m inicio tardio, alguns dirão, mas de certo não havia um melhor intervalo para o pontapé inicial. Kasandoro estava preparado para ser o agente regulador, aquele que traz caos ao mar calmo e girassóis ao inferno. Tudo estava pronto; estava em dia com os estudos sobrenaturais, sua sensitividade a aura nunca esteve tão forte e se sua personalidade multifacetada fosse um problema, ainda o seria se o rapaz não fizesse nada. Era um all-in necessário para preencher o âmago de Hiei.

Foi apagando a sétima bituca do dia que Kasandoro tocou a porta do Prof. Oak, no laboratório. Há alguns dias, havia sido acordado que ele proveria o que fosse necessário para o inicio de sua jornada, e de mãos abanando, o jovem só poderia torcer que a promessa fosse cumprida, ou teria que cruzar o continente com o próprio peito, e homens de aço - é bem sabido - não existem.

— Ora, rapaz, são três horas antes do acordado, ainda não preparei seu equipamen... — disse Oak, com uma voz levemente embargada e algumas olheiras que denunciavam seu despertar recente. Antes de finalizar sua fala, Hiei o interrompeu.
— Eu sei, professor, mas uma manifestação de aura incomum me trouxe aqui mais cedo, espero que compreenda. — e não eram palavras vazias, de fato, era como se fosse movido magnetizado até ali, e a sensação de estar sendo observado o fez apressar o passo.


 

— Aqui está, tudo que vai precisar para seguir sua caminhada para o leste. — Oak entregou uma mochila completa, que Hiei aproveitou para recheia-la com alguns itens pessoas, na maioria, seus itens de bruxo. — E por último, mas não menos importante: aqui está a Chikorita que te prometi. - estendeu a mão carregando uma pokebola extremamente polida, e se não o estivesse, Kasandoro poderia ter ganho um paletó de madeira bem antes do esperado.

No momento do ato, um feixe de luz atingiu a capsula e refletiu em sua superfície brilhosa a imagem atrás de ti, e de prontidão o purificador reconheceu a energia vinda dos calafrios que o afligiam desde que o galo cantou naquela manhã. Um canídeo bípede e bicolor avançou pelas suas costas com extrema velocidade que só não impressionava mais que sua clara intenção de matar. Hiei podia ver a energia sombria transbordar de seu corpo e em um ato de desespero, reuniu a aura local em uma barreira que, reunida as pressas, não foi capaz de evitar os danos totais, mas adiou sua despedida do plano  terreno.

— RIOLUU! — as pressas, o professor caçou em seus bolsos uma pokebola específica e tentou sem sucesso recuperar a criatura, que se esquivava com facilidade assustadora, detentor de uma determinação que invejável. Hiei, ainda caído, pode encarar pela primeira vez o pokemon de frente, e seu olhar de fúria rubro era um contraste imenso com a predominância de pelos amarelados por todo o corpo. Claramente, ele estava pronto para mais uma investida, até que fora salvo pelo pombo, aliás, pelo gongo. Uma ave atravessou uma das janelas em alta velocidade e saiu pelo outro lado do laboratório, contudo, sua aura manifestou-se bem antes da visita ao laboratório, momento em que tanto Riolu quanto Kasandoro o perceberam e observaram a janela síncronos. A reação foi de extremo espanto, é claro, não só para o jovem bruxo, mas suas outras personas também.

— Não me diga que... ? — ressoou Sol em seus pensamentos.
— Leve-o conosco, ele tem a fúria que esse mundo precisa! — comemorou Lua.

— Você também s-sente? — questionou o pokemon, receoso que ele não o entendesse e partisse para a ofensiva outra vez. Pelo contrário, sua feição se acalmou e as pernas bambearam milimétricamente - o que já diz muito frente ao ímpeto que Riolu apresentava. Dizem que os olhos são o espelho da alma; se a premissa é verdadeira não sabemos, mas fato é que os dois encontraram naqueles lapsos de momento um vínculo intrínseco, uma sensação de pertencimento, de finalmente encontrar alguém que os entenda.

O silêncio angustiante tomou conta de todos no recinto.




Os minutos que se sucederam foram esquisitos, mas esclarecedores. Oak viu em Kasandoro a única companhia possível para Riolu, sendo o primeiro a conseguir acalma-lo passivamente e resistir aos impulsos sombrios que lhe aterrorizavam. Sabendo superficialmente da capacidade sensitiva e confiou a fera em suas mãos, na esperança que um dia o pokemon lutador fosse purificado e pudesse viver a vida a que tinha direito. Hiei tinha agora seu pokemon inicial, e se a parceria dava indícios de que não seria tão amistosa, não é muito diferente do que as batalhas que já travava na própria cabeça, tudo no seu tempo.

— Seu nome será Ozires, acho que cai bem.

Nick: Ozíres
Pokemon: Shiny Riolu
Sexo:
Condição:

Em relação aos pokepontos para torna-lo shiny, postei em simultâneo no tópico apropriado - aqui