso, pelo menos no início…
Por falar nele, meu companheiro parece  meio triste com o pouco avanço que fizemos, mas para mim isso já era esperado, afinal esse tipo de estudo requer prática e prática requer tempo… não é como se uma criança aprendesse sua primeira língua e a dominasse em poucos dias, requer  até anos para isso acontecer.

Deixando um pouco a teoria de lado, tentamos praticar também a fala, principalmente algumas palavras simples e de uso contínuo, as clássicas iniciantes como "Olá", "Tudo bem", "Sim", "Não"... essas coisas. Não é muito fácil, foi necessário muitas tentativas, até porque Riolu não fala propriamente, apenas nos comunicamos pela aura, o que dificultou bastante eu acertar a pronúncia certa. Mas pelo menos agora eu consigo me apresentar… é… ninguém aqui sabe o meu nome… mesmo que meu companheiro saiba, ele não consegue falar e muito menos pronunciar para os outros… vai ser um LONGO caminho e eu tô bem empolgada com isso.

Sobre o bilhete de Daisy, foi bem fácil traduzir usando os alfabetos e o conteúdo é só uma listinha de coisas para fazer! Riolu fez todo um mistério pra ser algo bem simples… mas já definimos que essa lista será nosso primeiro desafio juntos, além de aprender a língua desse mundo claro…

- Inkka...
...É meu o caderno pq to assinando?"

Inkka fecha seu caderno de anotações e solta um longo suspiro, depois de algumas horas estudando eles precisavam de uma pequena pausa, ou pelo menos era o que  pensava até olhar pela janela e ver que já estava escuro. O tempo acabou passando bem rápido e a garota se vê com mais um problema, precisava de algum lugar para dormir e para comer. "Relaxa, basta irmos até o Centro Pokémon!" Os pensamentos de Riolu chegam até a jovem juntamente com uma sensação de confiança do monstrinho, ela então o vê se levantando ao seu lado e assim que termina de se espreguiçar, o lutador corre até Spinarak. Mesmo sem entender muito bem o plano que seu companheiro tinha, a jovem começa a guardar as suas coisas dentro da bolsa para que pudessem ir então ao Centro Pokémon.

Antes de partirem do laboratório, Riolu corre até a biblioteca do local para devolver o dicionário e as revistas que pegaram emprestado. Como não era nada complicado, Inkka fica aguardando seu Pokémon no hall de entrada juntamente com a pequena aranha, ela então aproveita o tempo para organizar melhor sua bolsa que claramente era bem pequena para aquele mundo e se  a garota continuasse recebendo itens ela teria que arranjar uma maior, ou uma mochila. Enquanto tentava achar uma posição boa para as coisas, o disco que havia ganho mais cedo acaba caindo no chão fazendo um pouco de barulho. O ruído claramente incomoda Spinarak que não pensa duas vezes antes de saltar sobre o objeto e começar a mordê-lo de forma irritada. Riolu acaba chegando bem na hora e estava um pouco assustado pensando que tinha acontecido alguma coisa, mas logo percebe que não havia problema algum, apenas um aracnídeo devorando o disco. "Não sei exatamente o que, mas parabéns Spinarak acabou de  aprender  um ataque novo…" Anuncia o lutador se aproximando de Inkka. Claramente sem entender nada e muito menos similar a lógica por trás daquilo, a garota apenas observa o inseto arrotando alguns cacos do disco para fora e quase que instantaneamente virarem espinhos roxos. Rapidamente o Pokémon azulado explica do que se tratava aquele disco e antes que ambos pudessem perceber, os espinhos ao redor de Spinarak somem ficando apenas o chão limpo sem nenhum vestígio do que aconteceu.



"Seria bem difícil de errar" Pensa Inkka em frente ao enorme prédio. Com um teto brilhante  em vermelho e um símbolo de pokeball branca era impossível que  alguém não achasse aquele lugar tão chamativo. As ruas ainda estavam movimentadas e tinha bastante gente na frente daquele estabelecimento. Mesmo que já estivesse escuro, ainda era cedo para que a maioria fosse dormir, então as pessoas aproveitavam para passear pela zona comercial e era possível ver alguns batalhando nas  áreas gramadas. A energia daquele lugar parecia um pouco caótica demais para a jovem e ela sentia alguns olhares diretos para ela. O que já deveria se esperar, ela não era daquele mundo e mesmo que pudesse ver algumas pessoas diferentes  de humanos comuns, ainda era nítido que ela se destacava. Sem enrolar muito, Inkka entra no centro e vai direto para o balcão. Mesmo ali dentro, havia bastante gente pelo espaço e rapidamente as diversas vozes altas começaram a incomodar a garota quase que como se a sufocasse. Riolu percebendo o incômodo que sua treinadora sentia através da aura, se apressa e pede um quarto para a moça de cabelo rosa que veio atendê-los. A Chansey que acompanhava a enfermeira pega uma chave em um painel e a entrega para a dupla, logo em seguida o pokémon sai de trás do balcão por uma portinha e aponta para uma escada ao lado de alguns computadores. O monstrinho azulado agradece as duas e eles enfim sobem para descansar… ou pelo menos era o que Inkka queria…

A garota fecha a porta atrás de  si com força e a tranca, sem se importar com o barulho que estava fazendo, ela só queria que as vozes parassem de lhe incomodar. Spinarak, que estava pendurada na cauda da jovem, salta para o chão totalmente assustada  com o movimento brusco. Junto da pequena, Riolu desce dos ombros de sua treinadora e confuso com o comportamento de Inkka se junta a aranha no chão. Ambos estavam preocupados, mas apenas se afastaram um pouco dando espaço a ela.

Tentando controlar sua respiração, Inkka cobre as orelhas com as mãos e se senta na cama. Porém, aquilo não adiantava, era como se as vozes permanecessem em sua cabeça a sufocando com mais e mais ruído. Ela começa a ficar tonta e o barulho passa a virar uma mistura de vozes com sons de metal se chocando e algumas crianças rindo ao fundo. Sem nem perceber, lágrimas começam a escorrer  em seu rosto e a garota desaba na cama pressionando suas orelhas em uma tentativa desesperada de fazer aquilo parar.

Durante um tempo Inkka permanece ali, apenas chorando e tentando achar alguma forma de parar. Ela não entendia o motivo daquilo ter começado e não sabia como se acalmar. Estava tudo muito confuso e ninguém ali parecia poder ajudar… literalmente… ninguém… aquele não era o seu mundo e não tinha a menor ideia de como foi parar ali, nem de onde veio, mas era nítido que não pertencia a aquele lugar. Sua mente continuava a rodar com inúmeras dúvidas e questões sem chegar a uma conclusão, enquanto os ruídos ficavam cada vez mais altos.

Algumas horas depois o quarto já estava outra vez em completo silêncio, a jovem havia caído no sono completamente  cansada. Muito coisa tinha acontecido durante o dia e mesmo que não soubesse de seu passado, sua cabeça tinha ficado ocupada o tempo todo a deixando exausta. Riolu e Spinarak sobem na cama e se acomodam perto de Inkka. A aranha deitava na cauda da jovem enquanto o lutador apenas ficava perto dos dois, mal sabendo ele que iria ocupar boa parte do móvel mais tarde.

Raro .001.

➤ Pallet City.
Dia | Nublado
Media da Equipe: (8,6) = 7


Descendo as escadas do Centro, Inkka se sentia completamente sonolenta, ainda era bem cedo e a neblina da manhã mal tinha ido embora. Mesmo que tivesse a escolha de dormir até mais tarde, a garota só queria ir embora daquele lugar, ou pelo menos passar o menor tempo possível ali já que muito provavelmente voltariam de novo, não só para passar a noite como para caso aconteça algum problema.

Felizmente aquele horário era bem tranquilo, o saguão estava praticamente vazio e em completo silêncio, só era possível ouvir algumas poucas pessoas conversando, mas elas falavam praticamente sussurrando o que não incomodava nem um pouco. Antes de partir por completo, a jovem devolve as chaves do quarto para a moça de cabelos rosa e pede uma rápida checagem em seus companheiros. Como os dois monstrinhos estavam praticamente adormecidos, a moça da recepção aconselha que ambos fossem guardados em suas respectivas Pokeball. Ao ouvir isso, Riolu rapidamente desperta, praticamente disfarçando o cansaço, e em seguida passa a mensagem para Inkka, o canino de fato concorda em dar mais tempo de descanso para Spinarak, mas ele próprio dizia estar bem. Concordando com a ideia a jovem retorna o pequeno inseto para a sua esfera, mas mantém seu inicial em seu ombro. Ela precisava do seu companheiro ao seu lado quase que o tempo todo, ele era a ponte para que ela pudesse se comunicar com as pessoas daquele mundo, pelo menos até ela aprender a língua local.

O ar frio do amanhecer faz Inkka tremer um pouco assim que saem do Centro Pokémon, ela então arruma seu agasalho, que quase sempre ficava apenas jogado nos ombros, e caminha até a calçada. Com passos lentos eles seguem para o final da rua, ali acharia um restaurante que a enfermeira havia recomendado para tomarem café da manhã e qualquer outra refeição que quisessem mais tarde. Como estavam com um ticket do CP pela reserva do quarto, não teriam problemas para comer em nenhum estabelecimento nas redondezas, mas a dupla optou por aceitar a dica de Joy. Pelo caminho, Riolu pega o bilhete de Daisy e dá uma boa olhada na lista de tarefas que teriam que fazer. Alguns itens eram bem simples de se completar e poderiam ser feitos em poucas horas, mas apenas um em específico eles iriam precisar se preparar, afinal, era justamente o que pedia para deixarem a cidade por um curto período de tempo. O canino começa a fazer uma pequena estratégia de como poderiam fazer tudo aquilo de forma rápida e eficiente, apenas para que pudessem aproveitar um pouco da cidade também mais tarde. De repente, o papel que Riolu segurava, é puxado de suas patas de forma agressiva, mas aparentemente não havia sido por ninguém. O item apenas começa a flutuar para longe da dupla num voo em um zigzag claramente orquestrado. Os dois rapidamente trocam olhares e de imediato ambos correm atrás do papel. Além do item ser importante, também queriam saber  o motivo dele ter começado a se mover, já havia indícios de que não estava  fazendo aquilo sozinho e que tinha alguém por trás daquele comportamento.

Antes que conseguissem alcançar o papel, ele faz uma virada brusca entrando direto em um beco e em seguida começa a cair devagar para o chão. Inkka não perde tempo e pega o objeto antes que ele se sujasse ou que qualquer outra coisa o levasse de novo. Assim que ela levanta se depara com um monstrinho azulado com um colar de pérolas rosas. A criaturinha parecia estar se divertindo e não parecia ser agressiva apenas a olhava enquanto dava uma risada silenciosa. Poucos segundos depois, Riolu surge no beco quase sem fôlego, como seus passos eram menores ele naturalmente tinha ficado para trás na perseguição. Assim que os dois Pokémon trocam olhares eles já tomam uma posição de ataque, quase que de forma automática. Mais uma vez Inkka se vê no cenário de batalha obrigatória e ela começa a se questionar quantas vezes teria que passar por isso e se não havia outra forma de resolver as coisas naquele mundo. "Sempre tem outras formas, mas Pokémon fantasma nunca é confiável… Além disso, essa dai nem deveria estar na cidade, é bem raro ver uma dessas…" Os pensamentos de seu companheiro invadem sua mente e de alguma forma a palavra "raro" ficou vagando por vários segundos, despertando um certo interesse  na garota. Sem pensar duas vezes ela abre sua bolsa e pega uma das Pokeball que tinha. Ela estava determinada a pegar o monstrinho, mas antes que pudesse lançar o objeto, Riolu a lembra que deveriam pelo menos lutar para cansar o oponente, do contrário seria bem difícil ele ficar na esfera. "Certo, certo… mas vamos juntos!" Inkka guarda o item e se coloca ao lado de seu Pokémon. O fantasminha olha pra dupla bem curioso sobre como aquilo iria funcionar, mas acaba aceitando o desafio.



Sem nenhuma surpresa para Inkka, Riolu se move primeiro avançando contra o oponente. Ele ergue sua pata direita e a mesma começa a brilhar. Assim que se aproxima o suficiente ele salta contra o fantasma e o brilho em sua mão passa a ser de um tom metálico quase como se fosse de ferro. (Bullet Punch) Com um único soco ele derruba o alvo no chão. Misdreavus rapidamente se recupera e retornando à flutuar ela encara o lutador quase que como se debocha-se dele. O fantasma mal percebe a aproximação da garota e é surpreendido com a cauda da jovem atravessando seu corpo. O membro literalmente atravessou o corpo do Pokémon, deixando Inkka surpresa por sequer ter tocado, como se a criatura fosse feita de ar. Novamente o Pokémon flutuante começa a rir em silêncio e em seguida pega um pouco de altitude ficando bem acima da dupla. O corpo do monstrinho é envolvido por uma aura negra deixando a silhueta dele em vermelho ele encara seus oponentes causando um calafrio em ambos. (Spite)

Misdreavus retorna à flutuar mais baixo e desfaz sua aura preta. Agora que ela estava outra vez no alcance, o lutador parte para cima mais uma vez com uma de suas patas brilhando feito ferro. (Bullet Punch) Riolu novamente a acerta em cheio e a faz flutuar um pouco mais longe. O fantasma volta a sobrevoar a dupla como se analisasse alguma coisa, ou pelo menos parecia que era isso. Inkka aproveita a distância deles e pega uma pedrinha do chão, como quem nada quer. Assim que o Pokémon flutuante volta a descer, a garota joga o item contra a criatura lhe acertando bem na cabeça. Talvez um golpe de sorte, já que a jovem não tinha uma boa pontaria… Sua sorte acaba por passar bem rapidamente, o fantasma fica furioso com a atitude e faz alguns copos crescerem no chão bem abaixo dos dois. (Grass Knot) As plantas fazem com que ambos perdessem o equilíbrio e os derrubam no chão.


No momento que a dupla se recompõe, Inkka tenta se aproximar do fantasma para pegá-lo, mas de novo seu corpo atravessa o de Misdreavus causando apenas um arrepio na garota. A criatura se vira para rir da jovem e nem vê Riolu saltando atrás dela. Com o punho brilhando em tom metálico, o lutador acerta outra vez o Pokémon flutuante. (Bullet Punch) Um estranho brilho rosa envolve o fantasma e com os olhos repletos de ódio ele volta sua atenção para o canino. De repente a aura se concentra tomando a forma de uma esfera rosada, Misdreavus então a lança contra seu oponente em uma rapidez absurda (Confusion) O ataque derruba o lutador no chão com bastante força o deixando tonto por alguns segundos.
(A dor de seu companheiro se choca contra Inkka e a mesma começa se sentir tonta, como se tivesse levado um soco no estômago, mas ao mesmo tempo seu corpo não doía.)

Inkka tenta se recompor e querendo tirar a atenção do fantasma de seu companheiro, ela vai até ele novamente. Antes que conseguisse se aproximar de fato, Misdreavus se volta para a jovem e novamente invoca a esfera rosa, derrubando a garota no chão, assim como fez com Riolu. (Confusion) O lutador luta contra sua tontura e com certa dificuldade, foca sua visão no fantasma. No momento em que consegue se concentrar em seu alvo, o canino avança dando mais um soco na criatura azulada. (Bullet Punch) O impacto acabou não sendo muito grande e a criatura flutuante se virou novamente para seu outro oponente. Fazendo vinhas crescerem mais uma vez do chão, Misdreavus derruba seu alvo outra vez lhe deixando bem machucado. (Grass Knot)


Já farda de sentir tanta dor, tanto dela quanto a que vinha de seu parceiro, Inkka se levanta e procura mais uma vez  uma de suas Pokeballs na bolsa. Como Misdreavus estava focada em Riolu, aquele seria um momento ideal para pegá-la de surpresa. Pelo menos esse era o plano até a esfera errar o alvo e bater em uma das paredes do beco. O barulho alerta o fantasma, mas felizmente foi tarde demais, a jovem já havia lançado outra tentativa e dessa vez o tiro foi certeiro. O item absorve o Pokémon para dentro de si e depois de balançar algumas vezes em um momento tenso, ele brilha em verde concluindo a captura.




Inkka suspira aliviada por ter conseguido mesmo que o Pokémon não estivesse desmaiado, se aquela luta continuasse o estrago teria sido bem maior para a dupla. Com seu corpo dolorido, a garota pega a Pokeball de sua nova companheira e a outra que estava vazia, aquela que tinha errado na primeira tentativa. Assim que guarda as duas dentro da bolsa, ela pega Riolu no colo partindo daquele beco.

Dando passos lentos a jovem faz o caminho de volta ao Centro Pokémon, não tinham condições nenhuma de continuarem até o restaurante daquele jeito. Ela sentia que precisava de alguma forma melhorar sua resistência naquele mundo, não poderiam seguir daquela forma com ela tomando dores tanto diretamente quanto vindas de seu parceiro. "Espera, espera!" Seus pensamentos são interrompidos quase que de forma desesperada por Riolu. O monstrinho rapidamente aponta para uma árvore próxima a calçada e assim que eles se aproximam, o canino puxa uma fruta dos galhos. "Pronto, um item a menos… e eu acho que isso cura alguma coisa…" Ele passa alguns segundos analisando o item antes de o passar para sua treinadora o guardar. A naturalidade de Riolu faz Inkka começar a rir, era bizarro como ele conseguiu simplesmente ignorar tudo para lembrar da lista, ou talvez tivesse sido apenas algum gesto desesperado dele para quebrar os pensamentos negativos da  garota… afinal, eles nem tinham tomado café ainda...

Apito .001.

➤ Pallet City.
Dia | Nublado
Media da Equipe: (9,7,6) = 7

Inkka passa um bom tempo no balcão do Centro Pokémon ouvindo um longo alerta sobre como deveriam tomar cuidado ao andarem pela cidade. Joy também lembra a dupla que em caso de emergência a garota deveria trocar de companheiro, assim nenhum ficaria sobrecarregado. Na cabeça da jovem, era fácil do povo local falar aquilo, ela mal sabia usar os itens que tinha, muito menos tinha noção de como tudo funcionava. Durante sua luta contra Misdreavus a sua única preocupação era de ajudar seu Pokémon e não de libertar outro e assim ficar com dois em perigo… Novamente com o inicial recuperado e com sua nova integrante saudável, a garota deixa o prédio vermelho e retorna ao seu plano anterior, chegar no restaurante do final da rua e tomar café da manhã, sem fantasmas pelo caminho e sem folhas voando. Seu único desvio previsto era a mesma árvore que tinha encontrado anteriormente, ela queria saber se havia mais alguma fruta ali para colher. Riolu tinha mencionado que aquele item podia curar alguma coisa e se ele estivesse certo, seria bom ter mais na bolsa.

Assim que chegam na árvore, o lutador sobe no colo de Inkka e com a ajuda dela o Pokémon colhe mais uma fruta. Ele passa um tempinho olhando para as outras que estavam penduradas, mas nenhuma delas parecia estar pronta para ser colhida ainda, deixando a dupla com apenas duas frutinhas por enquanto. Mesmo que não fosse muito, a garota já sentia sua bolsa ficar pesada, ela precisava urgentemente achar uma maior. "Depois podemos ir na zona comercial, você deve achar alguma coisa que goste lá!" Riolu se acomoda em seus braços e a olha um pouco animado com a ideia. Não seria ruim ir às compras depois, isso se não fosse pelo fato de que não tinham muito dinheiro ainda. Seu companheiro novamente a lembra que Daisy havia lhe dado dinheiro depois da luta, isso era um hábito comum naquele mundo, depois de um combate o perdedor deve dar dinheiro pro vencedor. "E voltamos ao fato que tudo gira em torno de combates… eu preciso me acostumar com essa ideia…" Inkka dá um leve aperto em seu pokémon e solta um longo suspiro, aquela ideia ainda não lhe era muito boa, mas tinha que respeitar as regras daquele mundo.

Sem mais nenhum desvio, eles finalmente chegam no restaurante que queriam. O lugar era bem confortável, não era tão luxuoso quanto pareciam falar, mas era bem aconchegante e tinha uma atmosfera tranquila. O café era servido estilo bufê então Inkka deixou com que seus monstrinhos escolhessem o que queriam, já era óbvio pra ela que assim como humanos, essas criaturas tinham suas próprias personalidades e por consequência, seus próprios gostos. Devido ao horário extremamente cedo, o local não tinha tanta gente, então acabou sendo uma experiência bem tranquila e sem filas. Logo após todos estarem satisfeitos, a garota recolhe seus companheiros deixando apenas Riolu livre e o acomoda em seus braços. Como a refeição estava por conta do Centro Pokémon, eles saem do restaurante e partem com o objetivo de irem até o Centro comercial.

Checando o mapa algumas vezes, a dupla opta por ir até o centro pegando alguns atalhos em algumas ruas menores de mão única. Caso seguissem pelas  ruas principais iriam demorar mais e teriam que pegar a movimentação das pessoas indo trabalhar. Inkka definitivamente não queria ficar no meio de muitas pessoas naquele momento, o mais confortável para ela era seguir o caminho mais rápido. Com isso definido, eles começam sua caminhada por entre ruas e algumas vielas. Embora fosse considerada uma cidade grande, muitos lugares tinham construções mais rurais e até casas que pareciam do campo, principalmente nas ruas residenciais. A jovem começa a questionar seu companheiro e ele explica que isso era em partes culpa da mudança que a região sofreu, de acordo com ele, Pallet costumava ser uma vila de campo e mesmo com a evolução do local, muitas construções meio que permaneceram paradas no tempo. De repente a dupla escuta um estrondo e ao olharem em um travessa com outra viela, um vulto preto sai correndo de dentro de uma lata de lixo derrubada no chão. A garota se recusa a se aproximar do local, mas Riolu salta de seus braços assim que avista algo interessante. No meio da pilha de lixo ele pega um papel amassado e assim que consegue desamassar  olha surpreso para oitem "Wow! Mas que sorte!" Ele exclama voltando correndo até sua treinadora. "Olha! Uma receita inteirinha e é uma das boas!" De alguma forma o pequeno estava bem empolgado, o que fez a garota se questionar se uma receita era realmente algo tão valioso assim. "Claro que sim! Não é qualquer um que sabe cozinhar!" Inkka sente que aquela frase não fazia tanto sentido para si, mas não questiona o monstrinho. Ela apenas pega o papel nada cheiroso e o guarda na bolsa o mais longe que conseguia das frutas.

De acordo com o mapa, não faltava muito para que eles chegassem na rua central, de lá bastariam apenas seguir para a zona comercial. Inkka dá mais uma checada nas orientações quando que por um descuido ela tropeça em uma caixa, que estava jogada no chão, e perde o equilíbrio. Seu corpo se choca contra uma lata de lixo que por sorte estava vazia, mas a queda acaba provocando um grande estrondo. Riolu, que caminhava ao seu lado, se aproxima rapidamente e lhe ajuda a levantar. O barulho acaba alertando algumas pessoas próximas e uma delas se aproxima com um apito na boca. O som que aquele item produzia era extremamente afinado causando um calafrio na jovem e fazendo suas orelhas doerem muito. De uma forma instintiva, Inkka cobre as orelhas e volta correndo para a viela em que acabaram de sair, só para se afastar do barulho. Infelizmente o efeito foi o contrário, o apito começou a ficar mais forte e a moça  que o usava começou a correr atrás da garota. "Ei, ei, não precisa correr, foi um acidente!" Riolu tenta se comunicar com sua treinadora enquanto corria atrás dela, mas era em vão.



A jovem escuta o barulho de uma Pokeball se abrindo e rapidamente um monstrinho coberto de pelos roxos é libertado bem ao seu lado. Desesperada, ela olha para trás e localiza Riolu tentando alcançá-la. Ela então diminuir sua velocidade para que seu companheiro pudesse subir em seu ombro e assim que estavam unidos novamente uma enorme nuvem roxa é lançada na frente deles (Poison Gas) Com mestria Inkka vira para outra viela antes de serem atingidos e continua correndo sem se importar muito para onde, só não queria ser atacada. De repente o Pokémon felpudo volta a aparecer ao lado da dupla e ele lança outra vez a nuvem roxa bem a frente deles forçando eles a pararem de forma brusca (Poison Gas) O movimento impedia a progressão e a moça vinha correndo na direção deles. Sem pensar muito, Riolu avança contra o Pokémon roxo e com uma das patas brilhando lhe acerta um poderoso tapa. (Rock Smash) A força faz o gambá voar para trás bem em cima de sua dona fazendo os dois caírem no chão. Inkka não perde tempo e usa sua cauda para movimentar a nuvem e dissipada o suficiente para que pudessem escapar. Antes que pudessem se afastar muito, o Pokémon venenoso se recupera do golpe e volta a correr atrás da dupla. O pequeno mais uma vez se aproxima, mas dessa vez mira direto no lutador, que corria sozinho, o peludo roxo salta sobre o alvo e com suas garras arranha as costas de Riolu. (Scratch) A dor de seu companheiro chega até a garota e ela imediatamente diminui a velocidade quando sente suas próprias costas arderem.

Eles escutam outra vez o apito e percebem que a moça já estava os alcançando de novo. O Pokémon roxo tenta mais uma vez usar a nuvem roxa para pará-los, mas a garota apenas vira para outra viela sendo rapidamente seguida por seu pokémon. O felpudo permanecia na cola dos dois e tentava a todo custo alcançá-los, mas sempre que estava perto o suficiente eles trocavam de viela e tomavam a frente se desviando do pequeno. De repente a moça atrás deles fala alguma coisa e seu Pokémon simplesmente some de vista tomando um caminho diferente. Isso rapidamente alertou a garota, era óbvio que iam testar alguma coisa diferente. Em poucos segundos ela tinha sua resposta, às ruas a sua volta estavam bloqueadas por nuvens e algumas quadras a frente, o Pokémon felpudo vinha correndo na direção deles. Riolu toma a frente e seu corpo se envolve em uma energia branca. (Quick Attack) Com uma enorme velocidade ele acerta o Pokémon oponente fazendo os dois se chocarem em direções opostas. Inkka freia usando sua cauda para manter o equilíbrio e para ao lado de seu Pokémon. O gambá já visivelmente bem ferido se levanta e avança contra o canino. As garras dele brilhavam fortemente e ele acerta mais um combo de arranhões contra o lutador. (Scratch) O Pokémon venenoso parecia bem disposto a bloquear o caminho e impedir que continuassem avançando. A garota começa a se desesperar quando vê a moça de azul se aproximando rapidamente, mas não tinha muito o que fazer. Enquanto o pokémon de pelo roxo se preparava para erguer outra nuvem roxa atrás de si, a moça que chegava cada vez mais preta, usava novamente o apito. O som assusta Inkka outras vez e em um ato de desespero ela tenta pular o gambá. O lutador rapidamente percebe o que iria acontecer e usando novamente sua velocidade ele acerta o felpudo para que ele não usasse o ataque. (Quick Attack) O coitado cai no chão sem entender enquanto Riolu consegue segurar a garota pela cauda puxando para que não corresse. "Vocês querem se acalmar por um segundo!!" A voz do pequeno alcança as duas através da aura e ambas param imediatamente o que estavam fazendo.




Durante um tempo Riolu fica conversando com a moça tentando explicar toda a situação e o mal entendido que aconteceu. Por outro lado, Inkka fazia carinho no gambá roxo, o pequeno já estava se recuperando e estava bem mais amigável. Talvez tudo pudesse ter sido evitado com uma simples conversa, mas o barulho do apito foi muito incômodo para a garota ao ponto de nem ter tentado se explicar antes. Ela ajuda o Pokémon roxo a se levantar de novo e enquanto ele se sacudia feliz a jovem usa sua Pokédex para registrar seu novo amigo, ou pelo menos a espécie. Quando tudo estava novamente acertado, Jenny a policial veio até a jovem para se desculpar, principalmente pelo apito. Riolu traduzia o que a oficial dizia principalmente o aviso de que na próxima não deveriam correr, eles tiveram a sorte de que dessa vez nenhum reforço foi chamado...

Fantasmas .001.

Observações Iniciais:

➤ Pallet City.
Dia | Ensolarado
Media da Equipe: (9,7,6) = 7

Inkka passa um bom tempo no balcão do Centro Pokémon ouvindo um longo alerta sobre como deveriam tomar cuidado ao andarem pela cidade. Joy também lembra a dupla que em caso de emergência a garota deveria trocar de companheiro, assim nenhum ficaria sobrecarregado. Na cabeça da jovem, era fácil do povo local falar aquilo, ela mal sabia usar os itens que tinha, muito menos tinha noção de como tudo funcionava. Durante sua luta contra Misdreavus a sua única preocupação era de ajudar seu Pokémon e não de libertar outro e assim ficar com dois em perigo… Novamente com o inicial recuperado e com sua nova integrante saudável, a garota deixa o prédio vermelho e retorna ao seu plano anterior, chegar no restaurante do final da rua e tomar café da manhã, sem fantasmas pelo caminho e sem folhas voando. Seu único desvio previsto era a mesma árvore que tinha encontrado anteriormente, ela queria saber se havia mais alguma fruta ali para colher. Riolu tinha mencionado que aquele item podia curar alguma coisa e se ele estivesse certo, seria bom ter mais na bolsa.

Assim que chegam na árvore, o lutador sobe no colo de Inkka e com a ajuda dela o Pokémon colhe mais uma fruta. Ele passa um tempinho olhando para as outras que estavam penduradas, mas nenhuma delas parecia estar pronta para ser colhida ainda, deixando a dupla com apenas duas frutinhas por enquanto. Mesmo que não fosse muito, a garota já sentia sua bolsa ficar pesada, ela precisava urgentemente achar uma maior. "Depois podemos ir na zona comercial, você deve achar alguma coisa que goste lá!" Riolu se acomoda em seus braços e a olha um pouco animado com a ideia. Não seria ruim ir às compras depois, isso se não fosse pelo fato de que não tinham muito dinheiro ainda. Seu companheiro novamente a lembra que Daisy havia lhe dado dinheiro depois da luta, isso era um hábito comum naquele mundo, depois de um combate o perdedor deve dar dinheiro pro vencedor. "E voltamos ao fato que tudo gira em torno de combates… eu preciso me acostumar com essa ideia…" Inkka dá um leve aperto em seu pokémon e solta um longo suspiro, aquela ideia ainda não lhe era muito boa, mas tinha que respeitar as regras daquele mundo.


Sem mais nenhum desvio, eles finalmente chegam no restaurante que queriam. O lugar era bem confortável, não era tão luxuoso quanto pareciam falar, mas era bem aconchegante e tinha uma atmosfera tranquila. O café era servido estilo bufê então Inkka deixou com que seus monstrinhos escolhessem o que queriam, já era óbvio pra ela que assim como humanos, essas criaturas tinham suas próprias personalidades e por consequência, seus próprios gostos. Devido ao horário extremamente cedo, o local não tinha tanta gente, então acabou sendo uma experiência bem tranquila e sem filas. Logo após todos estarem satisfeitos, a garota recolhe seus companheiros deixando apenas Riolu livre e o acomoda em seus braços. Como a refeição estava por conta do Centro Pokémon, eles saem do restaurante e partem com o objetivo de irem até o Centro comercial.

Riolu olhava atentamente o mapa procurando alguma rota rápida até o Centro, mas que não fosse tão movimentada como as ruas principais. Embora estivesse bem cedo, a dupla queria evitar multidões e principalmente gritaria. Enquanto isso, a jovem fica andando lentamente pela rua esperando seu companheiro definir a rota e aproveita para observar alguns Pokémon que passavam pela área. Como o lutador havia dito, aquele Pokémon fantasma não parecia ser daquela cidade, nem mesmo Spinarak, como se ambos fossem impostores no meio de algumas criaturinhas pequenas. — Με συγχωρείς, είσαι η κοπέλα που ήταν με την Daisy και τον Oak πριν από λίγο; — Uma voz surge atrás de Inkka e automaticamente a assusta. Rapidamente ela vira e se depara com um homem não muito alto e gordinho. Ele parecia simpático e recuou alguns passos quando percebeu que assustou a garota. Ao lado dele tinha um pequeno cachorro cinza que olhava constantemente em volta totalmente alerta, estava visivelmente incomodado com alguma coisa. O Pokémon lutador olha para o desconhecido e já ativa sua aura para conversar com ele e explicar a situação da jovem.

O homem pareceu entender rápido o problema, mudando a direção de suas falas diretamente para Riolu e partindo para um diálogo com o mesmo. Enquanto conversavam, o canino azulado tentava traduzir a conversa através de pensamentos para sua treinadora, era um pouco difícil conversar e traduzir ao mesmo tempo, mas pelo menos dava para entender o básico do que era dito. O homem era Birch, um professor assim como Oak, mas que focava seus estudos em evoluções de Pokémon, a jovem simplesmente não entendeu o que aquilo significava, mas não queria atrapalhar a conversa e só os deixou continuar. Ele conta que tinha acabado de chegar na cidade e logo depois de conversar com o outro professor, decidiu analisar algumas espécies migratórias, que nada mais eram que os Pokémon diferentes no local. Assim que estende sobre o assunto que era citado, Inkka liberta seus dois outros monstrinhos e pede para que seu companheiro fale sobre a captura dos outros dois para o homem. Birch rapidamente se interessa pelos Pokémon e fica um tempo tagarelando sobre o quanto era incrível ver alguns monstrinhos raros em outros lugares. Enquanto ele falava, seu Pokémon acinzentado começava a ficar mais atento com alguma coisa, a jovem sentia a energia da criatura ficar cada vez mais agitada, mas não conseguia sentir o motivo e nem detectar o que seria. Depois de terminar o longo discurso, o professor se aproxima da garota e entrega pra ela um item azulado em forma de pirâmide. Ela mal teve tempo de avaliar o objeto quando Misdreavus se aproxima e come o que quer que fosse. Birch riu da situação e entregou mais um daquele item para Inkka. Sem perder tempo, dessa vez ela o guarda na bolsa totalmente de olho no seu Pokémon fantasma.


De repente, o cachorro fica completamente irritado e corre até uma árvore não muito distante de onde estavam. Ele começa a latir para o topo tentando intimidar alguma coisa. Nesse momento Misdreavus se aproxima da planta e dos galhos sai uma pequena abóbora com olhos. O Pokémon some no ar e o fantasma de Inkka o segue mesmo invisível. Ao perceber que ainda estavam lhe seguindo, a abóbora volta a ficar visível e começa a rodear o fantasma azul. As duas criaturas ficam se rodeando no ar como se analisassem uma à outra. O professor comenta brevemente que se tratava de outro monstrinho migratório, um Pumpkaboo. Assim como da outra vez, a jovem se interessa pelo monstrinho raro, mas dessa vez não fazia ideia de como iria pegá-lo no ar. "Deixa com a Misdreavus, só prepara a Pokeball!" Com as palavras de Riolu em mente, ela pega uma esfera vazia e deixa sua Pokémon cuidar do resto.



Os dois fantasmas ficam girando por um tempo, analisando um ao outro e procurando alguma brecha do oponente. Misdreavus toma a iniciativa e fica invisível enquanto flutuava mais alto, embora ninguém ali conseguisse ver, Pumpkaboo parecia conseguir acompanhá-lo pelo menos por um tempo. A abóbora perde de vista o outro fantasma e fica olhando em volta tentando encontrá-lo. De repente, surgindo bem atrás da planta, Misdreavus aparece de surpresa com seus olhos arregalados e brilhando em amarelo, a cena assusta o alvo e o faz flutuar para trás. (Astonish) O fantasma azul começa a rir se divertindo muito com a situação, já Pumpkaboo o olha furioso e aproveita que o outro estava distraído para também sumir no ar. Assim que Misdreavus volta sua atenção para a luta ela percebe que havia perdido seu oponente de vista e começa a procurá-lo ao redor. A abóbora surpreende seu alvo surgindo bem a sua frente de forma quase instantânea porém de ponta cabeça criando uma situação bem bizarra, mas que cumpriu seu papel de assustar. (Astonish)

Assustada, o Pokémon azul começa a perder altitude flutuando um pouco mais baixo para pegar uma distância, pelo menos para respirar. Infelizmente seu oponente não tinha nenhuma pretensão de parar, Pumpkaboo vai até o outro fantasma e de alguma forma consegue entrar dentro de sua própria sombra. A silhueta preta se junta com a sombra de Misdreavus e de repente a abóbora surge da escuridão causando mais um susto no alvo. (Shadow Sneak) Já em pânico, o fantasma fica invisível e dispara para o alto tentando sair do campo de visão do Pokémon planta. Pumpkaboo consegue a seguir por um tempinho mas acaba se distraindo com a luz do sol e a perde mais uma vez. O monstrinho com pérolas avança rapidamente para perto da abóbora sem ela perceber e volta a aparecer repentinamente apenas para assustá-la de novo. (Astonish) A planta recua flutuando mais baixo com medo e vai para o nível do chão tentando pensar em alguma estratégia.


Com a aproximação definitiva de  Pumpkaboo, Inkka se prepara para lançar a Pokeball. Sua Pokémon some no ar mais uma vez mas não ameaça atacar, ela permanecia apenas esperando. A jovem entende o que sua companheira estava fazendo e mira na abóbora que já estava em pânico por não conseguir ver direito sua oponente. Uma Pokéball é lançada mas a esfera passa por cima do monstrinho selvagem e mais uma vez a garota lembra que é ruim de mira. Riolu rapidamente pega outra na bolsa e percebe que eles não teriam muitas chances. Percebendo a complicação e aproveitando que a planta havia mudado seu foco para sua treinadora, Misdreavus desce até o outro fantasma e mais uma vez surge de repente de frente para o alvo. (Astonish) Por incrível que parecesse, o susto foi o suficiente para a abóbora desmaiar e cair no chão.
O lutador entrega uma Pokéball para sua treinadora e já que Pumpkaboo estava nocauteado ela vai até ele e toca a esfera no monstrinho. O item suga a criatura e depois de um balanço brilha em verde completando a captura.




Riolu olha pra Inkka um pouco desapontado "Era a sua chance de pelo menos treinar a mira, o alvo estava parado…" O canino pega a outra que tinha sido lançada e devolve para a bolsa. "Quando tivermos tempo eu treino com pedras, mais fácil!" Assim que recolhe a Pokéball de seu mais novo Pokémon, Birch lhe parabeniza pela captura e diz que também nunca foi bom em pegar os monstrinhos. Nessa hora Riolu o olha surpreso e depois de traduzir diz que achava que todos deveriam ter aquela habilidade. Os dois começam uma conversa amigável discutindo o que poderia ser ou não útil e Inkka simplesmente se perde no diálogo. Ela deixa os dois conversando e vai conferir o canino cinza, ele brincava com Spinarak e Misdreavus e parecia bem mais calmo. Assim que a garota se aproxima, o Pokémon a fareja e depois começa a balançar o rabo dando a liberdade para que ela lhe fizesse carinho.

Aparelhos .001.

➤ Pallet City.
Dia | Ensolarado
Media da Equipe: (9,9,7,6) = 7


Andar pela cidade logo pela manhã dava uma sensação bem gostosa em Inkka, não havia gritaria e tirando algumas pessoas que  claramente pareciam atrasadas, não tinha correria, nem mesmo na zona principal de comércio. De alguma forma a garota achava que a área estaria um completo caos de pessoas gritando e muita movimentação, talvez até poderia ficar assim, mas não naquela hora. Ela suspira aliviada por não ter que enfrentar grandes multidões e agradece a si mesma por ter levantado bem cedo. Com calma ela passeia pelas ruas em busca de alguma loja que vendesse mochilas, sua preferência seria sempre por bolsas mas não queria ficar carregando uma gigante, seria bem mais facil pegar uma mochila. A bolsa que tinha era pequena demais para se usar em uma viagem, principalmente em um mundo com muitos itens e recursos diferentes. Ela não tinha muitos planos para sair da cidade ainda, mas mesmo ali, já sentia que seu inventário era pequeno demais e precisava urgentemente comparar um maior. Embora ir às compras não fosse algo que gostasse tanto, a jovem passa um momento bem divertido com Riolu pelas lojas. O Pokémon além de ser bem energético também era bastante inteligente, ele ajudava a analisar os modelos e ver qual seria o mais útil. No fim acabaram escolhendo um modelo bastante confortável, prático e claro bonito, Inkka se recusava a pegar uma mochila toda feia só porque tinha muitos bolsos…

Assim que terminam de comprar o que precisavam, a dupla para em um banco que tinha na calçada para descansar e se organizar. Com cuidado, a jovem começa a tirar os itens de sua bolsa e os passa para a mochila, distribuindo-os pelos bolsos tentando manter uma ordem do que seria mais usado e do poderia ficar no fundo. Assim que estavam terminando, Riolu pega um dos aparelhos que haviam recebido no laboratório e olhando atentamente começa a procurar um botão para ligá-lo. Inkka observa seu companheiro e pega o segundo aparelho avermelhado, ambos estavam na lista de tarefas da Daisy e não faria nenhum mal testá-los agora. Depois de alguns segundos virando o objeto e apertando tudo que conseguia, o lutador finalmente consegue ligar o aparelho. O item começa a apitar e o barulho ficava mais rápido quando o objeto era erguido em uma direção, rapidamente a dupla entende como aquilo funcionava e ambos se levantam para ir no sentido indicado. Felizmente eles não precisaram ir tão longe de onde estavam, o aparelho os guia até o outro lado da rua em frente a uma árvores. A vegetação ficava no meio de duas lojas e bem nas raízes tinham alguns cogumelos, sendo um deles bem grande. O rastreador desliga no momento em que Inkka se abaixa perto dos fungos dando o sinal de  que era  aquele item que estavam procurando. "Que triste, esperava um item super raro… pelo menos esse dá pra cozinhar ou vender!" Riolu puxa o maior cogumelo e o arranca da árvore sem danificar os outros. Enquanto o pequeno guarda o item, a jovem pega o outro aparelho para ligá-lo.


Como no primeiro aparelho, eles levam um bom tempo apertando os botões até conseguirem ativar o radar. Assim que o objeto liga, três opções são projetadas na tela deixando a dupla confusa sobre qual escolher. Embora Riolu tivesse escutado uma breve explicação no laboratório, a essa altura ele já não se lembrava de muita coisa técnica ou das explicações muito longas. Ele só conseguia se lembrar que na hora achou que a opção de "Longo Alcance" seria a melhor escolha para começo de uma jornada. Mesmo sem muitos detalhes, a jovem escolhe confiar na intuição do Pokémon e seleciona a última função. Eles observam um mapa com dois pontinhos aparecendo no radar juntamente com uma mensagem de alerta. O canino traduz o que estava sendo mostrado e imediatamente a garota se interessa no monstrinho que estavam procurando, afinal um Pokémon migratório era bem raro.

Com o aparelho em mãos, eles caminham pelas ruas se aproximando cada vez mais do alvo. O mapa era bem visível e se atualizava em tempo real, então não era muito complicado seguir as instruções até o destino. Conforme eles chegavam mais perto, o ar ao redor começava a ficar extremamente frio, forçando Inkka a ajustar e fechar seu agasalho. O radar dá um último alerta na tela de que estavam se aproximando e mostra a silhueta do Pokémon que estavam buscando. Como não conhecia direito as criaturas daquele mundo, a jovem nem se preocupa em tentar adivinhar e apenas se foca em procurá-lo. Olhando em volta a garota percebe que havia algumas plantas brilhando um pouco mais a frente. Ao se aproximarem, perceberam que não se tratava de um brilho em si e sim de que a vegetação estava parcialmente congelada. Inkka observa as folhas cristalizadas pelo gelo tentando entender o motivo daquilo ter acontecido, quanto sente seu Pokémon puxar seu agasalho. O pequeno olhava para cima das plantas e assim que a garota olha na direção ela dá de cara com um tipo de bola branca flutuando. A criatura não parecia nem um pouco amigável e usava algum tipo de máscara feita de gelo lhe dando um aspecto bem ameaçador.



O fantasma dá uma leve recuada como se estivesse se preparando e então avança um pouco usando seu corpo para lançar uma corrente de ar frio contra a dupla. (Ice Shard) Inkka rapidamente segura seu companheiro tirando ele da mira e o protegendo com seu corpo. Embora fosse gelado, o ataque em si não afetou a garota, deixando ela apenas com um desconforto gelado nas costas. O canino ao perceber a situação fica preocupado com sua treinadora, mas logo recebe um sorriso em resposta. "Já percebi que você é mais resistente que os humanos daqui, mas não abuse… Por favor..." A preocupação do pequeno é transmitida pelos pensamentos enquanto ele sai do colo da jovem.

Uma vez livre, o lutador encara o Pokémon de gelo e sem hesitar corre em sua direção. Com um dos punhos brilhando ele salta para cima do fantasma e ao se aproximar, ele soca seu oponente o fazendo despencar para o chão. (Bullet Punch) As plantas de baixo deles estavam congeladas, escorregadias e duras, o que faz Riolu ter dificuldades de aterrissar. O monstrinho escorrega nas folhas cristalizadas e acaba levando um tombo. Inkka tenta se aproximar deles mas o "campo" estava coberto de gelo e não tinha espaço para ela andar a menos que tentasse de forma bruta, mas certamente se machucaria no processo. Enquanto os dois passavam por dificuldades, a criatura branca se ergue e depois de sacudir sua cabeça, ela simplesmente some no ar. Tentando se equilibrar, o Pokémon azulado se levanta, mas mal tem tempo de se estabilizar quando um rosto aparece do nada na sua frente. Riolu leva um grande susto e a surpresa o faz cair no chão outra vez. (Astonish)

Desesperada por não conseguir ajudar seu companheiro, Inkka pega na mochila o único item que talvez pudesse ser útil naquele momento. Ela lança uma Pokéball na direção do Pokémon de gelo, mas como era de se esperar, o item passa por cima da criatura sem aceitá-la. Mesmo errando a jovem fica contente, não importava o resultado, ela só precisava ganhar tempo. Com o fantasma distraído pelo lançamento errado da esfera, Riolu tem chance suficiente para se levantar e saltar na direção do oponente. Novamente com seu punho brilhando em tom metálico ele acerta a criatura mascarada outra vez. (Bullet Punch) O fantasma cai na folhagem congelada e permanece ali imóvel dando a entender que já estava desmaiado. O lutador recupera a Pokeball lançada e a joga para sua treinadora. "Vamos, sua chance! Ele não vai se mover tão cedo!" A garota sabia exatamente o que ele queria dizer com aquilo. Com as plantas atrapalhando sua aproximação era a chance perfeita para tentar praticar mira, mesmo que não fosse o melhor cenário… Respirando fundo ela lança a primeira esfera, mas acerta apenas o chão próximo aos dois monstrinhos. Ela tenta de novo com a última Pokeball e felizmente consegue de raspão, mas era o suficiente para o item absorver o Pokémon de gelo. Depois de alguns balanços o item para e seu núcleo brilha em verde concluindo assim a captura.




Riolu sai do meio das plantas carregando as duas Pokeball, ele entrega a que estava com o fantasma para Inkka e a vazia ele coloca de volta na mochila. A jovem fica olhando por um tempo o item quando percebe que aquele era o terceiro fantasma que tinha. "Fantasma pode ser considerado uma característica aqui?" Questiona enquanto o lutador sobe em seus ombros. "Chamamos de Tipos, mas tem exceções em alguns Pokémon. Todo fantasma é tipo fantasma, mas nem todo tipo fantasma é um fantasma..." Explica o pequeno antes de começar a falar de cada um dos tipos e suas principais características de uma forma resumida. Enquanto ele falava, a jovem ia em direção ao Centro Pokémon para recuperar seus companheiros, com o fantasma de gelo, ela tinha dois desmaiados e dois feridos. Apenas Spinarak estava saudável, mas o pequeno claramente não tinha tanta vontade de lutar, só de aprontar mesmo...

[Continua...]

Tipos .001.

➤ Pallet City.
Dia | Ensolarado
Media da Equipe: (10,9,7,7,6) = 7

Caminhando lentamente rumo ao Centro Pokémon, Inkka prestava atenção nas explicações que seu companheiro dava sobre os tipos, ou pelo menos o que ele conseguia lembrar. Era bem difícil ter que memorizar tudo, principalmente por ser uma lista bem grandinha de variações e como estavam em movimento, ela não teria como anotar as informações para pelo menos revisar mais tarde. O lado bom era que Riolu poderia repetir tudo de novo quando chegassem ao Centro, ou pelo menos poderiam reservar um tempo só pra estudar isso depois. Enquanto a jovem lurtava para decorar tudo, o canino passava a falar sobre fraquezas e vantagens, o que simplesmente fez a garota se perder completamente com a repetição de tipos em cadeias diferentes. Pelo menos ao todo ela contou 18 tipos e não parecia ter mais que isso, mas alguns pareciam tão iguais que poderiam ser facilmente juntados em um único tipo.
"Não não, Ground e Rock são diferentes, terra é terra e pedra é pedra" Afirma o lutador tentando mostrar as diferenças dos dois elementos.
"Mas se você quebrar uma pedra ela se esfarela em terra, é só um tipo de terra com mais minerais…" Riolu solta um pequeno choramingo tentando pensar em como refutar o ponto de sua treinadora.
O pequeno tenta partir pros princípios de fraquezas e vantagens de ambos, mas não adiantava, os dois continuavam parecendo semelhantes na visão da garota. Eles seguem com a discussão de informações ao longo da caminhada e mal percebem que as ruas começaram a ficar mais cheias por conta do horário. Uma moça simplesmente ultrapassa de raspão andando mais rápido que os dois e eles percebem a movimentação ao redor. Como sempre, querendo evitar ficar no meio de tanta gente, Inkka desvia do caminho e anda até uma pracinha um pouco mais vazia. Embora quisessem chegar ao Centro era melhor usar outra rota para evitar desconforto ou só pararem para descansar enquanto esperam o fluxo diminuir. Com todas as informações que vinha recebendo a jovem opta por esperarem um pouco, nem que fosse alguns segundos só pra digerir tudo o que seu companheiro tentava lhe explicar. Ela pensa em pegar seu caderno, mas a praça era tão pequena tendo só alguns arbustos e uma árvore que nem tinha espaço pra um banco. O local parecia ser só um ponto de arborização do que um lugar pra descansar mesmo.
"Ah! Perfeito!" Exclama Riolu se movendo nos braços de sua treinadora e quase caindo. "Ali!" Ele aponta para alguns matinhos.
Bem no meio das plantas ela vê uma pontinha de um pequeno cone amarelo. De imediato a jovem se pergunta pq teria aquilo ali quando percebe que o "objeto" na verdade se movia e assim que o Pokémon começa a andar para fora da mata ela consegue o ver melhor. A criaturinha era na verdade preta e tinha um tipo de coberta amarela, seus olhos ficavam na parte escura e parecia ter duas mãozinhas segurando sua mantinha. Ele tremia dando a impressão que estava com frio, mas ao mesmo tempo estava apenas andando pelas plantas, completamente distraído como se o lugar estivesse agradável. Era difícil dizer o que aquele Pokémon seria, sua forma era de um simples cone que estava coberto por ele mesmo.
"Vamos aproveitar! Olhando pra ele, que tipo você acha que ele tem?" Pergunta o canino se soltando do colo e indo para o chão.
"Não sei, ele parece com frio e é amarelo, mas está feliz na grama, então… Grass?" Riolu olha pra garota confuso e um pouco desapontado com a lógica que ela usou.
"Eu gosto da minha torrada quente e nem por isso sou Fire… enfim, conhecimento é poder e treinadores tem a melhor ferramenta pra isso…" O Pokémon faz um gesto com a mão simulando uma câmera e Inkka imediatamente entendeu a mensagem.
Ela abre a mochila e rapidamente pega a Pokedex. Através da câmera do aparelho a garota visualiza o monstrinho amarelo e o aparelho começa a mostrar as informações do Pokémon. Inkka passa o dispositivo para que seu companheiro pudesse traduzir os textos e qualquer outra informação que lhe fosse útil.
"Pronto, agora vamos as fraquezas, o que derrota Ice?" Questiona já se aproximando de Snorunt.
"Fogo é meio óbvio… mas você citou outros…" A garota busca desesperadamente na sua cabeça os tipos, mas era tanta informação que não conseguia se lembrar das fraquezas de um elemento específico.
"Se serve de consolo, raramente alguém lembra de todos, mas nesse caso eu tenho a vantagem."



O lutador caminha lentamente até o monstrinho de gelo, mas antes de conseguir se aproximar, o cone se vira na direção do canino vendo a sua chegada. Isso acaba completamente com os planos de Riolu de o surpreender, porém ele não desiste e já que o alvo sabia de sua chegada, ele corre até o Pokémon. Com sua pata direita brilhando de forma que parecesse  metálica, o lutador dá um tapa no monstrinho amarelo o fazendo rolar no chão. (Bullet Punch) Devido a forma de cone de Snorunt, o Pokémon acaba caindo com os pés pra cima e ele fica girando desesperado para se levantar. Inkka não consegue ficar quieta vendo a cena e corre para ajudar o pequeno. Com cuidado ela o coloca de pé no chão e recebe uns pulinhos de felicidade como agradecimento do Pokémon. Assim que estava tudo bem de novo a criatura de gelo volta a se focar no combate e respirando fundo assopra uma corrente de vento com algumas partículas brilhantes. (Powder Snow) Riolu se protege com os braços e fica alguns segundos imóvel como se esperasse alguma coisa a mais.
(Inkka sente seus próprios braços ficarem gelados e de alguma forma sente uma pequena queimação na região. A sensação não era forte e tava mais para apenas um incômodo do que para um dano mesmo.)

Já que nada mais parecia que iria acontecer, o lutador junta suas patas a frente do corpo e ao separá-las uma bola de energia azul é criada. Rapidamente ele lança a esfera contra seu oponente antes mesmo que Snorunt pudesse ter qualquer reação. (Vacuum Wave) Levando o ataque em cheio, o cone apenas cai no chão completamente sem energia para continuar com aquela luta. Com a força do hábito e claro o fato de terem achado um Pokémon diferente, a jovem pega a sua alguma Pokeball da mochila. Ela se aproxima do monstrinho de gelo e o toca com a esfera. O item absorve a criatura e depois de balançar algumas vezes ele brilha em verde concluindo a captura.




"Eu entendo que você não conhece bem os Pokémon, mas se continuar pegando todos assim, você vai ficar sem Pokeball…" Ele para por alguns segundo e faz uma pequena contagem dos que já foram capturados até então. "É isso, precisamos de dinheiro…" Conclui pegando a Pokeball do recem capturado no chão. A garota pergunta se existia alguma outra forma de juntar uma grana sem exatamente lutar contra outros treinadores, acumular um pouco de dinheiro era uma boa ideia, mas ela não queria fazer isso de uma forma violenta. Seu companheiro pensa um pouco, mas nenhuma idéia lhe surge, ele então apenas sugere para que fossem até o Centro Pokémon, talvez a enfermeira pudesse os ajudar ou ter alguma solução viável.

[Continua...]

Relatórios .001.

➤ Pallet City.
Dia | Nublado
Media da Equipe: (11,9,7,7,7,6) = 7

Sendo sempre eficiente, Joy devolve rapidamente o time completo para Inkka, com direito a Riolu fora da Pokéball, exatamente como lhe foi entregue. Todos os monstrinhos já estavam recuperados e novamente bem para continuar com o dia. A dupla aproveita para conversar com a enfermeira e tirar algumas dúvidas. Devido a ética da garota, ela queria evitar ao máximo ter que lutar contra treinadores, sabia que seria obrigatório em alguns casos, mas queria tentar ficar mais na dela conhecendo o mundo por enquanto. Porém, naquele momento eles estavam precisando juntar uma grana para continuarem suas pesquisas e não pretendiam ficar lutando só por isso. A moça de cabelos rosa pensa um pouco e cita que alguém tinha passado pelo Centro a um tempo atrás precisando de ajuda. Caso fosse do agrado deles, ela fala que eles poderiam tentar ajudar alguns habitantes, sempre tem alguém querendo uma mãozinha e isso poderia render dinheiro ou itens valiosos que poderiam ser vendidos para eles. Inkka e Riolu se olham e ambos acabam concordando, aceitando a proposta sem nem precisarem discutir. A ideia era muito boa, enquanto juntavam dinheiro poderiam usar os trabalhos para aprender um pouco de tudo sem se limitarem a apenas combates. Depois de agradeceram a enfermeira pela sugestão, eles vão até uma mesinha no café do Centro. Mesmo precisando da grana eles ainda tinham outro assunto para discutir e encerrar.

"Ok, eu vou repetir tudo o que eu sei de novo, mas acredito que isso em específico é melhor aprender na prática!" Explica o canino se ajeitando na cadeira em frente a sua treinadora. A jovem pega seu caderno da mochila juntamente com seu pincel e começa a anotar tudo o que seu companheiro lhe passasse. Dessa vez ela conseguia acompanhar as linhas de raciocínio e conseguia distinguir melhor os tipos, o fato de estar anotando tudo já deixava o processo menos confuso chegando ao ponto de conseguir pensar melhor sobre o assunto. Com as ideias mais separadas e com os pensamentos em ordem ela começa a fazer uma análise do que estava aprendendo, afinal o assunto era bem importante naquele mundo principalmente em batalhas.

Elementos, ou Tipos como as pessoas os chamam aqui nesse mundo, normalmente  são considerados como uma forma de energia, mas aqui eles os usam como uma forma de categorizar os monstrinhos chamados Pokémon. Esses "Tipos" estão atrelados às criaturas de uma forma tão forte que influenciam diretamente em suas vantagens e desvantagens em combates. Cada monstrinho pode estar conectado a um ou dois "Tipos" e até hoje não foi encontrado nenhum com mais ou até mesmo com nenhum. Minhas suspeitas são de que os Pokémon estão conectados de uma forma muito forte com a natureza desse mundo, enquanto os próprios humanos não, o que explica apenas eles não saberem usar nenhum "Tipo" ou pelo menos estar conectados a um.

Ao todo existem 18 "Tipos" descobertos, cada um com suas individualidades, mas assim como em qualquer lugar é possível existir muitos outros ainda não catalogados. No pouco tempo que estive aqui já pude perceber que há muitas outras energias envolta, mas não posso confirmar que se tratam de outros "Tipos". Muitas dessas energias não estão exatamente conectadas à natureza então acredito que não possam ser exatamente consideradas no mesmo conceito de "Tipo". Quem sabe no futuro a própria natureza não cria um Pokémon com essas energias compatíveis e assim então elas se tornam apropriadas para se tornarem "Tipos". Porém, por enquanto vamos ficar e focar nos 18 elementos já conhecidos e registrados. Como eu falei antes, os "Tipos" daqui são praticamente energias elementares que os próprios Pokémon conseguem utilizar e manipular. Eles estão tão conectados com a natureza do mundo que essas mesmas energias podem influenciar diretamente na biologia do monstrinho, modificando seu corpo e comportamentos. Um exemplo que vi pessoalmente é  o Snorunt, embora o clima possa estar quente o pequeno ainda treme de frio, uma influência direta de seu "Tipo Ice". Certamente isso deve acontecer com muitos outros em diferentes tipagens.

Não é uma energia em si e não se assemelha com nada que eu conheça. Aqui parece muito uma energia mais neutra. As criaturas com esse tipo parecem ser um tipo de praga, vivendo em grupos ou habitando em grandes quantidades em várias zonas, principalmente as frequentadas pelos humanos.
Vantagens: Imune a fantasmas.
Desvantagens: Lutador e fracos contra rochas e metal.

A energia de água, uma energia fluida e facilmente mutável, pode ficar em diferentes formas e estados. Aqui a energia é encontrada em abundância perto do próprio elemento, as criaturas que vivem perto dela tendem a ter o mesmo tipo e são em sua maioria tipos de peixe ou criaturas que dependem da água.
Vantagens: Fogo, rocha e a terra.
Desvantagens: Grama e a eléctrico.

O fogo ardente que pode significar tanto a destruição quanto a vida. Aqui o fogo segue um conceito mais agressivo puxado para destruição em massa. As criaturas tendem a ser mais agitadas, poderosas e explosivas emocionalmente. Como os humanos sabem manusear as chamas, não tem um lugar em específico para achar essa energia, mas há um vulcão por perto então lá deve ser um lugar com maior concentração.
Vantagens: Grama, inseto, metal e gelo.
Desvantagens: Rocha, terra e água.

Um elemento muito comum em todos os mundos com seres vivos. Sua grande influência é justamente na formação de vida e existência. Naturalmente essa energia pode ser achada por todo o canto, mas zonas com pouca influência humana tem uma concentração maior dela
Vantagens: Terra, rocha e água.
Desvantagens: Voador, veneno, inseto, fogo e gelo.

Uma variação do fogo, sendo mais fraco que sua fonte principal, porém considerada muito mais rápida. Trazendo consigo a agitação do calor, a eletricidade é uma energia rápida e ágil sendo necessário conduzi-la para poder manuseá-la. Usinas e grandes cidades emanam essa veloz energia e são lugares perfeitos para que criaturas desse tipo apareçam.
Vantagens: Voador e água.
Desvantagens: Terra.

Uma variação da água, ao contrário de sua fonte, o gelo não pode alterar sua forma e é muito mais fácil quebrá-lo quando está em pouca quantidade. Com sua temperatura baixa, esse elemento representa a baixa ou ausência de calor ou então grandes altitudes. Os seres dessa energia são resistentes ao frio e sempre preferem ficar próximos a ele. Por ficarem isoladas as criaturas tendem a ser hostis com quem se aproxima principalmente quando não estão acostumados com outros seres.
Vantagens: Voador, grama, terra e dragão.
Desvantagens: Lutador, rocha, metal e fogo.

Não é exatamente uma energia, é apenas um tipo de ser vivo, os insetos. São extremamente comuns em qualquer mundo com vida, sendo considerados como a base da cadeia alimentar juntamente com as plantas. Suas espécies são vistas como pragas já que muitas se reproduzem muito rápido. Nesse mundo são um misto de criaturas calmas e lentas com suas evoluções completamente agressivas e territoriais.
Vantagens: Grama, psíquico e noturno.
Desvantagens: Voador, rocha e fogo.

Uma variação da água, totalmente focada em suas impurezas e toxinas capazes até de destruir a vida. É raro achar esse elemento de forma natural, porém é facilmente achado em áreas habitadas por humanos. As criaturas afetadas por essa energia costumam ser uma mutação forçada de outra espécie, já que precisam sobreviver ao novo ambiente hostil.
Vantagens: Grama e fada.
Desvantagens: Terra e psíquico.

A energia do ar costuma ser leve e essencial para a formação de outras energias. Por ser um elemento difícil de manipular é considerado a representação da liberdade em muitos mundos. As criaturas com essa energia possuem grande força e velocidade assim como o próprio vento, também carregam um espírito livre o que explica a alta chance desses seres voarem.
Vantagens: Lutador, grama e inseto. Imune a terra
Desvantagens: Rocha, elétrico e gelo.

A terra que sustenta a vida em todas as suas fases. É firme e rica em nutrientes para suprir a necessidade de todos os seres que habitam sua superfície. Aqui é apenas uma energia que influencia os seres que vivem no subsolo ou em áreas que tenham em abundância esse elemento. Está incluso também a variação mais leve da terra, a areia, que ao invés de carregar nutrientes e umidade, carrega uma grande quantidade de sal.
Vantagens: Veneno, rocha, metal, fogo e elétrico. Imune a elétrico.
Desvantagens: Água, grama e gelo.

Uma variação da terra, porém solidificada e rica em minerais. Embora não seja uma energia em si, é possível achar fortes traços do elemento terra em sua composição o que o torna válido para manipular e até confundir com a terra. As criaturas que tem sua influência são muito resistentes, sendo quase impossível partir uma rocha sem a ajuda de alguma ferramenta.
Vantagens: Voador, inseto, fogo e gelo.
Desvantagens: Lutador, terra, metal, água e grama.

Não é uma energia, é apenas a força física de um ser vivo. Mesmo que os músculos tenham um tipo de energia, ela não se enquadra no conceito de energia Elemental, é apenas uma força do corpo. Aqui ela aparece em todos os seres mas em alguns específicos essa "energia" é mais forte ao ponto de influenciá-los a serem mais poderosos que outros.
Vantagens: Normal, rocha, metal, gelo e noturno.
Desvantagens: Voador, psíquico e fada.

Mesmo não sendo uma energia em si, pode ser considerada uma devido a sua formação misteriosa. O poder da mente é uma energia produzida e manipulada pelo cérebro. Aqui essa energia vai muito além do cérebro, algumas criaturas podem lhe usar mesmo fora de seu corpo e a projetarem da forma que quiserem, como se fossem mais evoluídos ou mais poderosos.
Vantagens: Lutador e veneno.
Desvantagens: Inseto, fantasma e noturno.

A energia dos fantasmas, ou a aura que eles emanam. Muitos consideram apenas como espíritos ou almas, poucos pensam em como esses seres podem ter uma energia e que podem a usar para influenciar o mundo físico. As criaturas com essa energia tendem a usar suas habilidades para pregarem peças ou darem alguns surtos em desavisados. Relatos também dizem que esses seres podem sugar a vitalidade de seus alvos.
Vantagens: Fantasma, e psíquico.
Desvantagens: Fantasma e noturno.

É a escuridão que absorve a luz e a transforma em uma matéria negra. Nesse mundo existe uma pequena falha nessa energia, embora seja dita como escuro, a tradução correta seria de energia malvada ou ruim, não é atoa que seus monstrinhos são vistos como vilões ou ladrões e não como seres sombrios ou que absorvem a luz.
Vantagens: Fantasma, e psíquico.
Desvantagens: Lutador, inseto e fada.

Uma junção da energia da terra e do fogo, focada nos minerais aquecidos e unidos de forma sólida e firme. Como resultado de uma fusão, o metal em si não é uma energia, é apenas um produto da união de duas outras. Os seres daqui conseguem usar esse produto como uma energia bruta e resistente assim como o material.
Vantagens: Rocha, gelo e fada. Imune a veneno.
Desvantagens: Lutador, terra e fogo.

A energia anciã, dizem que foi ela quem deu origem a todas as outras. Não se sabe muito sobre ela ou sobre como é formada, geralmente é apenas manipulada por seres antigos ou extremamente poderosos, capazes de criar e fazer de tudo. Mortais não costumam ter seus conhecimentos e é muito complicado avaliar essa energia.
Vantagens: Dragão.
Desvantagens: Dragão, fada e gelo.

Uma versão mais fraca da energia da luz e repleta de fantasia e imaginação. É uma energia mística que foi criada justamente pela imaginação dos humanos e que de alguma forma consegue ganhar forças apenas pelo poder de acreditar. Os seres que têm influência dessa energia são dóceis e amigáveis com todos, também são bem conhecidos por ajudar aqueles que precisam.
Vantagens: Lutador, dragão e noturno. Imune a dragão.
Desvantagens: Veneno e metal.

Uma coisa bem interessante que ouvi aqui é: "Todo fantasma é tipo fantasma, mas nem todo tipo fantasma é um fantasma". Isso me lembrou de uma outra frase do meu mundo que eu já escutei bastante também: "Todo pássaro é uma ave, mas nem toda ave é um pássaro" Acredito que o princípio de ambas as frases seja o mesmo e se isso for verdade é bem capaz de que descobrir o "Tipo" de um Pokémon não seja nada fácil. Embora eu não tenha visto ou encontrado nenhum exemplo ainda, cheguei a escutar alguns que parecem interessantes: uma árvore que é do "Tipo Rock" / Um dragão que não é do "Tipo Dragon" / Uma casca de ferro que não é "Tipo Steel" / Um pinguim que não é "Tipo Ice" Entre outros, a lista parece ser grande, além é claro de que deve ter casos isolados de pessoas que devem julgar os "Tipos" apenas olhando para o monstrinho. De toda forma, isso vai muito além das aparências, se estendendo para as suas vantagens e desvantagens e claro para seus movimentos. O que me leva para outro ponto extremamente importante, a forma como essas energias influenciam diretamente em combates.

Além de saber o "Tipo" do seu companheiro, o treinador também precisa saber o "Tipo" do Pokémon adversário em uma luta, assim pode montar estratégias que lhe dêem vantagens durante o combate. Essas estratégias podem variar entre movimentos mais fortes ou uma resistência maior ao dano do oponente. Embora cada Pokémon possa no máximo ter dois tipos, seus ataques não se limitam a eles, podendo ter uma variedade grande de movimentos para lhe dar vantagem em lutas que exigem mais cuidado na defesa. É sempre muito importante prestar atenção nas vantagens e desvantagens que os "Tipos" fazem em uma batalha, um mau movimento ou uma escolha errada pode resultar em um derrota humilhante.

Embora eu não tenha muita experiência em combate e não possa dizer muito sobre, é fato que os elementos desse mundo influenciam bastante os Pokémon. Essas criaturinhas são fascinantes e ver que estão tão conectadas a natureza me deixa bem curiosa sobre como cada "Tipo" se comporta, seja individualmente quanto em conjunto com outro elemento, as reações que devem ocorrer devem ser bem variadas e interessantes.

-- Inkka

Assim que termina de escrever, Inkka olha para as páginas orgulhosa de si. Não era a primeira vez que escrevia um resumo de algo, mas sentia que dessa vez esse texto seria bem mais útil. Ela retorna para as páginas que mostravam as vantagens e desvantagens dos tipos e começa a se perguntar como iria decorar tudo aquilo, ela ainda tinha uma língua toda para aprender. "Relaxa, decore uma fraqueza de cada tipo e as fraquezas do seu time, o resto você aprende com o tempo na prática… quer dizer, você tem tempo… não é como se você fosse para um campeonato em dois dias!" Riolu tenta tranquilizar os pensamentos da garota, afinal ele estava certo, não tinha motivos para ter pressa. Concordando com o pequenino, a jovem se encosta na cadeira e fica olhando o teto relaxando um pouco a mente. O canino pega o caderno e começa a folhear as páginas, mesmo que não entendesse nada da língua da garota ele achava bonita, tanto a caligrafia quanto as letras. "Ei, por que não transcrever esse texto para nosso idioma? Você já tem o alfabeto!" Inkka volta a olhar pro pequeno e depois encara as folhas  cheias de informação. Uma leve preguiça toma conta de si, embora a ideia fosse realmente muito boa, demoraria um bom tempo para escrever tudo de novo. "Vamos, forças! Isso pode nos dar uma ideia do quanto as línguas são diferentes!" O Pokémon fica de pé na cadeira, completamente animado. Parecia que era ele quem mais queria aprender a língua local do que sua própria treinadora. Ou pelo menos ele fazia um bom trabalho animando ela.

Depois de ficar horas ali traduzindo cada letra para outro idioma, Riolu pega o texto para ler e ver as principais diferenças. Eles passam um bom tempo ali comparando e discutindo significados até que com a ajuda do canino, a garota consegue deixar o texto minimamente legível na língua local. "Foi lento, mas não teve muitas complicações! Diria até que é um bom texto pra relatório!" Sem entender direito, Inkka pergunta qual seria exatamente a ideia do lutador. Para a sua surpresa o pequeno começa a explicar a real função do Pokeradar e de como o próprio Professor Oak a escolheu como pesquisadora. A principal suspeita de Riolu era de que o professor havia considerado uma boa ideia já que a jovem não conhecia nada do mundo e que graças aos desenhos que ela fazia seria a escolha ideal de classe. "Mas assim não acho que foi por mal, se você quiser trocar para outra classe, tenho certeza que o professor não vai se incomodar." De certa forma a garota nem se importava com aquilo, se o objetivo de Pesquisadores era pesquisar e descobrir coisas pelo mundo, então realmente essa seria a escolha certa para ela.

Ela pega as folhas avulsas que continham o texto traduzido e pergunta para Riolu se ele tinha mais informações sobre os "Relatórios". O monstrinho explica que os textos devem ser entregues para o professor e que se tudo estivesse certo, ele mesmo iria enviar o relatório até a Biblioteca de Aether onde vários outros pesquisadores poderiam ver o texto dos outros e publicar seus próprios. Havia outra forma de colocar os textos na biblioteca, sendo pelo meio digital, mas Inkka certamente não iria conseguir escrever tudo em um pequeno aparelho. A garota gostava de escrever em folhas e até ilustrar se fosse necessário. A dupla então concorda em entregar o texto para Oak pelo menos para testar a primeira vez. Mesmo que não estivesse muito confiante com a tradução, a garota confiava em seu companheiro e se ele dizia que estava bom, então valeria a pena pelo menos tentar uma vez.

[Continua...]